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OT- 02.

UBS CENTRO

ALUNOS: AFONSO PAULO, NOELI, PAULO HENRIQUE, KAROLINE e


REGIS

1. Descreva o manejo do IAM na UBS, emergência e pós-IAM.

Pacientes com dor torácica aguda, persistente ou com sinais / sintomas


sugestivos de infarto agudo do miocárdio (IAM), devem
ser imediatamente avaliados pela equipe de saúde e encaminhados
para atendimento em serviço de emergência, idealmente monitorados
em ambulância

A suspeita de IAM deve ser baseada nas informações provenientes da história


clínica e do exame clínico do paciente.

O acolhimento deve incluir as seguintes informações:

 Situação/Queixa/Duração
 Classificar a dor em intensidade pela escala de 1 a 10 (Escala visual
analógica)
 Breve histórico (relatado pelo paciente, familiar ou testemunhas)
 Uso de medicações
 Verificação de sinais vitais
 Verificação de glicemia

Característica de angina no infarto do miocárdio


Característica

Localização Em quaisquer das seguintes regiões: Tórax, epigástrio, mandíbula, om


Qualidade Aperto, peso, opressão, desconforto
Irradiação Membros superiores (direito, esquerdo ou ambos), ombro, mandíbula,
Duração Mais de 20 minutos
Fator desencadeante Sem necessidade de fator causal desencadeante
Fator de alívio Uso de nitroglicerina e derivados

Não alivia com repouso


Sintomas associados Sudorese, náusea, vômito, palidez, dispneia, pré-síncope e síncope

Em unidades com acesso ao eletrocardiograma, o mesmo deve ser realizado


em até 10 minutos, a contar do início do atendimento. A presença de
alterações de segmento ST auxilia na definição da Unidade da Rede que o
paciente será encaminhado na suspeita de SCA. Consulte o fluxograma de
atendimento de dor torácica aguda.
Pacientes com suspeita de IAM e achados de maior gravidade (dor persistente,
dispnéia, palpitações ou síncope) devem ser encaminhados para serviços de
emergência, monitorados em ambulância.

Pacientes com suspeita de IAM e sem achados de gravidade devem


ser encaminhados de forma responsável e segura ao serviço de emergência
mais próximo, com capacidade de realizar ECG e dosagem de troponina.

O conteúdo descritivo mínimo do encaminhamento deve conter todas as


informações registradas no atendimento inicial, bem como o resultado do ECG,
se disponível.

Manejo enquanto o paciente aguarda a ambulância para remoção


1) Mantenha o paciente em repouso

2) Verifique sinais vitais e realize ECG, se disponível

3) Administre AAS 100 mg 3 cp, oriente o paciente a mastigar os comprimidos

4) Se saturação de oxigênio <90% e/ou presença de desconforto respiratório,


administre oxigênio, 2 a 4L/min.

5) Administre nitrato ??? sublingual, podendo repetir a dose em 15 min (15 mg


no máximo)

Atenção: Não administre nitrato em pacientes hipotensos (PAS < 90 mmHg) ou


bradicárdicos (FC < 50), ou que tenham feito uso de inibidores da
fosfodiestarese-5 nas últimas 24 horas (sidenafila) ou 48h (tadalafina).
Administrar com cautela em pacientes com suspeita de infarto de ventrículo
direito
6) O uso de morfina endovenosa está reservado para pacientes com dor
intensa e refratária, doses de 2 a 4 mg, podendo ser repetida em 15 minutos na
dose de 2 mg

OLHAR O ARQUIVO DO ATENDIMENTO NA EMERGENCIA

Acompanhamento
Os pacientes pós-infarto apresentam maior risco de eventos cardiovasculares
e necessidade de ajustes no tratamento farmacológiconos 12 primeiros meses,
sendo recomendadas pelo menos 2 consultas de acompanhamento no primeiro
ano e a primeira consulta deve ser realizada, preferencialmente, nos 3
primeiros meses.

Primeira consulta:

 Pacientes definidos como de baixo risco na internação (sem disfunção


ventricular e com lesão de vaso único) e que tenham realizado
revascularização completa após um IAM, devem ser reavaliados
na Atenção Primária entre 2 e 6 semanas após a alta hospitalar e
acompanhados de forma longitudinal
 Pacientes com maior gravidade (com disfunção ventricular, lesão de
múltiplos vasos ou revascularização incompleta) recomenda-se uma
avaliação dentro de 14 a 30 dias na Atenção Especializada e
acompanhamento de forma longitudinal compartilhado com a Atenção
Primária

Segunda consulta: Deve ser realizada, idealmente, em 3 meses após a


avaliação inicial, entretanto, essa recomendação deve ser individualizada e
adequada às necessidades de cada paciente.

Para os pacientes que permanecem assintomáticos e com fatores de risco


controlados no primeiro ano, é recomendada a reavaliação anual na Atenção
Primária.

https://linhasdecuidado.saude.gov.br/portal/infarto-agudo-do-miocardio

2. Quais as principais políticas públicas do IAM e como aborda-las?

Estratégias
Conhecido popularmente como "ataque cardíaco", o Infarto Agudo do
Miocárdio acontece quando há um bloqueio do fluxo sanguíneo para o
músculo cardíaco. Sem sangue, o tecido do coração perde oxigênio, o
que pode levar à morte. Em uma situação de urgência como essa, os
primeiros minutos são essenciais para o paciente e a abordagem correta
diminui o risco de óbitos.
Por isso, na Linha de Cuidado, o Ministério da Saúde expande e
qualifica as ações de telemedicina e tele-ECG (Eletrocardiograma) no
SAMU. O Eletrocardiograma é o exame que avalia a atividade elétrica
do coração, observando o ritmo, quantidade e velocidade dos impulsos
elétricos, para detectar alguma anormalidade. A emissão do laudo pode
ser feita a distância, ainda no atendimento pré-hospitalar, para agilizar
as ações necessárias nos primeiros minutos. O exame que pode ser
feito em uma Unidade de Suporte Avançado (USA), por exemplo, foi
incluído na Tabela de Procedimentos do Sistema Único de Saúde
(SUS).
Essa nova estratégia também institui o uso da trombólise pré-hospitalar
durante o atendimento no SAMU. O trombolítico é um medicamento que
atua na dissolução do coágulo, para restaurar o fluxo sanguíneo. A
aplicação feita nos primeiros minutos diminui o risco de sequelas e
morte. Para isso, a Linha de Cuidado promove a comunicação imediata
entre o serviço de urgência e emergência e o hospital que irá receber o
paciente, com expedição de laudo de eletrocardiograma e uma segunda
opinião à distância. Assim, os responsáveis pelo primeiro atendimento
terão segurança para aplicar o medicamento, dentro do tempo
recomendado, com o auxílio da equipe médica preparada para atender o
caso no hospital.
O Ministério da Saúde também reajusta os valores dos procedimentos
relacionados à trombólise pré-hospitalar e hospitalar para o Infarto
Agudo do Miocárdio, além do reajuste para procedimentos como
cateterismo cardíaco adulto e pediátrico. A angioplastia coronariana,
procedimento minimamente invasivo para desobstruir e aumentar o fluxo
de sangue para o coração, também será reajustada na tabela SUS e
migrará para outro tipo de financiamento, por meio do Fundo de Ações
Estratégicas e Compensações (FAEC).
A portaria ainda institui a mudança da angioplastia coronariana eletiva
para a modalidade do tipo ambulatorial. Isso significa que o paciente
poderá ter alta algumas horas após o procedimento, se estiver dentro
dos critérios clínicos necessários. A alteração irá melhorar a qualidade
de vida do paciente e promover maior disponibilidade de leitos para o
SUS.
A nova estratégia cria ainda o procedimento de fisioterapia para
reabilitação dos pacientes que sofreram Infarto Agudo do Miocárdio. O
tratamento é necessário já que muitas pessoas apresentam perda na
capacidade funcional, com dificuldade de retornar às suas atividades
familiares, sociais e profissionais. A estimativa do Ministério da Saúde é
que cerca de 85% desses pacientes irão se beneficiar com o
atendimento fisioterapêutico pelo SUS e melhorar a qualidade de vida.
Cuidados com o coração no SUS
O lançamento da Linha de Cuidado amplia ainda mais os atendimentos,
procedimentos e tratamento para doenças cardíacas pelo SUS. A rede
pública conta com 311 estabelecimentos de saúde habilitados em alta
complexidade cardiovascular no Brasil. Em média, são feitos mais de
128 mil procedimentos por ano relativos ao Infarto Agudo do Miocárdio,
como angioplastias, cateterismos, intervenções cirúrgicas, entre outros.
O investimento, em média, nesses procedimentos é de R$ 500 milhões
por ano.
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2021/

3. Conceitue IAM, quadro clínico (diferenciar dor típica e atípica).

Infarto agudo do miocárdio é necrose miocárdica resultante de


obstrução aguda de uma artéria coronária. Os sintomas incluem
desconforto torácico com ou sem dispneia, náuseas e/ou diaforese. O
diagnóstico é efetuado por ECG e pela existência ou ausência de
marcadores sorológicos. O tratamento consiste em fármacos
antiplaquetários, anticoagulantes, nitratos, betabloqueadores, estatinas
e terapia de reperfusão. Para infarto do miocárdio com elevação do
segmento ST, reperfusão de emergência com fármacos fibrinolíticos,
intervenção percutânea ou, ocasionalmente, cirurgia de
revascularização do miocárdio. Para infarto do miocárdio sem elevação
do segmento ST, a reperfusão é por meio de intervenção percutânea
ou cirurgia de revascularização do miocárdio.

Ela pode ser típica ou atípica. A dor típica se apresenta como uma dor
no meio ou à esquerda do peito, tipo aperto, pressão ou peso, muitas
vezes com irradiação para o braço esquerdo, mandíbula e/ou costas. A
dor é desencadeada por esforço físico, estresse emocional ou após uma
refeição exagerada. A angina do infarto apresenta piora gradual e é
normalmente acompanhada de suores, falta de ar, palidez, inquietação e
por vezes, náuseas e vômitos. Ao contrário da angina estável, no infarto,
a dor dura vários minutos e não há alívio com repouso.

Entretanto, nos doentes que desenvolvem infarto com uma


apresentação atípica, o diagnóstico torna-se mais difícil. Isto ocorre mais
comumente em idosos, mulheres e diabéticos. Nesses casos, as
apresentações podem ser as mais diversas, até mesmo sem dor!
Nesses casos, geralmente os sintomas se resumem a cansaço intenso,
náuseas ou um desconforto no peito/abdome. São os pacientes que
mais demoram a procurar atendimento médico e por isso, os que têm
mais complicações.

4. Cite os diagnóstico diferenciais do IAM.

O diagnóstico diferencial inclui aneurisma de aorta torácica, pericardite


aguda, tamponamento cardíaco, pneumotórax, pneumomediastino,
tumores torácicos, exsudatos, fratura de arcos costais, neuralgia
intercostal; insuficiência cardíaca congestiva descompensada, asma
aguda, exacerbação de DPOC, pneumonias, tuberculose
pleuropulmonar e bronquiectasias.(1,2)

5. Descreva a epidemiologia (Brasil e mundo).


O IAM representa as maiores causas de morte no Brasil e no mundo,
sendo a doença cardiovascular que mais leva a óbito nas primeiras
horas após o início dos sintomas, onde 65% das mortes ocorrem na
primeira hora e 80% nas primeiras 24h após a manifestação dos
sintomas (FRANÇA et al, 2020). Segundo a Organização Mundial da
Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares ocupam as principais
causas de morte no mundo. Somente em 2015, estima -se que 17,7
milhões de pessoas morreram por alguma doença do coração (OMS,
2017; 2020).

Estima-se que, no Brasil, ocorram de 300 mil a 400 mil casos anuais de
infarto e que a cada 5 a 7 casos, ocorra um óbito. Para diminuir o risco
de morte, o atendimento de urgência e emergência, nos primeiros
minutos, é fundamental para salvar uma vida.

6. Quais os marcadores bioquímicos da lesão miocárdica para


diagnóstico e exclusão da IAM.

As troponinas e creatinoquinase (CK) são as recomendados pela


Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) para a avaliação diagnostica
de lesão miocárdica. As troponinas cardíacas (cTn) são consideradas o
padrão ouro no diagnostico do IAM, pois possuem alta sensibilidade e
especificidade.

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