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NA PARADA
CARDIORRESPIRATÓRIA
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INTRODUÇÃO
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A PCR permanece como grave problema de saúde pública mundial, e
o atendimento inicial sistematizado, em concordância com as novas
recomendações, é fundamental para o aumento da sobrevida dos
pacientes.
CONCEITO
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Aproximadamente de 10 a 30% das vítimas de PCR que sobrevivem
evoluem para estado vegetativo persistente, caracterizado por um
estado de irresponsividade a estímulos e de inconsciência completa de
si mesmo e do meio ambiente (Jennett e Plum, 1972).
EPIDEMIOLOGIA
A cada ano, pelo menos 350 mil europeus sofrem PCR no ambiente
extra-hospitalar (PCREH) (Böttiger e Van Aken, 2013). Nos Estados
Unidos, aproximadamente 359 mil pessoas sofreram PCREH, contra
209 mil casos de PCRs no ambiente intra-hospitalar (PCRIH) no ano de
2016 (Benjamin et al, 2017).
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Mais recentemente, uma declaração de consenso da Ilcor recomendou
categorizar as cinco causas primárias da PC, conforme demonstrado no
Quadro 1 (Perkins et al, 2015).
Quadro 1
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Nos Estados Unidos, aproximadamente 69% das PCREHs acontecem
na residência da vítima, como mostra a Figura 1, que evidencia os locais
de PC fora dos hospitais, a partir de dados do Relatório Nacional do
Registro de Parada Cardíaca para Aumentar a Sobrevivência (Cares, do
inglês Cardiac Arrest Registry to Enhance Survival).
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Já a incidência aproximada de PCREH nos Estados Unidos ficou em
torno de 110 casos para cada grupo de 100 mil pessoas, totalizando
mais de 359 mil PCRs. Cerca de metade desses pacientes recebeu
atendimento médico de emergência (188 mil casos), como se vê na
Tabela 1 (Benjamin et al, 2017).
Tabela 1
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A sobrevida média global das PCREHs é em torno de 5,8% dos casos e,
se for detectado ritmo chocável (fibrilação ventricular ou taquicardia
ventricular sem pulso), a sobrevida pode aumentar para 30%, como
mostra a Tabela 2.
Tabela 2
Avaliado no SME
Tratado no SME
FV
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Apesar dos avanços relacionados à prevenção e ao tratamento de PCR
nos últimos anos, muitas são as vidas perdidas anualmente no Brasil
em função dessas ocorrências, ainda que não se tenha a exata
dimensão do problema, devido à falta de estatísticas robustas a esse
respeito (Gonzales et al, 2013).
CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA
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Os elos da cadeia de sobrevivência incluem (AHA, 2015)
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responsabilidade e o transporte do paciente para um departamento de
emergência e/ou para um laboratório de hemodinâmica, antes de ele
ser transferido para uma UTI para a continuidade do tratamento
(Callaway et al, 2015).
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ABORDAGEM SISTEMÁTICA
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As duas situações práticas em um cenário seguro estão
esquematizadas na Figura 3.
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A avaliação primária da PCR está relacionada à via aérea, à respiração,
à circulação, à avaliação neurológica (alerta, voz, dor e inconsciência
[AVDI]) e à exposição (protocolo ABCDE) da reanimação
cardiopulmonar (Callaway et al, 2015).
Quadro 2
Mnemônico Significado
Sinais e sintomas
Alergias
Medicações
SAMPLE
Passado médico
Last meal (última refeição consumida)
Eventos
Hipoxia
Hipovolemia
5H H+: acidose
Hipercalemia/hipocalemia
Hipotermia
Trombose pulmonar
Trombose coronária
5T Tamponamento cardíaco
Tensão no tórax
Tóxicos
Fonte: Adaptado de American Heart Association (2015); Travers e colaboradores (2015).
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SUPORTE BÁSICO DA VIDA
ADULTO
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A avaliação simultânea da respiração e do pulso minimiza
atrasos na detecção de PCR e no início da RCP (AHA, 2015).
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4. As recomendações atualizadas não excluem a recomendação de
2015 de que uma alternativa razoável para sistemas de SME que
adotaram pacotes de cuidados é o uso inicial de compressões
torácicas minimamente interrompidas (por exemplo, ventilação
retardada) para PCREH presenciada e em ritmo chocável (Classe
IIb; Nível de evidência C-LD);
5. Sempre que uma via aérea avançada (tubo traqueal ou
dispositivo supraglótico) for inserida durante a RCP, pode ser
razoável que os profissionais realizem compressões contínuas
com ventilação com pressão positiva fornecida sem pausas nas
compressões torácicas (Classe IIb; Nível de evidência C-LD). Pode
ser razoável que o provedor ofereça uma respiração a cada 6
segundos (10 respirações por minuto), enquanto as compressões
torácicas contínuas estão sendo realizadas (Classe IIb; Nível de
evidência C-LD).
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(respirações de resgate), além das compressões torácicas (Kleinman et
al, 2018).
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Desfibrilação — passo a passo
A desfibrilação é a aplicação de uma corrente elétrica em um paciente
por meio de um desfibrilador, equipamento eletrônico cuja função é a
reversão das arritmias cardíacas mediante a aplicação de um pulso de
corrente elétrica de grande amplitude em um curto período. Ao
atravessar o coração, essa corrente força uma contração simultânea das
fibras cardíacas, possibilitando o restabelecimento de um ritmo
cardíaco normal (Fornazier et al, 2011).
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função disso, o posicionamento das pás do desfibrilador deve respeitar
uma distância de 2 a 15cm da unidade geradora, devendo-se aplicar o
choque perpendicularmente ao eixo formado entre o gerador e a ponta
do eletrodo (Camanho, 2013; Fornazier et al, 2011).
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Após a checagem do ritmo, haverá uma nova mensagem sonora do
desfibrilador informando se o ritmo tem indicação de choque ou não.
Em caso positivo, ele irá emitir um novo som para que seja pressionado
um botão no aparelho para carregar o choque e, logo em seguida,
pedirá para que todos se afastem novamente.
Quando carregado, o DEA sinalizará, tanto por som quanto por uma luz
vibrante no aparelho, o botão para aplicar o choque. Após o choque,
devem-se reiniciar as compressões torácicas imediatamente e repetir a
mesma sequência até a chegada do Samu (ou de outra equipe médica
de emergência) ou até que ocorra o RCE.
CONCLUSÃO
Em uma PC, cada segundo faz a diferença, pois, para cada minuto de
atraso no atendimento à vítima de uma PCR, reduz-se a chance de
sobrevivência em 10%. Quando alguém, mesmo que não seja
profissional de saúde, detecta precocemente e inicia de imediato a
execução da RCP, a chance de sobrevivência da vítima pode triplicar
ou até quadruplicar.
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REFERÊNCIAS
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