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Angioplastia Coronariana

Eliane S. Grazziano
2004
Angioplastia Coronariana
 Em 1977 Andreas Gruentzig introduziu
a angioplastia coronária em pacientes
com doença coronária sintomática de
um único vaso e cuja obstrução se
localizasse nos segmentos proximais
da árvore coronária.
Angioplastia Coronariana
 Nas últimas duas décadas o grande
desenvolvimento tecnológico do
equipamento utilizado (balões, fios-
guia), associado à maior experiência
dos operadores e à introdução de
stents e de drogas antiplaquetárias
potentes, ampliou-se a indicação de
angioplastia.
Angioplastia Coronariana
 Situações antes consideradas
desfavoráveis, como insuficiência
coronária aguda (infarto agudo do
miocárdio, angina instável), doença
coronária multiarterial ou lesão de
anatomia complexa, agora podiam ser
tratados com angioplastia.
Angioplastia Coronariana - Indicações

 Indicação da
angioplastia
deve obedecer
a critérios
clínicos e
anatômicos.
Angioplastia Coronariana - Indicações
 Doença uniarterial :

– Obstrução >70% em aa que irrigam grande ou


moderada área miocárdica;
– Alta probabilidade de sucesso e baixo risco de
complicações,
– Indivíduos sintomáticos ou assintomáticos com
isquemia evidenciada por provas diagnósticas.
– Na presença de obstrução entre 50% e 70%, com as
demais características descritas anteriormente, a
angioplastia poderá ser realizada quando não houver
controle clínico dos sintomas.
Angioplastia Coronariana

ANTES DEPOIS
Angioplastia Coronariana - Indicações
Doença multiarterial :
 Obstruções > 70% em duas artérias que irrigam
grande ou moderada área miocárdica, com alta
probabilidade de sucesso e baixo risco de complicação,
em indivíduos sintomáticos ou assintomáticos com
isquemia evidenciada por provas diagnósticas.

 Obstruções de 70% em três ou mais artérias que


irrigam grande ou moderada área miocárdica, com alta
probabilidade de sucesso e baixo risco de complicações,
em indivíduos sintomáticos ou assintomáticos com
isquemia evidenciada por provas diagnósticas.
Angioplastia Coronariana - Indicações
Doença multiarterial :
 Na presença de obstrução > 70%, com alta

probabilidade de sucesso e baixos índices de


complicações em uma artéria e entre 50% e 70% em
uma ou mais das demais artérias, a angioplastia está
indicada na lesão mais grave e poderá ser realizada nas
outras lesões, dependendo da avaliação médica.
 Na presença de lesão < 50% no tronco da coronária E e

de lesão > 70% na coronária D a angioplastia poderá


ser realizada nesta última artéria, desde que os testes
funcionais mostrem que a isquemia é provocada por ela.
Angioplastia Coronariana - Indicações

Doença multiarterial
 Em pacientes multiarteriais, com lesões favoráveis e
má função ventricular, a angioplastia poderá ser
considerada;

 Caso haja sinais de isquemia miocárdica,


procurando-se eliminar as áreas isquêmicas,
recomendando-se a disponibilidade de algum tipo de
suporte circulatório e equipe cirúrgica de prontidão.
Angioplastia Coronariana

Contra-indicações Relativas:

 Angina instável
 Pacientes com doenças sistêmicas graves
 Oclusão total crônica
 Lesões em enxertos de safena
 ALERGIA SEVERA AO CONTRASTE
Angioplastia Primária (ATC) -

 Aquela empregada como 1ª opção


terapêutica de reperfusão no paciente com
infarto agudo (IAM).

 Apesar das vantagens da angioplastia


transluminal coronária primária sobre o
tratamento fibrinolítico, seu emprego como
opção preferencial depara-se com a
dificuldade de sua pouca disponibilidade.
Angioplastia Primária (ATC) - Indicações
 Pacientes com grandes infartos, idosos com mais de
70 anos de idade e pacientes com sinais e sintomas de
disfunção ventricular.
A ATC primária está indicada, de modo preferencial,
nas seguintes situações:
 Choque cardiogênico;
 Nas contra-indicações para o uso de trombolítico
por via venosa;
Pacientes que infartam durante a hospitalização
com coronariografia recente conhecida;
 Nos infartos com evolução entre 12 e 24 horas,
nos quais ainda se considere a necessidade de
reperfusão.
Angioplastia de Salvamento - Indicações

 Realizada na presumida falha da trombólise


química.
 Indicação: após 90 min do início da infusão
do fibrinolítico e:
– Persistência da dor, especialmente se
associada a persistência de alteração
eletrocardiográfica;
– Na vigência de arritmias ventriculares
graves ou instabilidade hemodinâmica.
Angioplastia Percutânea Coronária com
Balão
 Ampliação da luz arterial estenosada
(insuflação de um cateter-balão), até se atingir
um diâmetro igual ao diâmetro arterial normal.

 Distensão da parede arterial e ruptura da


placa aterosclerótica, e em menor grau, pela
sua redistribuição.

– necessidade de retaguarda cirúrgica.


Angioplastia Percutânea Coronária com
Balão
Angioplastia Percutânea Coronária com
Balão
RESULTADOS:

 O procedimento é considerado bem sucedido


quando a obstrução residual pós-dilatação é
inferior a 20%;
 Fluxo distal é normal, na ausência de infarto
do miocárdio, morte ou cirurgia de
revascularizaçào miocárdica de urgência.
Angioplastia Percutânea Coronária com
Balão
COMPLICAÇÕES
 Dissecções e oclusão arterial aguda
(reestenose).
– Principais preditores de reestenose:
– diabetes melito, síndrome coronária aguda,
reestenose prévia, oclusão total, lesão localizada
nas porções proximais da DA, vasos de pequeno
calibre e lesões longas, lesões em ponte de
safena, e obstrução residual pós-dilatação.
Angioplastia Percutânea Coronária com
Balão
COMPLICAÇÕES

• ARRITMIAS CARDÍACAS

• PERFURAÇÃO CARDÍACA

• INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

• FALÊNCIA RENAL, AVC E MORTE


Angioplastia Percutânea Coronária com
Balão
Complicações Locais

• TROMBOSE VENOSA PROFUNDA (VIA FEMORAL)

• EMBOLIZAÇÃO DISTAL

• DISSECAÇÃO ARTERIAL E HEMORRAGIA

• HEMATOMA FEMORAL OU RETROPERITONEAL

• FALSO ANEURISMA E FÍSTULA ARTERIOVENOSA


Stents de artéria coronária
 Endoprótese tubular , fenestrada, de aço
inoxidável e balão expansível; não-
trombogênica, flexível, visível aos raios X,
capaz de liberar localmente agentes
farmacológicos e com aspectos favoráveis
de biocompatibilidade.
 Promover colagem das linhas de dissecção
após a ação do balão, estabilizando a luz
arterial (sustentam a parede vascular,
inibindo os fenômenos de remodelamento
agudo e crônico).
Stent de Palmaz-Schatz

 Prótese facilmente implantável;

 O stent de Palmaz-Schatz- possui


flexibilidade longitudinal, com resultados
superiores aos da angioplastia com cateter-
balão.

 Composta de duas porções tubulares


fenestradas de sete milímetros cada, ligadas
por uma articulação de um milímetro
Stents de artéria coronária
Resultados do uso do stent:
 Atinge maior diâmetro mínimo da luz imediatamente
e aos sete meses de evolução;
 Apresenta índices inferiores de reestenose
angiográfica;
 Menor necessidade de revascularização da lesão-
alvo.
 A técnica de insuflações adicionais com os balões de
alta pressão, após a liberação inicial da prótese,
diminui a trombogenicidade do implante.
 Nas situações de emergência, o stent de Palmaz-
Schatz tem demonstrado ser um método de grande
eficácia e segurança para o controle da oclusão
aguda iminente ou estabelecida.
Stents de artéria coronária -
Revestidos com rapamicina

 A reestenose após o implante de stents


decorre da hiperplasia neo-intimal.
 A rapamicina é um antibiótico macrolídeo,
com propriedades antiproliferativas, por
impedir a progressão do ciclo celular.
 Os stents revestidos com rapamicina
reduzem substancialmente a proliferação
neo-intimal, e conseqüentemente a
reestenose coronária.
Aterectomia coronária direcional

 É realizada por cateter que apresenta, em


sua extremidade distal, dispositivo com face
cortante que ocupa 120º de sua
circunferência, sendo o restante ocupado por
um balão.
 Sob a lesão, o balão é insuflado com baixa
pressão, ficando a placa de ateroma
comprimida contra a câmara do dispositivo,
permitindo o avanço da lâmina e a realização
de cortes.
Aterectomia coronária direcional

 O material proveniente é armazenado dentro


do cateter, abaixo da lâmina de corte.
 Na medida em que os cortes são realizados,
o dispositivo pode ser rotacionado na direção
da placa residual.
 Geralmente é necessária a associação de
angioplastia com balão ou stent, para se
obter estenose residual menor que 10%,
considerada aterectomia ótima.
Aterectomia coronária direcional
 Atualmente, a aterectomia direcional pode
ser empregada no tratamento de lesões
reestenóticas de aa coronárias de mais de
3mm de diâmetro. Pode ser empregada em
lesões ostiais da CD,pontes de veia safena e
DA.
 Esta técnica não deve ser empregada em
lesões que ocupem mais de 180º da
circunferência arterial e em lesões
calcificadas.
Aterectomia coronária rotacional

 Consiste de um cateter que apresenta, na


extremidade distal, um dispositivo com forma
de oliva, incrustado com partículas de
diamante que, quando rotacionados a alta
velocidade (180 mil rotações por minuto), tem
efeito abrasivo sobre a placa de ateroma,
promovendo sua pulverização e com isso,
ampliando a luz vascular.
ROTABLATOR
Aterectomia coronária rotacional
 Age especificamente em tecidos inelásticos, como
placa fibrosa e cálcio.
 A maioria das micropartículas originadas da
passagem do rotablator passa pela circulação
coronária e é retirada da corrente sangüínea pelo
sistema reticuloendotelial do fígado, do baço e dos
pulmões.
 A complementação com cateter-balão ou com stent
é necessária em 90% dos casos.
 Não deve ser utilizada em obstruções localizadas no
corpo de enxerto de veias safena, lesões com
grande quantidade de trombos e lesões em
segmentos angulados.
Boa noite!!!!

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