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Definição: dilatação permanente, localizada, tendo pelo menos 50% de aumento


comparado ao diâmetro normal esperado.

Arteriomegalia é o alargamento difuso, não focal, envolvendo vários seguimentos


arteriais >50% (artéria toda, não só uma parte). Ectasia é menor que 50%, não são
operáveis, aneurismas sim.

Epidemiologia

 Todas as artérias podem desenvolver aneurismas


 Aneurismas de aorta abdominal infrarenal é o mais comum, seguido de
artéria poplítea. Os aneurismas que envolvem artérias renais têm outro
tipo de tratamento.
Colo de aneurisma: distância da artéria renal para onde se inicia o local
da dilatação na aorta. A influência disso é que, quando presente, o
comprometimento das artérias renais é muito menor.
 A ruptura é a 10ª causa de morte entre homens acima de 55 anos
 5x mais frequentes que aorta torácica
 15.000 mortes/ano nos EUA

Classificação

1. Aneurisma verdadeiro: a parede arterial está dilatada.


2. Aneurisma falso: Derivado da ruptura completa da parede arterial, com
sua luz em contato com hematoma pulsátil. É comum pós-punção,
quando um hematoma é feito, ou pós-cateterismo. Pode ter o mesmo
aspecto angiotomográfico que o verdadeiro, mas a parede não é
formado pelas camadas íntima, média e adventícia
Classificação quanto a forma

1. Aneurisma fusiforme: Dilatação difusa em todas as direções


2. Sacular: acomete só um lado da parede. Mais grave porque só uma
parede sofre pressão, o tratamento deve ser mais rápido.
3. Dissecante: ruptura da camada íntima, o sangue passa por uma luz falsa.
Artéria com aspecto “folhado”.

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Formas
Saculares: só de um lado da artéria (10%) Fusiformes: dilatação difusa em todas direções (90%)

Dissecante: ruptura da camada íntima

Em corte transversal, contrasta mais e menos; característica do aneurisma dissecante.


Mais contraste: onde tem mais lúmen, dependendo da fase de evolução, pode ser a
parede falsa ou a verdadeira.
Fisiopatologia (multifatorial)

 Desordem sistêmica do tecido conjuntivo


 Condições mecânicas locais, segmentos menos fixos, entre ramos e
bifurcações
 Fator inflamatório, autoimune
 Fator genético
Etiologia

Aterosclerose é a causa mais frequente

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Tipos (Importante!!!)

 Degenerativos
 Inflamatórios
 Micóticos ou infecciosos
 Congênitos
 Traumáticos
Fatores de risco

 Sexo masculino, mas se desenvolver na mulher, é mais agressivo


 Tabagismo (aumenta risco de ruptura)
 Idade (envelhecimento arterial)
 HAS
 Hipercolesterolemia
 História familiar
 Diabetes
Diagnóstico

 Geralmente assintomáticos (60%), se desenvolvem ao longo dos anos


 Realizado pelo exame físico ou de imagem
 Sintomático: ruptura, dissecção de parede, expansão rápida decorrente
de compressão estruturas adjacentes como ureter (hidronefrose), duodeno
(náuseas e vômitos), trombose cava, ilíacas e femoral, embolização
distal, dor lombar por erosão vertebral. Paciente costuma chegar pálido,
com pressão inaudível.
 Ruptura (ROTO): dor nas costas, grave, repentina, persistente ou
constante que pode ter irradiação para virilha, nádegas ou pernas, sinais
de choque, náuseas vômitos, pele fria e úmida.
Podem evoluir:
o Espaço retroperitoneal (aneurisma roto contido, da tempo de
programar)
o Livre na parede anterior – sangramento para parede abdominal
o Para veia cava inferior e ilíaca
o Para duodeno (sangramento intestinal grande monta)
o Variação sazonal (pico em meses mais frios pela vasoconstrição)
Exame físico

 Avaliação diâmetro da aorta com palpação do abdome delimitando pulsação de


um lado a outro, mais fácil no paciente magro.
 Sinal de Debakey: positivo, quando o limite superior do aneurisma não está
definido, ou seja, acometimento de artérias viscerais.

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Manobra de Debakey: palpação de abdome – palpar massa pulsátil antero-posterior e


lateral (se for aneurisma). Se for um tumor, só tem pulsação antero-posterio. É a
avaliação do diâmetro da aorta com palpação do abdome delimitando pulsação de um
lado a outros. É positivo quando o limite superior do aneurisma não está definido, ou
seja, acometimento das artérias viscerais. Debakey negativo: palpa-se o limite. Muito
raro o aneurisma se romper.

Diagnóstico diferencial

 Angina pectoris
 Úlcera péptica perfurada
 Pancreatite aguda
 Colecistite aguda
 Diverticulite aguda, isquemia de alça.

Diagnóstico por imagem

 RX de abdome: calcificação (casca de ovo)

 USG: mais utilizado par acompanhamento, diâmetro e coágulos


intravasculares. Desvantagens: aorta torácica e suprarrenal não dá para
ver por causa da presença de gás, definição do colo, examinador
dependente.

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 TC (padrão ouro): precisão, identifica extensão proximal e distal,


tamanho do lúmen aórtico, presença de calcificação

 Angiotomografia: substitui a arteriografia, que só vê o lúmen e a artéria


se mostrará normal e na verdade, em casos de aneurismas, a intenção é
ver a parede.

 Angiorressonância: contraindicação para paciente com clips,


claustrofobia e marcapassos. Contraste não nefrotóxico. Não vê muito
bem estenose.

 Arteriografia (angiografia): avaliação pré-operatória, nefrotóxico,


embolização pela manipulação do cateter, formação de pseudoaneurisma.

Triagem

 Método tradicional: USG


 Indicações:
o Homens de 60-85 anos, mulheres 60-85 anos (risco cardiovascular)
o Homens e mulheres com + 50 anos e história familiar

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o Anualmente para aneurismas de 4 a 4,5 cm e 6 meses para > 4,5 cm


Tratamento clínico

 Paciente de baixo risco (diâmetro pequeno sem outros riscos para


ruptura), eliminar fatores de risco: estabilizar PA, tirar fatores de risco,
controle do colesterol
 Aneurismas que estão crescendo muito rapidamente independe do
tamanho recomendado, requer cirurgia porque pode romper

Tratamento cirúrgico

 Transperitoneal/por incisão xifopubiana. O intestino deve ser


deslocado, retroperitôneo deve ser aberto e o clampeamento da aorta é
feito. Abertura do vaso e colocação de prótese, sutura dos ramos distais e
proximais. By pass aorto-bifemoral.

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 Retroperitoneal: rim ferradura, ascite, diálise peritoneal, tratamento


com radiação no abdome, aneurisma inflamatório. Vantagem de evitar
mobilização de órgãos e estruturas intraperitoneais.

 Acesso extraperitoneal
Complicações

 Precoces e tardias
 Óbitos: 5% em cirurgia aberta e 60% nos rotos
 Disfunção miocárdica é a principal causa porque o clamp sobrecarrega o
coração. Liberação de substâncias pelo território isquêmico, redução de
pré-carga e hipovolemia

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 Choque: desclampeamento com diminuição abrupta pós-carga


 IAM, arritmia e ICC
 IRC: nefropatas (hipoperfusão, clampeamento aorta suprarrenal,
ateroembolia ou contraste)
 Sangramento (consumo de fatores de coagulação)
 Isquemia de colo esquerdo (diarreia sanguinolenta, distensão abdominal,
febre)
 Embolização MMIIs
 Disfunção erétil: lesão de nervos autônomos na dissecção ilíacas ou
isquemia hipogástrica
 Tardias: pseudoaneurisma anastomótico, trombose, infecção, erosão ou
fístula entérica do enxerto, hemorragia, embolização distal
Tratamento endovascular

 < tempo de internação


 Perda sanguínea
 Pacientes de alto risco e anatomia favorável. A cirurgia é por punção.

Pode ser realizado em centro cirúrgico ou sala hemodinâmica com capacidade cirúrgica
A sala de hemodinâmica é onde se faz os procedimentos endovasculares, que tem mais
recursos para ver a circulação enquanto a cirurgia acontece.

Complicações

 Acesso vascular (sangramento, hematoma, pseudoaneurisma, infecção)


 Embolização distal
 Migração dispositivo (fratura dos ganchos ou sistema fixação endoprótese)

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 Vazamento (endoleak)
 Endotensão (pressão elevada bolsa aneurismática-vazamento ativo ou recente
selado ou coagulado)

Endoleak/vazamento – 4 tipos (Importante!!)

 Tipo I – Fluxo sanguíneo para o endoleak originado da extremidade


de acoplamento da prótese. Pode ser subdividido em proximal (IA) e
distal (IB).
 Tipo II – Fluxo sanguíneo proveniente de vasos colaterais ramos da
aorta preenchendo o saco aneurismático.
 Tipo III – Secundário a falha estrutural da endoprótese. Fraturas,
orifícios ou separação de dispositivos modulados.
 Tipo IV – Relacionado à porosidade do stent, podendo ser observado
logo após a colocação da prótese.
 Tipo V – não sabe ao certo o que é, porém diz respeito a endotensão
transmitida e a parede continua desenvolver mesmo depois do
tratamento.

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