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CURSO

Eletrocardiografia
Monitorização Cardíaca

Manual do Curso
Sumário:

1 – Revisão Anatómica do Coração


2 – Monitorização Cardíaca
2.1 – Monitor Sinais Vitais
2.2 - Eletrocardiograma
3 – Arritmias Cardíacas
3.1 – Arritmias Supraventriculares
3.1.1 – Arritmias com Origem no Nódulo Sinusal
3.1.2 – Arritmias com Origem nas Aurícula
3.1.2 – Arritmias com Origem no Nódulo Aurículo Ventricular
3.2 – Arritmias Ventriculares
4 – Pacing externo (Workshop)
5 – Enfarte Agudo do Miocárdio no Eletrocardiograma

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1 – Revisão Anatómica do Coração

O Coração, apesar de toda a sua potência, é relativamente pequeno, aproximadamente


do tamanho de um punho fechado, cerca de 12cm de comprimento, 9 cm de largura na
sua parte mais ampla e 6 cm de espessura. Pesa cerca de 250g nas mulheres e 300g nos
homens adultos.
Fica apoiado sobre o diafragma, perto da linha média da cavidade torácica, no
mediastino dos pulmões. Cerca de 2/3 de massa cardíaca ficam a esquerda da linha
média do corpo.

Figura 1 – Posicionamento do Coração

O coração possui 4 câmaras: duas aurículas (aurícula direita e aurícula esquerda e dois
ventrículos (ventrículo direito e ventrículo esquerdo).
A aurícula direita forma a borda direita do coração e recebe o sangue rico em dióxido
de carbono de três veias: a veia cava inferior, veia cava superior e seio coronário. A veia
cava superior, recolhe o sangue da cabeça e parte superior do corpo, já a inferior recebe
o sangue que nutriu o miocárdio e leva o sangue à aurícula direita.
O sangue passa da aurícula direita para o ventrículo direito através de uma válvula
chamada tricúspide. Na parede medial da aurícula direita encontramos uma depressão
que é a fossa oval.
A aurícula esquerda é uma cavidade de parede fina, que recebe o sangue já oxigenado
de quatro veias pulmonares. O sangue passa depois para o ventrículo esquerdo através
de uma válvula bicúspide.
O ventrículo direito forma a maior parte da superfície anterior do coração. É responsável
aquando da sua contração, pela circulação pulmonar. Envia o sangue recebido pela

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aurícula direita, pobre em oxigénio, para os pulmões, de forma a enriquecer de oxigénio
o sangue.
O ventrículo esquerdo forma o ápice do coração. O sangue recebido da aurícula
esquerda, rica em oxigénio tem agora de ser distribuído por todo o corpo, ou seja, é
responsável pela circulação sistémica, saindo o sangue deste através da maior artéria
do corpo humano, a artéria aorta.
A contração auricular apenas é responsável pelo enchimento de 30% dos ventrículos. Os
restantes 70% enchem passivamente durante a diástole.

Figura 2 – Cavidades Cardíacas

A irrigação do coração é assegurada pelas artérias coronárias e pelo seio coronário. As


artérias coronárias são duas, uma direita e outra esquerda. Ambas percorrem o sulco
coronário e ambas têm origem na artéria aorta.
A artéria, logo depois da sua origem, dirige-se para o sulco coronário percorrendo-o da
direita para a esquerda, até se ir anastomosar com o ramo circunflexo, que é o ramo
terminal da artéria coronária esquerda que faz continuação desta circundado o sulco
coronário.
A artéria coronária direita da origem a duas artérias que vão irrigar a margem direita e
a parte posterior do coração, são elas a artéria marginal direita e a artéria
interventricular posterior.
A artéria coronária esquerda, de inicio, passa por um ramo por trás do tronco pulmonar
para atingir o sulco coronário, evidenciando-se nas proximidades do ápice da aurícula
esquerda. Logo em seguida emite um ramo interventricular anterior e um ramo
circunflexo que dá origem a artéria marginal esquerda.
Na face diafragmática as duas artérias anastomosam-se formando um ramo circunflexo.

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Figura 3 – Vascularização cardíaca

O sistema de condução do coração é a razão dos batimentos contínuos do coração. É


uma atividade elétrica, intrínseca e rítmica, que se origina numa rede de fibras
musculares cardíacas especializadas, chamadas células auto rítmicas, por serem auto
excitáveis.
A excitação cardíaca começa no nódulo Sino auricular (SA), situado na parede auricular
direita, inferior a abertura da veia cava superior. Propaga-se depois ao longo das fibras
musculares auriculares e pelo feixe de Bachmann, este último na parede anterior da
aurícula esquerda. Atinge depois o nodulo aurículo ventricular, situado no septo
interauricular, anterior a abertura do seio coronário.
A partir do nódulo aurículo ventricular o potencial de ação chega ao feixe de His,
ramificando-se por entre o ramo direito e o ramo esquerdo que cruzam o septo
interventricular.
Finalmente as miofibras condutoras, Fibras de Purkinge, conduzem rapidamente o
potencial de ação, primeiro para o ápice do ventrículo e depois para o restante
ventrículo.
As células constituintes de todo o sistema de condução elétrico do coração, são
chamadas de células específicas.
A frequência cardíaca é determinada pelo equilíbrio constante e instantâneo entre
múltiplos fatores intrínsecos e extrínseco. Os principais fatores intrínsecos incluem a
inervação autonómica eferente (SNS e SNP), os mecanismos neurais reflexos, as
influências humorais e o ritmo cardíaco. Os fatores extrínsecos incluem drogas
farmacêuticas e recreativas de ação direta e indireta, o medo, a hipertermia entre
outros, que afetam a frequência cardíaca por meio de modulação dos fatores
intrínsecos.
O tônus autonômico eferente para o coração é iniciado no hipotálamo.
As células contrácteis, assim como todas as células polarizadas, são capazes de se
excitar, o que significa que responde a um estimulo elétrico ou mecânico desde que
estes sejam capazes de a levar ao potencial limiar, desencadeando a despolarização para
em seguida regressar à fase inicial – repolarização. A ativação celular engloba a
despolarização e a repolarização.

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A excitação de uma célula cardíaca produz uma mudança brusca na permeabilidade
iónica, muito especialmente à custa do Na+, Ca+ e K+. Isto leva a uma modificação no
potencial diastólico de transmembrana. Assim dá origem a uma primeira fase rápida
denominada fase 0, seguida de um período de repolarização mais lento constituído por
três fases – fase 1,2 e 3.
É no final desta última, que entram em funcionamento mais ativo as bombas iónicas,
fazendo regressar a célula ao equilíbrio iónico/elétrico que existia antes de ser
despolarizada.

Figura 4 – Potencial de ação de Transmembrana

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2 – Monitorização Cardíaca

Monitorizar a componente elétrica do coração implica a utilização de aparelhos cada


vez mais evoluídos nas capacidades e diminuídos em tamanho.
Podemos ter simples aparelhos de monitorização com 3 elétrodos, que habitualmente
também possibilitam a avaliação dos sinais vitais (tensão arterial, Saturação de
Oxigénio), como aparelhos mais complexo onde para alem da simples monitorização,
também possibilitam a realização do ECG de 12 derivações, a colocação de Pacemaker
Externo, assim como a desfibrilhação.

2.1 – Monitor de Sinais Vitais

Este é o aparelho que faz parte da rotina diária dos Profissionais de Saúde, onde se
destacam os enfermeiros.
Vigiar a componente elétrica do coração torna-se fundamental para despiste de
alterações, arritmias graves que comprometem a saúde e até mesmo a vida dos
doentes.
Se o processo de conectar os elétrodos no doente pode parecer simples, a interpretação
do traçado eletrocardiográfico apresentada no monitor é de extrema complexidade.
Comecemos pelo início. Os monitores simples permitem avaliar na sua grande maioria
3 derivações cardíacas (I,II,III). A mais comum que surge praticamente por defeito nos
Monitores é a DII.

Figura 5 – Derivações Bipolares e Monitor

Para que as consigamos obter é necessário conectar pelo menos 3 elétrodos. Estes
elétrodos representam na prática 3 polos (um positivo, um negativo e um neutro),
representados por 3 cores: vermelho, amarelo e verde.

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Poderemos ter ainda mais 2 elétrodos, representados por mais duas cores, sendo as
mais comuns o branco e o preto.

Figura 6 – Monitorização simples

A sua utilização é simples, permitindo rapidamente perceber e diagnosticar arritmias


graves, por forma a que se possa atuar em tempo útil e com o tratamento adequado.

2.2 - Eletrocardiograma

A eletrocardiografia possibilitou um conhecimento mais amplo acerca das arritmias e da


cardiopatia isquémica. Ao longo da sua evolução, consolidou-se e ganhou total e ampla
aceitação por entre a comunidade médica.
Historicamente falando, podemos abordar algumas das personalidades mais influentes,
que permitiram o desenvolvimento do eletrocardiograma. O Físico Francês Gabriel
Lippman e o médico holandês Wilhelm Einthoven são dois desses nomes. Mais Tarde
podemos também falar de Thomas Lewis com o estudo das arritmias cardíacas.
Lippman inventou o eletrômetro capilar, em princípios da década de 1870, conseguindo
com o aparelho fazer desvendar por outros dois fisiologistas as duas fases do ciclo
cardíaco.

Figura 7 – Eletrômetro Capilar

Motivado por uma apresentação publica do registo de potenciais elétricos cardíacos no


Primeiros Congresso de Fisiologistas, Einthoven aperfeiçoaram este aparelho de

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Lippman e criou o Galvanômetro de corda, instrumento que revolucionou, e de forma
concreta, alicerçou a eletrocardiografia. O aparelho de cerca de 270kg permitiu uma
evolução significativa no registo do eletrocardiograma, alcançando um resultados muito
semelhante ao que ainda se utiliza nos dias de hoje. Conseguiu registar as ondas P,Q,R,S,
inicialmente denominadas A,B,C,D. Através da avaliação elétricas em 3 pontos,
mergulhados em soluções salinas, alcançou as 3 primeiras derivações. DI, DII e DIII.
Ainda nos dias de hoje se fala no triangulo de Einthoven, assim denominado em sua
homenagem.

Figura 8 – Galvanômetro de Corda Figura 9 – Evolução do registo Eletrocardiográfico

Claro está que estas descobertas permitiram estudar as arritmias cardíacas. Thomas
Lewis foi um destes estudiosos. Até 1920 dedicou-se ao estudo das arritmias,
contribuindo para elucidar os mecanismos de funcionamento cardíaco, até então sem
embasamento científico. Expôs no seu livro “Clinical Disorders of the Heart Beat”,
termos como: marca-passo, contrações prematuras, taquicardíaca paroxística, fibrilação
auricular, entre outras inovações e termos que ainda hoje utilizamos.
Após 1920, o estudo concentrou-se no eletrocardiograma, sendo introduzidas as
derivações unipolares (V1, V2, V3, V4, V5 e V6) e mais tarde as unipolares aumentadas
(aVF, aVL e a aVR)
Toda esta evolução permitiu atingir a excelência dos dias de hoje e alcançar aparelhos
leves, cómodos, que permitem rapidamente identificar a atividade elétrica do coração
e descodificar arritmias para que possam rapidamente ser tratadas.

Eletrocardiograma – Cuidados durante o exame

A sala de eletrocardiografia poderá ser pequena, com um pé direito habitual de uma


habitação e com uma temperatura ambiente entre os 22ºC e os 23ºC, de modo a que os
doentes de sintam confortáveis.
As temperaturas baixas levam a um trémulo de frio que altera significativamente a
obtenção do registo eletrocardiográfico. As paredes não devem ser atravessadas por

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cabos elétricos, geradores de correntes magnéticas, que também podem alterar a
mesma linha de base. As tomadas deverão ter uma boa Terra e o chão deverá ter
material de isolamento anti estático.
O utente deverá estar deitado numa posição de semi fowler a 45º, numa marquesa de
tamanho adequado, para que não fique mal posicionado, com os braços devidamente
apoiados. Nos doentes mais idoso, que apresentem uma cifose acentuada, deverá ser
colocada uma almofada para melhorar o posicionamento e evitar o tremulo associado
ao esforço e desconforto da posição.
O doente deverá ser devidamente preparado, nomeadamente na remoção da gordura
de pele, devendo esta estar limpa, sem transpiração, e na tricotomia no local de
colocação dos elétrodos, sempre que necessário.
O aparelho deverá estar assente corretamente numa mesa de apoio, acompanhado de
todo o material necessário à realização do exame.

Figura 10 – Salas de exame – à esquerda o correto e à direita o errado

O eletrocardiograma poderá ser de 1, 3, 6 ou 12 canais, deverá ser capaz de trabalhar


em modo automático e Manual e deverá ter pelo menos 2 velocidades: 25mm/segundo
e 50mm/segundo.
A Vantagem de trabalhar com um aparelho de 12 canais reside sobretudo no fato de em
simultâneo, ter acesso às 12 derivações do ECG. Rapidamente e com pouca quantidade
de papel, conseguimos interpretar o eletrocardiograma como um todo. Claro está que
nem sempre se torna uma vantagem, isto porque, quando nos deparamos com sinais de
sobrecarga, por exemplo, as 12 derivações ficam bastante sobrepostas, sendo difícil
perceber onde começam e terminam os complexos QRS´s, tal como nos mostra a
imagem seguinte.

Figura 11 – ECG 6 canais de difícil interpretação

Neste casos o aparelho de 1 canal torna-se uma vantagem. Claro está que para obter
um eletrocardiograma precisamos de uma quantidade enorme de papel, cujo custo de
se torna relevante ao final de vários exames.

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Para melhorar a fiabilidade da captação do aparelho é necessária a utilização de um gel
condutor. A manutenção dos elétrodos limpos e sem verdete é também fundamental.
Para isso pode ser utilizada uma solução de vinagre e água morna, numa proporção de
1/3 de Vinagre para 2/3 de Água morna.
Antes da utilização do aparelho é necessária a realização de um teste do mesmo. O
chamado teste do miniVolt. Este teste é realizado com a sensibilidade de 1mV por cm
de amplitude e só em casos especiais passar para outras sensibilidades.

Figura 12 – Resultados Teste miliVolt

Os Aparelhos mais recentes do mercado já realizam este teste automaticamente, antes


ou depois de cada exame.

Figura 13 – Teste miliVolt após ECG

O papel de ECG é um papel padronizado em que o registo é feito a uma velocidade de


25mm/s e a uma sensibilidade de 1mV por cm de amplitude. Este papel quadriculado e
em tira está dividido em quadrados grandes de 5mm de lado que por sua vez, contem 5
quadrados mais pequenos de 1x1mm.
A uma velocidade de 25mm/s, cada quadrado pequeno corresponde a 0.04 segundos e
cada quadrado grande percorrido corresponde a 0,2 segundos. Assim sendo cada 5
quadrados grandes percorridos correspondem a 1 segundo.

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Figura 14 – Papel Eletrocardiograma

Na realização do eletrocardiograma de 12 derivações, temos de colocar 10 elétrodos.


Os 4 elétrodos das extremidades deverão ser colocados nas regiões com menos
musculatura, de modo a que não haja interferência elétrica dos potenciais de ação dos
músculos voluntários. Assim sendo, os elétrodos dos membros superiores devem ser
colocados na região posterior dos punhos e os elétrodos dos membros inferiores junto
aos tornozelos, sobre a tíbia. No caso da impossibilidade destes locais clássicos de
colocação dos elétrodos (perda de um membro), o elétrodo respetivo deverá ser
colocado com uma ventosa, no caso do membro superior, na extremidade distal da
clavícula e no caso de um membro inferior, na extremidade anterior da crista ilíaca.

Figura 15 – Elétrodos Eletrocardiograma

Estes elétrodos dos membros permitem obter aquelas a que chamamos as derivações
bipolares. Bipolares porque medem a diferença de potencial entre dois pontos (negativo
e positivo do corpo). Assim temos:

• DI – O polo positivo encontra-se no braço esquerdo e o negativo no braço direito,


medindo a diferença de potencial entre estes dois membros;
• DII – O polo positivo encontra-se na perna esquerda e o polo negativo no braço
direito e mede a diferença de potencial entre estes dois membros;

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• DIII – O polo positivo encontra-se na perna esquerda e o polo negativo no braço
esquerdo e mede a diferença de potencial entre estes dois membros.
Os vetores obtidos por estas derivações formam um circuito fechado, chamado de
Triângulo de Einthoven.

Figura 16 – Triângulo de Einthoven

Para além destas 3 derivações, os elétrodos dos membros, conseguem o registo de mais
três derivações, desta feita unipolares. Sendo elas aVR, aVL, aVF.
Estas derivações registam os potenciais elétricos absolutos, nomeadamente no braço
direito (aVR), braço esquerdo (aVL) e da perna esquerda (aVF)

Figura 17 – Triângulo de Einthoven

Por fim temos aquelas a que chamamos de derivações pré cordiais. São todas derivações
unipolares, em que os elétrodos exploradores se colocam em determinados pontos
definidos do tórax- Habitualmente têm 6 localizações distintas no hemotórax esquerdo
que se denominam. V1, V2, V3, V4, V5 e V6. Em algumas situações os elétrodos podem
ser deslocados até V9.
Assim as derivações pré cordiais esquerdas têm a seguinte localização:

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• V1 – 4º espaço intercostal, junto ao bordo direito do esterno;
• V2 – 4º Espaço intercostal, junto ao bordo esquerdo do esterno;
• V3 – Entre V2 e V4
• V4 – Cruzamento entre o 5º espaço intercostal e a linha médio clavicular
esquerda;
• V5 – Localiza-se no cruzamento do plano horizontal de V4 com a linha axilar
interior esquerda.
• V6 – Localizada no cruzamento do plano horizontal de V4 com a linha média da
axila esquerda.

Figura 18 – Derivações Pré Cordiais

Os elétrodos pré cordiais na grande parte dos aparelhos de ECG correspondem a 6


ventosas que requerem manutenção e gel para melhorar a condutividade. A Vantagem
destes elétrodos é essencialmente económica, pois o único consumível que tem de ser
reposto é o Gel. Podemos encontrar elétrodos que se adaptam aos elétrodos
descartáveis autocolantes. O Curso por exame aumenta. A vantagem neste caso reside
sobretudo no facto de melhorar a aderência e sub consequentemente a captação do
sinal elétrico.

Figura 19 – Elétrodos e adaptadores

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Ondas Eletrocardiográficas

O ECG sinusal é constituído por várias ondas, segmentos e intervalos:

• Onda P – Resulta da despolarização auricular;


• QRS – é constituído pelas ondas Q,R e S que formam um complexo que é o
resultados da despolarização ventricular;
• Onda T – resulta da repolarização ventricular;
• Segmento PQ ou PR – é o espaço de tempo entre o final da onda P e o início da
onda Q (PQ), ou entra o final da onda P e o início da onda R (PR) – se não houver
onda Q;
• Segmento ST – é o espaço de tempo entre o final do complexo QRS e o início da
onda T;
• Intervalo PQ – é o espaço de tempo entre o início da onda P e o início da onda Q
do complexo QRS. Se não houver onda Q, chamar-se-á PR;
• Intervalo QT – é o espaço de tempo entre o início do complexo QRS e o final da
onda T.

Valores Normais (segundos)

P 0,08s

PQ ou PR >0,12s – 0,20s

QRS 0,08s – 0,10s

QT 0,35s – 0,42s

Intervalo ST 0,27s – 0,33s

Figura 20 – Valores Normais

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A Metodologia utilizada como rotina para a avaliação dos diversos parâmetros
eletrocardiográficos pode descrever-se através da seguinte mnemónica: AFRITAR.
Atividade Elétrica;
Frequência Cardíaca;
Regular;
Irregular;
Tempo QRS;
Atividade auricular;
Relação P/QRS.

Em cada um destes pontos, deveremos ter em atenção os seguintes aspetos.

• Atividade Elétrica
Neste primeiros ponto diferenciamos toda e qualquer atividade elétrica da assistolia. A
linha isoelétrica correspondente á assistolia informa de que não existe atividade
elétrica. Todos os restantes traçados corresponde a uma atividade elétrica presente.

• Frequência Ventricular
Abordaremos 4 métodos para o cálculo da Frequência Ventricular. O método RR, o
Método dos 6 segundos, o método dos 1500 e o método dos 300.
No métodos RR, identificamos um pico da onde R exatamente no inicio de um quadrado
do ECG grande e aplicamos a escala por cada quadrícula seguinte segundo os seguintes
números: 300, 150, 100, 75, 60, 50. Na imagem seguinte conseguimos melhor identificar
o métodos.

Figura 21 – Método RR

No método dos 6 segundos, contamos o número de QRS que ocorrem no espaço de 6


segundo (Nota: 6 segundos correspondem a 30 quadrados grande na tira de ritmo de

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ECG) e multiplicamos por 10. Por exemplo, se em 30 quadrículas grandes
contabilizarmos 9 complexos QRS, significa que a frequência cardíaca será de 9x10, ou
seja 90p/min.
No método dos 1500, dividimos o número de quadrados pequenos entre dois R´s por
1500, ao contrário de que no métodos os 300, dividimos o número de quadrados
grandes por 300.
Se aplicarmos todos os métodos na mesma tira de ritmo é natural que o valor obtido
não seja exatamente o mesmo, no entanto a sua variação não deve ser significativa.

• Regular ou Irregular
Neste pontos é necessário verificar se o ritmo apresentado é regular, ou seja, o tempo
entre cada QRS é sempre o mesmo, ou então caso apresenta variações, é considerado
irregular.

• Tempo de QRS
Verificamos neste momento se os complexos QRS são estreitos (normais) ou alargados.
O primeiro terá de ter o tempo inferior a 0,12s, ou seja 3 quadrículas pequenas. No
segundo e sendo alargados o tempo de QRS se´ra igual ou superior a 0,12s.

• Atividade auricular
Verificamos agora se existem ondas P, ou seja, atividade auricular, se tem a configuração
normal e se todas são idênticas.

• Relação P/QRS
Por fim verificamos se as ondas P encontradas, apresentam relação com o complexo
QRS. Se o precedem com o tempo correto e em todos os complexos QRS.

A avaliação destes parâmetros permite-nos identificar alterações ao padrão normal do


Eletrocardiograma. Alterações estas que nos permitem chegar ao diagnóstico final. É
importante identificar a arritmia cardíaca de modo a poder intervir adequadamente e
poder assegurar a sua reversão total ou estabilização.

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3 – Arritmias Cardíacas

Existem dezenas de arritmias cardíacas passiveis de serem detetadas num


Eletrocardiograma de 12 Derivações. Estando este Manual integrado num curso básico
de Eletrocardiografia, com duração curta, abordaremos de seguida aquelas que
consideramos as mais comuns de serem identificadas na prática diária dos Enfermeiros.
Classificando-as quanto à origem, estas podem ser: Auriculares ou Supraventriculares e
Ventriculares.

3.1 – Arritmias Supraventriculares

As arritmias Supraventricular abraçam 3 grupos. O dado comum em todos eles reside


no fato de todas elas têm origem na parte superior do coração. Aqui distinguimos 3
grupos: As arritmias Supraventriculares com Origem no Nódulo Sinusal, As Arritmias
com Origem nas Aurículas e as Arritmias com Origem no Nódulo Aurículo Ventricular.

3.1.1 - Arritmias Supraventriculares com Origem no Nódulo Sinusal:

Ritmo Sinusal

O Ritmo Sinusal é o ritmo normal do coração, que em repouso, tem uma frequência
entre 60 a 100 pulsações por minuto. Abaixo de 60 pulsações por minuto terá a
denominação de bradicardia Sinusal e acima de 100 pulsações por minuto, taquicardia
Sinusal (quando a alteração da Frequência cardíaca é ligeira)
Por forma a melhor perceber o Ritmo Sinusal, e utilizando a Mnemónica AFRITAR,
apresentamos a seguinte Tabela, que irá ser utilizada também na descrição das arritmias
mais comuns.

Frequência Ritmo Onda P Relação P/QRS Intervalo PR


Características 60-100p/min Regular Presente Presente Normal

Figura 22 – Ritmo Sinusal

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Poderemos associar ao ritmo Sinusal, uma variante denominada de Arritmia Sinusal.
Nesta variante o traçado eletrocardiográfico é idêntico com a exceção do ritmo. A
frequência cardíaca oscila dependendo do processo respiratório, ou seja, aumenta e
diminui com a inspiração e expiração (arritmia Sinusal Fásica ou Respiratória).
Poderemos também encontrar esta irregularidade em idosos com patologia cardíaca,
ou sujeita a tratamento com digitálicos (arritmia Sinusal não Fásica ou não Respiratória).
Poderemos também encontra uma terceira vertente desta arritmia, denominada
Arritmia Sinusal Ventriculofásica.

Frequência Ritmo Onda P Relação P/QRS Intervalo PR


Características 60-100p/min Irregular Presente Presente Normal

Figura 23 – Arritmia Sinusal

Ainda dentro do Ritmo Sinusal, quando a frequência Cardíaca baixa ligeiramente dos
60p/min, denomina-se por bradicardia Sinusal. Quando a Frequência cardíaca sobe
acima dos 100 p/min, denomina-se taquicardia Sinusal.
Ambas serão patologia benignas, estando associadas muitas das vezes à prática de
exercício físico intenso, no caso da bradicardia em repouso e ao aspeto emocional e
também esforço no caso da taquicardia.
Frequência Ritmo Onda P Relação P/QRS Intervalo PR
Características < 60p/min Regular Presente Presente Normal

Figura 24 – Bradicardia Sinusal

Frequência Ritmo Onda P Relação P/QRS Intervalo PR


Características < 60p/min Regular Presente Presente Normal

Figura 25 – Taquicardia Sinusal

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Quer a bradicardia Sinusal como a taquicardia Sinusal, requerem atenção especial
quando são sintomáticas.
É de valorizar o Cansaço Fácil, Fraqueza, tonturas e sincope no caso da bradicardia
sinusal e hipotensão, palpitações, dor torácica e ansiedade no caso da taquicardia
Sinusal.
Todas estas variantes abordadas anteriormente, podem ser incluídas nas disritmias
supraventriculares com origem no nódulo Sinusal.
Temos também mais duas variantes: As disritmias com origem nas aurículas e as
disritmias com origem no nódulo aurículo ventricular.

3.1.2 - Arritmias com Origem nas Aurículas

As arritmias auriculares, têm origem no nódulo sino auricular. Sendo inerente à sua
definição de que o ritmo cardíaco anormal traduz-se também numa arritmia,
poderemos incluir neste grupo a taquicardia Sinusal e a bradicardia Sinusal.
Iremos neste grupo, para além das mencionadas anteriormente, destacar mais 3:

• Extra Sístoles Supra Ventriculares


• Fibrilação Auricular
• Flutter Auricular
• Taquicardia Supraventricular

Extra sístoles supraventriculares

As Extra sístoles são batimentos precoces geralmente originados de um foco ectópico.


São as arritmias mais comuns e ocorrem não só em casos de cardiopatia como também
em pessoas normais.
São classificadas também quanto à sua origem, sendo neste caso concreto como Extra
Sístoles Supra ventriculares, com origem nas aurículas.
As Extra Sístoles Supra ventriculares têm QRS estreito, ou com a mesma morfologia dos
complexos do ritmo Sinusal de base.

Frequência Ritmo Onda P Relação P/QRS Intervalo PR


Características 60-100p/min Irregular Presente Presente Normal

Figura 26 – Arritmia Sinusal

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Fibrilação Auricular

A Fibrilação Auricular é a arritmia mais frequente na atividade clínica diária. A


morfologia da onda auricular caracteriza-se pela irregularidade de ondas caóticas que
são irregulares na amplitude e duração (ondas f), mostrando uma atividade elétrica
desordenada, onde a linha isoelétrica é substituída por pequenas ondas irregulares
próprias da fibrilação. Estas ondas F podem assumir um aspeto mais fino e desordenado
(mais comum) ou formato mais grosseiro de maior amplitude. Este aumento de
amplitude tornando-as mais grosseiras podem dificultar o diagnóstico.
Outras das características desta arritmia assenta na sua irregularidade rítmica, não
existindo praticamente 2 R-R iguais.

Frequência Frequência Ritmo Onda P Relação Intervalo PR


Ventricular Auricular P/QRS
Características 60-180p/min 350-600 Irregular Ausente P - Ausente Impercetível

Figura 27 – Fibrilação Auricular

Flutter Auricular

No Flutter observamos que a linha isoelétrica é substituída por ondas regulares em


“dentes de serra” (ondas F), com uma frequência Auricular de 250 a 400p/min. Estas
ondas em “dentes de serra” vêem-se melhor nas derivações DII, DIII e AVF.

Frequência Frequência Ritmo Onda P Relação Intervalo PR


Ventricular Auricular P/QRS
Características 60-180p/min 240-360 Irregular Ausente P - Ausente Impercetível

Figura 28 – Flutter Auricular

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Taquicardia Supraventricular

A Taquicardia Supraventricular caracteriza-se por ser idêntica em termos de


apresentação eletrocardiográfica à Taquicardia Sinusal, com exceção do ritmo cardíaco
que é bem mais elevado.
Muitas das vezes não são percetíveis as ondas P, pois podem estar ocultas na onda T
anterior.

Frequência Ritmo Onda P Relação Intervalo PR


Ventricular P/QRS
Características 140- Regular Presente P - Presente Regular
220p/min Ausente

Figura 29 – Taquicardia Supraventricular

3.1.3 – Arritmias com Origem no Nódulo Aurículo Ventricular

Bloqueio Aurículo-ventricular de 1º Grau

Considerase que exista um BAV de 1º Grau, sempre que o PR ou PQ seja superior a 0.18s
na criança e 0,20s no adulto.
Importa Referir que os BAV 1º Grau não tem importância clínica, exceto quando o
intervalo PQ ou PR seja superior a 0,32s e que provoquem dispneia de esforço.
Nestes casos a onda P, vem disfarçado no QRS anterior.

Figura 30 – BAV 1º Grau

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Bloqueio Aurículo-ventricular 2º Grau – Mobitz Tipo I

O bloqueio Aurículo Ventricular de 2º Grau caracteriza-se por uma lentificação


progressivo da condução, até que a dada altura um ou mais desses estímulos vindos da
aurícula não é conduzido.
É frequente encontrar este fenómeno em atletas com grande vagotomia,
desaparecendo durante o esforço, ou em indivíduos sem patologia cardíaca durante o
sono, desaparecendo ao acordar.
As características deste fenómeno são:
✓ Aumento progressivo do segmento PR ou PQ, até que há uma onda P que não é
conduzida.

Figura 31 – BAV 2º Grau I

Bloqueio Aurículo-ventricular 2º Grau – Mobitz II

Neste tipo de bloqueio o PR, ou PQ mantem-se constante até que há uma onda P que
não é conduzida. A contagem poderá ser efetuada da seguinte forma:
✓ 3:1 – neste período existem 3 ondas P em que uma não é conduzida
✓ 5:1 – neste período existem 5 ondas P em que uma não é conduzida
✓ 5:2 – neste período existem 5 ondas P em que duas não são conduzidas.

Figura 32 – BAV 2º Grau II

São muitas vezes sintomáticos. Caso a pausa ventricular seja superior a 3s, são indicação
para Pacemaker definitivo.

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Bloqueio Aurículo Ventricular de 3º Grau ou Completo

Neste tipo de bloqueio, que poder ser crónico ou paroxístico, não há nenhuma relação
entre as ondas P e os complexos QRS. Os complexos QRS podem ser finos ou alargados.
Existem regularidade das ondas P, entre elas, assim como entre os complexos QRS.

Figura 33 – BAV 3º Grau

3.2 - Arritmias Ventriculares

Extra Sístole Ventricular

As extra sístoles Ventriculares têm origem nos ventrículos, num dos pontos ativos dos
dois ventrículos, traduzindo-se no eletrocardiograma como um QRS alargado,
habitualmente após o QRS estreito. A grande maioria tem origem em fenómenos de
reentrada e só muito raramente são por foco ectópico.

Frequência Ritmo Onda P Relação Intervalo PR


P/QRS
Características 60-100p/min Irregular Ausente na ES Presente Ausente na ES

Figura 34 – Flutter Auricular

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Taquicardia Ventricular

Denominam-se de taquicardias ventriculares a sucessão consecutiva de 4 ou mais


extrassístoles ventriculares a uma frequência de 100 por minuto.
Estas taquicardias ventriculares podem ser de complexos estreitos <0,12s (mais raras) e
de complexos alargados (QRS>0,12s)
Estes QRS são tão ou mais alargados, quanto mais longe do septo interventricular estiver
a origem da taquicardia ventricular.

Frequência Ritmo Onda P Relação P/QRS Intervalo RR


Características 150- Regular Não se Não se Normal
250p/min observam observam P

Figura 35 – Taquicardia Ventricular

Os complexos QRS podem apresentar-se com a mesma amplitude ou com amplitudes


diferentes, sendo apelidado o traçado de Torsade de Points.
A taquicardia Ventricular é um ritmo peri paragem, quando na presença de sinais de
vida, sendo na ausência de pulso um ritmo chocável, logo requer a intervenção rápida
de um desfibrilador.

Fibrilação Ventricular

Na Fibrilhação Ventricular não há atividade mecânica ventricular e se não se resolve nos


primeiros minutos com Suporte Avançado de Vida eficaz, produz a morte.
Sob o ponto de vista Eletrocardiográfico, é caraterizado por ondas anárquicas irregulares
de amplitude e duração variável onde não existem QRS. As ondas de Fibrilhação tem
uma frequência entre os 150 e os 500 por minuto.
Numa fase inicial é apelidada de Fibrilhação Ventricular Grossa, que com o desenrolar
do tempo passará a Fibrilhação Ventricular Fina. Caso não tratada, resulta em assistolia.

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Frequência Ritmo Onda P
Relação P/QRS Intervalo
RR
Características 150- Irregular Não se Não se Caótico
500p/min observam observam

Figura 36 – Fibrilhação Ventricular

Assistolia
A assistolia é o ritmo encontrado com mais frequência nos casos de Paragem Cárdio
Respiratória. A taxa de sucesso da sua reversão é menor do que nos casos de Taquicardia
Ventricular sem Pulso e Fibrilhação Ventricular.
Carateriza-se pela total ausência da atividade elétrica do coração. Não se identificam
quaisquer ondas no traçado eletrocardiográfico.
Frequência Ritmo Onda P Relação P/QRS Intervalo
RR
Características 0 Ausente Não se Não se ausentes
observam observam

Figura 37 – Assistolia

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4 – Pacing Externo (Workshop)

Notas:
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5 – Enfarte Agudo do Miocárdio no Eletrocardiograma

O Enfarte Agudo do Miocárdio, traduz-se como uma lesão cardíaca, muitas vezes
condicionando irreversivelmente o utente, em que o extremo da lesão poderá conduzir
até à morte.
O seu diagnostico rápido, permite intervir atempadamente diminuindo a tempo de
deficit de oxigénio no coração, o que por si só diminui o risco de lesão permanente.
Na tríade diagnóstica do EAM, o ECG assume um papel primordial, até porque para além
da clínica é o exame de mais fácil acesso.
Assim e como o tempo é músculo o Eletrocardiograma deverá ser efetuado nos
primeiros 10min.
Para melhor perceber o EAM e a sua tradução eletrocardiográfica, devemos fazer
distinguir 3 diferentes termos:
✓ Isquemia
Após a oclusão inicial de uma artéria coronária, a primeira alteração eletrocardiográfica
é o aparecimento de uma onda T alta e pontiaguda de ramos simétricos e que dura
poucos minutos.
Esta isquemia, sendo definida como uma redução temporária do fluxo de sangue torna-
se reversível rapidamente.
É muito difícil, até porque a sua duração é curta, encontrar os doentes nesta fase no SU,
até porque o tempo de chegada ao hospital, faz ultrapassar esta fase.

✓ Lesão
Caso este processo não se reverta, a isquemia evoluiu para Lesão, sendo nesta fase a
tradução eletrocardiográfica de um supradesnivelamento ou infra desnivelamento do
segmento ST.
A Lesão define-se então como uma redução aguda e prolongada do fornecimento de
sangue ao miocárdio. É reversível se o fluxo sanguíneo for restaurado antes das morte
dos tecidos.

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A seguinte imagem ajuda bastante a evitar confusões.

Figura 38 – Lesão/Isquemia

✓ Enfarte
No Enfarte, existe já a morte irreversível do músculo cardíaco devido à oclusão
prolongada da artéria coronária.
No Eletrocardiograma traduz-se no aparecimento de ondas Q de necrose.

Exemplos de Eletrocardiogramas com alteração da onda T:

Figura 39 – Alteração onda T

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Exemplos de Eletrocardiogramas com alteração do segmento ST:

Figura 40 – Alteração segmento ST

A localização da zona afetada, resulta da interpretação das derivações afetas, ou seja:

Superfícies Derivações do ECG Artéria Coronária lesada

Inferior II, III, aVF Coronária direita

Lateral I, aVL, V5, V6 Circunflexa

Anterior V1, V2, V3, V4 Descendente anterior

Septal V1, V2 Descendente anterior

Posterior V1, V2 (imagem Circunflexa


espelho)

Figura 41 – Identificação lesão

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6 – Bibliografia

https://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-
cardiovascular/coracao/

http://www.cardiologiahg.net/apendices-auriculares

http://www.residenciamehcfmusp.com.br/sinais-de-infarto-agudo-do-miocardio-
inferior/

file:///C:/Users/enfco/Downloads/v20n2a18.pdf

https://books.google.pt/books?id=LRcuDwAAQBAJ&pg=PA49&lpg=PA49&dq=n%C3%B
3+auriculoventricular+hipotalamo&source=bl&ots=6yvWokEhAL&sig=TfeiLfASyI4how0
x4J1lkRCY-1A&hl=pt-
PT&sa=X&ved=0ahUKEwid4JTIqYPcAhXBLlAKHRexAgkQ6AEIXzAL#v=onepage&q=n%C3
%B3%20auriculoventricular%20hipotalamo&f=false

Eletrocardiografia Clínica, por J.C. Machado Rodrigues

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que abordamos em todo o país, desde os pais aos familiares dos utentes, aos
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passando por todos os que convivem constantemente com colegas de trabalho e
indivíduos externos, prevendo assim qualquer eventualidade a acontecer evitando
repercussões graves na vítima em causa.
Para ministrar cursos e formações com a melhor qualidade, impreterivelmente, temos
de trabalhar com os melhores, para tal selecionamos formadores com mais de 10 anos
de bagagem profissional nas vertentes a serem instruídas, a fim de proporcionar a
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