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Infeções Cruzadas

Infeção Hospital ou nosocomial – É toda a infeção diagnosticada clínica ou


laboratorialmente, constituindo motivo diferente da hospitalização do doente e que pode
manifestar-se 48 a 72h após o seu internamento ou nos dias subsequentes à alta.
“Toda a infeção que se desenvolve em consequência do tratamento no hospital de que o
doente não sofria nem estava em incubação no momento de adesão.
IACS (Infeção Associada aos Cuidados de Saúde) – é toda a infeção adquirida pelos
doentes em consequência dos cuidados e procedimentos de saúde prestados e que pode
também, afetar os profissionais de saúde durante o exercício da sua atividade. Todas as
infeções causadas por uma variedade de bactérias, fungos e vírus, adquiridas pelo cliente
durante o processo de obtenção de cuidados de saúde, surgindo como uma consequência
indesejada dos mesmos.
Critério utilizados na definição de Infeção Hospitalar (CDC):
a) Resultante de uma reação adversa à presença de um ou mais agentes infeciosos ou
suas toxinas;
b) Ocorre durante a hospitalização;
c) Não existe evidência que estivesse presente ou em incubação na altura da admissão;
d) Corresponde às definições de infeção específicas quanto à localização.
Causas das IACS:
Défice ou ausência de assepsia:
a) No ambiente envolvente;
b) Nos dispositivos médicos;
c) Nos medicamentos;
d) Nos procedimentos realizados;
e) No cliente;
f) Na equipa de saúde;
g) Nas visitas.
Epidemiologia das IACS
• Infeções do trato urinário;
• Infeções do trato respiratório inferior;
• Infeções da ferida operatória;
• Infeções da corrente sanguínea.
IACS por estafilococos Aureus meticilino-resistente
Europa – 20 a 40%
Portugal – cerca de 50%
Microrganismos mais frequentemente isolados
Estafilococos aureus meticilina resistente
E. Coli
Pseudomonas aeruginosa
Klebsiella pneumoniae
Estafilococos aureus meticilina sensível
Cândida albicans
Enterococcus faecalis
Acinetobacter baumannii
Staphylococcus epidermidis
Proteus mirabilis
Programa de Prevenção e Controlo da Infeção e de Resistências aos Antimicrobianos
(PPCIRA)
Objetivo Geral – Redução da taxa de infeções associadas aos cuidados de saúde,
hospitalares e da comunidade, assim como da taxa de microrganismos com resistência aos
antimicrobianos.
Objetivos Específicos – vigilância contínua da infeção hospitalar, do consumo de
antibióticos e da incidência de microrganismos multirresistentes no sentido de:
a) Taxa de adesão dos hospitais aderentes à vigilância de microrganismos resistentes em
2014 > 50%
b) Nº de bacteriemias por MRSA por 1000 dias de internamento em 2015/ Nº de
bacteriemias por MRSA por 1000 dias de internamento em 2012 < 90%
c) Taxa de bacteriemias por MRSA no total de bacteriemias por Estafilococos aureus em
2015/ Taxe de bacteriemias por MRSA no total de bacteriemias por Estafilococos
aureus em 2012 < 90%
Estratégias de atuação
• Informação/Educação
• Vigilância Epidemiológica
• Normalização de estrutura, procedimentos e práticas clínicas
• Incentivos financeiros por via do financiamento hospitalar
• Monitorização
Desenvolvimentos das IACS
Cadeia Epidemiológica:
• Hospedeiro Suscetível
• Agente Infecioso
• Reservatório
• Porta de saída
• Modo de transmissão
• Porta de entrada
Tríada Ecológica do Processo Infecioso
Fator Agente:
1. Mecanismo de ação
2. Tipo de reservatório
3. Porta de saída/entrada
4. Mecanismo de transmissão
Fator Hospedeiro:
1. Fatores Intrínsecos
• Idade
• Estado geral/Estado nutricional
• Condições agudas e crónicas associadas
• Stress intenso
• Estado imunitário
• Predisposição genética
2. Fatores Extrínsecos
• Presença e quantidade de portas de entrada não naturais (cateteres, feridas)
• Métodos de diagnóstico e de tratamento
• Duração e proximidade de contacto com o agente
Fator Ambiente: • Política Organizacional
1. Físico • Condições Arquitetónicas
2. Biológico • Temperatura, humidade e ventilação
3. Socioeconómico • Tráfego de funcionário e de visitas
• Uso de Barreiras

Potenciais Patogénicos
• Sangue
• Sémen
• Secreções vaginais
• Líquor
• Líquido ascítico
• Líquido amniótico
• Líquido pericárdio
• Líquido Pleural
• Líquido Sinovial
• Leite Materno
• Qualquer líquido com sangue visível
Portas de Saída
• Nasofaringea
• Olhos
• Tubo digestivo
• Aspiração/Entubação/Traqueostomia
• Tubo digestivo
• Veia jugular/Veia subclávia
• Ferida Operatória
• Drenagens
• Cateteres veia periférica
• Punção Lombar
• Sonda Visceral
• Feridas em membros inferiores
• Desbridamento Venoso
Vias de Transmissão
Contacto – é a via de transmissão mais importante
- Direto – mãos, pele a pele
- Indireto – mãos, material, instrumentos, água, ar
- Gotículas – por deposição direta, proximidade excessiva (<1 metro)
Via Aérea – Transmissão por gotículas muito pequenas, que podem ficar suspensas no ar
durante algum tempo. Sob esta forma os microrganismos infetantes, podem percorrer
distâncias consideráveis e serem inalados ou contaminar tecidos expostos ou mucosas.
São produzidas por:
- Tosse, espirro, canto, fala
- Torneiras/Chuveiro
- Humidificadores, nebulizadores, ambus…
Pode ser importante se:
- Não há condições de isolamento
- Profissionais/visitas circulam com infeção
- Obras e ventilação inapropriada
- Contaminação dos sistemas de tratamento de ar
Gotículas – Gotículas de maior dimensão que normalmente ficam suspensas no ar por pouco
tempo, podendo depositar-se nas superfícies ambientais ou feridas abertas.
Também podem ser produzidas por:
- Tosse, espirro, canto, fala
- Torneiras/Chuveiro
- Humidificadores, nebulizadores, ambus
Também pode ser importante se:
- Não há condições de isolamento
- Profissionais/visitas circulam com infeção
- Obras e ventilação inapropriada
- Contaminação dos sistemas de tratamento de ar

Infeções transmitidas através de gotículas


Mais frequentes:
• Tuberculose
• Rubéola
• Gripe, Sarampo, Varicela
• Legionelose
• Aspergilose
• Psitacose
Menos frequentes:
• Estreptococos gr A
• Estafilococos aureus
• B. pertussis
• N. meningitidis
Infeções transmitidas através de gotículas: Agentes microbianos
Doentes, profissionais
• Estreptococos gr A
• Estafilococos aureus
• B. pertussis
• Mibrobactéria tuberculosis
Aerossóis infeciosos
• Pseudomonas
• Acinetobacter
• Legionella
Sistemas ventilação
• Legionella
• Nocardia
Outras Vias de transmissão
• Veículo comum (frascos multiuso de terapêutica, de antissépticos/desinfetantes, de
sabão do banho…)
• Ingestão: gastrenterites – colonização com microrganismos
• Percutânea: Corto perfurantes, acessos vasculares
• Transplacentar – via placenta (mãe/filho)
Nota: Um microrganismo pode ser transmitidos por mais do que uma via!

O risco para a infeção está em relação com:


• Defesas do hospedeiro
• Quantidade e virulência dos microrganismos em contacto
• Duração e intimidade do contacto
Hospedeiro → Ambiente → Agente
Controlo da Infeção: medidas de prevenção
1. Diretas – atuam ao nível da cadeia de infeção
A) Medidas específicas
• Imunoprofilaxia
• Quimioprofilaxia
B) Medidas não específicas
• Isolamento e vigilância
• Cordão sanitário
• Desinfeção/desinfestação
• Declaração obrigatória
2. Indiretas – atuam ao nível dos fatores ambientais e sociais
• Higiene
• Saneamento
A IACS como risco para o cliente e para o prestador de cuidados
Pressupostos
• O enfermeiro é, ética e deontologicamente, responsável por proporcionar ao cliente
um ambiente seguro.
• A implementação das medidas de controlo das IACS diminuem o risco do cliente para
adquirir uma infeção com impactos de diversa ordem no projeto de vida/saúde do
cliente.
• A efetividade das práticas de controlo das IACS depende:
▪ Da competência do profissional de saúde
▪ Do juízo acerca das medidas de prevenção e controlo da IACS mais
adequadas (nomeadamente sobre a técnica assética)
▪ Da sua responsabilidade individual
• É função do enfermeiro a implementação das medidas mais efetivas no controlo das
IACS, assim como, a supervisão das medidas aplicadas por outros profissionais de
saúde.
• Em todo e qualquer cuidado de saúde dever ser respeitada a assepsia.
Assepsia
• Definida como a redução da contaminação microbiana de tecidos vivos, fluidos ou
materiais pela exclusão, remoção ou morte dos microrganismos.
• Medidas de proteção do hospedeiro à exposição ao microrganismo através da
eliminação de todos os genes de uma determinada zona, evitando que os
microrganismos patogénicos cheguem aos clientes.
Técnicas Asséticas
• A técnica assética é uma expressão para os métodos utilizados no sentido de garantir a
assepsia.
• Técnicas que utilizam um conjunto de processos, medidas ou meios para impedir o
contato do microrganismo com o hospedeiro.
Assepsia Médica – técnica limpa
• Conjunto de ações que têm como finalidade limitar o número de microrganismo
patogénicos a uma determinada área, evitar o seu crescimento e a sua expansão.
• Compreende todas as ações utilizadas para confinar um microrganismo específico a
uma área determinada.
Exemplo de procedimentos: Higiene oral; Higiene corporal, entubação Naso gástrica;
alimentação por sonda Naso gástrica; mudança de saco coletor de urina; tratamento de
lixos; higienização das mãos, entre outras.
Assepsia Cirúrgica – técnica estéril
• Envolve condutas que reduzem ao máximo a carga microbiana dos dispositivos
médicos (DM). Pressupõe que os DM estéreis são manipulados com outro material
também esterilizado. O rompimento da barreia ou o contacto com qualquer outra
superfície ou produto não esterilizado não deve/pode acontecer.
• Conjunto de ações que têm como finalidade destruir os microrganismos e os esporos
de uma determinada área.
• Aplica-se a todos os cuidados de saúde em que se prevê o contacto com áreas
corporais habitualmente não expostas ao contacto com o ambiente (por exemplo, em
todos os procedimentos invasivos)
Exemplo de procedimentos: Cirurgias; limpeza de feridas; cateterismo vesical; manuseio
de pacotes estéreis de secreções endotraqueais, entre outra.
Princípios da assepsia
• Evitar falar, tossir, espirrar, curvar-se ou gesticular sobre o material estéril;
• Inutilizar objetos esterilizados que tocam em outros não-estéreis: são considerados
contaminados/não estéreis;
• Manter sob supervisão constante os dispositivos estéreis;
• Inutilizar pacotes húmidos, manchados, sem data e com ruturas na embalagem;
• Armazenar os materiais em locais próprios, limpos, longe de poeira, insetos e calor;
• Proceder à higienização das mãos sempre que necessário
Precauções Básicas de Controlo de Infeção
• Higienização das mãos
• Utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI): Luvas (estéreis ou não
estéreis); Fardas e calçado; Aventais; Batas (estéreis ou não estéreis); Máscaras;
Toucas e óculos de proteção
• Colocação dos doentes (isolamento)
• Práticas seguras na preparação e administração de injetáveis (Prevenção de acidentes
com corto perfurantes)
• Exposição a agentes microbianos no local de trabalho (imunização)
• Controlo ambiental: Higienização das instalações; Tratamento de resíduos (triagem de
lixos); Tratamento de roupas (triagem de roupa)
• Etiqueta Respiratória
• Descontaminação dos equipamentos clínicos
As PBCI ajudam a Prevenir e Controlar a transmissão cruzada de microrganismos, a infeção
e a resistência aos antimicrobianos:
• De um doente para outro doente
• Do doente para o profissional de saúde
• Do profissional de saúde para o doente
• De um profissional de saúde para outro
• Aplicar a todos os utentes, mesmo sem conhecer o seu diagnóstico!
As PBCI aplicam-se a todos os Utentes, quando se prevê contacto com:
• Sangue (incluí sangue seco)
• Fluídos corporais, secreções, excreções
• Pele não intacta
• Membranas mucosas
Precauções Baseadas nas Vias de Transmissão (PBVT)
As PBVT devem ser instituídas logo que sejam detetados sinais/sintomas sugestivos de
infeção transmissível e, não apenas quando o diagnóstico já é confirmado. A PBVT devem
ser iniciadas nos doentes que se sabe terem, ou considerados de alto risco de estarem
colonizados ou infetados com MMR (microrganismos multirresistentes), em conformidade
com a política da unidade de saúde. Não se deve esperar confirmação laboratorial para agir.
Cada unidade de saúde deve definir uma política interna que autorize o profissional de saúde
e fundamente o início das PBVT, adequadas aos sinais/sintomas e manter essas precauções,
até que os resultados laboratoriais, estejam disponíveis para a confirmação ou não, do
diagnóstico.
O Profissional do GCL-PPCIRA deve:
i. Estar informado quando são iniciadas as PBVT;
ii. Confirmar se as PBVT aplicadas são adequadas à situação
clínica/patologia infeciosa;
iii. Ser consultado antes da interrupção das PBVT instituídas, ou de acordo
com a política local.
Equipamentos de Proteção Individual (EPI): Verificação da qualidade/segurança
Garantir/validação das condições de armazenamento:
a) Temperatura
b) Luz
c) Humidade
Verificação da embalagem:
a) Tamanho, nome e tipo de produto
b) Identificação do fabricante
c) Mês, ano e tipo de esterilização (se esterilizada)
d) Mês, ano de fabrico e lote de fabrico
e) Prazo de validade
f) Tempo de vida útil
Uso de EPI: Luvas
Antes do uso das luvas:
• Certificar que as mãos estão limpas e secas (as proteínas do látex ligam-se ao pó,
ativado a reação alérgica que é potenciada pela humidade)
• Inspecionar se existem cortes e/ou outros ferimentos (cobrir com penso impermeável)
• Garantir que as luvas cobrem as mãos e os punhos
• Proceder, sempre à higienização das mãos antes e após o uso das luvas (poderão
existir defeitos inaparentes; as luvas podem rasgar-se durante o uso; possibilidade de
contaminação das mãos após remoção)
• Proceder à troca das luvas:
▪ Entre clientes e entre procedimentos no mesmo cliente
▪ Sempre que se encontrem danificadas
A lavagem das mãos com luvas colocadas destróis a barreira (o contacto com a água e
detergente torna-as permeáveis)
Adequar o tipo de luvas ao procedimento (não usar luvas duplas)
A sua utilização serve para:
• Proteger o cliente da flora transitória das mãos do prestador de cuidados
• Reduzir o risco de contaminação das mãos dos prestadores de cuidados aquando do
contacto com fluidos orgânicos ou do contacto com material/equipamento
contaminado
O uso indiscriminado de luvas pode constituir um risco tanto para os clientes como para o
próprio utilizador. As luvas não são totalmente impermeáveis. É possível encontrar nas mãos
dos profissionais Enterococos resistentes à Vancomicina após a remoção das luvas.
Uso de luvas não estéreis – Nos procedimentos em que o prestador de cuidados prevê o
contacto das suas mãos com fluídos orgânicos ou com pele não íntegra do cliente ou com
material contaminado. Nenhuma delas protege contra o risco de picada.
Tipo de Luva:
- Látex
- Sintéticas
- Nitrilo
- Vinil
- Menage
Higiene das mãos e o uso de luvas
As luvas devem ser usadas de acordo com as Precauções Básicas e de Contacto. A pirâmide
explica alguns exemplos clínicos em que as luvas não estão indicadas, e outras em que estão
indicadas luvas limpas ou esterilizadas.
Luvas não indicadas (exceto para precauções de CONTACTO)
Sempre que não exista possibilidade de exposição a sangue ou fluídos corporais ou ambiente
contaminado.
Exposição direta ao doente: avaliação da pressão arterial, temperatura e pulso, administração
de injeções SC ou Intramuscular, lavar e vestir o doente, transportar o doente, cuidar dos
olhos e pavilhões auriculares (sem secreções), qualquer manipulação de acesso vascular na
ausência de extravasamento de sangue.
Exposição indireta ao doente: utilização do telefone, escrever nos registos do doente,
administração de medicação oral, distribuição e recolha dos tabuleiros das refeições,
remoção e substituição dos lençóis da cama, colocação de aparelhos de ventilação não
invasiva e cânulas de oxigénio, deslocação da mobília do doente.
A higiene das mãos deve ser efetuada quando apropriado independentemente das indicações
para utilização de luvas!
Situações Clínicas com indicação para luvas limpas
Possibilidade de contacto com sangue, fluidos orgânicos, secreções, excreções e objetos
visivelmente contaminados por fluidos orgânicos.
Exposição direta ao doente: contacto com sangue; contacto com membranas muscosas e com
pele não íntegra; possível presença de organismos perigosos e altamente infeciosos;
situações de emergência ou epidemia; colocação e remoção de acessos vasculares;
derramamento de sangue; remoção de linha venosa; exame pélvico ou vaginal; aspiração de
sistemas abertos de tubos endotraqueais.
Exposição indireta ao doente: esvaziamento de recipientes com fluídos orgânicos;
manipulação/limpeza de instrumentos; manipulação de resíduos; limpeza de fluídos
corporais.
Indicações para luvas esterilizadas
Qualquer procedimento cirúrgico; parto vaginal; procedimentos radiológicos invasivos;
colocação de acessos venosos ou cateteres centrais; preparação de nutrição parentérica total e
de agentes de quimioterapia.
Uso de EPI: uniformes, batas, aventais e calçado
Objetivos:
• Proteger quem usa, protegendo a roupa dos germes do cliente
• Proteger o cliente, evitando que os germes da roupa e/ou pele dos profissionais sejam
a ele transmitidos
Pressupostos:
O vestuário/calçado:
• Deve ser apropriado à área/função para a qual vai ser utilizado
• Ser fechado e impermeável
• Cobrir a área em risco de maior exposição
• Ser confecionado com um tecido facilmente descontaminável
• Ser mudado diariamente, ou pelo menos 2 a 3 vezes por semana
• Os sapatos do meio hospitalar não devem circular na rua (em algumas unidades devem
ter cobertura)
As batas:
• Compridas e largas, com mangas compridas, punhos elásticos e devem ter um cinto na
cintura
• Sempre utilizadas quando:
▪ Se prevê contaminação da roupa ou pele
▪ Se presta cuidados a pessoas com compromisso imunitário
▪ Se presta cuidados a pessoas infetadas
• De uso único
• Sem bolsos
• Retiradas no final do procedimento para que foi usada
• Removidas/substituídas quando molhadas
• Confortáveis, facilitando os movimentos
• Reforçada na cintura e braços
• Impermeáveis
• Maleáveis, leves e resistentes
• Isentas de libertação de partículas
As batas cirúrgicas conferem barreira microbiana, inclusive a vírus
Uso de EPI: Máscaras
• Indicadas nas situações de risco de contaminação (quer do cliente quer do prestador de
cuidados) por via aérea.
• As máscaras cirúrgicas destinam-se a filtrar ou a direcionar os microrganismos
expirados para longe do campo estéril (transmissão por macrogota).
• As máscaras convencionais destinam-se, apenas, a filtrar o ar expirado da pessoa que a
usa; não é eficaz para proteger o seu utilizador de doenças transmissíveis por via
aérea.
• Os Respiradores pessoais são máscaras destinadas a filtrar o ar inalado pela pessoa que
usa a máscara; conferem proteção ao utilizador na transmissão por microgota.
Características essenciais:
• Dimensões: cobrir o nariz e ajustar-se à face
• Eficiência de filtragem de partículas não inferior a 98%
• Eficiência de filtragem bacteriana não inferior a 95%
• Pressão diferencial (delta P -respirabilidade) não deve ser superior a 4mmH2O
• Constituída por material filtrante e revestida por camadas de polipropileno
• A fixação deve ser feita por amarras, presilhas ou ajuste de cabeça
• O ajuste à face deve ser incluído dentro do material de cobertura e não deve projetar-
se para fora do material da máscara
• Repelência a fluidos – não deve haver evidência de sangue alcançando a camada
interna do material da máscara
O uso:
• Colocação com ajuste correto à face
• A remoção deve fazer-se pelas tiras evitando tocar nas partes externas e internas da
máscara
• Não colocar a máscara ao pescoço nos momentos em que não está a ser utilizada
• Respeitar o tempo máximo de uso (indicado pelo fabricante.
A embalagem deve fazer referência (para além dos aspetos comuns)
• Indicações de utilização
• Tempo de duração da máscara quanto à obstrução do filtro
• Adaptabilidade nasal
• Comodidade (respiração fácil e não irritante)
Máscaras de procedimento
Finalidade: Reduzir a contaminação do ambiente
Indicações: Circulação no BO e “salas limpas” e Limpeza das “salas limpas”
Máscaras Bico de Pato
Finalidade: Reduzir a transmissão do utilizador de macrogotas >5u
Indicações: Precauções de isolamento de gotículas; Contacto indireto com pessoa com
Tuberculose Pulmonar; Suspeita de presença de pessoas com TP, em sala de espera;
Isolamento de pessoas com imunossupressão
Respirador de partículas
Finalidade: Fornecer proteção respiratória ao profissional em situações de risco (transmissão
de microgotas <5u
Indicações: Precauções de isolamento de disseminação aérea; Realização de procedimentos
invasivos em pessoas contaminadas (ex: entubação endo-traqueal em pessoas com TP);
Sarampo e varicela; H1N1
Máscara Cirúrgica (alta proteção)
Finalidade: Reduzir a contaminação pelo ar expirado do profissional de saúde (ex: campo
operatório; ferida operatória); Proteção temporária do utilizador
Indicações: Intervenções cirúrgicas; Procedimentos invasivos de alto risco
Nota: preferencialmente com camada externa fluido-resistente
Máscara fluido resistente c/ou sem viseira
Finalidade: Reduzir a exposição do utilizador ao sangue e fluidos corporais; Reduzir a
contaminação pelo ar expirado
Indicações: Intervenções cirúrgicas ou outros procedimentos invasivos com risco de saída de
fluidos sob pressão; Áreas de descontaminação de materiais, salas de autópsia, laboratórios
Ter atenção que as máscaras…
Não protegem eficazmente o trato respiratório de um profissional que cuida de um cliente
acometido por uma infeção que se propague por via aérea e não impedem as pessoas
suscetíveis de serem infetadas quando cuidadas por profissionais de saúde que têm doenças
respiratórias.
Uso de EPI: protetores oculares
Indicado quando se corre risco de salpicos de produtos orgânicos nos olhos.
Imunização
De acordo com o Programa Nacional de Vacinação e com a Circular Informativa da DGS
(gripe sazonal, a maior preocupação é com doenças transmitidas pelo sangue e fluidos
orgânicos: Hepatite B e C e infeção por HIV.
Vários fatores podem contribuir para que haja infeção:
• A quantidade de sangue transmitido;
• O número de partículas infetadas disponíveis no doente infetado;
• Se a exposição foi superficial (salpicos de fluidos orgânicos no rosto) ou profunda
(picada profunda com injeção de algum sangue).
Vacina anti-Hepatite B
• Os profissionais suscetíveis devem ser vacinados.
• É importante completar o esquema vacinal (3 injeções no total) antes de iniciar a sua
prática num serviço de saúde.
Segurança com corto perfurante
Organização do ambiente de trabalho - Contentor para corto perfurantes
Organização pessoal - manter à vista todos os corto perfurantes e estar atento às pessoas em
seu redor; não passar agulhas ou outros dispositivos corto perfurantes de mão em mão; evitar
transportar corto-perfurantes na mão.
Cuidado na eliminação e acondicionamento do corto perfurante – Responsabilizar-se pelo
resíduo que produziu; ativar dispositivos de segurança (caso existam); eliminar
imediatamente o corto perfurante em contentor adequado; manter uma distância de
segurança entre a mão e a abertura do contentor
Avaliação dos processos de aquisição de corto perfurantes – Assegurar a sua aceitabilidade e
eficiência.
• Usar os contentores de cortantes e de perfurantes (imperfurável, impermeável e com
sistema de encerramento seguro)
• Colocar os contentores em local acessível e seguro para evitar deslocações
• Usar os dispositivos próprio de inutilização de agulhas
▪ Não voltar a embainhar a agulha
▪ Não partir nem dobrar as agulhas antes ou após a sua utilização
▪ Ter atenção que as luvas não previnem os acidentes por perfuração;
devem ser usadas por risco de exposição ao sangue
• Não colocar os objetos cortantes e perfurantes em recipientes de lixo inadequados
• Não utilizar lâminas de bisturi desmontadas
• Evitar segurar objetos cortantes e perfurantes dados por outra pessoa (não passar de
mão em mão)
• Elaborar e divulgar por todos os grupos profissionais normas de prevenção de
acidentes por picada ou corte e para atuação pós-exposição
• Notificar o serviço de risco/saúde ocupacional os acidentes com corto perfurantes
• Motivar os profissionais para o cumprimento dos programas de vacinação
contemplados no Programa Nacional de Vacinação
Atenção à triagem de lixos – Os contentores para corto perfurantes incluem-se nos resíduos
do Grupo III e IV. Os contentores devem ter características específicas.
Colocação de doentes: sistemas de isolamento
a) Uma das barreiras à transmissão de agentes patogénicos;
b) Seleção do tipo de colocação/isolamento de acordo com:
a. Cadeia epidemiológica da infeção
b. Situação clínica do doente (patologias)
c. Vias de transmissão previstas (via aérea, gotículas e contacto)
c) Suscetibilidade imunológica do doente e o ser grau de colaboração
Objetivos
Isolar para conter (Isolamento de contenção)
• Pretende-se prevenir a transmissão de infeção por microrganismos
epidemiologicamente importantes quer se trate de uma suspeita de infeção (medidas
empíricas) quer se tenha confirmação microbiológica do diagnóstico.
• Pode ser feito em quarto individual ou em coorte
Isolar para proteger (Isolamento de proteção)
• Pretende-se proteger de infeções um doente imunocomprometido
• Preferencialmente requer quarto individual, com características de ventilação
específicas
Sistemas de isolamento
Via aérea
• Aplicam-se a doentes com infeções suspeitas ou confirmadas por microrganismos
transmitidos por núcleos de partículas (“dropllet nuclei”) com dimensão <5um,
transportadas pelo ar.
• Estes núcleos resultam da evaporação das gotículas contendo microrganismos e que
permanecem suspensas no ar, podendo ser transportadas a longas distâncias por
correntes de ar.
Exemplo de situações: Tuberculose pulmonar, laríngea ou brônquica; Varicela ou
sarampo; Herper Zooster disseminado ou herpes localizado em doentes imunodeprimidos
Gotículas
Aplicam-se a doente com infeção suspeita ou confirmada por microrganismos transmitidos
por gotículas (partículas de dimensões superiores a 5um) e que podem ser geradas pelo
doente durante a tosse, o espirro, a fala ou determinados procedimentos de risco geradores de
aerossóis como aspiração de secreções, broncoscopia, cinesiterapia respiratória.
Exemplos: Doença estreptocócica em crianças (pneumonia, faringite, escarlatina);
Gripe; Meningite por Influenzae e meningitidis; Parotidite; Tosse convulsa (B. pertissis);
Difteria faríngea; Rubéola
Contacto
Indicado em todos os doentes com suspeita ou confirmação de estarem infetados ou
colonizados por microrganismos epidemiologicamente importantes, que possam ser
transmitidos por contacto direto com o doente ou indiretamente, por contacto das mãos com
as superfícies ou utensílios do ambiente do doente, com os quais este contactou.
Exemplos: Clostridium dificille, Infeções ou colonizações gastrointestinais,
respiratórias ou cutâneas por bactérias consideradas multirresistentes.
Ambiente seguro: higiene e limpeza

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