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Departamento de Enfermagem Básica

Conceitos
Mecanismos de Transmissão
Medidas de Prevenção de Infecções

Profª Drª Eliane S. Grazziano


1846
 Final do século XVIII –
séc. XIX:

- Desenvolvimento da
bacteriologia e da
microbiologia

- Idéia de transmissão

- Mudança na compreensão
da causa da doença

- Florence Nightingale
(1863): primeiras
recomendações
sistematizadas
 Final do século XVIII –
séc. XIX:
- Ignaz Semmelweiss

 Séc. XIX – Séc. XX:


- Pasteur e Koch

- Desenvolvimento nos
conhecimentos da
bacteriologia, imunologia
e epidemiologia

- Modos de transmissão e
cadeia do processo
infeccioso
 Séc. XX e dias atuais:
- Avanços nos conhecimentos
científicos
- Novas tecnologias
- Precauções: paciente/cliente e
profissional da saúde

- Órgãos Oficiais:
Organização Mundial da Saúde
(OMS), Center for Desease Control
and Prevention (CDC), Organização
Panamericana da Saúde (OPAS) e
Ministério da Saúde (MS), Agência
de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Fonte: Curso de Atualização em Feridas. Módulo 2 – Condições Ideais para Cicatrização Ideal
J&J Medical [Apostila}.
Agente infeccioso
Bactéria, Fungo, Vírus
• e Protozoários
Hospedeiro susceptível
Imunossuprimidos Fontes
Doentes crônicos Pessoas, Soluções
Extremos de idade Medicamentos
Equipamentos
Procedimentos invasivos
Queimados
Pare
E
Pense

Porta de entrada Porta de saída


Mucosas Excreção
Pele não íntrega Secreção
Trato gastro-intestinal Gotículas
Modo de transmissão Outros fluídos
Trato urinário
Contato (direto, indireto)
Gotículas e Aérossóis
Transmissão por contato

 DIRETO  INDIRETO
- Microrganismos que possuem - Microrganismos presentes nas
elevada infectividade:(podem superfícies ambientais e artigos e
causar surtos em hospitais): equipamentos (fômites):
- Herpes simples, Herpes zoster
- Enterococo
- Algumas bacterias (resistente à vancomicina)
multirresistentes e salmonelose

- Diarréia infecciosa em paciente


incontinente

- Feridas com secreção abundante e


não contida
Evolução do modelo de controle de infecções
hospitalares no mundo

1940 - Primeiros estudos para controlar as infecções hospitalares na Inglaterra


1950 - Criação do cargo de enfermeiro controlador de infecção na Inglaterra
1960 - Obrigatoriedade das Comissões de controle de infecção em hospitais norte-
americanos (1 enfermeiro para cada 200 leitos)
1970/80 - Práticas de higiene e isolamento (poucos estudos sobre a efetividade)
1985 (CDC) – Precauções Universais
1996 (CDC) – PRECAUÇÕES PADRÃO e POR MODO DE TRANSMISSÃO

No Brasil: Portaria 196 (1983), Lei nº 9.431 (1997), Portaria 2616 (1998),
Criação da ANVISA (1999).
Transmissão Aérea por Aerossóis

 Disseminação dos núcleos de


gotículas veiculadas pelo ar
(partículas residuais pequenas)
contendo microrganismos.

Permanecem em suspensão no ar
por longo período de tempo.

Também ocorre por partículas de


poeira contendo agente
infeccioso.(núcleos Wells)
Transmissão Aérea por Gotículas

 Gotículas grandes contendo microrganismos são propelidas à curta


distância (aproximadamente 1 metro), e depositadas no hospedeiro
(conjuntiva, mucosa nasal, boca).

Não permanecem em suspensão no ar.


- Tosse
- Espirro
- Fala
Biossegurança. O que é?

PREVENIR
DIMINUIR
ELIMINAR

Risco de
Exposição
Prevenção Ocupacional a
Acidentes Agentes
Biológicos
Medidas de Biossegurança
EMPREGADOR TRABALHADOR

• Exame de saúde • Uso de Equipamento de


admissional e periódico. Proteção Individual (EPI);
• Vacinação (Hepatite A e B; • Higienização das mãos;
Gripe; Rubéola, Caxumba e • Medidas de Prevenção de
Sarampo, Tétano-difteria, contaminação – Precauções
varicela, Febre Amarela, Padrão e por Modo de
Pneumocócica e BCG). Transmissão.
• Oferecer EPIs e condições • Descartar corretamente
ambientais e material biológico.
materiais para a prevenção • Manter a atenção nos
de acidentes. procedimentos de maior
risco de contaminação com
material biológico.
http://www.fop.unicamp.br/biosseguranca/
imgs/nfig7.jpg
 Eliminar a maioria dos
microrganismos
patogênicos

 Microbiota Transitória
 Microbiota Residente
Precauções Padrão
Conjunto de medidas que devem ser aplicadas no atendimento de todo
paciente hospitalizado, independente do presumível estado infeccioso,
e na manipulação de equipamentos e artigos contaminados, ou
sob suspeita de contaminação.

Antes e após Ao contato Se risco Descarte


contato com com sangue de respingos adequado
cada paciente e secreções
Precauções Padrão
Nunca despreze material pérfuro-cortante em
sacos de lixo

SIM!
Precauções de Contato
- Infecção ou colonização por bactérias
Multirresistentes, ou

 Microorganismos epidemiologicamente
importantes (como rotavírus, vírus sincicial
respiratório, herpes simples localizado, diarréia
aguda, furunculose, infecção de ferida operatória,
escabiose, pediculose), passíveis de transmissão
por contato direto.

 Use luvas e aventais (não estéreis) para realizar


procedimentos que facilitem o contato com os
líquidos corporais do paciente (retirar o avental ao
sair do quarto).

 Lave as mãos com solução anti-séptica


degermante (PVP-I ou clorexidina).
Precauções com aerossóis
Indicações: Infecção respiratória suspeita ou confirmada por
microorganismos transmitidos por aerossóis. Ex: varicela,
sarampo e tuberculose.

Qual máscara utilizar?


Quando usar máscara?
 usar máscaras com
capacidade de filtragem e Dentro dos quartos de
vedação lateral adequada pacientes com tuberculose
( N95); bacilífera (pulmonar ou laríngea)
 Cada PAS deverá ter a suspeita ou confirmada;
sua; Em locais onde ocorram
 Podem ser usadas por um procedimentos indutores de tosse
longo período desde que e geradores de aerossóis (ex.:
permaneçam íntegras, salas de broncoscopia, salas
limpas e secas. inaloterapia, laboratórios de
micobacteriologia).
Precauções com aerossóis

Proteção ambiental - Internação

quarto privativo com pressão negativa;


filtragem do ar com filtros de alta eficiência
seis a 12 trocas de ar por hora,
manter as portas do quarto sempre
fechadas.
 Transporte de paciente: utilizar máscara
tipo cirúrgica para o paciente.
 Visitas: restritas e orientadas.
 Obs: Isolamento para varicela associar
precauções de contato.
Precauções com gotículas

Indicações:
Pacientes portadores ou com
infecção por microorganismos
transmissíveis por gotículas, que
podem ser gerados por tosse,
espirro, conversação. Exemplos:
parotidite, coqueluche,
difteria, rubéola, meningite
por meningococos, síndrome
aguda respiratória grave
(pneumonia asiática).
Precauções com gotículas
Proteção ambiental
Internação de paciente: quarto privativo ou, caso não
seja possível, em quarto de paciente com infecção
pelo mesmo microorganismo; a distância mínima
entre os leitos deve ser de um metro.
Máscara: deve ser utilizada quando a proximidade
com o paciente for menor de um metro.
Transporte de paciente: limitado, mas quando
necessário, utilizar máscara cirúrgica para o paciente.
Visitas: restritas e orientadas
Artigos e Equipamentos: exclusivos para o paciente
ou comum para pacientes com mesmo
microrganismo
 Microbiota Transitória
 Microbiota Residente
(permanente)
 Constante em determinada topografia e
 Pode colonizar tecidos faixa etária;
temporariamente: horas, dias ou
semanas;  Não é alterada em condições normais;
 Pode ser removida  Aderida aos receptores teciduais:
removida somente pela morte
microbiana ou alterações do receptor;
 Origem: meio ambiente, outros
tecidos do hospedeiro (outras  Enquanto mantido equilíbrio entre
topografias); hospedeiro e habitat normal: barreira
antiinfecciosa;
 Pode originar doenças: invasão  Podem ser alteradas em pacientes
microbiana a partir da hospitalizados (faringe, pele, vagina e
colonização (ruptura de intestino)
integridade tegumentar:
traumas, doenças ou terapias)

Fernandes, 2000
“Risco Biológico é a
EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL probabilidade da
exposição
ocupacional a
agentes biológicos;
considerando-se os
microorganismos
geneticamente
modificados ou não,
culturas de células,
parasitas, toxinas e
príons”NR-32
Classificação dos Agentes Biológicos X Riscos

Classe de Individual Transmissão Potencial p/ Profilaxia


Risco Trabalhador para a doenças ou
saúde Coletiividade Tratamento
Eficazas
1 Baixo Baixo Baixo ---------
2 Moderado Baixo Sim Sim
3 Elevado Moderado Graves Nem sempre
4 Elevado Elevado Graves Não

Brasil,
Agentes Biológicos Epidemiologicamente
Importantes em Biossegurança Hospitalar

Classe de Risco Exemplos

2 HEPATITE B, SARAMPO, CAXUMBA,


RUBÉOLA, INFLUENZA

3 E.COLI, M. TUBERCULOSIS, HIV,


AGENTE DA DOENÇA DE
CREUTZFELDT-JAKOB (Príons)

Brasil,
RESERVATÓRIOS / FONTES DE MICRORGANISM
 O trabalhador da área da saúde tem risco mais
elevado que a população geral de ficar doente?
 Depende da população atendida
 Depende do nível de atenção à saúde do trabalhador
 Depende do nível de treinamento do trabalhador
 Depende da existência de medidas de controle de
infecção
 Depende do nível de proteção contra doenças
imunopreviníveis
 Quais são as principais doenças que podem ser
transmitidas do paciente para o trabalhador da área da
saúde?

HIV Baixo risco


Hepatite A Baixo risco
Herpes Baixo risco
Escabiose Baixo risco
Hepatite B Risco variável
Coqueluche Risco intermediário
Rubéola Risco intermediário
Varicela Alto risco
Sarampo Alto risco
Agentes infecciosos mais relatados x riscos

Tipo de Exposição
Pele não
Agente Percutâneo Mucosas
íntegra

HIV 0,3% 0,09% < 0,09%

HBV 1 a 62% desconhecido desconhecido

1,8%
HCV desconhecido desconhecido
(0 a 7%)

CDC. MMWR, 50; 2001.


Rapparini C et al. Ministério da Saúde, 2004.
Fatores predisponentes à ocorrência de acidentes de trabalho com material
pérfurocortante descritos na literatura, 1985-2000.

• Comportamento agressivo dos pacientes.

• Situação de urgência.

• Funcionários temporários. • Recipiente de descarte superlotado.

• Falta de programas de capacitação do pessoal.

• Disposição inadequadas de caixas de descarte na unidade (distante da área


de manipullação de pérfurocortantes) ou ausência das mesmas.
• Sobrecarga de trabalho, devido a falta de funcionários.

• Não oferta de materiais e equipamentos de segurança.

Marziale, Rodrigues (2002)


Fatores relacionados ao comportamento individual dos trabalhadores

• Desconsideração das precauções padrão.


• Desconhecimento dos riscos de infecção.
• Desatenção e descuido dos profissionais.
• Tensão e estresse dos profissionais.
• Falta de capacitação profissional (técnico).
• Cansaço, fadiga.
• Fatalidade.
• Manipulação de material pérfurocortante.
• Desconexão de agulhas das seringas.
• Re-encape de agulhas.
• Má qualidade dos materiais.

Marziale, Rodrigues (2002)

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