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Jamais considere seus estudos como uma obrigação,

mas como uma oportunidade invejável para aprender


a conhecer a influência libertadora da beleza do reino do
espírito, para seu próprio prazer pessoal e para proveito
da comunidade à qual seu futuro trabalho pertencer.»
(Albert Einstein)

Prognóstico do infarto agudo do miocárdio


O risco global deve ser estimado por meio de classificações de risco clínicos formais [p.
ex., Thrombolysis in Myocardial Infarction (TIMI)] ou uma combinação das seguintes
características de alto risco:
 Angina/isquemia recorrente em repouso ou durante esforço leve
 Insuficiência cardíaca
 Agravamento de regurgitação mitral
 Resultado de teste de estresse de alto risco (teste interrompido em ≤ 5 minutos
devido a sintomas, alterações acentuadas no ECG, hipotensão ou arritmias
ventriculares complexas)
 Instabilidade hemodinâmica
 Taquicardia ventricular persistente
 Diabetes mellitus
 ICP nos últimos 6 meses
 Cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM) prévia
 Fração de ejeção do VE < 0,40
A mortalidade geral antes da era moderna do tratamento com fibrinolíticos e ICP era de
cerca de 30%, com 25% a 30% desses pacientes morrendo antes de chegar ao hospital
(tipicamente por fibrilação ventricular). A mortalidade intra-hospitalar é de cerca de
10% (tipicamente por choque cardiogênico), mas varia significativamente de acordo
com a gravidade da insuficiência ventricular esquerda (ver tabela Classificação de Killip
e mortalidade do IAM agudo).
Pacientes que recebem reperfusão (fibrinólise ou ICP) têm taxa de mortalidade
hospitalar de 5 a 6%, versus 15% para pacientes elegíveis, mas que não recebem terapia
de reperfusão. Em centros com programas estabelecidos para ICP primária, a taxa de
mortalidade hospitalar informada é < 5%.
A maioria dos pacientes que morrem de choque cardiogênico tem um infarto ou a
combinação de cicatriz e infarto recentes afetando ≥ 50% da massa do VE. Cinco
características clínicas indicam 90% de risco de morte nos pacientes com IMCST (ver
tabela Risco de morte em 30 dias no IMCST e Risco de eventos adversos em 14 dias no
IMSST):
 Idade avançada (31% do total de mortes)
 Baixa PA sistólica (24%)
 Classe Killip > 1 (15%)
 Aumento da frequência cardíaca (12%)
 Infarto de parede anterior (6%)
O número de mortes tende a ser mais elevado entre as mulheres e os pacientes com
diabetes.
A taxa de mortalidade dos pacientes que sobrevivem à hospitalização inicial é de 8 a
10% no primeiro ano após infarto do miocárdio. A maioria das fatalidades ocorre nos 3
ou 4 primeiros meses. Arritmia ventricular persistente, insuficiência cardíaca, baixa
função ventricular e isquemia recorrente indicam risco elevado. Muitas autoridades
recomendam ECG de esforço antes da alta hospitalar ou dentro de 6 semanas. O bom
desempenho no esforço sem alterações do ECG associa-se a prognóstico favorável, não
exigindo, normalmente, avaliação ulterior. O baixo desempenho no esforço acompanha-
se de prognóstico desfavorável.
O desempenho cardíaco após a recuperação depende amplamente da proporção de
miocárdio operante que sobrevive ao episódio agudo. Lesão aguda contribui para
cicatrizes de infartos prévios. Quando > 50% da massa do VE é lesionada, a sobrevida
prolongada é incomum.

Tratamento
O tratamento a ser instituído depende do tipo de Infarto Agudo do Miocárdio que ocorre
no pré ou intra-hospitalar, com ou sem supradesnivelamento do segmento ST. O uso de
fibrinolíticos no atendimento pré-hospitalar tem uma razão lógica, reconhecendo que
deve haver condições operacionais para o uso, monitorização clinica e
eletrocardiográfica, dando especial atenção às taquiarritmias, que é um dos maiores
responsáveis por complicações no IAM. Tais medicamentos utilizados no momento pré-
hospitalar são semelhantes ao dos intra-hospitalar, dando preferência aos endovenosos
por facilitar a administração, como por exemplo o TNK-tPA (tecnecteplase), usado em
dose única em bolus, reteplase (rPA), administrado na forma de duplo- bolo, este
tratamento deve ser feito com pessoal treinado e equipado com recursos necessários
para monitorizar o paciente continuamente (III DIRETRIZ IAM, 2014).
São drogas utilizadas para dissolver os coágulos sanguíneos que se formam nos vasos
cardíacos em pacientes com suspeita de IAM, deve ser utilizado nas 6 horas que seguem
os primeiros sintomas é administrado por via endovenosa durante 10 segundos, com
doses ajustadas de acordo com o peso do paciente, pode ser administrada juntamente
com heparina, aspirina, que também previnem a formação de coágulos (EPAR, 2006).
Complicações do
O IAM pode complicar com ruptura aguda de parede livre, com evolução para colapso
hemodinâmico. Nesse caso, serão observados sinais de tamponamento cardíaco. Outra
complicação possível e a ruptura subaguda de parede livre, a comunicação
interventricular (IAM de parede inferior), insuficiência mitral (por dilatação do anel
mitral secundária a dilatação ventricular, disfunção ou ruptura dos músculos papilares).
Na maioria desses casos, a conduta será cirúrgica.

TRATAMENTO
Mesmo apresentando um exame de ECG e as enzimas cardíacas em níveis normais na
internação, não se deve afastar a hipótese de uma doença cardíaca em um paciente com
sintomas típicos de dor torácica, o que leva o responsável médico a solicitar internação
hospitalar, (método tradicional). Isso traz enormes prejuízos ao sistema público de
saúde e ao setor privado. Para tentar minimizar esse problema, estudos foram feitos na
tentativa de traçar metas estratégicas seguras para o paciente, tendo uma ótima relação
de custo-efetividade. Sendo então criadas as Unidades de Dor Torácica (UDT), um
planejamento útil e custo-efetivo (MARTINS, 2013). O objetivo básico das UDT é
divulgar principalmente o reconhecimento de forma imediata do IAM e conceder ao
paciente uma pronta terapia de reperfusão. Ao lado disso, o foco é afastar condições
clínicas com potencial elevado de risco e de morte, como angina instável, dissecção de
aorta, embolia pulmonar, pneumotórax hipertensivo, ruptura do esôfago, úlcera
perfurada e pancreatite aguda. Uma vez na UDT, visto que as síndromes coronarianas
agudas são definidas pela clínica, pela sintomatologia, sendo a principal sintomatologia
a dor, dor constritiva, em aperto. Caso tenha dúvida se tratar de uma síndrome
coronariana, deve-se manter o paciente em ambiente hospitalar, e realizar MOV -
Monitorização, Oxigênio e Veia; MONAB - Morfina, Oxigênio, Nitrato, AAS e
Betabloqueador (MARTINS, 2013). Reconhecido um paciente com Síndrome
Coronariana Aguda (SCA), não é preciso enzimas para começar a tratá-lo O
eletrocardiograma deve sair em até 10 minutos, feito os exames, já se pode notar a
diferença se é uma SCA com ou sem supra de ST, para ela ser considerado um supra, é
preciso que haja o aumento de ao menos 2 mm em duas ou mais especificações. Na
SCA com supra a artéria estará obstruída, e é feito a angioplastia, que é o tratamento de
eleição e trombolíticos ou fibrinolíticos que são usados quando não há a possibilidade
de uma angioplastia. O trombolítico mais comum é a estreptoquinase. Esse grupo de
medicamento tem um melhor rendimento considerando que quanto mais nova for a
Diagnóstico Diferencial de Dor Torácica na Emergência 126 Revista Interdisciplinar em
Saúde, Cajazeiras, 6 (5): 111-127, out./dez. 2019, ISSN: 2358-7490. síndrome (em até 3
horas), conforme o tempo vai passando, menor será sua eficácia. Deve-se atentar para as
contraindicações dos trombolíticos, que são divididas em absolutas: AVC hemorrágico
(em qualquer época da vida), TCE recente (até poucos meses), tumores intracranianos,
Acidente Isquêmico Transitório (AIT - nos últimos 3 meses), suspeita de dissecção de
aorta; e as relativas: menstruação, gravidez, uso de vafarina, crise hipertensiva
(MARTINS, 2013). Isso se tratando da síndrome com supra, mas quando se trata das
síndromes sem supra, a artéria não está obstruída, então o tratamento é desenvolvido
com AAS, clopidogrel, heparina, betabloqueador, internamento e cateterismo. O
cateterismo na SCA com supra de ST é um procedimento de urgência, e nas síndromes
sem supra não é de urgência, porém mesmo assim não é recomendável liberar o
paciente para casa, este deve ser internado, mantido em observação, e monitorado, para
receber todo o aparato terapêutico e fazer o cateterismo mais ou menos programado, se
baseando no tipo de SCA: baixo, médio ou alto risco. O de baixo risco fica internadoe
medicado, pode ir até para o ambulatório depois de passada algumas horas em
observação, se ele estiver bem, estável, poderá ir para o ambulatório e programar o
cateterismo. O de médio risco se torna de internamento, sem muita pressa. Enquanto o
de alto risco, já deve ser feito o cateterismo nas primeiras 24 a 48 horas, sendo chamado
de cateterismo precoce.

Ecocardiograma
A função do ecocardiograma (ECO) de repouso na avaliação do paciente com dor
torácica, ainda não está sendo critério para confirmação do diagnóstico de SCA. Sua
sensibilidade para diagnóstico de IAM varia de 70% a 95%, mas tem falsos positivos
bastantes elevados, o que torna baixo o valor preditivo positivo. Já o valor preditivo
negativo varia de 85% - 95%. Em pacientes com um ECO normal não agrega
informação diagnóstica significativa, além daquelas fornecidas pela história e pelo
ECG. Portanto, um ECO negativo não deve descartar um IAM ou angina de alto risco.
O ecocardiograma tem fundamental importância no diagnóstico de várias doenças e é
útil nos casos de derrame pericárdio, estenose aórtica e valvopatias, cardiomiopatia
hipertrófica, dissecção de aorta (TEXEIRA, 2013).

NTERVENÇÃO CORONÀRIA PERCUTÂNEA E ASSISTÊNCIA DE


ENFERMAGEM
Logo que confirmado o diagnóstico e escolhido a forma de tratamento
mecânica é importante que o paciente seja submetido a uma intervenção
coronariana com o menor tempo de dor possível, para que o mesmo tenha
maior benefício no tratamento e reperfusão coronariana para maior
possibilidade de recuperação do músculo cardíaco.
A intervenção coronária percutânea no IAM é realizada em um laboratório de
hemodinâmica. Se iniciada em até 90 minutos após a dor, torna-se a melhor
opção em tratamento para obtenção da reperfusão coronária.
O paciente é encaminhado para o serviço de hemodinâmica, onde é
devidamente monitorizado, checado sinais vitais, história de alergias e
cateterismo cardíaco prévio.
A cinecoronariografia é realizada à partir de uma anestesia local podendo ser
por via radial ou femoral, através de punção arterial. Em seguida é introduzido
um cateter e realizado o diagnóstico. Se houver oclusão coronariana, o
paciente deverá ser submetido a uma angioplastia com ou sem implante de
stent. O stent não poderá ser implantado nas seguintes evidências:
• Estenose em ramo secundário;
• Alto risco de fenômeno no reflow em vasos com grande quantidade de
trombo;
• Tortuosidades e calcificações que impeçam a progressão da prótese.
"Imagem 2"
A assistência de enfermagem no IAM é de grande importância, devendo o
enfermeiro estar atento:
• As alterações eletrocardiográficas;
• Pressão arterial;
• Frequência cardíaca e queixas de dor precordial;
• Deve-se manter no paciente a oxigênioterapia e um acesso venoso calibroso.
Assistência de enfermagem durante a angioplastia:
• Durante a angioplastia o enfermeiro deverá retirar próteses dentária;
• Investigar história de alergias;
• Preparar a via de acesso, realizar a assepsia, dispor os campos cirúrgicos e
preparar o instrumental cirúrgico;
• Normalmente o procedimento é realizado por via Radial ou Femoral;
• Cabe ao enfermeiro fornecer todo material necessário durante o
procedimento.
• Checar e administrar anticoagulante quando solicitado;
• Estar atento às intercorrências que podem acontecer, tais como, taquicardia
ventricular, parada cardiorespiratória, bradicardia, hipotensão entre outros.
Assistência de enfermagem após angioplastia
• Orientar o paciente quanto ao repouso, cuidados com o curativo e dieta;
• Quando o procedimento for realizado pela via radial deve-se retirar o
introdutor assim que finalizado o procedimento e realizar curativo compressivo
mantendo-o por duas horas. Em seguida desapertá-lo e verificar perfusão e
pulso;
• Quando o procedimento for realizado por via femoral, o introdutor será
retirado após cinco horas, o paciente deve ser orintado quanto ao repouso e
manter restrição do membro durante esse período;
• Após cinco horas, retirar o introdutor e manter compressão manual por
aproximadamente vinte minutos para hemostasia, logo após, realizar curativo
compressivo em regiao inguinal, orientando o paciente à retirá-lo no dia
seguinte.

A assistência de enfermagem no atendimento ao paciente com infarto agudo


do miocárdio requer atenção e principalmente ter conhecimento para lidar com
os diversos tipos de situações que poderá enfrentar, para que o paciente seja
bem assistido e que isso contribua para sua recuperação.


SAÚDE

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE


COM INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM)
 JONAS MAGNO DOS SANTOS CESÁRIO
 08/03/2021
 SEM COMENTÁRIOS

RC: 78152
16.951

4.2/5 - (6 votes)
DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/saude/agudo-do-miocardio

CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

ROSADO, Flavio da Silva [1], FLAUZINO, Victor Hugo de Paula [2]


,
CESÁRIO, Jonas Magno dos Santos [3]

ROSADO, Flavio da Silva. Et al. Assistência De Enfermagem Ao


Paciente Com Infarto Agudo Do Miocárdio (IAM). Revista
Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 03,
Vol. 05, pp. 177-195. Março de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de
acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/agudo-do-
miocardio, DOI:
10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/saude/agudo-do-miocardio

RESUMO
O objetivo desta pesquisa foi analisar os principais aspectos
relacionados à assistência de enfermagem ao paciente com IAM.
Trata-se de uma revisão bibliográfica de abordagem descritiva e
qualitativa, realizada nos bancos de dados da BVS (biblioteca virtual
em saúde), SciELO (Scientific Electronic Library Online) e do google
Scholar, com a seguinte pergunta norteadora, quais são as principais
características e medidas que devem ser consideradas pelo
profissional de enfermagem para atender os pacientes de IAM com a
maior eficiência e agilidade possível? Foram incluídos artigos
acadêmicos publicados entre 2013 a 2021, disponíveis de forma
gratuita e nos bancos de dados supracitados. Foram excluídos os
artigos inferiores a 2013, resumos, artigos que não contemplavam
nenhum dos objetivos, que não respondessem à pergunta de
pesquisa e artigos repetidos encontrados nas bases de dados, a
coleta dos periódicos foi realizada no mês de janeiro de 2021, no
qual resultou em uma amostra final de 24 artigos. Com base na
pesquisa desenvolvida foi possível traçar um perfil de cuidados
necessário para que os profissionais de enfermagem possam
exercer uma melhor assistência ao paciente, demostrando a
importância da realização dos diagnósticos e cuidados de
enfermagem que podem ser implantados na rotina das equipes de
enfermagem, além de conhecer as principais características do IAM,
bem como os sintomas, diagnósticos e tratamentos disponíveis, com
ênfase nas responsabilidades do enfermeiro nesse contexto.
Verifica-se que é essencial a existência de uma equipe de
profissionais treinados, qualificados e preparados com alto nível de
eficiência e conhecimento técnico para o devido atendimento aos
pacientes com IAM.

Palavras-Chave: Cuidados de Enfermagem; Infarto do Miocárdio;


Cardiologia.

INTRODUÇÃO
As doenças relacionadas ao coração e ao sistema circulatório do ser
humano são conhecidas como DCVs (Doenças Cardiovasculares).
As DCVs estão entre as maiores causas de mortalidade em diversos
países do mundo. Com base em aspectos epidemiológicos, é
possível verificar que aproximadamente 47% dos casos de
mortalidade com cerca de 15 milhões de óbitos por ano em todo o
planeta terra ocorrem devido às DCVs (CORRÊA; FLAUZINO;
CESÁRIO, 2021).

Em território brasileiro, as DCVs causam cerca de 30% da


mortalidade anual registrada no Brasil. Pesquisas promovidas pelo
instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, de São Paulo,
demonstram que aproximadamente 60% dos casos de mortalidade
ocorrem em pacientes do sexo masculino com faixa etária média de
56 anos de idade. Nesta mesma pesquisa, é possível verificar que o
Brasil se encontra na lista dos 10 países com maior taxa de DCVs no
mundo. No universo das DCVs, é possível verificar as SCAs
(Síndromes Coronarianas Agudas), geralmente ocorridas devido a
obstrução coronariana originada a partir de trombos e vasoespasmo
em lesões ateroscleróticas nas coronárias. As SCAs demonstram
várias maneiras de manifestação, tais como: angina instável; infarto
agudo do miocárdio; morte súbita; entre outras (RIBEIRO, 2020).

A presente pesquisa está baseada na assistência de enfermagem ao


paciente com IAM (Infarto Agudo do Miocárdio), ou seja, é a falência
de uma parte do músculo cardíaco devido à ausência de irrigação do
sangue por meio da falta de equilíbrio do oxigênio no miocárdio, o
qual ocorre por meio da ruptura de uma placa de ateroma ou trombo,
culminando na obstrução absoluta da artéria. Vasoespasmo de uma
artéria coronária e necessidade elevada de oxigênio e frequência
cardíaca acelerada ou consumo de cocaína, que também são
consideradas causas de IAM (SANTOS; CESÁRIO, 2019).

A maior parte dos pacientes chegam ao óbito nas primeiras horas


em que ocorre o IAM. Dentre estes óbitos, 40% a 65% acontecem
nas primeiras horas, enquanto os demais casos acontecem nas
primeiras 24 horas após a manifestação do IAM. O principal sintoma
entre os pacientes com IAM é a dor torácica. A dor com duração
acima de 20 minutos e estimulada por meio de exercício físico, ou
ainda, por meio de esgotamento físico e/ou emocional em repouso
(estresse). Além disso, o paciente com IAM também pode
demonstrar outros sinais, tais como: dispneia; náuseas; vômitos;
sudorese fria e pegajosa. A análise inicial referente ao IAM é
baseada, principalmente, na entrevista junto ao paciente para
verificar o seu histórico, bem como no ECG – Eletrocardiograma, o
qual é responsável pelo registro da atividade elétrica do coração do
indivíduo, além de exames de laboratório com a finalidade de dosar
os biomarcadores cardíacos séricos. Em relação ao tratamento de
IAM, há três métodos principais: angioplastia coronariana; cirurgia de
revascularização miocárdica; tratamento medicamentoso (SILVA et
al., 2020).

Os profissionais de enfermagem tem funções fundamentais quanto


ao atendimento e análise dos pacientes que apresentam sinais de
IAM. Geralmente, o responsável pelo atendimento emergencial às
vítimas de IAM é o profissional de enfermagem, com autonomia para
o devido reconhecimento dos sintomas e, consequentemente,
providenciar o ECG, bem como tomar as demais medidas
necessárias – providenciar os medicamentos de acordo com o
protocolo relacionado ao IAM, por exemplo –, agilizando ao máximo
o atendimento médico necessário, bem como iniciando os
procedimentos de enfermagem necessários com a maior agilidade e
eficiência possível, sabendo-se que o IAM é responsável por um alto
índice de óbitos nas primeiras horas após os primeiros sintomas
indicados pelo paciente (COUTO et al., 2019).

Realizar o devido acompanhamento dos sintomas do IAM no


paciente é de extrema importância, pois estas informações oferecem
ao profissional de enfermagem uma contribuição relevante para a
devida assistência de enfermagem no sentido de restabelecer a
devida atividade do miocárdio. Nesse sentido, é essencial que o
profissional envolvido preste uma assistência de enfermagem em
alto nível de qualidade (eficiência e agilidade), incluindo instruções
ao paciente de IAM, bem como aos seus familiares (LIMA;
FLAUZINO; CESÁRIO, 2021).

Com base neste contexto, a presente pesquisa destacou o seguinte


questionamento, quais são as principais características e medidas
que devem ser consideradas pelo profissional de enfermagem para
atender os pacientes de IAM com a maior eficiência e agilidade
possível?

Quanto ao objetivo geral desse estudo, foram analisadas os


principais aspectos relacionados à assistência de enfermagem ao
paciente com IAM.

METODOLOGIA
A pesquisa é uma revisão bibliográfica de abordagem descritiva e
qualitativa, na qual está fundamentada com base em material que já
foram elaborados como artigos científicos publicados em periódicos
acadêmicos (CESÁRIO; FLAUZINO; MEJIA, 2020).

Para iniciar a pesquisa realizada a busca de dados para responder a


seguinte pergunta quais são as principais características e medidas
que devem ser consideradas pelo profissional de enfermagem para
atender os pacientes de IAM com a maior eficiência e agilidade
possível?

Foi realizada a procura no Decs (Descritores em Ciências da Saúde)


e apresentou os seguintes descritores: Cuidados de Enfermagem,
Infarto do Miocárdio, Cardiologia. Para realizar a pesquisa foram
utilizado os Banco de dados da BVS (biblioteca virtual em saúde),
para realizar a pesquisa foi utilizado a opção avançada e
selecionado as bases de dados da no qual selecionou as bases de
dados da LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciências da Saúde), BDENF (Banco de Dados em Enfermagem)
junto com o operador lógico booleano “AND”. Na pesquisa realizada
no Google scholar, utilizou-se os descritores entre aspas (“”) como o
operador lógico Booleano “AND”. Na base de dados da SciELO
(Scientific Electronic Library Online), foi realizada a pesquisa com a
opção pesquisa avançada, adjunto com o operador lógico
booleano “AND”.

A coleta dos artigos científicos foram realizadas no mês de janeiro


de 2021 e foi estabelecido os critérios de inclusão; artigos
acadêmicos publicados entre 2013 a 2021, disponíveis de forma
gratuita e nos bancos de dados supracitados Foram excluídos os
artigos inferiores a 2013, resumos, artigos que não contemplavam
nenhum dos objetivos, que não respondessem à pergunta de
pesquisa e artigos repetidos encontrados nas bases de dados. O
critério de exclusão será explicado conforme a ilustração da Figura
1.

Figura 1. Fluxograma de PRISMA


Fonte: elaborado pelos autores, 2021.

RESULTADOS
Para o desenvolvimento da foram incluídos 17 artigos, presentes em
diversos periódicos diferentes, conforme descrito na tabela 1

Tabela 1. Distribuição dos artigos de acordo com o periódico de


publicação

Periódicos N°

Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento 03 03

Revista Recien 02

Revista Eletrônica Acervo Saúde 02


Brazilian Journal of Development 01

Revista Tesela 01

Revista Cientifica Sena Aires 01

Revista Miríade Científica 01

Revista Ensaios Ciência 01

Revista Ciência e Saúde Nova Esperança 01

Revista de enfermagem UFPE on line 01

Revista Saúde em Foco 01

Revista JRG de Estudos Acadêmicos 01

Research, Society and Development 01

Revista de Enfermagem UFSM 01

Texto Contexto Enfermagem 01

TOTAL 20

Fonte: elaborado pelos autores, 2021.


Os resultados encontrados durante o desenvolvimento serão
expostos no quadro 1, no qual apresenta as seguintes variáveis;
autor, título, objetivo central e metodologia.

Quadro 1 – Artigos inclusos neste estudo

Autor Título Objetivo Método

CORRÊA. Manejo da enfermagem conhecer as principais Descritivo


FLAUZINO. perante as complicações que podem exploratório
CESÁRIO, intercorrências no pós- ocorrer no pós-
2021. operatório de operatório de
angioplastia coronariana angioplastia
transluminal percutânea

RIBEIRO, A importância do Apresentar as demandas Revisão


2020. cuidado farmacêutico relativas à atividade Bibliográfica
na prevenção e clínica do farmacêutico
tratamento de doenças na prevenção e
cardiovasculares tratamento de doenças
cardiovasculares, por
meio de uma revisão
narrativa que destaca os
benefícios da participação
deste profissional nas
equipes de cuidados de
saúde.

SANTOS, Atuação da enfermagem Demonstrar a relevância Pesquisa


CESÁRIO, ao paciente com infarto da atuação da bibliográfica
2019 agudo do miocárdio enfermagem diante do
(IAM). paciente acometido pelo
IAM; descrever o
conceito de IAM;
identificar os fatores de
risco da patologia;
verificar a importância da
atuação da enfermagem
ao paciente com infarto
agudo
SILVA, et Intervenções de Realizar um Revisão
al. 2020 emergência ao paciente levantamento integrativa da
com suspeita de infarto bibliográfico acerca das literatura
agudo do miocárdio intervenções de
emergência ao paciente
com suspeita de infarto
agudo no miocárdio

PASSINHO, et Sinais, sintomas e Analisar as produções Revisão


al. 2018 complicações do infarto científicas a respeito da integrativa
agudo do miocárdio frequência dos sinais,
sintomas e complicações
do infarto agudo do
miocárdio

JÚNIOR, Percepções da dor: Conhecer as percepções Estudo


GALVÃO, diagnóstico de do sintoma da dor para descritivo e
SOUZA, 2019 enfermagem em os pacientes exploratório
pacientes infartados. diagnosticados com
Infarto Agudo do
Miocárdio (IAM)

OUCHIA, et al. Tempo de Chegada do A promoção de ações Revisão


2017 Paciente Infartado na educativas para bibliográfica
Unidade de Terapia esclarecer a população
Intensiva: a Importância sobre o reconhecimento
do Rápido Atendimento dos sintomas do Infarto
Agudo do Miocárdio
(IAM) e demostrar a
importância do rápido
atendimento inicial e
encaminhamento a
Unidade de Terapia
Intensiva para dar início
ao tratamento avançado
em melhorar a sobrevida
do paciente e diminuir a
possibilidade de sequelas.

BESSARIA, et Alterações isquêmicas Descrever as associações Pesquisa


al 2015. no eletrocardiograma e entre alterações quantitativa
associação com fatores isquêmicas encontradas
de risco para doença nos eletrocardiogramas
coronariana em (ECG), dor torácica como
pacientes com dor sintoma que levou o
torácica. doente ao serviço de
emergência e variáveis
clínicas relacionadas ao
aumento da
probabilidade de doença
arterial coronariana
(DAC).

SILVA, Assistência de Investigar o papel do Revisão


PASSOS, 2020 enfermagem à profissional de integrativa
pacientes vítimas de enfermagem na
infarto agudo do assistência à pacientes
miocárdio: uma revisão vítimas de Infarto Agudo
integrativa do Miocárdio (IAM)

VIEIRA, et Percepção dos Identificar a percepção de Estudo


al. 2016 enfermeiros de enfermeiros do serviço de qualitativo
emergência na emergência de um
utilização de um hospital do Sul do Brasil
protocolo para avaliação sobre a utilização de um
da dor torácica protocolo de
enfermagem para
classificar dor torácica,
protocolo esse, já
implementado em um
hospital privado
localizado na região
sudeste brasileira

DIAS, Avaliação do protocolo Avaliar o funcionamento Estudo de


OLIVEIRA, de dor torácica no do protocolo de dor campo,
2016. hospital do coração do torácica no Hospital do observacional,
Brasil Coração do Brasil (HCBr)
que acrescentou em sua descritivo,
funcionalidade o quantitativo e
acompanhamento do retrospectivo.
paciente desde a
emergência até sua alta
ZANETTINI, et Dor torácica aguda: Avaliar a percepção dos Estudo
al 2020. enfermeiro desafiando enfermeiros diante do exploratório
uma patologia tempo paciente com dor torácica
dependente nas portas nas portas de entrada do
de entrada hospitalares Serviço de Urgência e
Emergência de um
hospital geral

MARTINI, SAI, Assistência de conhecer o papel da


2019 enfermagem ao assistência de
paciente com infarto enfermagem frente ao Pesquisa
agudo do miocárdio paciente com infarto bibliográfica
agudo do miocárdio na
unidade hospitalar

SANTOS, Assistência de Relatar assistência de Relato de


BARBOSA, enfermagem a paciente enfermagem ao paciente experiência
AMORIM, portador de infarto com diagnóstico de
2017 agudo do miocárdio. infarto agudo do
miocárdio.

CARVALHO, A importância das A importância das Revisão


PAREJA, intervenções de intervenções de bibliográfica
MAIA, 2013 enfermagem ao enfermagem ao paciente
paciente com infarto com infarto agudo do
agudo do miocárdio miocárdio

SANTOS, et Sistematização da Levantar referências, Estudo de


al 2018 assistência de para aprofundar o Caso
enfermagem ao conhecimento sobre o
paciente acometido por tema e apresentar os
infarto agudo do perigos e implementar as
miocárdio: estudo de etapas do processo de
caso enfermagem
preconizadas pela
metodologia da
sistematização da
assistência em
enfermagem (SAE) ao
paciente vítima de infarto
agudo do miocárdio
(IAM).

SILVA, et Cuidados de Identificar nas produções Pesquisa


al 2020 enfermagem ao científicas publicadas, as bibliográfica
paciente acometido por ações realizadas pelos
infarto agudo do enfermeiros durante o
miocárdio: uma revisão atendimento de um
integrativa paciente com dor
torácica, sugestiva de
isquemia miocárdica
aguda no serviço de
emergência hospitalar

Fonte: Elaborado pelos autores (2021).

DISCUSSÃO

O INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM),


SINAIS, SINTOMAS E TRATAMENTO
O IAM está entre as maiores causas de mortalidade em diversos
países do mundo. O alto índice de mortalidade devido ao IAM é um
grave problema enfrentado por profissionais da saúde,
principalmente, da área de medicina e de enfermagem. A análise
sobre a dor comunicada pelo paciente é um dos maiores desafios
para os profissionais de saúde que atuam no setor de emergência,
pois há aspectos que envolvem subjetividade neste processo, além
de dificuldade para mensurar o nível dor de cada indivíduo. Esta
preocupação é importante, pois, ao mesmo tempo em que está
sendo atendido um indivíduo que, eventualmente, não tem IAM de
fato, pode-se estar deixando de atender outro indivíduo na fila de
espera que, de fato, tem IAM, e o risco de vida de um paciente com
IAM é enorme (PASSINHO et al., 2018)

Nesse contexto, faz-se necessário conceituar o significado de dor, a


qual é a experiência sensorial e emocional desagradável associada
a um dano real ou potencial dos tecidos, ou descrita em termos de
tal dano. Sempre é subjetiva e cada indivíduo aprende a utilizar este
termo por meio de suas experiências (JÚNIOR; GALVÃO; SOUZA,
2019)
No entanto, mesmo sabendo-se que há subjetividade e aspectos de
dificuldade para mensurar a dor de cada indivíduo durante no
diagnóstico de um suposto IAM, essa é uma atividade necessária ao
profissional de enfermagem, partindo do princípio que o eficiente e
ágil diagnóstico de IAM é de extrema importância para a análise do
quadro clínico do indivíduo. Para evitar sub tratamento neste
processo, é essencial que o profissional de enfermagem se dedique
com total atenção, sabendo-se que, para mensurar a dor de um
determinado indivíduo, é necessário observação, alto nível de
capacidade de percepção, observação e, essencialmente, acreditar
e compreender a queixa do paciente em relação à sua dor (SILVA et
al., 2020).

Durante a análise do IAM, os aspectos ‘tempo’ e ‘atendimento‘ dos


profissionais da área de saúde são essenciais no processo de
diagnóstico e, principalmente, para o devido tratamento do paciente
que efetivamente apresenta sintomas de IAM. Desta maneira, a
lentidão na solicitação de socorro, por exemplo, gera o pior
prognóstico do paciente, afinal, cada minuto, de fato, pode ser vital
para os indivíduos que apresentam sintomas de IAM e, quanto maior
a perda de tempo no período entre os primeiros sintomas até a
assistência de enfermagem ao paciente com IAM, a dimensão da
área infartada tende a crescer e, consequentemente, o risco de óbito
do paciente também cresce. A lentidão pela busca pelo socorro é tão
elevada que, aproximadamente, 20% dos pacientes que apresentam
sintomas de IAM chegam à emergência hospitalar somente duas
horas após a indicação dos sintomas de IAM comunicadas pelo
paciente (OUCHIA et al., 2017).

Em relação ao profissional de enfermagem, este deve acompanhar


permanentemente os pacientes que apresentam IAM, verificando a
ocorrência e a frequência da dor, bem como arritmias, sinais vitais,
realizar análise sobre o estado de consciência do indivíduo atendido,
fazer oxigenoterapia de acordo com a prescrição médica, realizar o
balanço hídrico de acordo com a prescrição médica, analisar
eventuais alterações clínicas do paciente, providenciar o exame de
ECG de acordo com prescrição médica, entre outras medidas
essenciais para a devida assistência de enfermagem ao paciente
com sintomas de IAM (JÚNIOR; GALVÃO; SOUZA, 2019)

Conforme Passinho et al. (2018), o IAM é uma síndrome de extrema


gravidade, considerada uma emergência que exige alto nível de
atendimento, promovidas por profissionais realmente qualificados e
preparados para tais procedimentos. Em relação aos profissionais de
enfermagem, estes são os responsáveis pela assistência nesse
processo, ou seja, são os profissionais responsável pelo cuidado aos
indivíduos esses pacientes com IAM.

Segundo Ouchia et al. (2017), o IAM (infarto) é caracterizado pela


interrupção (ou redução) repentina do fluxo de sangue por um
determinado período, cujo procedimento é responsável pelo óbito
das células do músculo cardíaco (necrose). Depois do IAM, as
células infartadas não têm mais resposta, ou seja, não tem mais
estímulo elétrico, perdendo completamente suas funções. No IAM,
em geral, o trombo é oclusivo e é mantido. O diagnóstico do IAM é
obtido por meio do ECG.

Para Passinho et al. (2018), dentre os principais aspectos de risco


do IAM, encontram os fatores de risco modificáveis e os fatores de
risco não modificáveis: Os fatores de risco modificáveis são:
dislipidemia, hipertensão arterial, diabetes mellitus, sedentarismo e
obesidade. Os fatores de risco não-modificáveis são a faixa etária e
o histórico familiar, ou seja, hereditário. Em relação aos sintomas
mais frequentes do IAM, destacam-se: precordialgia no tórax;
dispnéia; náuseas; vômitos; transpiração excessiva; pele pálida; suor
frio. Em indivíduos com diabetes, bem como indivíduos idosos e/ou
do sexo feminino, é mais frequente ocorrer o IAM por meio de
sintomas atípicos e/ou inespecíficos.

Conforme Ouchia et al (2017), quantos aos exames para


diagnosticar o IAM, são: ECG, MNM (Marcadores de Necrose do
Miocárdio) e Cateterismo. Sobre o tratamento de indivíduos com
IAM, deve-se solicitar ao paciente para mastigar 200mg (ou 300mg)
de AAS (Ácido Acetilsalicílico) e Clopidogrel. Deve-se também:
manter o paciente em repouso com o uso de oxigênio; manter
acessos venosos pervios; administrar fibrinolíticos (estreptoquinase)
e anticoagulantes (heparina não fracionada), porém o tratamento só
podera ser realizado pela a equipe de enfermagem, após a avaliação
e a prescrição médica.

Para Bessaria, et al. (2015), o IAM ocorre em cerca de 75% a 85%


dos pacientes que possuem dor torácica no geral, sentida no
membro superior esquerdo por um período de 20 minutos (ou mais).
Na análise física, em geral, somente 20% dos pacientes apresentam
transformações específicas sugestivas de IAM. Há pacientes que
demonstram sinais sem especificação e sem características
peculiares, especialmente os indivíduos do sexo feminino, os idosos
e os pacientes que apresentam diabetes. Em relação à dor do IAM,
esta pode ser confundida, por exemplo, com indigestão grave e, por
isto, é essencial que o profissional de enfermagem esteja preparado
para realizar o devido diagnóstico, bem como providenciar o devido
tratamento com alto nível de eficiência e agilidade.

Segundo Passinho et al (2018), sobre os sinais e sintomas do IAM,


geralmente, não tem uma boa definição, ou ainda, não possuem
características claras e objetivas, tais como: dor no tórax posterior;
dor na mandíbula; dor do tipo ‘queimação’ no peito; pontadas no
peito; entre outros sintomas comunicados pelos pacientes que
chegam ao setor de emergência comunicando aspectos de IAM.
Além disso, esta dor comunicada pelo paciente também pode
ocorrer juntamente com outros sinais, tais como: vômitos; suor frio;
fraqueza intensa; palpitações; falta de ar. Determinados pacientes
não sinalizam dor, limitando os sintomas a pontadas no peito,
desmaio, suor em excesso e náuseas.

Conforme Santos e Cesário (2019), diante de subjetividades,


dificuldades e, principalmente, necessidade de atendimento ágil e
eficaz sobre o paciente infartado, o profissional de enfermagem deve
realizar uma abordagem ao paciente com a finalidade de obter o
máximo de informações peculiares do paciente, agindo conforme os
sinais apresentados pelo indivíduo atendido. Após coletar as
principais informações, e obter os principais dados sobre os sinais
do paciente, o processo de diagnóstico torna-se mais eficaz e
preciso, podendo encaminhar a assistência de enfermagem de
maneira adequada e eficiente ao indivíduo atendido.

Para Júnior, Galvão e Souza (2019), durante a realização da


assistência de enfermagem ao paciente com IAM, o profissional de
enfermagem deve pesquisar e analisar os dados obtidos de forma
eficaz, com a finalidade de diagnosticas os sintomas comunicados e
apresentados pelo paciente, com o objetivo de atender corretamente
o indivíduo por meio de intervenção de enfermagem, com base nas
diretrizes de enfermagem.

Nesse contexto Silva e Passos (2020), o profissional de enfermagem


deve manter alto nível de concentração sobre o comportamento do
paciente, de forma constante, considerando que não há um
comportamento padrão entre os pacientes que apresentam IAM e,
desta maneira, o profissional de enfermagem deve manter-se
preparado para toda e qualquer ação necessária, de acordo com os
sinais apresentados e/ou comunicados pelo paciente
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PACIENTE
COM DOR TORÁCICA
A dor torácica é um diagnostico importante para investigação de
qualquer alteração fisiológica que o paciente possa apresentar. A
dor foi considerada recentemente o quinto sinal vital e vem
ganhando grandes proporções sobre a sua valorização nos últimos
tempos. Mas avaliação da dor ainda é um desafio para o enfermeiro
realizar a classificação e sua avaliação, pois este tipo de sintoma é
constantemente relatado pelos os paciente e o enfermeiro acima de
tudo deve confiar no relato feito pelo o paciente, para isto é de
extrema importância relacionar os fatores de risco com a dor descrita
pelo o paciente, nos casos do paciente com suspeitas de IAM a dor
apresentada é de forte intensidade com aperto, opressão,
queimação ou sufocação, com tempo de duração superior a 30
minutos, no qual pode ou não irradiar para mandíbula, braços,
estomago e pescoço (VIEIRA et al., 2016)

Conforme Dias e Oliveira, (2016), a dor torácica é classificada


conforme a sua caraterística e tem a seguinte classificação; Dor do
tipo A – É definitivamente anginosa e suas características fecha o
diagnóstico de síndrome coronariana aguda e não depende de
resultados de exames complementares as suas principais
características são: Desconforto/dor em região precordial ou
retroesternal. Geralmente sempre precipita qualquer esforço físico
realizado pelo o paciente e pode irradiar para mandíbula, ombro ou
face interna dos membros superiores, a sua duração e rápida
questão de minutos é alivia e para o tratamento é feito com repouso
e infusão de nitrato em <10 minutos. A dor do Tipo B – É
Provavelmente anginosa e necessita de exames complementares o
paciente apresenta os mesmos sintomas que a dor do tipo A, porém
não apresenta todas as características. A dor do Tipo C – É
Provavelmente não anginosa, suas características não leva a
hipótese de diagnóstico de síndrome coronariana, este tipo de dor
necessita de exames complementares para auxiliar no diagnostico,
tem poucas características de do anginosa e está sempre
relacionado com esforço físico. A dor do Tipo D – É Definitivamente
não anginosa: suas características não apresentam nenhuma
relação com dor anginosa.

No IAM é evidente a presença de dor intensa sempre descrita pelo o


paciente e determina no prognostico do paciente. O enfermeiro
assume papel importante no processo de avaliação da dor pois é
pela a compreensão do relato de dor fornecido pelo o paciente que o
enfermeiro vai tomar as decisões precisa para dar a melhor
assistência, por meio de avaliações e classificações.

Para Vieira et al. (2016), o enfermeiro deve estar atento as queixas


de dor torácica, pois a sua origem pode estar relacionada
diretamente a uma isquemia cardíaca, porém o sinal de queixa
álgica do tórax é subjetiva e para classificar e avaliar a dor torácica
não é simples. Para auxiliar o enfermeiro durante avaliação da dor
no tórax foram criados protocolos para sistematizar a ação dos
enfermeiros e realizar assistência de qualidade para todos os
pacientes. Alguns estudos da American Heart Association, o uso dos
protocolos é fundamenta para auxiliar o enfermeiro nas avaliações
dos pacientes com dor torácica, pois agiliza o processo de
identificação de possíveis pacientes com IAM. O enfermeiro durante
avaliação da dor torácica por meio de protocolos apresenta maior
autonomia durante o atendimento do paciente, podendo solicitar
exames como marcadores de necrose cardíaca e eletrocardiograma
(ECG), aumentando agilidade no suporte prestado para o paciente
com suspeita do IAM

Segundo Zanettini et al, (2020) o enfermeiro e importante para


prestar a assistência no paciente com dor torácica, pois além de
auxiliar diretamente no diagnostico, para reduzir as lesões
ocasionadas por IAM, as condutas do enfermeiro em paciente com
dor torácica é realizar o exame de eletrocardiograma (ECG) com as
12 derivações, coleta de exames como os marcadores séricos de
necrose miocárdica também conhecidos como biomarcadores, as
enzimas troponina I, Troponina T e CK-MB. O exame com enzimas
deve ser realizado em 2 horas e 4 horas após admissão do paciente.
O paciente necessita de monitorização continua e decúbito elevado
30° com administração de oxigênio. O tratamento precoce da dor
torácica salva vida e deve ser feito de forma rápida.

Assistência de enfermagem ao paciente com IAM


Segundo Martini e Sai (2019), para a enfermagem prestar assistência de qualidade deve
aprender a diferenciar os sinais e sintomas de IAM, para isto o enfermeiro deve treinar a
sua equipe para atuar na assistência do paciente com o IAM, pois, a enfermagem deve
prestar os cuidados de forma eficaz e eficiente desde a suspeita diagnostica até a sua
alta. O enfermeiro deve estar presente diretamente na assistência da enfermagem de
qualidade de forma integral para atender as necessidades dos pacientes com IAM.
Para Santos; Barbosa e Amorim (2017), o enfermeiro é primordial para assistência de
enfermagem no paciente com IAM, pois ele é responsável por aplicar a Sistematização
da assistência de enfermagem (SAE) é a principal ferramenta utilizada na assistência de
enfermagem para garantir a qualidade dos cuidados de enfermagem atuando na
prevenção, promoção, recuperação e reabilitação da saúde do paciente com IAM.
Aplicação da SAE no paciente com IAM facilita durante o estabelecimento de
Prioridades e planeja a assistência de enfermagem de forma individualizada com ações
voltadas ao problema de saúde apresentado pelo o indivíduo. O Enfermeiro deve ter o
conhecimento de como elaborar os diagnósticos de enfermagem para facilitar a
prescrição dos cuidados
Conforme Martini e Sai (2019), A SAE no tratamento do IAM é um instrumento que foi
elaborado para implementar e padronizar a assistência de enfermagem prestada ao
paciente, no qual identifica e monitora os problemas de saúde do paciente, durante o
processo da sistematização da assistência temos grande eficiência e eficácia, pois
podemos prestar o cuidado de forma rápida e auxiliar os profissionais sobre quais são os
cuidados de enfermagem apropriado para o paciente com IAM. A SAE permite que o
enfermeiro possa identificar as principais necessidades do paciente com uma abordagem
individualizada no qual estabelece as prioridades nas intervenções de enfermagem ao
paciente com IAM.
Conforme Carvalho; Pareja e Maia (2013), durante a elaboração da SAE o enfermeiro
realiza a coleta de dado e faz os diagnósticos de enfermagem, no qual possibilita fazer
uma investigação holísticas com base nas necessidades básicas do paciente. Os
principais diagnósticos de enfermagem no paciente com IAM são; Risco para
diminuição do débito cardíaco; Débito cardíaco diminuído; Risco para aspiração,
Integridade tissular prejudicada; Risco para Confusão Aguda; Distúrbio no padrão do
sono; Dor aguda; Mobilidade física prejudicada; Déficit no autocuidado; Risco para
infecção e Controle ineficaz do regime terapêutico individual.
Para Santos et al. (2018) o enfermeiro realiza as intervenções de enfermagem por meio
dos diagnósticos de enfermagem, as intervenções para de enfermagem para o paciente
com IAM são; Avaliação da dor torácica: localização, radiação, intensidade e duração;
realizar a verificação da circulação: checar os pulsos periféricos em MMII e MMSS,
temperatura das extremidades, cor e edema; monitorar o ritmo e frequência cardíaca;
avaliar o estado neurológico; realizar balanço hídrico; observar a respiração quanto o
ritmo, frequência, esforço e profundidade; observar presença a tosse; aferir sempre a
pressão arterial antes de administrar quaisquer medicações vasoativas; não administrar
em hipótese alguma vasodilatadores em casos de hipotensão; Sempre checar a
frequência cardíaca antes de administrar qualquer medicação digitálicos, quando a
frequência estiver abaixo de 60 bpm comunicar o enfermeiro; não realizar a
administração de trombolíticos no caso de suspeitas de dissecção da aorta ou qualquer
doença hemorrágica.
Segundo Silva et al. (2020), durante o infarto agudo na sala de emergência os principais
cuidados de enfermagem são; monitorizarão cardíaca contínua com oximetria de pulso,
repouso absoluto no leito, acesso venoso, ofertar oxigênio por meio de cateter nasal de 2
a 4 litros por minuto, realizar o ECG e solicitar exame de marcadores de lesão cardíaca
repetindo o exame após 6 ou 9 horas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nesse estudo, foi possível traçar um perfil de cuidados
necessário para que os profissionais de enfermagem possam
exercer uma melhor assistência ao paciente, demostrando a
importância da realização dos diagnósticos e cuidados de
enfermagem que podem ser implantados na rotina das equipes de
enfermagem. Foi possível conhecer as principais características do
IAM, bem como os sintomas, diagnósticos e tratamentos disponíveis,
com ênfase nas responsabilidades do enfermeiro nesse contexto.

Verifica-se que é essencial a existência de uma equipe de


profissionais treinados, qualificados e preparados com alto nível de
eficiência e conhecimento técnico para o devido atendimento aos
pacientes que relatam determinados sintomas que indicam a
ocorrência do IAM. Pelo fato de ser, em geral, o primeiro profissional
da área da saúde a ter contato com esse paciente, o enfermeiro
responsável deve ter o devido conhecimento sobre a avaliação de
sintomas e alterações no eletrocardiograma, reconhecendo um
paciente com IAM o mais breve possível, com a finalidade de agilizar
o atendimento, encaminhando as informações para a equipe médica,
acionando-os imediatamente para a prestação dos primeiros
cuidados dos especialistas. O foco na agilidade desse atendimento é
essencial, sabendo-se que diante do IAM, o tempo é um dos maiores
desafios, no sentido de reduzir a taxa de mortalidade. Assim, além
da eficiência no atendimento e diagnóstico, a agilidade para
reconhecer o IAM também torna-se fundamental para a
sobrevivência do paciente, além de oferecer melhor eficácia no
tratamento.

Apesar da assistência a pacientes nas unidades de emergência ter


melhorado nas últimas décadas no Brasil, infelizmente ainda há
muitos profissionais que se utilizam das mais diversas justificativas
para prestar uma assistência ineficiente. Mesmo diante de tamanhas
dificuldades, é possível que o enfermeiro mantenha o foco para uma
conduta onde questões sociais e psicológicas estejam inseridas,
fazendo a diferença na assistência aos pacientes com IAM,
sabendo-se que os índices de mortalidade por causa do IAM são
altíssimos.

Sugere-se, ainda, que outros estudos sejam desenvolvidos para


discutir e fortalecer a importância da assistência de enfermagem ao
paciente com IAM levando-se em consideração a evolução da área
de enfermagem, bem como os principais autores do segmento de
saúde no Brasil que tratam de assuntos relacionados à Enfermagem.
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