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HOSPITAL FUNDAÇÃO PRÓ PINHAIS

TRABALHO DE CONCLUSÃO

INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

DAIANE KUNHUCHENE DA SILVA

PINHAIS-PR

2023
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INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

Trabalho de conclusão de curso


apresentado ao Hospital fundação pró
Pinhais – como parte das exigências do
internato rotatório com inicio em
Junho/2022 e término em março/2023.

Pinhais/Pr

2023
RESUMO

Este estudo apresenta como justificativa a necessidade de demonstrar a importância do


reconhecimento precoce dos sintomas em pacientes que sofreram um infarto agudo do
miocardio. Devido ao alto índice de mortes que ocorrem no Brail e em todo o mundo, o objetivo
deste trabalho é analisar as causas, a fisiopatologia e as medidas de tratamento do IAM . Os
objetivos específicos são: identificar se o tempo impacta positivamente na recuperação dos
pacientes que sofreram infarto agudo do miocárdio; analisar a sobrevida dos pacientes com
Infarto Agudo do Miocárdio. Dentre os resultados foi evidenciado que a maioria dos pacientes
que procurou atendimento hospitalar antes de 3 horas e que foram atendidos com rapidez,
obtiveram um melhor prognóstico . Assim ,conclui-se que quanto mais rápido for o atendimento
ao paciente com infarto, melhor será a sua evolução, e maiores serão as chances de prevenir a
insuficiência cardíaca e de reduzir a mortalidade.

Palavras-chave: Infarto do Miocárdio; Síndrome Coronariana Aguda; insuficiencia cardiaca,


sobrevida de pacientes infartados;
AGRADECIMENTOS

A Deus, pela minha vida, e por me permitir ultrapassar todos os obstáculos encontrados ao longo
dessa caminhada.

A minha Familia que sempre esteve ao meu lado, Pai, mãe e irmãs; em especial a minha tia Mirian
e minha prima Ketlin que me incentivaram do inicio ao fim.

Aos meus colegas, por compartilharem comigo tantos momentos de descobertas e aprendizado e
por todo o companheirismo ao longo deste percurso.

A toda equipe do Hospital fundação pró pinhais, essencial no meu processo de formação
profissional, pela dedicação, e por tudo o que aprendi ao longo do internato rotatório.
ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO-------------------------------------------------------------------------06
2.OBJETIVOS------------------------------------------------------------------------------07
2.1 OBJETIVO GERAL-------------------------------------------------------------------07
2.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS---------------------------------------------------------07
3. O CORAÇÃO:ANATOMIA E FISIOLOGIA------------------------------------08
4. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO--------------------------------------------10
4.1 CONCEITO DE IAM------------------------------------------------------------------10
4.2 ETIOLOGIA----------------------------------------------------------------------------10
4.3 MANIFESTAÇÕES CLINICAS-----------------------------------------------------10
4.4 FISIOPATOLOGIA--------------------------------------------------------------------11
4.5 DIAGNÓSTICO------------------------------------------------------------------------11
4.6 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL---------------------------------------------------12
4.7 TRATAMENTO------------------------------------------------------------------------12
4.8 COMPLICAÇÕES---------------------------------------------------------------------15
4.9.1 PREVENÇÃO------------------------------------------------------------------------16
4.9.2 REABILITAÇÃO--------------------------------------------------------------------16
5. RESULTADOS E CONCLUSÃO---------------------------------------------------17
6. METODOLOGIA----------------------------------------------------------------------18
7. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS---------------------------------------------19
8. ANEXOS---------------------------------------------------------------------------------20
1. INTRODUÇÃO

O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) caracteriza-se pela destruição permanente de células


miocárdicas, provocado pelo desequilíbrio entre o suprimento e a demanda de oxigênio do
miocárdio, devido à obstrução das artérias coronárias. À medida que as células são privadas de
oxigênio, a isquemia se desenvolve, ocorre à lesão celular e, com o passar do tempo, a falta de
oxigênio resulta em infarto ou morte das células.
O estudo do infarto agudo do miocárdio (IAM) é fundamental pela alta prevalência, mortalidade
e morbidade da doença. Estudos epidemiológicos revelam taxas de mortalidade geral ao redor de
30%, sendo que metade dos óbitos ocorrem nas primeiras duas horas do evento e 14% morrem
antes de receber atendimento médico. No entanto, os pacientes admitidos nos serviços de
emergência precocemente foram os que mais se beneficiaram dos avanços terapêuticos das últimas
décadas. A mortalidade intra-hospitalar, ao redor de 30% antes de 1960, diminuiu para 16% com o
advento das unidades coronarianas. Posteriormente, com o desenvolvimento dos fibrinolíticos e da
angioplastia primária, as taxas declinaram até cerca de 6%-8% nos primeiros 30 dias após o
infarto. Assim, o prognóstico desses pacientes depende fundamentalmente da agilidade em
alcançar um serviço médico e na eficiência desse serviço em obter a reperfusão coronariana o mais
rápido possível.
A elevação do tempo de isquemia durante o infarto agudo do miocárdio está diretamente
relacionada à lesão permanente e mortalidade do paciente. O infarto agudo do miocárdio é
caracterizado pela elevação de biomarcadores cardíacos e bioquímicos, além das alterações
eletrocardiográficas atribuídas a uma interrupção do fluxo coronário para o tecido cardíaco. A
extensão da lesão do tecido do miocárdio permanente, o dano e, consequentemente, o aumento da
mortalidade, dependem da duração da isquemia.
2. OBJETIVOS

2.1- Objetivo geral:

 Analisar a importância do reconhecimento precoce dos sinais e sintomas em


pacientes com IAM.

2.2- Objetivos específicos:

 Identificar a s c a u s a s , d i a g n ó s t i c o e t r a t a m e n t o d o I A M .
 Demonstrar a sobrevida dos pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio.
3. O CORAÇÃO: ANATOMIA E FISIOLOGIA

O coração humano é um órgão muscular oco que representa a parte central do sistema
circulatório. Ele mede cerca de 12 cm de comprimento e 9 cm de largura. Pesa, em média, de 250 a
300 g nos adultos. A função do coração é bombear sangue para todo o corpo. Do seu lado
esquerdo, o coração bombeia sangue oxigenado (arterial) para todos os órgãos e outras partes do
corpo. O lado direito bombeia sangue venoso para os pulmões. O coração humano localiza-se na
parte central da caixa torácica, pouco inclinado para a esquerda. Situa-se entre os pulmões e atrás
dele encontram-se o esôfago e a artéria aorta. O coração humano divide-se internamente em quatro
cavidades:

Dois átrios: Cavidades superiores por onde o sangue chega ao coração;

Dois ventrículos: Cavidades inferiores por onde o sangue sai do coração.

O átrio direito comunica-se com o ventrículo direito e o átrio esquerdo comunica-se com o
ventrículo esquerdo. Entre os átrios e os ventrículos existem válvulas que regulam o fluxo
do sangue e impedem seu refluxo, ou seja, o retorno do sangue dos ventrículos para os átrios. São
as chamadas válvulas atrioventricular direita e a válvula atrioventricular esquerda. Por muito
tempo, as válvulas atrioventriculares eram denominadas tricúspide (direita) e bicúspide ou mitral
(esquerda). A parede cardíaca é formada por três túnicas: pericárdio, endocárdio e miocárdio. A
função primordial do coração é bombear sangue para todo o corpo. Para isso, ele funciona como
uma bomba dupla, o seu lado esquerdo bombeia sangue oxigenado (arterial) para diversas partes
do corpo. Enquanto isso, o lado direito bombeia sangue venoso para os pulmões. O sistema
circulatório ou cardiovascular, formado pelo coração e vasos sanguíneos, é responsável pelo
transporte de nutrientes e oxigênio para as diversas partes do corpo. A circulação sanguínea
corresponde a todo o percurso do sistema circulatório que o sangue realiza no corpo humano, de
modo que no percurso completo, o sangue passa duas vezes pelo coração. Esses circuitos são
chamados de pequena circulação e grande circulação.

A vacularização cardiaca e composta pelas artérias coronárias e pelo seio coronário.


As artérias coronárias são duas, uma direita e outra esquerda. Elas têm este nome porque ambas
percorrem o sulco coronário e são as duas originadas da artéria aortas. A artéria, logo depois da
sua origem, dirige-se para o sulco coronário percorrendo-o da direita para a esquerda, até ir se
anastomosar com o ramo circunflexo, que é o ramo terminal da artéria coronária esquerda que faz
continuação desta circundado o sulco coronário.

A Artéria Coronária Direita: da origem a duas artérias que vão irrigar a margem direita e a parte
posterior do coração, são ela artéria marginal direita e artéria interventricular posterior.

A Artéria Coronária Esquerda, de início, passa por um ramo por trás do tronco pulmonar para
atingir o sulco coronário, evidenciando-se nas proximidades do ápice da aurícula esquerda. Logo
em seguida, emite um ramo interventricular anterior e um ramo circunflexo que da origem a artéria
marginal esquerda.Na face diafragmática as duas artéria se anastomosam formando um ramo
circunflexo. O sangue venoso é coletado por diversas veias que desembocam na veia magna do
coração, que inicia ao nível do ápice do coração, sobe o sulco interventricular anterior e segue o
sulco coronário da esquerda para a direita passando pela face diafragmática, para ir desembocar no
átrio direito. A porção terminal deste vaso, representada por seus últimos 3 cm forma uma
dilatação que recebe o nome de seio coronário. O seio coronário recebe ainda a veia média do
coração, que percorre de baixo para cima o sulco interventricular posterior e a veia pequena do
coração que margeia a borda direita do coração. Há ainda veias mínimas, muito pequenas, as quais
desembocam diretamente nas cavidades cardíacas.
4. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

4.1 CONCEITO DE IAM


Infarto agudo do miocárdio é uma lesão isquêmica do músculo miocárdio, devido à falta de fluxo
sanguíneo, consequentemente de oxigenação, ocasionado geralmente pela formação de um
coágulo dificultado pela aterosclerose (Formação de placas de gordura) obstruindo a artéria
coronária.

4.2 ETIOLOGIA
O IAM pode ser definido como necrose do músculo cardíaco como consequência de uma isquemia
miocárdica. Essa isquemia pode se dar de diversas formas e a anamnese dará oportunidade de ser
realizado um diagnóstico diferencial de qualidade, otimizando o tratamento do paciente. A mais
recente classificação inclui cinco tipos de IAM: 1.espontâneo: por ruptura, dissecção ou erosão de
placa ateromatosa; 2. secundário à desequilíbrio isquêmico como espasmo, embolia, taquiarritmia,
hipertensão ou anemia; 3. resultante em morte e sem biomarcadores coletados; 4 a) relacionado à
intervenção coronária percutânea ou b) resultante de trombose de stent; e por fim, 5. relacionado à
cirurgia de revascularização do miocárdio. A mais prevalente forma de IAM é do tipo 1,
decorrente de placa ateromatosa. A doença aterosclerótica é uma doença crônica, que oclui as
coronárias, impedindo que o fluxo sanguíneo se altere conforme a necessidade do miocárdio. As
placa de aterosclerose podem variar entre estável e instável ao longo de sua evolução e, no caso de
placas estáveis, em situações que aumentem a demanda de oxigênio (ex: durante o exercício
físico), o fluxo não consegue adequar-se à necessidade devido a essa obstrução, levando a
isquemia, necrose e dor. Essa mesma placa estável pode se tornar instável ou seja, se romper,
liberando metabólitos e produtos necróticos, gerando um risco de hipercoagulabilidade, que
poderá ocluir em definitivo a artéria, gerando o infarto. A placa aterosclerótica se desenvolve a
partir da oxidação do acúmulo de LDL que se deposita nas paredes das artérias, gerando um
processo inflamatório intenso, levando à calcificação. A estabilidade da placa depende da
espessura da calcificação.

4.3 MANIFESTAÇÕES CLINICAS


Em uma população típica de pacientes que procuram a emergência com dor torácica aguda, em
torno de 20% apresentam IAM ou Angina Instável. A dor típica de isquemia de miocárdio é
angina, que é normalmente descrita como pressão ou aperto “pesados” no tórax, uma “queimação”
ou dificuldade para respirar. Frequentemente está associada a irradiação para pescoço, ombro
esquerdo ou braço. Comumente tem início sem fatores desencadeantes precisos. Há um fator
circadiano claramente atestado em múltiplos estudos que mostram predisposição para IAM entre
06h e 12h, período em que há aumento sérico do nível de catecolaminas, cortisol e incremento na
adesividade de plaquetas. São dores ditas atípicas as que tem chances reduzidas de serem
representativas de lesão ou isquemia do miocárdio: dor pleurítica (em facada e com piora ao tossir
ou respirar), · dor primariamente ou somente em abdome médio ou inferior, ou que se irradia para
extremidades inferiores, · dor que pode ser localizada com a ponta do dedo, especialmente se no
ápix, dor reprodutível com movimentação ou palpação de tórax ou membros superiores, dor
constante há várias horas, episódios de dor fugaz. Estudos com grandes populações de pacientes
com dor torácica indicam que mesmo em dores atípicas o diagnóstico de síndrome coronariana
aguda é possível, portanto um fator isolado não pode excluir a possibilidade diagnóstica. Há
grupos de pacientes com risco aumentado para apresentação atípica de infarto agudo do miocárdio:
idosos, mulheres, diabéticos, pacientes com insuficiência cardíaca ou marcapasso. É de
fundamental importância além de caracterizar a queixa principal, colher uma história pregressa
para risco cardiovascular e eventos isquêmicos prévios (lembrar que em caso de IAM há menos de
28 dias o uso de CK-MB não é recomendado). Precisar o momento de início dos sintomas é
relevante para acompanhar a curva de enzimas marcadoras e planejar estratégias de reperfusão
miocárdica. Exame físico: durante o exame físico deve-se verificar pressão arterial e frequência
cardíaca, pois além de aguçarem o quadro clínico auxiliam na decisão do uso posterior de
determinados fármacos como beta-bloqueadores. Frisa-se a importância de tanto no ECG quanto
no exame físico avaliar possíveis arrtimias como causa ou consequência da SCA. Sinais como
hipotensão, tempo de enchimento capilar, confusão mental, oligúria levam a pensar em choque
cardiogênico.A avaliação respiratória deve observar sinais de congestão pulmonar (ausculta com
crepitantes, turgência jugular) ou desconforto respiratório.O exame físico deve atentar para
possíveis sinais focais neurológicos em um paciente com síndrome coronariana aguda, pois a
concomitância de AVC e IAM não é rara. Finalizando, durante o exame clínico é importante
avaliar secundariamente a presença de causas que possam interferir nos exames laboratoriais e no
ECG, como pericardite, endocardite, sepse, crise hipertensiva, uso de drogas, rabdomiólise, lesão
renal aguda ou crônica.

4.4 FISIOPATOLOGIA
O termo infarto do miocárdio significa basicamente a morte de cardiomiócitos causada por
isquemia prolongada. Em geral, essa isquemia é causada por trombose e/ou vasoespasmo sobre
uma placa aterosclerótica. O processo migra do subendocárdio para o subepicárdio. A maior parte
dos eventos é causada por rotura súbita e formação de trombo sobre placas vulneráveis,
inflamadas, ricas em lipídios e com capa fibrosa delgada. Uma porção menor está associada à
erosão da placa aterosclerótica. Existe um padrão dinâmico de trombose e trombólise
simultaneamente, associadas a vasoespasmo, o que pode causar obstrução do fluxo intermitente e
embolização distal (um dos mecanismos responsáveis pela falência da reperfusão tecidual apesar
da obtenção de fluxo na artéria acometida). Dentro de um espectro de possibilidades relacionadas
com o tempo de evolução, o miocárdio sofre progressiva agressão representada pelas áreas de
isquemia, lesão e necrose sucessivamente. Na primeira, predominam distúrbios eletrolíticos, na
segunda, alterações morfológicas reversíveis e na última, danos definitivos. Da mesma forma,
essas etapas se correlacionam com a diversidade.

4.5 DIAGNÓSTICO
O Infarto agudo do miocárdio é diagnosticado a partir de ferramentas clínicas utilizadas para
diferenciar a origem da dor torácica, sendo elas: a adequada anamnese, averiguação dos sinais
vitais e do quadro clínico, realização do eletrocardiograma (ECG) e dosagem dos marcadores
cardioespecífico (Creatina fosfoquinase total (CK-MB-TOTAL), Creatina fosfoquinase fração MB
(CK-MB), Mioglobina e Troponina apresentam maior importância diagnóstica).
. O ECG é o exame mais simples no diagnóstico do IAM, o primeiro a ser utilizado na chegada do
paciente ao pronto atendimento, que junto a dosagem dos marcadores de lesão miocárdica
auxiliam no diagnóstico e na diferenciação das causas de dor torácica. O diagnóstico clínico é
realizado por meio dos exames clínicos e da avaliação das manifestações clínicas do IAM, como
sinais e sintomas característicos da doença cardiovascular. O quadro típico do IAM é
desencadeado por estresse emocional ou esforço físico, tendo como característica fundamental a
dor em aperto prolongada, habitualmente localizada na região precordial ou abdominal alta que se
irradia para os membros superiores esquerdos, como pescoço, ombro, mandíbula, braço e mão
esquerda. No exame clínico é observada a alteração da pressão arterial, podendo apresentar
arritmia e a dor intensa pode estar acompanhada de falta temporária de consciência, palidez, suor
frio, faltar de ar, ansiedade, inquietação, fraqueza muscular.

4.6 DIAGNÓSTICO DIFERENCAL


Em razão da alta mobimortalidade associado das doenças cardiovasculares, as SCA (IAM ou
angina instável) estão entre os principais diagnósticos diferenciais da dor torácica- A abordagem
inicial desses pacientes deve ser feita sempre com a finalidade de confirmar ou afastar esse
diagnóstico, porém, não se deve esquecer de outras causas potencialmentegraves:
Síndromes aórticas agudas (dissecção de aorta)
Embolia pulmonar
Pneumotórax
Pericardite e/ou tamponamento cardíaco
Ruptura esofágica com mediastinite

4.7 TRATAMENTO
Medidas realizadas na fase pré- hospitalar
É frequente o profissional no atendimento pré-hospitalar confundir os sintomas do IAM com
outras patologias, realizando intervenção de forma errônea, retardando o atendimento e
diminuindo as chances de sobrevida do paciente. Conforme dados da IV Diretriz de IAM, cada vez
mais tem sido salientada a importância da identificação rápida e eficiente de pacientes com
isquemia miocárdica nos serviços de emergência. Para que isso ocorra é necessário que o
profissional tenha domínio acerca do tema, sabendo reconhecer todos os sinais e sintomas
inerentes ao IAM. Quanto maior o tempo desde o início dos sintomas até a instituição do
tratamento (reperfusão química ou mecânica) maior a ocorrência de complicações, portanto o
atendimento e transporte ao serviço de emergência devem ser o mais rápido possível. O objetivo é
identificar os pacientes candidatos à terapia de reperfusão e realização de diagnóstico diferencial.

o coração pode perder em média um terço de seu músculo, para evitar danos maiores o ideal é que
o paciente seja atendido o quanto antes. Se o atendimento ocorrer em até 60 ou 90 minutos, boa
parte dessa musculatura pode ser recuperada; se demorar mais de 6 horas no atendimento, as
células perdidas já não podem mais se regenerar. Depois da morte dessas células musculares, o
músculo cardíaco sofre uma cicatrização e um processo de fibrose muscular. Esse processo pode
prejudicar a elasticidade do músculo, diminuindo a capacidade de bombeamento do sangue.
Estudos recentes, embora não metodologicamente adequados, analisam o impacto da abordagem
do IAM na fase pré-hospitalar com o uso ou não de fibrinolíticos, a realização de
eletrocardiografia, o uso de aspirina ou na comparação com a abordagem intra-hospitalar. Para
otimizar o tempo de atendimento e minimizar ou zerar os danos decorrentes de um infarto é
necessário que a equipe de APH, desde o técnico de regulação médica até o suporte avançado
(Médico, Enfermeiro e Tec. Enfermagem) estejam aptos a reconhecer os sintomas e iniciar o
atendimento. Após chegada da equipe de urgência ao local e constatação do quadro de IAM por
diagnóstico clinico e eletrocardiográfico (realizado em até 10 minutos), com ou sem lesão
instalada, a equipe deverá prontamente iniciar o atendimento primário com a instalação do método
MONABCH, lembrando que segundo a American Heart Association, o tempo porta-agulha não
deverá exceder 30 minutos e o tempo porta-balão 90 minutos.

Medidas realizadas na fase intra- hospitalar


Com o advento, em 1960, das Unidades de Tratamento Intensivo e, em seguida, das Unidades
Coronárias, a mortalidade de pacientes acometidos por IAM caiu, aproximadamente, para 15%,
fundamentalmente por conta de melhor controle das arritmias. A partir da década de 1980, houve
plena confirmação de evidências demonstradas experimentalmente, apontando para os benefícios
da recanalização da artéria coronária relacionada ao IAM, basicamente, com o uso dos
fibrinolíticos e dos novos processos de intervenção percutânea. Com essa abordagem, a incidência
de óbitos em pacientes com IAM atingiu os atuais 8-10%. Apesar disso, o IAM continua sendo
uma causa líder de mortalidade no mundo ocidental, ocupando o primeiro lugar na lista das

principais causas de mortes no mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde – OMS,
por conta da sua alta prevalência. O IAM sendo uma das causas, líder de mortalidade no mundo,
obriga os profissionais de saúde a aprofundarem seus conhecimentos acerca do tema para uma
prestação de cuidados direcionado ao problema, visando aumentar a chance de sobrevida e
minimizar os danos recorrentes de lesões ocasionadas pelo IAM. Para tanto, é necessário que além
do atendimento eficaz e a rápida transferência para o centro de referência pelas equipes de
emergência, o paciente seja muito bem assistido pela equipe de terapia intensiva durante todo o
período de tratamento, pois de acordo com Porto (2002), a maioria dos reinfartos ocorre nas
primeiras 24 horas. Nessa fase inicial de internação, o paciente deverá ser monitorizado
continuamente. O uso de O2 contínuo e drogas que reduzam a dor causada pela baixa
concentração de O2 circulante deverá ser mantido para evitar o sofrimento do músculo cardíaco
devido a diminuição da quantidade de sangue. O tempo mínimo de internação do paciente na UTI
deverá ser de, pelo menos, 72 horas, pois há a necessidade de observação dos parâmetros
hemodinâmicos continuamente devido às circunstâncias de complicações que possam vir a ocorrer.
Durante esse período de internação na Unidade de Terapia Intensiva, o paciente deverá ser
submetido a exames de ECG e dosagens enzimáticas seriadas para o diagnóstico conclusivo de
IAM, após deverá ser discutido, pela equipe, o melhor tratamento de reperfusão coronariana a ser
adotado. A reperfusão poderá ser realizada, de forma mecânica ou através da administração de
drogas, que dissolvam o coágulo, também chamado de agentes trombolíticos, estas medicações são
indicadas nos casos em que o paciente não se encontrar em condições de ser submetido a uma
angioplastia imediata. Nos casos em que não haja contraindicação, a angioplastia poderá ser
realizada. Assim, o paciente será encaminhado ao setor de hemodinâmica para fazer um
cateterismo cardíaco. Será introduzido um cateter por um vaso sanguíneo de grande calibre em
direção ao coração. O contraste é injetado para localizar o bloqueio na artéria coronária,
concluindo o diagnóstico preciso da lesão e sua localização. Logo que se detecta a localização da
lesão, é realizada a angioplastia na tentativa de desbloquear a artéria coronária. Durante a
angioplastia é introduzido um cateter através do bloqueio e, então, o balão é insuflado, o “stent”
(pequeno tubo expansível) comprime o coágulo e a placa de ateroma mantém a artéria aberta
permitindo novamente a passagem de sangue pela luz do vaso. Existe também a opção de realizar
cirurgias, nas quais serão feitas pontes de veia safena ou mamária criando uma via alternativa de
passagem do sangue para irrigar o miocárdio. Após o período de 72 horas de internação na UTI,
em que não tenha ocorrido nenhuma complicação pós angioplastia ou cirurgia para colocação das
pontes, o paciente poderá ser transferido para uma unidade semi-intensiva ou leito privativo,
limitando o número de visitas e o esforço físico do paciente. Por volta do quarto dia de
recuperação, o paciente já poderá realizar atividades de leve impacto, por tempos breves, como
sentar em poltrona, no entanto deve estar em constante monitoramento para que não haja alteração
clínica devido esta atividade física. A alimentação neste período também deverá receber uma
atenção especial, a fim de evitar alimentos que contribuam para a ocorrência de um novo IAM.
Todos os pacientes acometidos por IAM correm grande risco de recorrência da doença, assim
sendo, é necessário que seja incluído no tratamento diário algumas medicações que irão minimizar
o risco de reinfarto. Após a alta, o paciente deverá adotar um estilo de vida saudável, incluindo em
suas atividades diárias, as atividades físicas moderadas de preferência as aeróbicas como
caminhadas, natação e ciclismo em combinação com alimentação saudável. A frequência é de três
a cinco vezes por semana, sempre acompanhados de um período inicial de aquecimento e um
período de relaxamento após cada exercício. Os indivíduos com doenças mais graves devem se
exercitar, sob supervisão médica. Os distúrbios emocionais são comuns nos pacientes acometidos
pelo IAM, sendo indicado como tratamento o acompanhamento psicológico com o objetivo de
diminuir os níveis de estresse, que é um fator de risco para a recorrência do IAM.

4.8 COMPLICAÇÕES
O IAM pode complicar com ruptura aguda de parede livre, com evolução para colapso
hemodinâmico. Nesse caso, serão observados sinais de tamponamento cardíaco. Outra
complicação possível e a insuficiencia cardiaca, a ruptura subaguda de parede livre, a
comunicação interventricular (IAM de parede inferior), insuficiência mitral (por dilatação do anel
mitral secundária a dilatação ventricular, disfunção ou ruptura dos músculos papilares). Na maioria
desses casos, a conduta será cirúrgica
4.9.1 PREVENÇÃO
A melhor forma de prevenir um IAM é manter um estilo de vida saudavel. Dentre as medidas
indicadas estão: não fumar, evitar bebidas alcoólicas, perder peso quando necessário, praticar
exercícios físicos regularmente, manter boa alimentação. Realizar controle rigoroso de doenças
preexistentes como diabetes, hipertensão e colesterol alto. Evitar estresse e ansiedade, mesmo que
necessite de medicação para este resultado.

4.9.2 REABILITAÇÃO
O processo de reabilitação pode ser apontado como um cuidado fundamental após um infarto.
Estudos comprovam que quando realizado de forma correta, reduz consideravelmente os riscos de
um novo infarto. O processo pode variar um pouco entre os serviços, entretanto a grande maioria
opta por dividir em três fases, aonde a primeira fase se inicia ainda na internação, com
movimentação leve, passiva dos músculos e exercícios respiratórios.
Após o 7º dia, a atividade física do paciente vai aumentando gradualmente e ele é então submetido
a um teste de esforço, dependendo do caso, para calcular o risco de sofrer novamente um infarto
durante os próximos meses. O mesmo teste também serve para determinar o quanto a pessoa pode
se esforçar após a alta. E então dá início a segunda fase de reabilitação, que deve levar em média 3
meses.Após 3 meses de infarto, com boa resposta ao tratamento proposto, os exercícios podem ser
alterados e intensificados. Durante um tempo prolongado, são indicados medicamentos
como aspirina, betabloqueador e estatina como prevenção de novo episódio, além das medicações
para controle rigoroso das doenças associadas, principalmente hipertensão e diabetes. Contudo, a
melhor forma de prevenir um novo ataque cardíaco é mudar o estilo de vida. Dentre as medidas
indicadas estão: não fumar, evitar bebidas alcoólicas, perder peso quando necessário, praticar
exercícios físicos regularmente, manter boa alimentação e controlar os níveis de colesterol, a
pressão arterial e o diabetes. Pacientes que apresentam um risco maior de sofrer novos infartos,
como os que apresentam sintomas como dor no peito, podem necessitar de cirurgia
de revascularização do miocárdio ou angioplastia. O médico cardiologista é o especialista
responsável pelo acompanhamento após o infarto e deverá indicar o que fazer em cada caso.
5. RESULTADOS E CONCLUSÃO
Após a realização desse trabalho foi identificado que o quanto mais rápido for o atendimento ao
paciente com infarto, melhor será a sua evolução, e maiores serão as chances de reduzir
complicações e mortalidade. Conforme anteriormente discutido, a maioria das mortes por IAM
ocorrem nas primeiras horas de manifestação da doença, principalmente em razão de arritmias
ventriculares. O prognóstico e as implicações entre o tempo porta-balão e o tempo entre o início
dos sintomas até a chegada do paciente ao hospital com terapias efetivas de reperfusão miocárdica,
apresentam benefício claro na redução de mortalidade e morbidade dos pacientes com tempos
menores do que 3 horas . Neste contexto, o diagnóstico e a terapêutica devem ser realizados
precocemente. Os pacientes com infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do
segmento ST submetidos à intervenção coronária percutânea primária com um tempo total de
isquemia ≥ 6 horas apresentaram perfil clínico mais complexo e pior evolução hospitalar em
relação aos tratados mais precocemente.
Para otimizar o tempo de atendimento e minimizar ou zerar os danos decorrentes de um infarto é
necessário que a equipe hospitalar, desde o a recepção até o suporte avançado (Médico,
Enfermeiro e Tec. Enfermagem) estejam aptos a reconhecer os sintomas para entao iniciar o
atendimento. Após constatação do quadro de IAM por diagnóstico clinico e eletrocardiográfico
(realizado em até 10 minutos), com ou sem lesão instalada, a equipe deverá prontamente iniciar o
atendimento primário com a instalação do método MONABCH, lembrando que segundo a
American Heart Association, o tempo porta-agulha não deverá exceder 30 minutos e o tempo
porta-balão 90 minutos.
Após a alta, o paciente deverá adotar um estilo de vida saudável, incluindo em suas atividades
diárias, as atividades físicas moderadas de preferência as aeróbicas como caminhadas, natação e
ciclismo em combinação com alimentação saudável. . Os distúrbios emocionais são comuns nos
pacientes acometidos pelo IAM, sendo indicado como tratamento o acompanhamento psicológico
com o objetivo de diminuir os níveis de estresse, que é um fator de risco para a recorrência do
IAM.
6. METODOLOGIA

Trata-se de revisão de literatura que consiste na busca de material já elaborado, constituído de


publicações em periódicos e artigos científicos, monografias, dissertações, teses e internet. A
principal vantagem é que a revisão de literatura permite a cobertura de uma gama de fenômenos
muito mais ampla que estudos específicos.
7. REFERÊNCIAS

1- PESARO P. E. ANTONIO, INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO MIOCÁRDIO -


SÍNDROME SÍNDROME CORONARIANA CORONARIANA AGUDA COM SUPRADESNÍVEL
DO SEGMENTO ST; Rev Assoc Med Bras 2004;
https://www.scielo.br/j/ramb/a/kKY84ZFgn3Jjx8Dv9dMsh8p/?format=pdf&lang=pt

2- BETT S. MURILO, ZARDO M. JULIA; Infarto agudo do miocárdio: Do diagnóstico à


intervenção;Rev Research, Society and Development, v. 11, n.3 2022; Disponivel em
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3- SOBRINHO P. R. JOSE; INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO: UMA REVISÃO


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8. ANEXOS

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