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Endoprótese nos Aneurismas da Aorta Abdominal Adamastor Pereira

Endopróteses na Correção dos


Aneurismas da Aorta Abdominal

Adama stor Humberto Pereira

Paulo SanVitto

A palavra aneurisma deriva do grego com a ruptura ou secção parcial da parede e


“aneurysma” e significa dilatação. A Society delimitação do “hematoma pulsátil” pelos
of Cardiovascular Surgery e o Capítulo Norte- tecidos periarteriais. A causa mais freqüente
Americano da International Cardiovascular dos falsos aneurismas é o trauma.
Society definem aneurisma como a dilatação Os aneurismas arteriais podem ainda ser
maior do que 50% do diâmetro esperado de classificados de acordo com sua forma
um vaso em determinada localização. O (sacular, fusiforme, bocelado), localização(
envelhecimento se acompanha de um aumento aorta torácica, aorta abdominal, viscerais e
do diâmetro e elongamento natural, com periféricos) ou fatores etiopatogênicos.
consequente tortuosidade. Esse critério,
portanto, varia com a idade . As diferenças
entre os dois sexos também devem ser Etiopatogenia dos Aneurismas
levadas em consideração na definição de Os fatores etiopatogênicos envolvidos no
aneurisma (tabela) desenvolvimento dos aneurismas arteriais são
múltiplos e variáveis conforme o segmento
Tabela. Tamanho normal da aorta infrarenal
arterial comprometido.
conforme idade e sexo (em cm)
Os aneurismas tóraco-abdominais são
sexo idade média
causados, em ordem decrescente de
<40 40-49 50-59 60-69 >70 freqüência por doenças degenerativas da
homem 2,1 2,2 2,3 2,3 2,4 2,3 média (necrose cística da média, degeneração
mulher 1,7 1,8 1,9 2,0 2,0 1,9 mixomatosa, aorta senil, doença de Marfan
* Ouriel K, Green RM, Donayre C, Shortell CK, Elliott J, etc.), dissecção, aterosclerose, aortites,
DeWeese JA. An evaluation of new methods of infecção e trauma. Os aneurismas da aorta
expressing aortic aneurysm size: relationship to rupture. abdominal, por outro lado, estão relacionados
J Vasc Surg 1992 Jan;15(1):12-8.
em 90% dos casos à aterosclerose. A maioria
A definição de aneurisma implica que todo o dos autores, mais recentemente, considera as
perímetro da dilatação seja constituída pelas alterações ateroscleróticas na parede dos
três túnica arteriais. Esta definição aneurismas da aorta como fator casual
estabelece a diferença entre aneurisma relacionado com a idade e sugerem o termo
verdadeiro e falso. Este último relaciona-se degenerativo como alternativa.1 Os

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Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado.
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro
Endoprótese nos Aneurismas da Aorta Abdominal Adamastor Pereira

aneurismas viscerais tem etiopatogenia apenas 28 unidades em média.3 O número de


variada (infecção, arterites, degeneração, “vasa vasorum” da aorta torácica é maior do
“aterosclerótica”) e os periféricos (artéria que na aorta abdominal e a nutrição da parede
poplitea, femoral, subclávia e mais distais) arterial poderia se constituir em outro
estão mais frequentemente relacionados à defeito estrutural da parede arterial.4,5 Estas
degeneração “aterosclerótica” e mais duas diferem.
raramente ao trauma. Mais de 90% dos A degradação das microfibrilas pela atividade
aneurismas periféricos estão localizados na aumentada das colagenases e elastases da
artéria poplitea ou femoral.2 parede arterial durante o envelhecimento
A dissecção de uma artéria implica na ruptura parece desempenhar um papel importante no
da íntima e subsequente descolamento da desenvolvimento dos aneurismas.6-13 Fatores
túnica média pelo fluxo arterial pulsátil. As genéticos (relacionados ao cromossoma 16)
dissecções, na imensa maioria dos casos, inflamatórios (secundários à respostas
comprometem a aorta torácica e raramente imunológicas desencadeadas pela liberação de
outras artérias como a aorta abdominal e citoquinas das células inflamatórias),
carótidas. As condições predisponentes mais alterações do colágeno tipo III (na síndrome
importantes são a presença de hipertensão de Ehlers-Danlos) e infecciosos (agentes
arterial e doenças degenerativas da túnica virais) estão implicados na etiopatogenia dos
média; as alterações ditas “ateroscleróticas” aneurismas da aorta abdominal, mas o seu real
parecem ter papel secundário. papel não é perfeitamente conhecido.14,15,16,17.
O aneurisma da aorta abdominal pela sua Finalmente, ocorre na aorta abdominal, em
maior incidência na população geral e pela cerca de 5% dos casos, um tipo muito especial
freqüente evolução para a ruptura é um dos de aneurisma: o chamado aneurisma
mais bem estudados em relação aos fatores inflamatório. A etiologia dos aneurismas
etiopatogênicos. A elastina e o colágeno são inflamatórios não é conhecida e a
os elementos estruturais mais importantes da histopatologia demonstra infiltrado
parede arterial e se dispõe, juntamente com inflamatório que compromete principalmente a
as células musculares lisas, em lamelas. A adventícia. Como pequenas alterações
aorta torácica apresenta 35 a 36 unidades inflamatórias são freqüentes nos aneurismas
lamelares ao passo que a aorta abdominal tem
degenerativos e como o processo inflamatório,
que leva ao envolvimento
ureteral e do duodeno, regride após a observaram que aneurismas da aorta
correção cirúrgica se aceita que o processo se abdominal entre 4,5 cm e 5,9 cm
constitui em reação tecidual apresentavam risco de ruptura de 10,2% ao
exagerada,secundária à dilatação progressiva ano. Este índice era significativamente maior
da aorta.18 A maior importância desta do que o grupo com aneurismas entre 3,0 e
condição patológica se relaciona às 4,4 cm que apresentava um risco de apenas
dificuldades técnicas durante a cirurgia. 2,1%. A correção cirúrgica parece então estar
indicada em aneurismas com 5cm ou mais de
diâmetro transverso.21
História Natural dos Aneurismas
Em relação à aorta torácica não existem
Estes em 1950 e Szilagyi em 1966 já
estudos que envolvam um grande número de
chamavam a atenção para a relação entre
pacientes por um período de tempo
maior dilatação da parede arterial e chance
considerável. Os estudos mais recentes são o
de ruptura da aorta abdominal.19,20 Em estudo
de Crawford e De Natale em 1986, que
mais recente de 1998 Scott, Tisi, Ashton e
demonstraram uma mortalidade de 50%
Allen estudanto toda a população de West
devido à ruptura nos casos não operados22 e o
Sussex na Inglaterra durante sete anos,
de Masuda em 1992 que, por sua vez,

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demonstrou uma taxa de expansão menor do Sintomas relacionados à erosão de corpo


que a dos aneurismas abdominais pela vertebral ou compressão ureteral com
tomografia computadorizada.23 Aqui não conseqüente hidronefrose também não são
existe, portanto, consenso quanto ao diâmetro frequentes.24
acima do qual a ruptura é mais freqüente. A Algoritmo de investigação e tratamento
conduta mais aceita é oferecer o tratamento
As técnicas para tratamento endoluminar das
cirúrgico quando os aneurismas excedem 5cm
patologias vasculares tomaram impulso com o
ou quando se manifestam sintomas.
aperfeiçoamento dos fixadores
Os aneurismas da artéria femoral e intraluminares ou “stents”. Estes fixadores
principalmente os da artéria poplitea tem um são fabricados com produtos biocompatíveis
comportamento diverso, com tendência à que provocam pequena reação intimal e podem,
trombose e não à ruptura. Os aneurismas da após introdução no local desejado,ser
artéria poplitea freqüentemente levam à liberadas para fora do sistema do cateter
episódios de repetida embolização, com introdutor. O material metálico pode ser
comprometimento dos vasos distais antes que auto-expansível ou ser expandido com balão.
ocorra a trombose completa da luz. Esta Os “stents”podem estar fixados a uma
condição clínica piora os resultados da delgada prótese de dacron ou PTFE ou ser
reconstrução arterial e por isso a cirurgia internamente recobertos pelo material
está indicada mesmo nos pequenos aneurismas sintético. O uso dos “stents”e endopróteses
que apresentam trombos no seu interior. já está adequadamente consagrado no
Apresentação Clínica tratamento endoluminar das estenoses
A maioria dos aneurismas da aorta são arteriais como complemento à
assintomáticos. Os grandes aneurismas da angioplastia,fístulas arterio-venosas
aorta torácica ou tóraco-abdominal podem traumáticas, pseudoaneurismas e TIPS no
comprimir estruturas adjacentes como a tratamento da hipertensão portal. Mais
traquéia, nervo recorrente e esôfago ou recentemente os fixadores tem sido
erosar arcos costais levando a sintomas como utilizados para correção de compressão
rouquidão, dificuldade respiratória, extrínseca em veias de grande calibre e
odinofagia ou disfagia e dor costal. mesmo nas estenoses venosas que se seguem à
Raramente ocorre ruptura para o esôfago com recanalização de trombose venosa em ilíacas
hematêmese profusa ou para o pulmão ,com ou veia cava inferior. O mais recente avanço
hemoptises de repetição. A ruptura franca nos procedimentos endoluminares é o uso das
pode se dar para o hemitórax esquerdo ou endopróteses, introduzidas por via femoral ou
mediastino ou ainda na transição tóraco- ilíaca, na correção dos aneurismas da aorta.
abdominal com hematoma retroperitonial Apesar da idéia da correção dos aneurismas
associado. arteriais ,por esta técnica, preceder em muito
O sintoma mais frequentemente referido por o primeiro procedimento realizado em
pacientes com aneurisma da aorta abdominal é humanos, o pioneirismo coube a Parodi em 6
dor incaracterística, moderada no epigástrio. de setembro de 1990. A possibilidade da
A rápida expansão ou ruptura contida no implantação de próteses bifurcadas ,por meio
retroperitônio, pode levar ao estiramento das de engenhosas manobras, veio a ampliar as
estruturas vizinhas e causar dor intensa que indicações mas a morbidade e durabilidade
piora à palpação da massa pulsátil. O dos procedimentos ainda não estão bem
diagnóstico clínico diferencial entre estas definidas. A discussão maior quanto às
duas possibilidades é extremamente difícil e indicações se relaciona com a seleção dos
exames subsidiários estão indicados candidatos a estas novas técnicas e tipo de
rotineiramente. endoprótese a ser utilizada. Existem mais de
uma dezena de sistemas utilizados no mundo
Raramente, estes aneurismas rompem para
atualmente e a análise dos resultados
uma víscera ôca ou para veias adjacentes.
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imediatos e tardios merece análise crítica em As mesmas limitações se aplicam na correção


estudos multicêntricos que estão em das dissecções da aorta descendente.
andamento. Técnica do reparo endoluminal dos
Antes que se ofereça em grande escala esta aneurismas
técnica alternativa é necessário o Os aneurismas da aorta abdominal infrarenal
acompanhamento a longo prazo, para se constituem na principal indicação. O calibre
determinar a durabilidade destas finas da endoprótese a ser utilizada é determinado
próteses de dacron ou PTFE. Por esta razões a partir das medidas tomadas pela angiografia
esta técnica deve ser indicada com cateter marcado (figura 1) ou pela
preferencialmente nos pacientes que angiotomografia (figura 2). O diâmetro
apresentam maior risco cirúrgico para a utilizado deve ser de 15% a 20% maior do que
cirurgia convencional. o calibre arterial do colo do aneurisma e das
As contra-indicações relativas para o uso das iliacas ,para permitir a “ancoragem” da malha
endoprótese na correção dos aneurismas da metálica com suficiente força radial.
aorta abdominal são:
a) distância de menos de 1,5 cm entre as
renais e o aneurisma (colo curto);
b) tortuosidade do colo proximal (ângulo
maior do que 60o) ou das ilíacas,
impedindo a progressão do sistema
cateter-prótese;
c) calcificação extensa do colo proximal
dificultando a “ancoragem”;
d) colo proximal cônico ou com trombo mural;
e) estenose ou pequeno calibre das ilíacas;
f) distância menor de 1,5 cm entre o
aneurisma e a bifurcação das ilíacas(no
caso das próteses retas);
Figura 1 - A arteriografia com cateter marcado permite
g) comprometimento extenso das ilíacas pela confirmar as medidas tomadas no pré-operatório e a
doença aneurismática. marcação adequada dos limites do aneurisma.

Estes problemas podem ser resolvidos, pelo


menos parcialmente, com a associação de
novas técnicas e modificações como o uso de
“stents” não-recobertos por prótese (para
fixação ao nível das renais), associação com
angioplastia no caso das estenoses e sistemas
bifurcados mais flexíveis e finos para vencer
as tortuosidades arteriais.
Os aneurisma s da aorta descendente podem
também ser tratados ,em casos específicos,
por meio das próteses endoluminares. As
limitações nestes casos se relacionam com a
possibilidade de “ancorar” o dispositivo sem
comprometer o óstio da carótida e subclávia
esquerda ou ramos viscerais importantes
como o tronco celíaco e mesentérica superior.

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Figura 2 - Na angiotomografia com reconstrução intervenção endovascular é uma sala cirúrgica,


tridimensional é possível demonstrar a luz remanescente
equipada com arco “em C” de angiografia, de
e o trombo mural. No exame as medidas longitudinais e
tranversais podem ser tomadas com relativa precisão. boa resolução e com os recursos de “road
mapping”.
O comprimento do dispositivo é determinado
pela distância entre a artéria renal mais baixa O primeiro passo é proceder uma angiografia
e um ponto de 2 a 3 cm distal ao limite com cateter marcado para delinear com
inferior do aneurisma nas artérias iliacas precisão o colo proximal e a posição das
comuns e excepcionalmente nas ilíacas renais. Muitas vezes uma visão lateral ou
externas (figura 3). obliqua são necessárias, para a correta
visualização dos pontos de implantação
proximal e distal do dispositivo. A seguir uma
marcação com agulhas ou com a própria régua
do equipamento é estabelecida para serem
usadas como marcadores durante a passagem
do sistema introdutor que contém a
endoprótese. Mais recentemente a nossa
rotina para esta marcação foi modificada :
mantendo-se o cateter “pig tail” com marcas
radiopacas pelo lado contralateral enquanto
se introduz o sistema contendo a endoprótese
até o local desejado. Uma vez avançado o
sistema até o local de liberação ,se procede a
injeção de pequena quantidade de contraste
para confirmar o posicionamento; a seguir o
cateter “pig tail” é recuado e a endoprótese
liberada. O procedimento é feito sob
anticoagulação sistêmica com heparina na
dose de 0,5 a 1,0 mg/kg.
O sítio de introdução mais usado são as
artérias femorais, especialmente quando se
utilizam sistemas bifurcados. Neste caso,
Figura 3 - Medidas obtidas no pré-operatório para a após a ancoragem do ramo ilíaco mais longo, o
confecção da endoprótese.
ramo curto da endoprótese é cateterizado
A tomografia espiral com reconstrução pelo lado contralateral. A seguir, sobre uma
tridimensional, apesar de se constituir em guia rígida é introduzido um segmento tubular
artifício do “software” do equipamento é, na que, por telescopagem, é fixado por meio de
maioria das vezes, o único exame solicitado um balão de angioplastia ao ramo curto e
para as medidas pré-operatórias. A vantagem liberado distalmente na ilíaca
do uso da ressonância magnética é evidente, contralateral. 25,26
Muitas vezes o cateterismo
entretanto, nos casos em que há elevação da do ramo curto apresenta dificuldades e,
creatinina sérica acima de 2 mg% já que nestes casos, uma guia introduzida pelo lado
prescinde do uso dos contrastes iodados. contralateral ou pela artéria axilar pode
O procedimento pode ser realizado em uma facilitar esta manobra (figura 4).
sala de hemodinâmica preparada com
iluminação adequada, instrumental cirúrgico
completo para o caso de conversão para
cirurgia convencional e equipamento para
anestesia e monitorização do paciente.
Entretanto, o ambiente mais adequado para a

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Figura 4 - Quando se utilizam as próteses bifurcadas e o


cateterismo do ramo iliaco curto a partir da femoral é Figura 5 - Quando é utilizada a endoprótese bifurcada o
tecnicamente díficil, o cateterismo a partir da axilar é a ramo curto é conectado por telescopagem com outro
opção mais adequada (E). A arteriografia transoperatória segmento modular reto de endoprótese (5a). A
(D) permite a detecção de eventuais vazamentos nos arteriografia de controle no trans-operatório (5b).
pontos de ancoramento da endoprótese.

As ilíacas externas podem ser utilizadas, por


uma pequena incisão de Gibson logo acima do
ligamento inguinal ,quando existem
tortuosidades acentuadas neste segmento, ou
quando se pretende utilizar uma endoprótese
cônica associada a uma derivação cruzada
femo ro-femoral ou iliaco-femoral. Esta última
variante técnica está indicada principalmente
quando existem estenoses ou tortuosidades
acentuadas em um dos segmentos iliaco-
femorais.27 Entretanto, na maioria dos casos
mais recentes esta é a técnica preferida não
só porque há apenas dois pontos de ancoragem
para os stents, mas também pela sua
simplicidade, rapidez e pequeno índice de
complicações. A iliaca comum contralateral é
ocluida com stent cego recoberto por dacron
para impedir o enchimento retrógrado do saco
aneurismático (figuras 5,6,7,8).

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Figura 6 - Quando se utiliza a endoprótese cônica (6a) é


possível escolher a ilíaca menos tortuosa ou estenótica
para a introdução do sistema cateter-endoprótese.
Observe-se o colo proximal tortuoso (6b). A
arteriografia transoperatória demonstrando retificação
do colo proximal e adequado posicionamento da prótese
(6c).

Figura 8 - Angiotomografia de controle mostrando bom


posicionamento da endoprótese cônica 2 anos após o
implante.

Uma vez concluída a liberação da endoprótese


se procede uma nova aortografia para
demonstrar possíveis pontos de vazamento.
Como o paciente está anticoagulado é
Figura 7 - membro inferior contralateral é frequente um pequeno vazamento pelas
revascularizado por derivação cruzada femoro-femoral ou
ilíaco-femoral e obstrução da iliaca comum com stent
malhas da prótese, que não deve ser
fechado com dacron. interpretado como falha do procedimento.
Apenas grandes vazamentos no stent proximal
devem ser primariamente corrigidos com a
introdução por telescopagem de um novo
segmento modular de endoprótese de 5 a 6
cm. Os vazamentos distais não se relacionam
com ruptura precoce do aneurisma e
freqüentemente selam espontaneamente nos
exames do pós-operatório tardio.

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Figura 9 - Angiotomografia. Aneurisma da aorta


descendente com colo proximal favorável.

Figura 10 - Angiotomografia. Controle pós-operatório da


correção do aneurisma da aorta descendente.

Em alguns casos de dissecçao circunscrita à


aorta descentente uma endoprótese tubular
pode ser implantada direcionando o fluxo para
a luz verdadeira. A ancoragem proximal pode
ser feita por stent não recoberto sobre a
Os aneurismas degenerativos subclávia esquerda. Mesmo que ocorra oclusão
(“ateroscleróticos”) da aorta descendente da subclávia esquerda raramente ocorre
podem ser tratados pelas técnicas isquemia grave do braço direito. Uma
endovasculares desde que não exista alternativa quando existir esta complicação
comprometimento extenso da transição seria proceder uma derivação carotideo-
toraco-abdominal. Nestes casos o subclávia para a revascularização do membro
tamponamento dos óstios arteriais pela superior (figura s 11,12,13,14).
endoprótese pode levar à isquemia medular ou
das vísceras intra-abdominais. Além disso,
deve haver um colo proximal suficientemente
longo para a ancoragem do dispositivo, sem
que se corra o risco de ocluir os ramos supra -
aórticos (figuras 9 e 10).

Figura 11 - Arteriografia demonstrando dissecção da


aorta descendente com compressão da luz verdadeira.

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Figura 12 - A endoprótese foi posicionada desde um ponto


imediatamente distal à artéria subclávia esquerda até um
ponto localizado 3 a 4 cm acima da origem do tronco
celíaco.

Figura 14 - O esquema da técnica empregada (acima); À


direita as arteriografias transoperatórias. Implante da
endoprótese cobrindo a origem da subclávia com stent
não recoberto. Posicionamento da porção distal da
endoprótese que se estende até a transição toraco-
abdominal

Os pseudoaneurismas também podem ser


tratados por via endovascular, especialmente
os aneurismas anastomóticos que podem
ocorrer como complicação das derivações
aorto-femorais ou aorto -ilíacas (figuras
15,16).

Figura 13 - Ressonância magnética demonstrando


dissecção da aorta que se inicia ao nível da origem da
subclávia esquerda. Havia ruptura da aorta com
hematoma mediastinal e hemotórax.

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traumáticas, secundárias à ferimentos por


arma branca ou arma de fogo, se constitui em
método pouco invasivo e seguro. Isto se aplica
principalmente nas fístulas arterio-venosas
que envolvem grandes vasos e que
invariavelmente se acompanham de
insuficiência cardíaca de alto débito e
refratária às medidas clínicas (figura 17).

Figura 15 - Grande pseudoaneurisma da anastomose


proximal de derivação aorto-femoral detectada sete anos
após o procedimento.

Figura 16 - Arteriografia trans-operatória demonstrando


exclusão da lesão. O procedimento foi complementado Figura 17 - Fístula aorto -cava (a), correção
com derivação femoro-femoral cruzada e exclusão do
com endoprótese revestida (b).
ramo esquerdo da prótese original.

Finalmente, o implante de endopróteses no


tratamento das fístulas arterio-venosas

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RESULTADOS E COMPLICAÇÕES vazamento com pressurização persistente do


O seguimento pós-operatório é de saco aneurismático.
fundamental importância para que se defina a Os vazamentos podem ser de quatro tipos:
durabilidade dos diversos sistema de a) Tipo I: ocorre por coaptação inadequada
endopróteses utilizadas. Este ou deslocamento nas extremidades ou das
acompanhamento inclui tomografias com zonas de conecção da endoprótese;
reconstrução tridimensional aos 30 dias, três
b) Tipo II: quando existe fluxo retrógrado
meses, seis meses e, a partir de então,
por vias colaterais como artérias
anualmente. Se um vazamento é detectado, a
lombares, mesentérica inferior ou
arteriografia pode determinar o local e
hipogástricas;
permitir o tratamento por via endovascular. A
introdução de módulo tubular adicional nas c) Tipo III: devido ao rompimento do tecido
da endoprótese ou entre segmentos de um
fixações proximais ou distais, embolização
sistema modular. Decorre exencialmente
com molas ou stent recoberto podem corrigir
a maioria dos vazamentos. pela fadiga do material ou defeito de
fabricação;
As complicações que se relacionam a este tipo
de procedimento são: d) Tipo IV: decorre da porosidade do
enxêrto e, na maioria dos casos
a) hipertermia pós-operatória: ocorre em
desaparece em horas ou dias após a
praticamente todos os pacientes,
implantação.
provavelmente relacionada a processo
Podem existir ainda os vazamentos de causa
inflamatório asséptico desencadeado pelo
sistema metal-prótese; desconhecida e que em exames subsequentes
podem ser definidos com mais precisão.
b) hematoma na(s) incisão(ões) femoral(ais)
Finalmente existe a possibilidade de
já que anticoagulantes são usados em
pressurização do saco aneurismático sem que
altas doses no trans e muitas vezes no
se detecte qualquer vazamento no ecodoppler,
pós-operatório;
na TC ou na angiografia. A mortalidade até 30
c) linfocele ou linforréia na incisão femoral; dias do procedimento é muito baixa mesmo em
d) “vazamento”pelas malhas da prótese ou no séries que incluem apenas pacientes de alto
local dos “stents”; risco. Na nossa série ,que incluiu apenas
e) dissecção da femoral ou ilíaca durante a pacientes de risco 4 e 5 da tabela do
introdução do sistema; American Society of Anesthesiology (ASA) a
mortalidade foi de 3,2%.
f) embolia de material aterosclerótico;
A durabilidade das endopróteses depende da
g) trombose do enxêrto;
sua estrutura, desenho e do material de
h) deslocamento/migração da prótese por
construção. O uso de ganchos ou pequenos
fixação inadequada à parede arterial; “espinhos” no “stent” proximal parece
i) ruptura arterial pelo sistema de oferecer segurança adicional contra a
introdução; migração. O tecido mais utilizado e testado ao
j) isquemia mesentérica pelo longo dos anos é o dacron. Além disso, quando
comprometimento da artéria mesentérica a endoprótese tem esqueleto metálico ao
superior ou inferior, ou ainda isquemia do longo de toda a sua extensão, parece haver
colon esquerdo por tamponamento do uma sustentação melhor que evita
óstio das hipogástricas. deslocamentos. Finalmente, a força radial dos
As complicações tardias se relacionam à “stents” proximais e distais, deve ser
trombose tardia da prótese, migração por suficiente para uma aposição à parede
perda da fixação dos “stents” à parede, arterial, principalmente quando existe algum
fadiga do material metálico ou da prótese e grau de calcificação na zona de ancoramento.
ruptura do aneurisma quando ocorre

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CONSIDERAÇÕES FINAIS Universidade Federal do Rio Grande do Sul


A indicação mais tentadora para o uso destas durante os anos de 1996 a 2000.
técnicas se refere aos pacientes de alto risco Certamente o emprego de materiais mais
especialmente aqueles com patologia cardíaca, resistentes e delgados, permitirá no futuro,
pulmonar ou renal graves e nos quais o que estas técnicas possam ser mais
tratamento cirúrgico convencional se associa difundidas e passem a fazer parte rotineira
a uma mortalidade elevada. Esta é a conduta das alternativas para o tratamento dos
seguida por nós no Hospital de Clínicas da aneurismas arteriais.

REFERÊNCIAS
1. Johnston KW, Rutherford RB, Tilson MD, Shah DM, 12. Webster MW, McAuley CE, Steed DL, Miller DD,
Hollier L, Stanley JC. Suggested standards for Evans CH. Collagen stability and collagenolytic
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Versão prévia publicada:
Nenhuma
Conflito de interesse:
Nenhum declarado.
Fontes de fomento:
Nenhuma declarada.
Data da última modificação:
26 de junho de 2000.
Como citar este capítulo:
Pereira AH, Sanvitto P. Endoprótese na correção dos aneurismas da aorta abdominal. In: Pitta GBB,
Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular:
guia ilustrado. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003
Disponível em:URL: http//www.lava.med.br/livro
Sobre o autor:

Adamastor Humberto Pereira


Professor adjunto, Doutor, da Disciplina de Cirurgia Vascular do
Departamento de Cirurgia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Porto Alegre, Brasil.

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Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado.
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro
Endoprótese nos Aneurismas da Aorta Abdominal Adamastor Pereira

Paulo Sanvitto
Radiologista do Hospital Moinhos de Ventos,
Porto Alegre, Brasil.
Endereço para correspondência:
Adamastor Humberto Pereira
Rua Ramiro Barcelos, 910 Conj. 1004
Moinhos de Vento
Porto Alegre – RS
Cep:. 90035-001
Fone: (51) 314-3186
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