Você está na página 1de 55

História do Controlo das IACS

✓ Primeiras referências são encontradas na Bíblia, tratados de Hipócrates e Galeno;


✓ Relacionada com o desenvolvimento da microbiologia;
✓ Até idade média – larga difusão das doenças transmissíveis;
✓ Metade do séc. XIX – hospitalismo - valorização da higiene pessoal e ambiental;
✓ A partir do séc. XIX – iniciam-se práticas de controle das doenças transmissíveis:
• Mudança na conceção dos hospitais;
• Questionamento sobre as condições de (in)salubridade, promiscuidade, mistura de corpos.
✓ Século XIX:
• Anton Van Leeuwenhock – descoberta do microscópio;
• Semmelveis – lavagem das mãos com água clorada – redução da mortalidade materna de
12,2% para 2,4% logo no 1º mês de intervenção;
• Pasteur – introduz conhecimentos sobre bacteriologia;
• Lister– introduz conceitos de assepsia. Acreditava que a infeção poderia ser ocasionada pela
penetração do ar nocivo nas feridas - pulverização do ar da sala cirúrgica com ácido fénico e
desinfeção dos instrumentos cirúrgicos com ácido carbólico;
• Gustav Neubar - introduziu o uso do avental cirúrgico;
• Mikulicz - introduziu a máscara de gaze;
• Halsted - introduziu o uso de luvas de borracha;
• Florence Nightingale – a enfermagem afirma-se no controlo da infeção – limpeza; iluminação
natural; ventilação; sistemas de esgotos; isolamento; dieta; diminuição do nº de camas por
enfermaria; diminuição da circulação de pessoas nos serviços; etc.
✓ Século XX
• Aparecimento dos antimicrobianos;
• Atenção particular à conceção das salas cirúrgicas (Carl Flugge) – ventilação e condições de
assepsia;
• Fundação do Central Control Desease (CDC) nos USA (1846);
• Criação das primeiras CCI em Inglaterra (1959);
• Emanação das normas e recomendações no controlo da Infeção pelo CDC (década de 60);
• Reconhecimento da importância da Vigilância Epidemiológica (década de 70) –
simultaneamente é reconhecida a importância de ser realizada por enfermeiros –
recomendado haver 1 enfermeiro de CI/250 camas ocupadas;
• Criação da Infection Control Nurses Association (1970).
✓ Contemporaneidade:
• Elaborado o 1º grande estudo de infeção (entre 1970 – 1976);
• Funcionamento do Nosocomial Infection Surveillance System – responsável pela emanação
de diversas recomendações e estudos no CI e VE (1970 – 2004);
• Aparecimento do Improving Patient Safety in Europe (IPSE) – integrou os projetos e
programas de CI, nomeadamente o HELICS;
• Criação da estrutura europeia ECDC (European Center for Deseases Control);
• Definição da estratégia europeia para a prevenção e controlo das IACS (2008 até à
atualidade).
✓ Em Portugal
• 1930 - Abordada pela primeira vez a temática da prevenção e controlo da infeção hospitalar
pelo Estado Português – 1ª referência à infeção hospitalar;
• 1979 - A DGS reconhece a resolução 72 do Conselho da Europa referente à prevenção e
controlo da infeção; institucionalização das Comissões de Controlo da Infeção;
• 1987 - Realiza-se a primeira conferência nacional sobre a luta contra a infeção hospitalar
1988 – Criado o Projeto de CI pelo IGIF;
• 1993 - Emanada a Circular Normativa (nº4/93) por parte da DirecçãoGeral dos Hospitais,
referente à importância das CCI - Institucionalização das CCI em todos os hospitais;
• 1996 - A Direção Geral dos Hospitais determina a criação das CCI nas unidades públicas ou
privadas - Criação das CCI através de Despacho Normativo;
• 1999 - Por despacho da DGS é criado o 1º Programa Nacional de Prevenção e Controlo da
IACS (PNCI) – responsabilidade do Instituto Nacional de Saúde, Dr. Ricardo Jorge, com o
objetivo de dar a conhecer a verdadeira dimensão do problema e promover as medidas
necessárias para a sua prevenção através da identificação e modificação das práticas de risco;
• 2006 - Transferência do PNCI para a Direcção-Geral da Saúde;
• 2007 - A DGS emana o PNCI, com cronograma até 2013. Criação da rede nacional de registo
de IACS. Reestruturação das CCI;
• 2008 - Publicado o Manual de Operacionalização do PNCI;
• 2013 - Programa de Prevenção e Controlo da Infeção e das Resistência aos Antimicrobianos
(PPCIRA)

Infeção
✓ Invasão dos tecidos corporais de um organismo hospedeiro por organismos patogénicos (capazes de
causar doenças);
✓ Estes organismos patogénicos multiplicam-se causando reações nos tecidos do organismo hospedeiro
que podem ser reações:
• Causadas pelos próprios organismos patogénicos;
• Causadas pelas toxinas produzidas e libertadas pelos organismos patogénicos.
✓ É qualquer doença clinicamente evidente que surja devido à presença e multiplicação de organismos
patogénicos no organismo hospedeiro.

Processo Patológico (De acordo com o CIPE)


✓ Invasão do corpo por microrganismos que se reproduzem e multiplicam causando doença por lesão
celular local, secreção de toxinas ou reação antigénio-anticorpo.

Infeção Cruzada
✓ Transferência de microrganismos entre:
• Humano-Humano;
• Objeto-Humano;
• Animal-Humano;
• Animal-Animal.
✓ Origina a cadeia epidemiológica;
✓ Pressupõe a existência de:
• Hospedeiro Portador;
• Reservatório;
• Meio de Transmissão;
• Hospedeiro Suscetível.

1. Hospedeiro
Portador

Cadeia
4. Humano ingere a Epidemiológica 2. Água infetada com
alface microrganismos
Hospedeiro Intoxicação Reservatório
Suscetível
Alimentar por
Microrganismo

3. Alface Lavada
Meio de
Transmissão

Organismos
Bactérias Fungos Vírus Patogénicos

Calor Rubor

Dor Tumefação
Sinais
de
Celsus

Primeiros sinais clínicos de desenvolvimento de infeção

Marcadores para detetar a existência de infeção


✓ Análises ao sangue:
• Velocidade de Sedimentação (VS) – se apresenta valores elevados existe infeção;
• Proteína C Reativa (PCR) – se apresenta valores elevados existe infeção.
✓ Análise Citológica
• Análise aos exsudados de feridas e expetoração;
• Ao ser detetada a presença de uma bactéria há que saber se Gram + ou Gram- para saber que
antibiótico usar.
✓ Caso Prático:
• Cliente com ferida de pressão
❖ Temperatura entre 37.5º a 38.2º;
❖ Bordos da ferida com edema e ruborizados;
❖ Cliente refere dor;
❖ Conclui-se que pode existir infeção. A confirmação poderá ser feita por análise do
exsudado da ferida.

Infeção Hospitalar/Nosocomial
✓ Pressupõe sempre a existência de um internamento
✓ Infeção diagnosticada clínica ou laboratorialmente;
✓ De causa diferente da que originou a hospitalização do cliente;
✓ Pode manifestar-se entre 48 a 72 horas após o internamento do cliente ou nos dias subsequentes à
alta;
✓ Significa que o cliente não sofria da infeção nem estava em período de incubação da mesma;
✓ Adquirida na sequência do internamento.
✓ Exemplo:
• Cliente internado devido a pneumonia;
• Necessita ser algaliado;
• Contrai infeção urinária devido à algaliação.

Infeção Associada aos Cuidados de Saúde (IACS)


✓ Toda a infeção contraída pelo cliente na sequência de cuidados e procedimentos de saúde;
✓ Não pressupõe internamento, visto que pode ser contraída no domicílio através de cuidados que
sejam aí prestados;
✓ Os profissionais de saúde também podem contrair infeções desta natureza;
✓ Exemplo:
• Cliente acamado com ferida de pressão;
• Enfermeiro vai ao domicílio efetuar o penso;
• Não garante a assepsia do material;
• Cliente infetado com microrganismo patogénico.
✓ IACS mais abrangentes porque incluem as Infeções Hospitalares/Nosocomiais – Não são a mesma
coisa.

Critérios Utilizados na Classificação das IACS


✓ Resultado de uma reação adversa devido à exposição a agentes infeciosos e/ou às toxinas produzidas
por estes;
✓ Ocorrem:
• Durante a hospitalização;
• Durante a prestação de cuidados.
✓ Sem evidência da presença do agente infecioso ou da sua incubação no cliente na admissão no
internamento e/ou antes da prestação de cuidados de saúde;
✓ Corresponde à definição de infeção específica quanto à localização.

Causas das IACS


✓ Défice ou ausência de assepsia:
• No ambiente envolvente:
❖ Deve-se realizar a limpeza e higienização da enfermaria.
• Nos dispositivos médicos:
❖ Necessitam estar sempre esterilizados (por ácidos ou calor);
❖ Alguns podem ser desinfetados com álcool a 70 % (tesouras, colchões, etc)
• Nos medicamentos:
❖ É necessário garantir a assepsia das mãos do enfermeiro e do cliente antes de dar
comprimidos para este tomar.
• Nos procedimentos realizados:
❖ Nunca passar de um cliente para o outro sem desinfetar (fricção antisséptica) ou lavar
as mãos)
• No cliente;
• Na equipa de saúde;
• Nas visitas.

Assepsia
✓ Todas as técnicas implementadas para reduzir e/ou eliminar a carga microbiana;
✓ Assepsia dos instrumentos (esterilização):
• Calor ou Ácidos;
• Álcool a 70 %.
✓ Assepsia das Mãos divide-se em 2:
• Assepsia Médica
❖ SABA (Soluções Antissépticas de Base Alcoólica) indicados para a fricção
antisséptica das mãos. Inativam os microrganismos criando uma película na mão,
porém não os eliminam na totalidade. Contêm emolientes que asseguram a hidratação
da pele.
• Assepsia Cirúrgica
❖ Uso de luvas esterilizadas visto que são as únicas que protegem da transmissão dos
microrganismos quer do cliente para as mãos do enfermeiro, quer do enfermeiro para
o cliente. Utilizadas para a palpação de feridas, por exemplo.

Epidemiologia das IACS


✓ Afetam 8 em cada100 clientes hospitalizados (relatório 2017 PPCIRA);
✓ 4,1 milhões de casos por ano na União Europeia;
✓ 8% a 12% dos clientes internados;
✓ Morrem 37000 clientes por IACS anualmente na União Europeia;
✓ Prevalência das IACS em Portugal no ano de 2017 foi de 7,8%;
✓ Consumo de antibacterianos em Portugal abaixo da média europeia Prevalência nos Cuidados de
Saúde Primários é elevado (21,6%), apesar de ligeiramente abaixo da média europeia (21,9%);
✓ Impossível serem eliminadas na totalidade porque:
• Não é possível eliminar todos os microrganismos;
• Clientes em condição de grande vulnerabilidade acabam por contrair IACS:
❖ Exemplo: Internamento em Cuidados Intensivos – Muitos acessos, grande
rotatividade das equipas, estados de saúde mais graves (maior debilidade).

Distribuição das Infeções Nosocomiais/Hospitalares:

Infeção Percentagem
Infeção das Vias Respiratórias (Exceto das vias respiratórias superiores) 34.6 %
Infeção das Vias Urinárias 24 %
Infeção do Local Cirúrgico 12.2 %
Infeções Hematogéneas (rede vascular) 8.5 %
Infeções da pele e tecidos moles 7%
Infeção do Aparelho Gastrointestinal 4.9 %
Infeções dos olhos, ouvidos, nariz, garganta e boca 3.1 %
Infeções ósseas ou articulares 1.7 %
Infeção Sistémica 1.5 %
Infeção do Aparelho Cardiovascular 1.4 %
Infeções do Aparelho Reprodutor 0.8 %
Infeção do SNC 0.5 %

Notas:

✓ Infeções do Local Cirúrgico:


• Medidas de assepsia são muito importantes para garantir que não acontece infeção da ferida.
Para o enfermeiro isto é especialmente importante na realização do penso cirúrgico.
✓ Infeções Urinárias e Hematogéneas
• Relacionadas com os acessos:
❖ Cateter urinário – infeções urinárias;
❖ Cateter venoso, arterial, subcutâneo, intramuscular e parenteral – infeção
hematogénea.
✓ Infeções do Trato Respiratório Inferior:
• Comuns em doentes com traqueostomia;
• Necessária a aspiração das secreções:
❖ Tubo de Aspiração e Reservatório – têm de estar esterilizados para prevenir infeções
do trato respiratório inferior.
✓ Prevenção de Infeções Urinárias:
• Sugestão: Tentar estabelecer um padrão horário sobre a micção e defecação do cliente e
colocá-lo na cadeira sanitária (se possível) nessas horas. Ajuda a que o cliente não faça na
fralda e apoia a sua autonomização.

Microrganismos mais frequentemente detetados


Microrganismo Percentagem
Staphylococcus aureus meticilina resistente 15.8 %
Escherichia coli 14.5 %
Pseudomonas aeruginosa 12.7 %
Klebsiella pneumoniae 7.9 %
Staphylococcus aureus meticilina sensível 6.2 %
Candida albicans 5.6 %
Enterococcus faecalis 5%
Acinetobacter baumannii 4.4 %
Staphylococcus epidermis 2.6 %
Proteus mirabilis 2.6 %
SARS-COV-2

Notas:

✓ Pseudomonas aeruginosa
• Bactéria que se desenvolve em feridas já existentes;
• Ao atingir a árvores respiratória:
❖ Provoca grande quantidade de secreções;
❖ Pode originar pneumonias;
❖ Expetoração amarelada e com cheiro fétido – pelas características da expetoração é
possível identificar este microrganismo.
✓ Realiza-se a limpeza do intestino antes de procedimentos como a colonoscopia ou cirurgia aos
intestinos para desobstruir a via e para que as bactérias endógenas do intestino não passem para a
corrente sanguínea.

Taxa de Prevalência de Infeção por Unidades Hospitalares

Unidades Percentagem
Unidades de Cuidados Intensivos 45.7 %
Unidades de Queimados 44 %
Unidades de Hematologia 32.9 %
Unidades de Transplante 30.8 %
Unidades de Nefrologia 24.6 %
Unidades de Cirurgia Digestiva 19.6 %

Notas:

✓ Risco = supressão ou diminuição de capacidade de resposta do SI;


✓ Cuidados Intensivos:
• Maior taxa de infeção devido ao comprometimento do SI – Clientes Imunodeprimidos;
• Clientes com mais acessos logo existem mais portas de entrada para os microrganismos;
• Maior circulação de profissionais de saúde.
✓ Unidades de Queimados:
• O local da queimadura, por si só, é uma porta de entrada para microrganismos.
✓ Latentes = extremos da idade cronológica
• Idosos – perda de imunidade por envelhecimento do SI;
• Recém-Nascido – Não apresentam o SI totalmente desenvolvido.
✓ Stress físico e psicológico compromete o funcionamento do SI;
✓ Doenças crónicas também comprometem o funcionamento do SI.

Taxa de IACS
6% recomendada
pela OMS

Não é possível atingir 0 % porque O clima do país influencia de forma


é impossível eliminar todos os positiva ou negativa as IACS.
microrganismos Clima mais frio mais seco = Menos IACS

Programa de Controlo da Infeção e da Resistência aos Antimicrobianos (PPCIRA)

✓ Entidade sedeada na DGS porém com administrações regionais espalhadas pelo país;
✓ Controlo de Infeção e Resistência aos Microbianos são duas faces do mesmo problema, por isso é
necessário que as estratégias para o seu combate sejam comuns;
✓ Pretende:
• Reduzir as infeções associadas aos cuidados de saúde;
• Reduzir o consumo de antimicrobianos;
• Reduzir a resistência a antimicrobianos;
• Reduzir a transmissão de resistência a antimicrobianos.
✓ Estratégias de Atuação:
• Informação e educação;
❖ Dinamização de formação sobre controlo e prevenção de infeções relacionadas com
os cuidados de saúde e sobre resistências aos antimicrobianos;
❖ Dinamização da formação sobre uso adequado de antibióticos, tanto em meio
hospitalar como em ambulatório;
❖ Dinamização de reuniões da Aliança Intersectorial para a Preservação do Antibiótico,
agregando instituições e representantes das áreas da saúde, da farmácia, da
veterinária, da indústria e do consumidor;
❖ Dinamização da campanha de sensibilização do cidadão para o uso prudente dos
antibióticos, nomeadamente relevando os riscos associados ao seu uso
• Vigilância epidemiológica:
❖ Dinamização da participação dos hospitais e dos laboratórios de microbiologia nos
sistemas de vigilância das infeções, resistência aos antimicrobianos e consumo de
antibióticos;
❖ Reforço dos sistemas de vigilância de resistência aos antimicrobianos, de forma a
poder desenvolver processos de resposta rápida e eficiente a situações preocupantes;
❖ Integração das bases de dados de vigilância epidemiológica de infeção associada a
cuidados de saúde na Plataforma de Dados da Saúde.
• Controlo da prescrição de antimicrobianos;
• Normalização de estruturas, procedimentos e práticas clínicas:
❖ Reforço da relação e sintonia com os Grupos Coordenadores Regionais de Prevenção
e Controlo de Infeção;
❖ Normalização das estruturas periféricas (comissões) de controlo de infeção e
prevenção de resistência aos antimicrobianos, em termos de estrutura e missão, de
forma sintónica com o programa nacional;
❖ Extensão para os ACES e Unidades de Cuidados Continuados das estruturas de
consultadoria em controlo de infeção e uso de antimicrobianos;
❖ Emissão de Normas e Orientações Clinicas;
❖ Emissão de “bundle” de práticas de controlo de infeção e de política de antibióticos;
❖ Emissão e atualização de Manuais de Boas Práticas.
• Incentivos financeiros por via do financiamento hospitalar:
❖ Inclusão de indicadores de desempenho hospitalar relacionados com controlo de
infeção, prevenção de resistências antimicrobianas e consumo de antibióticos.
• Monotorização:
❖ A execução do Programa é avaliada através de indicadores de processo e de
resultados. A especificação destes indicadores, tal como das medidas de impacte e dos
recursos a utilizar, são atualizados no Plano de Atividades anual.
• Consultadoria.
✓ Prescrição de antibióticos:
• Necessário efetuar teste de sensibilidade ao antibiótico;
• Evitar a prescrição desnecessária de antibióticos:
❖ Exemplo: Furadantina = antibiótico muito utilizado para tratar infeções urinárias. Por
ser muito usado criou-se resistência a este antibiótico.
✓ Antibióticos de terceira geração:
• Mais desenvolvidos;
• Maior capacidade de destruição dos microrganismos, especialmente os mais resistentes.
✓ Controlo de Infeção no Bloco Operatório:
• Utiliza-se uma Placa de Petri para controlar a colonização do espaço por microrganismos e
para saber que tipo de microrganismos se encontram no local.
✓ Para instalação de novos dispositivos médicos a Comissão de Infeção do serviço de saúde em causa
tem de avaliar se o dispositivo é de fácil e/ou possível descontaminação.

Vigilância Epidemiológica (VE)


✓ Observação contínua, ativa e sistemática da ocorrência e distribuição da doença numa população;
✓ Análise e divulgação de informação de forma a permitir a adoção de medidas corretivas apropriadas;
✓ Atua através do laboratório de Microbiologia SINAVElab;
✓ VE das resistências aos antimicrobianos:
• A notificação de microrganismos “alerta” tem de ocorrer num prazo máximo de 18h para a
DGS e ao Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA);
• A notificação de microrganismos “problema” tem de ocorrer com uma periodicidade de 3
meses, no máximo.

Microrganismos Problema e Microrganismos Alerta


Microrganismos Alerta: Microrganismos Problema:
•Staphylococcus aureus com resistência à
Vancomicina (VCF), à Daptomicina e ao Origem Invasiva (Sangue e Líquido
Linezolide;
Cefalorraquidiano)
•Enterococcus faecium e Enterococcus faecalis
com resistência ao Linezolide; •Pseudomonas aeruginosa
•Enterobacteriaceae com suscetibilidade •Acinetobacter;
intermédia ou resistência aos Carbapenemes •Staphylococcus aureus;
e/ou presumiveis produtores de •Enterococcus faecalis;
Carbapenemases; •Enterococcus faecium;
•Pseudomonas aeruginosa com resistência à •Streptococcus pneumoniae.
Colistina;
•Acinetobacter spp. com resistência à Colistina.
Outra Origem:
•Clostridium difficile.

Cadeia Epidemiológica

Agente
Infecioso

Hospedeiro
Reservatório
Susceptível

Porta de Porta de
Entrada Saída

Modo de
Transmissão
Tríade Ecológica do Processo Infecioso

Fator Agente

Fator Fator
Hospedeiro Ambiente

Fator Agente:

✓ Mecanismos de Ação:
• Ser humano, secreções, mãos.
✓ Tipo de Reservatório
✓ Porta de Entrada/Saída:
• Boca;
• Nariz.
✓ Mecanismo de Transmissão:
• Mãos;
• Via aérea (partículas).

Fator Hospedeiro:

✓ Fatores Intrínsecos:
• Determinados pelo SI;
• Tecido adiposo a mais; stress; predisposição genética (ex: lúpus) – fatores que comprometem o
SI;
✓ Fatores Extrínsecos:
• Relacionados com a duração e proximidade com o agente.
• Acessos externos:
❖ CVC – perigoso porque está próximo da circulação central;
❖ Colheitas de sangue (CVP)
• Métodos de Diagnóstico:
❖ Colonoscopia;
❖ Endoscopia.
• Tratamentos:
❖ Quimioterapia.

Fator Ambiente:

✓ Físico:
• Distância entre camas (1 metro entre cada) e tamanho do corredor de circulação (2 metros).
✓ Biológico:
• Hospital é mais perigoso que cuidados de saúde primários (maior risco biológico).
✓ Socioeconómico:
• Salubridade; literacia; situação económica.
✓ Ambientes Patogénicos
• Podem ser reservatórios ou estão dentro do “contentor” infecioso.

Fatores de Risco Extrínseco ao Hospedeiro

Fatores Percentagem
Cateter Venoso Periférico 70.5 %
Cirurgia 28.5 %
Cateter urinário 27.1 %
Alimentação Entérica 9%
Cateter venoso central 8.7 %
Terapêutico Imunosupressora 7%
Ventilação Assistida Invasiva 2.1 %
Alimentação Parentérica 2.1 %

Líquidos Potencialmente Patogénicos


✓ Sangue;
✓ Sémen;
✓ Secreções vaginais;
✓ Líquor = Líquido Cefalorraquidiano;
✓ Líquido Ascítico = Rico em proteínas. Líquido que se acumula no abdómen devido a Ascite:
• Ascite = Patologia hepática. Aumento da volémia (quantidade/concentração de sangue). Leva
à destruição do fígado devido ao extravasamento de líquido ascítico para fora das células
passando para o espaço abdominal. O tratamento consiste na drenagem desse líquido e na
administração de albumina.
✓ Líquido Amniótico;
✓ Líquido Pericárdio;
✓ Líquido Pleural;
✓ Líquido Sinovial = Lubrifica as articulações;
✓ Leite Materno;
✓ Qualquer líquido com sangue visível.

Portas de Saída
✓ Desbridamento Venoso:
• Utilizado quando não é possível cataterizar uma veia na rede venosa periférica;
• Muito frequente em queimados;
• Realiza-se uma incisão nos membros inferiores e assim obter acesso direto ao vaso
sanguíneo.
✓ Punção Lombar:
• Colheita de líquido cefalorraquidiano para análise ou alívio de pressão;
• Administração de epidural.

Vias de Transmissão
✓ A transmissão de um microrganismo pode acontecer por mais de uma via:

Contato =Via de transmissão mais importante


Indireto:
Mãos;
Direto: Gotículas:
Material;
Mãos; Deposião direta;
Instrumentos;
Pele a Pele Proximidade excessiva (< 1 metro)
Água;
Ar

Via aéra Gotículas


•Dropet nuclei =gotículas muito pequenas que •Gotículas de maior dimensão que ficam pouco
podem ficar suspensas no ar algum tempo; tempo suspensas no ar;
•Podem percorrer distâncias consideráveis, serem •Depositam-se me superfícies ambientais ou feridas
inalados e contaminar tecidos expostos ou abertas.
mucosas. •Produzidas por:
•Produzidas por: •Tosse, espirro, canto, fala;
•Tosse, espirro, canto, fala; •Torneiras e chuveiros;
•Torneiras e chuveiros; •Humidificadores, nebulizadores e ambus.
•Humidificadores, nebulizadores e ambus. •Importantes se:
•Importantes se: •não existirem condições de isolamento;
•não existirem condições de isolamento; •profissionais e visitas a circularem com infeção;
•profissionais e visitas a circularem com infeção; •Obras e ventilação inapropriada;
•Obras e ventilação inapropriada; •Contaminação dos sistemas de tratamento de ar.
•Contaminação dos sistemas de tratamento de ar.
Infeções transmitidas através de gotículas

Mais Frequentes
• Tuberculose;
• Rubéola;
• Gripe;
• Sarampo;
• Varicela;
• Legionelose.

Menos Frequentes
• Streptococcus gr A;
• Staph.aureus;
• B.pertussis;
• N. meningitidis.

Agentes Microbianos transmitidos através de gotículas

Doentes, Sistemas de
Aerossóis Infeciosos
Profissionais Ventilação
• Streptococcus gr A; • Pseudomonas; • Legionella;
• Staph.aureus; • Acinetobacter; • Nocardia.
• N. meningitidis; • Legionella.
• B.pertussis;
• Mycobacterium
tubercolosis.

Outras Vias de Transmissão

Veículo Comum Ingestão Percutânea Transplacentar

• Frascos multiuso • Colonização dos • Corto- • Entre mãe e filho


de medicação, de alimentos com perfurantes; via placenta.
antisséticos, de microrganismos; • Acessos
detergente, etc. • Gastroenterites. vasculares.

Notas:

✓ Frascos multiusos de medicação:


• A serem usados em vários clientes têm de ser desinfetados entre doentes.
✓ Corto-Perfurantes:
• A tesoura a utilizar deve ser em inox, de ponta dupla (um ponta romba e outra afiada);
• Antes e depois de usar no cliente a tesoura tem de ser desinfetada.
Defesas do
Hospedeiro

Risco de
Infeção está
relacionado
Duração e
intimidade do com: Quantidade e
virulência dos
contato microrganismos

Hospedeiro Ambiente Agente

✓ Comunidade:
• Hospedeiros menos suscetíveis.
✓ Hospital:
• Hospedeiros mais suscetíveis que
na comunidade.
✓ Cuidados Intensivos:
• Ambiente mais agressivo;
• Hospedeiros mais suscetiveis;
• Maior virulência e
patogenicidade dos
microrganismos;
• Maior número de
microrganismos.
Risco diferencial de Infeção

Risco de Infeção Situação Clínica do Cliente Tipo de Procedimento


Sem imunodeficiência; Não invasivo;
1- Mínimo
Sem doença subjacente significativa Sem exposição a fluidos biológicos.
Com infeção; Exposição a fluídos biológicos;
Fatores de risco endógenos (idade, Procedimentos invasivos não
2- Médio neoplasia, entre outros) cirúrgicos:
- CVP;
- Algaliação.
Imunodeficiência grave (< 500 Cirurgia;
leucócitos/ml); Transplante;
Múltiplos traumatismos; Procedimentos invasivos de alto
3- Elevado Queimaduras graves; risco:
Transplante de órgão. - CVC;
- Entubação endotraqueal;
- Ventilação assistida invasiva.

Notas:

✓ Fluídos Biológicos:
• Saliva;
• Sangue;
• Urina;
• Suor;
• Sémen;
• Excreções;
• Exsudado de feridas;
• Líquido amniótico;
• Líquido Ascético;
• Excreções vaginais.
✓ SABA:
• Não atua em fluídos biológicos;
• Lavar com água e sabão.
✓ Hemograma com fórmula leucocitária:
• Análise que afere o número de leucócitos por ml de sangue;
• Cliente com leucócitos a < 500/ml e com múltiplos traumatismos tem de ser isolado porque
apresenta imunodeficiência e portas de entrada para microrganismos.

Avaliação do Risco de Infeção para o Cliente – Árvore de Decisão


✓ Na admissão do doente é efetuada a avaliação do risco de infeção. Esta avaliação é revista 72 horas
depois da admissão;
✓ É um processo que não é estanque visto que é revisto ao longo do internamento e na saída de modo a
articular com a unidade de saúde que vai receber o doente.
O que avaliar na admissão:

Colonização;

Infeção incluindo febre, tosse produtiva, alterações da pele, diarreia não diagnosticada com ou sem
vómitos.

Não Sim

Continuar as PBCI
Continuar as PBCI

Implementar as PBVT conforme o organismo e as vias de


transmissão se já houver informação disponível sobre o estado
infecioso do doente.
Reavaliar o cliente após 72 horas e SOS

Avaliação de seguimento: rever a presença de novos


sinais/sintomas de infeção ou colonização. Rever as PBVT.
Se surgirem sintomas de infeção não presentes na
admissão passar para o plano do Sim.
Descontinuar as PBVT se na avaliação de risco de progrsso, o
cliente não apresentar critérios de infeção anteriores ou
colonização.

Notas:

✓ PBCI – Práticas Básicas de Controlo de Infeção:


• Têm de estar sempre presentes. Na dúvida implementam-se sempre.
✓ PBVT – Práticas Baseadas na Via de Transmissão

Avaliação do Risco de Infeção para o profissional de Saúde – Árvore de Decisão


Início – Avaliar a interação prevista com o cliente e/ou com o ambiente

Estarei exposto a salpicos de sangue, secreções ou excreções?

Sim Não

As minhas mãos vão estar Vou contatar com o


expostas a sangue, excreções, ambiente do cliente?
ou itens contaminados?

Sim
Sim

Usar luvas e realizar a


higiene das mãos.

A minha face vai estar exposta a salpicos, aerossóis, tosse ou espirros?

Sim Usar máscara

A minha roupa ou pele vai estar exposta a salpicos, aerossóis, ou itens contaminados com
sangue, excreções ou secreções?

Sim Usar bata/avental

O cliente tem uma infeção conhecida ou sintomas de infeção?

Sim Não

Rever as PBVT considerando a Manter as PBCI


patologia, microrganismos e
vias de transmissão.
Cadeia de Transmissão de Infeção – Precauções Básicas e Isolamento (da
responsabilidade dos profissionais de saúde)

Hospedeiro Suscetível Reservatórios


(diabéticos,
Agente Infecioso (pessoas,
queimados, (bactérias, fungos, equipamento, água)

imunodeprimidos) protozoários)
Saúde ocupacional
Rápida
Tratamento da identificação dos
doença de base microrganismos.
Higiene Ambiental

Reconhecer os
Desinfeção e
fatores de risco esterilização do
do doente equipamento
clínico
Via de Transmissão (contato
direto, superfícies, ingestão,
via aérea)
Porta de Saída Porta de Entrada
(membranas mucosas, trato
(secreções, excreções, GI, trato respiratório, pele
pele, gotículas) Higiene das lesada)
mãos

EPI Técnica
Esterilização Asséptica

Higiene das
mãos Controlo do ar
Dispositivos
Invasivos
Controle de
secreções e Manipulação
excreções de alimentos
Cuidaos com
as feridas
Triagem de Isolamento
resíduos/roupa

Notas:

✓ Sala de Trabalho:
• Zona limpa onde se prepara a medicação – Usar PBCI
✓ Saúde Ocupacional:
• Profissionais de saúde devem ter a vacinação em dia.
Controlo de Infeção – Medidas de Prevenção
✓ Diretas – Atuam ao nível da cadeia de infeção:
• Medidas Específicas
❖ Imunoprofilaxia;
❖ Quimioprofilaxia.
• Medidas não específicas
❖ Isolamento e vigilância;
❖ Cordão sanitário;
❖ Desinfeção/desinfestação;
❖ Declaração obrigatória.
✓ Indiretas – Atuam ao nível dos fatores ambientais e sociais
• Higiene;
• Saneamento.

IACS como risco para o cliente e para o prestador de cuidados

Pressupostos
✓ O enfermeiro é, ética e deontologicamente, responsável por proporcionar ao cliente um ambiente
seguro:
• Evitar práticas negligentes é o mesmo que não quebrar os princípios éticos.
✓ A implementação das medidas de controlo das IACS diminuem o risco do cliente e/ou prestadores de
cuidados de saúde desenvolverem infeção:
• O enfermeiro deve conhecer as práticas de controlo de infeção;
• Saber quando e como aplicá-las;
• O enfermeiro deve, também, instruir as visitas sobre as normas de assepsia.
✓ A efetividade das práticas de controlo das IACS depende:
• Da competência do profissional de saúde;
• Do juízo acerca das medidas de prevenção e controlo da IACS mais adequadas
(nomeadamente sobre a técnica assética);
• Da sua responsabilidade individual.
✓ É função do enfermeiro a implementação das medidas mais efetivas no controlo das IACS, assim
como, a supervisão das medidas aplicadas por outros profissionais de saúde;
✓ Em todo e qualquer cuidado de saúde deve ser respeitada a assepsia.

Assepsia
✓ Definida como a redução da contaminação microbiana de tecidos vivos, fluidos ou materiais pela
exclusão, remoção ou morte dos microrganismos;
✓ Medidas de proteção do hospedeiro à exposição ao microrganismo através da eliminação de todos os
genes de uma determinada zona, evitando que os microrganismos patogénicos cheguem aos clientes.

Técnicas Assépticas
✓ A técnica assética é uma expressão para os métodos utilizados no sentido de garantir a assepsia;
✓ Técnicas que utilizam um conjunto de processos, medidas ou meios para impedir o contato do
microrganismo com o hospedeiro.
Assepsia Médica – Técnica Limpa
✓ Conjunto de ações que têm como finalidade limitar o número de microrganismos patogénicos a uma
determinada área, evitar o seu crescimento e a sua expansão;
✓ Compreende todas as ações utilizadas para confinar um microrganismo específico a uma área
determinada;
✓ É a “sombra” do enfermeiro visto que tem de estar sempre presente na sua rotina.

Higiene
oral e
corporal

Higienização Entubação
das mãos Nasogástrica

Exemplos de
Procedimentos
Alimentação
Tratamento
por sonda
de lixosdo
nasogástrica

Mudança de
saco coletor
de urina

Notas:

✓ Lavagem das mãos:


• Reduz a carga microbiana nas mãos;
• Evita que os microrganismos se espalhem do local de produção, no caso as mãos.
✓ Entubação Nasogástrica:
• Utiliza-se a assepsia médica porque o trato GI está em contato com o meio exterior.

Assepsia Cirúrgica – Técnica Estéril


✓ Envolve condutas que reduzem ao máximo a carga microbiana dos dispositivos médicos (DM).
Pressupõe que os DM estéreis são manipulados com outro material também esterilizado. O
rompimento da barreira ou o contato com qualquer outra superfície ou produto não esterilizado não
deve/pode acontecer;
✓ Conjunto de ações que têm como finalidade destruir os microrganismos e os esporos de uma
determinada área;
✓ Aplica-se a todos os cuidados de saúde em que se prevê o contato com áreas corporais habitualmente
não expostas ao contato com o ambiente (por exemplo, em todas os procedimentos invasivos).
Cirurgias

Cataterismo Limpeza de
venoso feridas

Exemplos de
Administração Procedimentos Cataterismo
de
Medicamentos vesical

Aspiração de Manuseamento
secreções de pacotes
endotraqueais estéreis

Notas:

✓ Feridas no estômago:
• Utilizar as 2 técnicas de assepsia porque há tecidos da parede do estômago que não é hábito
estarem expostas ao meio ambiente e no caso de ferida irão estar.
✓ Feridas:
• Feridas crónicas – assepsia médica;
• Queimaduras – assepsia cirúrgica.
✓ Tecido Ósseo:
• É o que mais rapidamente contamina e dissemina os microrganismos.
✓ A maior carga microbiana provém da descamação da pele.

Princípios de Assepsia
✓ Evitar falar, tossir, espirrar, curvar-se ou gesticular sobre o material estéril;
✓ Inutilizar objetos esterilizados que tocam em outros não-estéreis: são considerados contaminados/não
estéreis;
✓ Manter sob supervisão constante os dispositivos estéreis;
✓ Inutilizar pacotes húmidos, manchados, sem data e com ruturas na embalagem;
✓ Armazenar os materiais em locais próprios, limpos, longe de poeira, insetos e calor:
• Stock ativo – na sala de trabalho;
• Stock passivo – armazenamento de material para ir repondo o stock passivo;
• Compressas esterilizadas – armazenar nas prateleiras intermédias.
✓ Proceder à higienização das mãos sempre que necessário.

Precauções Básicas de Controlo de Infeção


✓ Higienização das mãos;
✓ Utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI):
• Luvas (estéreis ou não estéreis);
• Fardas e calçado;
• Aventais;
• Batas (estéreis ou não estéreis);
• Máscaras;
• Toucas e óculos de proteção.
✓ Etiqueta Respiratória;
✓ Colocação dos doentes (isolamento);
✓ Práticas seguras na preparação e administração de injetáveis (prevenção de acidentes com corto-
perfurantes);
✓ Exposição a agentes microbianos no local de trabalho (imunização);
✓ Controlo ambiental:
• Higiene das instalações;
• Tratamento de resíduos (triagem de lixos);
• Tratamento de roupas (triagem de roupa).
✓ Descontaminação dos equipamentos clínicos.

Precauções Básicas de Controlo de Infeção: Tomada de Decisão:


✓ Quem são os hospedeiros mais suscetíveis?
• Triados de acordo com o estipulado pela DGS.
✓ Quais os procedimentos sujeitos a maior probabilidade de risco para as IACS?
• Os procedimentos invasivos.
✓ Quando e como higienizar as mãos?
• Sempre que necessário.
✓ Quando, como e qual o EPI a usar para minimizar o risco de contaminação?
✓ Qual a unidade mais adequada para cada cliente?
• Relacionado com a necessidade de isolamento ou não.
✓ Como cuidar e transportar os clientes e o material contaminado?
✓ Quais as medidas e como proceder à descontaminação do ambiente e da alimentação?

Precauções Básicas de Controlo de Infeção (PBCI)


✓ Devem ser aplicadas a todos os utentes mesmo sem conhecer o diagnóstico.

De um doente para outro doente Do doente para o profissional de saúde

PBCI ajudam a prevenir e a


controlar a transmissão cruzada de
microrganismos, a infeção e a
resistência aos antimicrobianos...

Do profissional de saúde para o doente De um profissional de saúde para outro


Lavagem das Mãos
• Com água e sabão se as mãos estiverem visivelmente sujas;
• Com SABA;
• Em ambas as hipóteses cumprir os 5 momentos de higienização das mãos.
Máscara e Óculos
• Baseado na avaliação de risco usar máscara e óculos de proteção;
• Proteger os olhos, nariz e boca durante os procedimentos e cuidados;
• Ter em atenção os momentos que geram aerossóis, salpicos de sangue, fluídos,
secreções e excreções;
• Distânciamento < a 2 mts dos clientes com tosse.

Bata
• Usar bata de manga comprida se se antecipa contaminação da pele ou das roupas,
baseado na avaliação de risco.

Luvas
• Usar luvas em caso de contato direto com sangue, fluídos orgânicos, secreções e
excreções;
• O uso de luvas não substitui a higienização das mãos;
• Remover imediatamente as luvas após o uso e higienizar as mãos.

Materiais e Equipamentos
• Descontaminar adequadamente todos os materiais e equipamentos entre
doentes.

Roupa e Resíduos
• Manipular a roupa suja e os resíduos com segurança, para prevenir a
contaminação pessoal e a transmissão cruzada para outros clientes.

Acidentes com corto-perfurantes


• Nunca recapsular agulhas;
• Colocar os corto-perfurantes nos cotentores específicos;
• Prevenir acidentes com lâminas de bisturi ou outros objetos corto-perfurantes;
• Preferir o uso de agulhas com sistema de proteção contra picada/corte.
Colocação do cliente
• Colocar o cliente que frequentemente contamina o ambiente em quarto individual
(se possível);
• Higienizar as mãos antes de sair do quarto.

Precauções de Controlo de Infeção: PBCI e Precauções Baseadas nas Vias de


Transmissão (PBVT)
PBCI
PBVT
Utilizadas em todos clientes quando se prevê o
contato com: Aplicam-se aos clientes quando já há
diagnóstico ou suspeita de patologia
✓ Sangue (inclui sangue seco);
infeciosa ou microrganismos alerta ou
✓ Fluídos corporais, secreções e excreções;
problema.
✓ Pele(…);
✓ Membranas mucosas.

Precauções de Contato (PC)

✓ Aplicar as PBCI nos clientes com infeciosa ou com suspeita de infeção/colonização por
microrganismos alerta ou problema passíveis de transmissão direta (pele a pele através das mãos dos
profissionais de saúde) ou indireta (contato das mãos com superfícies ou utensílios do ambiente do
doente);
✓ Exemplos:
• Infeções ou colonizações gastrointestinais, respiratórias ou cutâneas por bactérias
consideradas multirresistentes, tais como:
❖ Staphylococcus aureus (MRSA) e Staphylococcus coagulase-negativo resistentes à
Meticilina;
❖ Enterococcus resistentes à Vancomicina (EVR), aminoglicosídeos ou betalactâmicos;
❖ Bacilos entéricos Gram-negativo resistentes às cefalosporinas de 3ª geração,
aminoglicosídeos ou quinolonas (Klebsiella, Serratia, Enterobacter,
Proteus,Providencia, Morganella e Citrobacter);
❖ Pseudomonas aeruginosa resistente à Piperacilina, Ceftazidima, Carbapenemes
❖ Streptococcus pneumoniae com níveis altos resistentes à Penicilina; ou
Aminoglicosídeos;
❖ Clostridium dificille.

Precauções de Gotículas
✓ Aplicam-se a doentes com patologia infeciosa ou colonização suspeita ou confirmada por
microrganismos transmitidos por gotículas (partículas de dimensões superiores a 5 μm) e que podem
ser geradas pelo doente durante a tosse, o espirro, a fala ou determinados procedimentos de risco
geradores de aerossóis como aspiração de secreções, broncoscopia, cinesiterapia respiratória;
✓ Exemplos:
• Doença estreptocócica em crianças (escarlatina, faringite, pneumonia);
• Gripe;
• Meningite por Haemophilus influenzae e Neisseria meningitidis;
• Parotidite;
• Tosse convulsa (B. pertussis);
• Difteria faríngea;
• Rubéola

Precauções de Via Aérea

✓ Aplicam-se a doentes com infeções suspeitas ou confirmadas por microrganismos transmitidos por
núcleos de partículas (“dropllet nuclei”) com dimensão < 5 μm, transportadas pelo ar;
✓ Estes núcleos resultam da evaporação das gotículas contendo microrganismos e que permanecem
suspensas no ar, podendo ser transportadas a longas distâncias por correntes de ar;
✓ Exemplos:
• Tuberculose pulmonar, laríngea ou brônquica;
• Varicela ou sarampo;
• Herpes Zooster disseminado ou herpes localizado em doentes imunodeprimidos.

Transmissão da Infeção através das Mãos


✓ As mãos são o veículo de transmissão cruzada de agentes infeciosos associados às infeções,
designadamente às IACS;
✓ A transmissão de agentes infeciosos de uma pessoa a outra através das mãos inclui 5 passos:

1. Microrganismos presentes em áreas da pele do ou nas superfícies da


unidade da pessoa infetada
• A principal fonte de contaminação do ambiente resulta da descamação da pele;
• O ambiente do cliente fica contaminado pelos microrganismos do prório;
• Exemplos de microrganismos:
• S. aureus;
• P. mirabilis;
• Klebsiella spp;
• Acinetobacter spp.

2. Transmissão para as mãos

• Os profissionais contaminam as mãos durante atividades "limpas" (avaliação de pulso e TA,


posicionamento do cliente),com cerca de 100 a 1000 ufc de Klebsiella spp (flora transitória);
• 15 % dos profissionais que trabalham em unidades de isolamento transportam nas mãos, em
média, cerca de 10.000 ufc de S. aureus;
• No geral, 29 % dos profissionais transportam em média cerca de 3.800 ufc de S. aureus;
• Entre 17 a 30 % transportam bacilos de Gram negativo.

3. Sobrevivência dos microrganimos nas mãos


• Durante o contato com o cliente ou com as superfícies os microrganismos podem sobreviver
cerca de 2 a 60 minutos nas mãos;
• Isto depende de :
• ausência da higienização das mãos;
• duração dos cuidados;
• grau de risco de contaminação das mãos.

Higienização das Mãos


✓ Procedimento destinado a remover microrganismos das mãos;
✓ Mãos = barreira/precaução básica do controlo de infeção;
✓ Procedimentos para a higienização das mãos:
• Lavagem;
• Fricção antisséptica;
• Lavagem cirúrgica – bloco operatório.
✓ Os cartazes existentes nas unidades de saúde e em outros locais apelando à higienização das mãos
também são uma medida de controlo de infeção.

• Para proteger o hospedeiro de microrganismos prejudiciais transportados pelas mãos;


• Para proteger o profissional de saúde e o ambiente envolvente de microrganismos
prejudiciais;
Porquê • Para proteger as pessoas que interagem com pessoas infetadas ou com o ambiente
envolvente dessas mesmas pessoas.

• Com água e sabão sempre que se encontrem visivelmente sujas;


• Sempre que exista o contato ou a suspeita de contato com produtos biológicos;
• Lavar durante 40 a 60 segundos;
Como • Com soluções antisséticas de base alcoólica sempre que as mãos se encontrem
visivelmente limpas (entre 20 a 30 segundos).

• Mãos visivelmente sujas ou contaminadas com matéria orgânica;


• Risco (dúvida) de contaminação com matéria orgânica;
• Situações "sociais" (antes e após as refeições, depois de ir à casa de banho);
• Ao chegar e sair do local de trabalho;
Quando • Após a prestação de cuidados a doentes com clostridium difficile (bactéria que só é
remivida com lavagem das mãos. SABA não são eficazes).

Fricção Antissética – quando utilizar:


✓ Utilização de SABA;
✓ Mãos visivelmente limpas;
✓ Sem suspeita de contato das mãos com fluidos ou matéria orgânica;
✓ Método de higienização utilizado com mais frequência devido à facilidade de acesso ao produto
(nem sempre há um lavatório à disposição) e pelo tempo mais curto de higienização.

5 momentos da higienização das mãos

• Pode ser fricção antissética;


• Protege o cliente dos microrganismos que o profissional possa transportar
1. Antes do contato nas mãos;
com o doente • Exemplos de contatos:
• asperto de mãos, posicionar o cliente, auscultar e alimentar.
• Pode ser fricção antissética;
• Protege o cliente dos microrganismos que o profissional possa
2. Antes de
transportar nas mãos;
procedimentos
• Exemplos de procedimentos:
limpos ou asséticos • Aspiração de secreções, tratamento a feridas, punções venosas,
preparação e administração de medicação, cataterismos.

• Obrigatoriamente lavgagem das mãos;


• Protege o cliente dos microrganismos que o profissional possa
3. Após risco de
transportar nas mãos;
exposição a fluídos
• Exemplos:
orgânicos • Aspiração de secreções, tartamento a feridas, manipulação de
fluídos orgânicos, limpeza de material.

• Pode ser fricção antissética;


• Protege o profissional e o ambiente da disseminação de
4. Após o contato microrganismos do cliente;
com o doente • Exemplos de contatos:
• Aperto de mão, posicionar o cliente, avaliação da TA.

• Pode ser fricção antissética;


• Protege o profissional e o ambiente da disseminação de
5. Após o contato com microrganismos do cliente;
o ambiente do doente • Exemplos:
• Mudar a roupa da cama, desligar alarmes, ajustar a perfusão.

Outros cuidados com a higienização das mãos


✓ Não utilizar joalharia e relógios de pulso;
✓ Não usar unhas artificiais, extensores, etc;
✓ Manter as unhas curtas e limpas;
✓ Não usar verniz, gelinho etc;
✓ Usar a técnica oclusiva com pensos impermeáveis nas feridas ou abrasões da pele;
✓ Aplicar regularmente emolientes e protetores para proteger as mãos (2/3 vezes durante o turno).

Unidade do Doente
✓ 1 metro a contar de cada lado da cama e aos pés da cama;
✓ Cama;
✓ Mesa de cabeceira.

Local de Prestação de Cuidados (LPC)


✓ Comporto por 3 elementos:
• Prestador de cuidados;
• Cliente;
• Tratamento/cuidado.
✓ Pode ser:
• Enfermaria;
• Consultório;
• Sala de tratamentos;
• Blocos operatórios;
• Sala de observação;
• Urgências

Limpeza de Feridas

1. Zona Rosa
Zona limpa da ferida;
A que se limpa em primeiro lugar.

2. Zona verde
Zona suja da ferida. Apresenta exsudado.

✓ A limpeza da ferida inicia-se na limpeza da zona limpa da ferida;


✓ Com uma compressa diferente limpa-se a zona suja da ferida;
✓ A limpeza faz-se de dentro para fora, ou seja, sempre do sítio mais limpo para o sítio mais sujo.

Parentérica
✓ Intradérmica;
✓ Endovenosa;
✓ Intramuscular;
✓ Subcutânea.

Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

Verificação da qualidade/segurança:
✓ Garantia/validação das condições de armazenamento:
• Temperatura;
• Luz – normalmente as embalagens opacas têm de ser protegidas da luz.
• Humidade.
✓ Verificação da embalagem:
• Tamanho, nome e tipo de produto – reutilizável ou descartável, impermeável, etc.
• Identificação do fabricante;
• Mês, ano e tipo de esterilização (se for material esterilizado);
• Mês, ano de fabrico e lote de fabrico;
• Prazo de validade;
• Tempo de vida útil
✓ Importante saber fabricante e fabricante para identificar os produtos com defeito;
✓ O prazo de validade de esterilização pode ir até 6 meses se forem garantidas as condições de
armazenamento.
Luvas:
✓ Antes do uso de luvas:
• Certificar-se que as mãos estão limpas e secas, porque as proteínas do látex ligam-se ao pó,
ativando a reação alérgica que é potenciada pela humidade;
• Verificar se existem cortes e/ou outros ferimentos nas mãos. Se existirem utilizar a técnica de
oclusão (cobrir com um penso);
• Garantir que as luvas cobrem as mãos e os punhos;
• Proceder sempre à higienização das mãos antes e após o uso das luvas, porque poderão existir
defeitos inaparentes; as luvas podem rasgar-se durante o uso bem como existe a possibilidade
de contaminação das mãos após a remoção.
✓ Troca das luvas:
• Entre clientes;
• Entre procedimentos diferentes no mesmo cliente;
• Sempre que se encontrem danificadas.
✓ A lavagem das mãos com as luvas colocadas destrói a barreira protetora das luvas porque a água e o
detergente tornam as luvas permeáveis;
✓ Adequar o tipo de luvas aos procedimentos (não usar luvas duplas).
✓ Utilização das luvas:
• Protege o cliente da flora transitória existente nas mãos do prestador de cuidados;
• Reduz o risco de contaminação das mãos do prestador cuidados quando este o contata com
fluidos orgânicos e materiais e equipamentos contaminados;
• O uso indiscriminado de luvas pode constituir um risco para os clientes como para o
utilizador;
• A luvas não são totalmente impermeáveis porque é possível encontrar nas mãos dos
profissionais enterococos resistentes à vancomicina após a remoção das luvas:
❖ Vancomicina – antibiótico de largo espectro bastante forte.
✓ Luvas estéreis:
• Utilizadas em atos cirúrgicos;
• Procedimentos invasivos;
• Em conjunto com a técnica assética cirúrgica;
• Proteção pessoal do cliente e do profissional de saúde;
• Podem ser de: látex (mais comum), sintéticas e de nitrilo.
✓ Luvas não estéreis ou luvas de procedimento:
• Quando se prevê contato com fluídos orgânicos, pele não íntegra do cliente e material
contaminado;
• Podem ser fabricadas em todos os materiais referidos abaixo, porém as mais comuns são de
látex.
✓ Tipos de Luvas existentes (nenhuma delas protege contra picadas):
• Látex – fabricadas em borracha natural;
• Sintéticas – não têm proteínas de látex, sem produtos químicos residuais, utilizadas por
pessoas sensíveis ao látex, mais caras;
• Nitrilo – fabricadas de um polímero especial, sem proteínas de látex, mais resistentes a
químicos que o látex natural, mais resistentes a efeitos abrasivos. Utilizadas na preparação da
quimioterapia e na desinfeção de DM com ácidos abrasivos para a pele;
• Vinil – fabricadas com polímeros de adição (polivinil ou polietileno), rompem com mais
facilidade, utilizadas para contatos superficiais de curta duração como avaliar a temperatura
ou o pulso. Não protegem de riscos biológicos. Luvas transparentes largas. Podem ser de
procedimento ou esterilizadas.
• Menage – fabricadas em borracha e utilizadas apenas para procedimentos de limpeza, como
por exemplo descontaminar a unidade do doente.

Higiene das mãos e o uso de luvas:


✓ As luvas devem ser usadas de acordo com as Precauções Básicas e de Contacto. A Pirâmide explica
alguns exemplos clínicos em que as luvas não estão indicadas e outras em que estão indicadas luvas
limpas e esterilizadas;
✓ A higiene das mãos deve ser efetuada quando apropriado independentemente das indicações para a
utilização de luvas.

Em que situações não se usam luvas (exceto para precauções de contato):


✓ Sempre que não exista possibilidade de exposição a sangue ou fluidos corporais, ou ambiente
contaminado;
✓ Exposição direta ao doente:
• avaliação da pressão arterial, temperatura e pulso;
• administração de injeções SC ou IM;
• lavar e vestir o doente; transportar o doente; cuidar dos olhos e pavilhões auriculares (sem
secreções);
• qualquer manipulação de acesso vascular na ausência de extravasamento de sangue;
✓ Exposição indireta ao doente:
• utilização do telefone;
• escrever nos registos do doente;
• administração de medicação oral;
• distribuição e recolha dos tabuleiros das refeições;
• remoção e substituição dos lençóis da cama;
• colocação de aparelhos de ventilação não invasiva e cânulas de oxigénio;
• deslocação da mobília do doente.

Notas:
✓ Lavar e vestir o doente:
• Se o prestador de cuidados apresentar corte na mão utilizar a técnica oclusiva no corte e
utilizar luvas para proteção do prestador de cuidados e do cliente;
• Cuidados de higiene às partes limpas do corpo são efetuados sem luvas;
• Cuidados de higiene às partes sujas do corpo (genitais) são efetuados com luvas.
✓ Mudar os lençóis da cama:
• Limpos – não usar luvas;
• Com sangue, fezes ou urina – usar luvas de procedimento porque as mãos estarão em contato
com fluídos biológicos.

Situações clínicas com indicação para luvas limpas/de procedimento:


✓ Na maioria dos casos servem para proteger o profissional do contato com fluidos e ambiente do
cliente;
✓ Possibilidade de contacto com sangue, fluidos orgânicos, secreções e excreções e objetos
visivelmente contaminados por fluidos orgânicos;
✓ Exposição direta ao doente:
• contacto com sangue;
• contacto com membranas mucosas e com pele não íntegra;

possível presença de organismos perigosos e altamente infeciosos (clostridrium difficille);

situações de emergência ou epidemia;

colocação e remoção de acessos vasculares porque irá existir contato com sangue;

derramamento de sangue;

remoção de linha venosa;

exame pélvico ou vaginal porque o profissional contata com fluídos vaginais;

aspiração de sistemas abertos de tubos endotraqueais e orofaríngeos;

limpeza dos olhos do cliente com secreções amareladas;

Remoção de penso;

Intubação nasográstica e remoção da sonda porque o profissional entra em contato com a
mucosa nasal e com saliva e o cliente pode vomitar;
✓ Exposição indireta ao doente:
• esvaziamento de recipientes com fluidos orgânicos (arrastadeira, reservatórios para onde são
aspiradas as secreções, saco coletor de urina;
• manipulação/limpeza de instrumentos;
• manipulação de resíduos;
• limpeza de fluidos corporais.

Notas:

✓ Emergência pré-hospitalar e Urgência:


• Atendimento é sempre realizado com luvas porque não sabemos em que condições o cliente
chega.
✓ Espirro de sangue na cama do cliente:
• Lavar com água e sabão usando luvas de Menage;
• Desinfetar com álcool a 70 %.
✓ Exercícios musculoarticulares (distensão e flexão do joelho):
• Usar luvas se a pele apresentar alterações (lesões);
• Não usar luvas se a pele estiver íntegra.

Indicação de luvas cirúrgicas/esterilizadas:


✓ Qualquer procedimento cirúrgico:
• Parto vaginal;
• Procedimentos radiológicos invasivos (endoscopia);
• Colocação de acessos venosos ou cateteres centrais;
• Preparação de nutrição parentética total:
❖ Alimentação preparada em laboratório composta por glícidos, lípidos e proteínas;
❖ Necessário o uso de luvas esterilizadas porque é administrada em CVC.
• Agentes de quimioterapia;
• Fazer palpação da ferida para perceber se há zonas duras;
• Em cirurgias as luvas são usadas pelo cirurgião e pelo enfermeiro instrumentista.

Como calçar luvas esterilizadas?


Luvas esterilizadas estão habitualmente
embaladas num papel com abertura para
separação de bordos (Peel back);
Nele existe outra embalagem de papel que
contém duas luvas marcadas “direita” e
“esquerda”;
Esta embalagem interior está esterilizada – é
aberta de modo a formar um campo
esterilizado.

Como retirar luvas contaminadas?

Com o indicador e um polegar de uma mão puxe


por uma parte do lado interior do pulso da mão
oposta cerca de 2.5cm entre o rebordo e o punho;
Puxe para baixo, virando-a do avesso até ficarem
apenas os dedos cobertos. Estes dedos estão
agora cobertos pela parte interior limpa da luva.
Use-os para segurar e puxar a luva oposta até ao
mesmo nível;
Use então a segunda luva para retirar a primeira e
os dedos livres para retirar a última;
Coloque, imediatamente, as luvas contaminadas
no recipiente adequado;
Lave as mãos depois de retirar as luvas.

Higienizar as mãos antes e depois do uso de luvas porque podem não


ser uma barreira eficaz na proteção do profissional de saúde.

Uso de EPI: uniformes, batas, aventais e calçado


Objetivos:
✓ Proteger quem usa, protegendo a roupa de germes do cliente e do seu ambiente;
✓ Proteger o cliente que os germes do profissional e/ou da roupa lhes sejam transmitidos.

Uniforme:
✓ Branco para identificar com facilidade a sujidade;
✓ Feita em tecido capaz de suportar altas temperaturas e hipoclorito de sódio (lixivia) logo facilmente
descontaminável;
✓ Deve ser apropriado à área/função para a qual vai ser utilizado;
✓ Ser mudado diariamente, ou pelo menos 2 a 3 vezes por semana:
• Ter sempre um uniforme no cacifo para substituição;
• A mudança da farda diária depende do serviço:
❖ Cuidados Intensivos, Queimados, Neonatalogia, Bloco Operatório – mudança diária
da farda;
✓ A farda não pode ser utilizada na rua;
✓ Cobrir a maior área de risco de exposição

Calçado:
✓ Apropriado à função/área onde vai ser utilizado;
✓ Fabricado em material descontaminável no momento e impermeável;
✓ Fechado;
✓ Cobrir a maior área de risco de exposição;
✓ Não circulam na rua;
✓ Em algumas unidades têm de ser cobertos por pantalonas (ex: cuidados intensivos);
✓ Não devem ter atacadores porque são de tecido logo não facilmente descontamináveis.

Batas:
✓ Compridas, largas, com cinto para ajuste na cintura e punhos elásticos para fácil ajustamento;
✓ Utilizadas quando:
• Se prevê contaminação de roupa ou pele;
• Se presta cuidados a pessoas com compromisso imunitário;
• Se presta cuidados a pessoas infetadas;
✓ De uso único;
✓ Sem bolsos;
✓ Retiradas do final do procedimento para que foi usada;
✓ Removidas/substituídas quando molhadas;
✓ Confortáveis, facilitando os movimentos;
✓ Reforçadas na cintura e braços;
✓ Impermeáveis;
✓ Maleáveis, leves e resistentes;
✓ Isentas de libertação de partículas;
✓ São barreira microbiana e virica;

Máscaras:
✓ Indicadas nas situações de risco de contaminação (quer do cliente quer do prestador de cuidados) por
via aérea;
✓ As máscaras cirúrgicas destinam-se a filtrar ou a direcionar os microrganismos expirados para longe
do campo estéril (transmissão por macro Gota);
✓ As máscaras convencionais destinam-se, apenas, a filtrar o ar expirado da pessoa que a usa; não é
eficaz para proteger o seu utilizador de doenças transmissíveis por via aérea;
✓ Os respiradores pessoas são máscaras destinadas a filtrar o ar inalado pela pessoa que usa a máscara;
conferem proteção ao utilizador na transmissão da microgota;
✓ Incluídas nas PBVT porque protegem contra a transmissão de microrganismos por via aérea;

Características Essenciais:
✓ Dimensões: cobrir o nariz e austar-se á face;
✓ Eficiência de filtragem e partículas não inferior a 98%;
✓ Eficiência de filtragem bacteriana não inferior a 95%;
✓ Constituída por material filtrante e revestida por camadas de polipropileno;
✓ A fixação deve ser feita por amarras, presilhas ou ajuste á cabeça;
✓ O ajuste á face deve ser incluído dentro do material de cobertura e não deve projetar-se para fora do
material da máscara;
✓ Repelência a fluidos – não deve haver evidencia de sangue alcançando a camada interna do material
da máscara.

Uso
✓ Colocação com ajuste correto á face;
✓ A remoção deve fazer-se pelas tiras, evitando tocar nas partes externas e internas da máscara;
✓ Não colocar a máscara ao pescoço nos momentos em que não está a ser utilizada;
✓ Respeitar o tempo máximo de uso indicado pelo fabricante.

Embalagem:
✓ Para além dos aspetos comuns deve fazer referência a:
• Indicações de utilização;
• Tempo de duração da máscara quanto à obstrução do filtro;
• Adaptabilidade nasal;
• Comodidade (respiração fácil e não irritante).

Colocação da Máscara
Tipos de Máscaras:

Tipo de Máscara Finalidade Indicações Imagem


Máscara de Reduzir a contaminação do a) Circulação no BO e
Procedimento ambiente salas limpas;
b) Limpeza de salas
limpas

Máscara 1. Reduzir a contaminação do ar a) Intervenções cirúrgicas;


Cirúrgica expirado pelo profissional para o b) Procedimentos
campo operatório e ferida invasivos de alto risco.
operatória;
2. Devem apresentar camada
externa resistente ao fluído;
3. Proteção unidirecional para
proteger de fluidos emanados pelo
utilizados;
4. Não protegem o utilizador;
5. São uma medida de proteção
efetiva quando todos usam.
Máscara fluido- 1. Reduzir a exposição do utilizador a) Intervenções cirúrgicas
resistente c/ou ao sangue e fluidos corporais; ou outros procedimentos
sem viseira 2. Reduzir a contaminação pelo ar invasivos com risco de
expirado saída de fluidos/material
orgânico sob pressão;
b) Áreas de
descontaminação de
materiais, salas de
autopsia, laboratórios.

Máscara bico de 1. Reduzir a transmissão do a) Precauções de


pato utilizador de macrogotas; isolamento por gotículas;
(Respirador) 2. Podem ser dos seguintes tipos: contacto indireto com
a) FFP1/P1; pessoa com tuberculose
b) FFP2/P2; pulmonar (TP);
c) N95; b) Suspeita de presença de
d) N99/FFP3; pessoas com TP, em sala
d) S3; de espera; isolamento de
e) N100. pessoas com
3. Protegem a pessoa que usa e o imunodepressão.
outro porque filtram o ar expirado e
inspirado.
Máscara 1. Fornecer proteção respiratória ao a) Precauções de
Respirador de profissional em situações de risco isolamento de
Partículas (transmissão de microgotas); disseminação aérea;
2. Os respiradores são máscaras realização de
ajustadas, projetadas para criar uma procedimentos invasivos
vedação facial; em pessoas contaminadas
3. (ex. entubação
São projetados para protegero endotraqueal em pessoa
utilizador até à classificação de com TP);
segurança da máscara. b) Sarampo e varicela;
H1n1
Notas:
✓ Não protegem eficazmente o trato respiratório de um profissional que cuida de um cliente acometido
por uma infeção que se propague por via aérea;
✓ Não impedem as pessoas suscetíveis de serem infetadas quando cuidadas por profissionais de saúde
que têm doenças respiratórias;
✓ O ajuste à cara faz-se pela haste metálica que fica sobre o nariz;
✓ Preferencialmente a máscara deve ser trocada a cada 4 horas, porém há que ter em conta as
recomendações do fabricante descritas na embalagem;
✓ Ver se as máscaras não certificadas pela Comunidade Europeia. Se sim apresentam o símbolo CE.

Respiradores
Padrão do Respirador Capacidade do filtro (% de partículas com 0.3
mícron ou mais que são eliminadas)
FF1 e P1 Pelo menos 80 %
FF2 e P2 Pelo menos 94 %
N95 Pelo menos 95 %
N99 e FFP3 Pelo menos 99 %
S3 Pelo menos 99.95 %
N100 Pelo menos 99.97 %

Proteção Ocular:
✓ Indicados quando se corre o risco de salpicos de produtos orgânicos nos olhos.

Colocação e Remoção dos EPI:

Colocação: Remoção:
1. Higienizar as mãos 1. Remover as luvas
2. Colocar a bata 2. Remover a bata
3. Colocar a máscara ou respirador n95 3. Higienizar as mãos
4. Colocar o protetor ocular 4. Remover o protetor ocular
5. Colocar as luvas 5. Remover a máscara ou respirador n95
6. Higienizar as mãos

Notas:

✓ A higienização das mãos acontece após tirar as luvas e bata e antes de remover os protetores
oculares porque:
• As luvas podem perder barreira protetora;
• Retira-se as luvas e bata com as mãos desprotegidas. A bata está contaminada e ao tirar a
proteção ocular se não higienização das mãos antes poderá acontecer a transmissão de
microrganismos.

Imunização
✓ De acordo com o Programa Nacional de Vacinação:
• O plano de vacinação atualizado é uma barreira de proteção;
• Todos os enfermeiros têm obrigação de conhecer o plano de vacinação, especialmente
os que trabalham nos serviços de urgência devem conseguir perceber se o cliente tem a
vacina contra o tétano atualizada ou não;
• Os enfermeiros que trabalham nos serviços de hemodiálise são seguidos nos Serviços
de Saúde Ocupacional e fazem reforços de vacinação especialmente contra as hepatites.
✓ De acordo com a Circular Informativa, anual, da DGS para a gripe sazonal;
✓ Preocupação maior: doenças transmitidas pelo sangue e fluidos orgânicos como a Hepatite B
e C e a infeção por HIV;
✓ Preocupação atual – COVID-19;
✓ Fatores que contribuem para o surgimento de infeção:
• quantidade de sangue transmitido;
• o número de partículas infetadas disponíveis no doente infetado;
• Se a exposição foi superficial (salpicos de fluidos orgânicos no rosto) ou profunda
(picada profunda com injeção de algum sangue).

Vacina anti-hepatite B:
✓ Os profissionais suscetíveis devem ser vacinados;
✓ É importante completar o esquema vacinal (3 infeções no total);
✓ Antes de iniciar a sua prática num serviço de saúde.

Segurança com corto perfurantes


✓ É importante a divulgação de medidas de proteção dos profissionais no sentido de evitar acidentes
por corte/picada e a implementação de protocolo pós-exposição para a prevenção contra acidentes
por exposição ao sangue (picada/corte).

Recomendações de boas práticas:


✓ Organização do ambiente de trabalho:
➢ Contentor para corto perfurantes:
✓ Organização Pessoal:
➢ Manter à vista todos os corto perfurantes e estar atento às pessoas em seu redor;
➢ Não passar agulhas ou outros dispositivos corto perfurantes de mão em mão;
➢ Evitar transportar corto-perfurantes na mão.
✓ Cuidado na eliminação e acondicionamento do corto-perfurante:
➢ Responsabilizar-se pelo resíduo que produziu;
➢ ativar dispositivos de segurança (caso existam);
➢ eliminar imediatamente o corto perfurante em contentor adequado;
➢ manter uma distância de segurança entre a mão e a abertura do contentor.
✓ Avaliação dos processos de aquisição de corto perfurantes:
➢ Assegurar a sua aceitabilidade e eficiência;
➢ As comissões responsáveis pelo controle de infeção avaliam os produtos a adquirir, ou seja,
no caso dos corto perfurantes, avalia-se se cumprem os requisitos de segurança, entre outros.
Com que instrumentos os enfermeiros se podem cortar/picar e em que medida contribuem
para a infeção do profissional de saúde:
✓ Agulhas de perfusão ou sutura:
➢ Se não estiveram em contato com o doente (preparação de medicação, por exemplo) não há
risco de infeção. Neste caso o enfermeiro utiliza a técnica de oclusão para proteger a zona lesada de
microrganismos.
✓ Lâminas de bisturi:
➢ O mesmo que se aplica às agulhas.
✓ Ampolas de vidro:
➢ Não causam infeção porque não contataram com o cliente.
✓ Agulhas de sutura.

Práticas de segurança com corto perfurantes:


✓ Usar os contentores de cortantes e de perfurantes;
✓ Usar os dispositivos próprios de inutilização de agulhas:
➢ Não voltar a embainhar a agulha;
➢ Não partir nem dobrar as agulhas antes, e sobretudo, após a sua utilização;
➢ Ter atenção que as luvas não previnem os acidentes por perfuração; devem ser usadas como
risco de exposição ao sangue.
✓ Não colocar os objetos cortantes e perfurantes em recipientes de lixo inadequados;
✓ Não utilizar lâminas de bisturi desmontadas;
✓ Evitar segurar objetos cortantes e perfurantes dados por outra pessoa (não passar de mão em mão);
✓ Elaborar e divulgar por todos os profissionais as normas de prevenção de acidentes por picada ou
corte e para atuação pós-exposição;
✓ Notificar o serviço de risco/saúde ocupacional os acidentes com corto perfurantes;
✓ Motivar os profissionais para o cumprimento dos programas de vacinação contemplados no
Programa Nacional de Vacinação.

Contentor de corto perfurantes:


✓ Resistente à queda;
✓ Pretende ao grupo IV – lixo biológico;
✓ Nunca deve estar aberto na sala de trabalho;
✓ Tem na sua abertura ranhuras que permitem retirar as agulhas em segurança;
✓ Deve ser fechado após a sua utilização.

Exemplos diversos e notas:


✓ Zona limpa da enfermaria onde se prepara a medicação.
✓ Preparação da medicação a aplicar por via endovenosa:
➢ Mãos higienizadas;
➢ Abrir nas abas da embalagem da seringa;
➢ A extremidade do corpo da seringa que encaixa na agulha não deve ser tocada pelas nossas
mãos;
➢ Se o invólucro da seringa cair no chão só é apanhado depois de preparar a medicação;
➢ O invólucro da agulha também é aberto pelas abas.
✓ Composição da seringa:
➢ Parte plástica exterior – corpo da seringa;
➢ Parte interior com zona de borracha – êmbolo.
✓ Colocação da lâmina de bisturi:
➢ Colocar com a pinça de Kocher (semelhante a uma tesoura) no cabo do bisturi.

Sistemas de Isolamento
Colocação de Doentes:
✓ É uma das barreiras à transmissão de agentes patogénicos;
✓ Seleção do tipo de colocação/isolamento de acordo com:
➢ Cadeia epidemiológica da infeção;
➢ Situação clínica do doente (patologias);
➢ Vias de transmissão previstas (via aérea, gotículas e contato).
✓ Suscetibilidade imunológica do doente e o seu grau de colaboração;
✓ Nos hospitais são criadas unidades de isolamento com base em vários fatores, entre eles os meios de
transmissão como a via aérea ou gotículas.

Objetivos:

Isolar para Conter - Isolamento de Contenção


• Pretende se prevenir a transmissão de infeção por microrganismos
epidemiologicamente importantes quer se trate de uma suspeita de
infeção (medidas empíricas) quer se tenha confirmação microbiológica
do diagnóstico;
• Pode ser feito em quarto individual ou em coorte (grupo).

Isolamento de Proteção - Isolar para proteger


• Pretende se proteger de infeções um doente com compromisso da
imunidade;
• Preferencialmente requer quarto individual com características de
ventilação específicas.

Notas e exemplos:
✓ Covid:
• Isolamento de contenção para o infetado;
• Isolamento de proteção para proteger os não infetados.
✓ Doentes Imunodeprimidos:
• Isolamento de proteção para o proteger o cliente.

Via Aérea:
✓ Aplicam-se a doentes com infeções suspeitas ou confirmadas por microrganismos transmitidos por
núcleos de partículas (“dropllet nuclei”) com dimensão < 5 μm, transportadas pelo ar.
✓ Estes núcleos resultam da evaporação das gotículas contendo microrganismos e que permanecem
suspensas no ar, podendo ser transportadas a longas distâncias por correntes de ar;
✓ Exemplos:
• Tuberculose pulmonar, laríngea ou brônquica;
• Varicela ou sarampo;
• Herpes Zooster disseminado ou herpes localizado em doentes imunodeprimidos

Clientes com estas patologias podem estar isolados na mesma unidade

Gotículas:

✓ Aplicam-se a doentes com infeção suspeita ou confirmada por microrganismos transmitidos por
gotículas (partículas de dimensões superiores a 5 μm);
✓ Gotículas podem ser geradas pelo doente:
• Durante a tosse, o espirro, a fala;
• Procedimentos de risco geradores de aerossóis como aspiração de secreções, broncoscopia,
cinesiterapia respiratória.
✓ Exemplos:
• Doença estreptocócica em crianças (escarlatina, faringite, pneumonia);
• Gripe;
• Meningite por Haemophilus influenzae e Neisseria meningitidis;
• Parotidite;
• Tosse convulsa (B. pertussis);
• Difteria faríngea;
• Rubéola

Contato:
✓ Indicado em todos os doentes com suspeita ou confirmação de estarem infetados ou colonizados por
microrganismos epidemiologicamente importantes;
✓ Possam ser transmitidos por:
• Contacto direto com o doente (pele-a-pele, através das mãos dos profissionais de saúde);
• Indiretamente, por contacto das mãos com as superfícies ou utensílios do ambiente do doente,
com os quais este contactou.
✓ Exemplos: Infeções ou colonizações gastrointestinais, respiratórias ou cutâneas por bactérias
consideradas multirresistentes, tais como:
• Staphylococcus aureus (MRSA) e Staphylococcus coagulase-negativo resistentes à
Meticilina;
• Enterococcus resistentes à Vancomicina (EVR), aminoglicosídeos ou betalactâmicos;
• Bacilos entéricos Gram-negativo resistentes às cefalosporinas de 3ª geração,
aminoglicosídeos ou quinolonas (Klebsiella, Serratia, Enterobacter, Proteus,Providencia,
Morganella e Citrobacter);
• Pseudomonas aeruginosa resistente à Piperacilina, Ceftazidima, Carbapenemes;
• Streptococcus pneumoniae com níveis altos resistentes à Penicilina; ou Aminoglicosídeos;
• Clostridium dificille.

Ambiente Seguro: Higiene e Limpeza


Higienização das Instalações:
✓ Higienização do Ambiente nas Unidades de Saúde = Recomendações de Boa Prática/Princípios
Básicos;
✓ A higienização de instalações no contexto da prevenção e controlo da infeção contempla aspetos
mais abrangentes e significativos do que a simples limpeza doméstica;
✓ Implica o envolvimento de todos os profissionais

Práticas Gerais de Limpeza em todas as Unidades de Saúde:


Antes da Limpeza:
1. Confirmar com o Enfermeiro, se há necessidade de implementar medidas adicionais às PBCI. Se
sim, cumpra as Precauções.

2. Dar uma arrumação ao espaço, antes de iniciar a limpeza e remover resíduos do chão ou outra
sujidade maior:
Exemplo: Apanhar papéis de chão e limpar salpicos de fluidos biológicos primeiro.

3. Seguir as indicações do fabricante e a norma interna, para diluição e tempo de contacto das soluções
detergente e desinfetante.

4. Reúna todos os materiais e produtos de que vai necessitar, antes de entrar no quarto ou na unidade do
doente.

5. Higienize as mãos antes de entrar no quarto ou unidade do doente.

Durante a Limpeza:

1. Iniciar a limpeza das áreas menos sujas (baixa frequência de toque) para as áreas mais sujas (alta
frequência de toque) e das superfícies mais altas ou superiores, para as mais baixas ou inferiores.

2. Remover antes da limpeza e desinfeção.


3. Molhar a esfregona ou mapa e espremer bem antes de limpar (deve estar húmido e não encharcado).

4. Minimizar a turbulência para impedir a dispersão do pó que pode conter microrganismos (não
utilizar vassouras e espanadores).

5. Nunca agitar as esfregonas.

6. Mudar as cabeças das esfregonas com frequência estipulada.

7. Se mudar de produtos de limpeza, deve comunicar ao Enfermeiro responsável pelo serviço e


procurar a informação necessária do fabricante sobre como usar o produto em segurança e com
eficácia.

8. Mudar com maior frequência os produtos em áreas altamente contaminadas quando visivelmente
sujas e imediatamente apos a limpeza de sangue e fluidos corporais derramados .

9. Os dispensadores de sabão líquido, dos produtos de limpeza/desinfetantes devem ser de uso único ou
se forem de uso múltiplo, devem ser higienizados antes de os repor;

10. A prática de “atestar” o frasco reutilizável, sem o higienizar previamente, não é aceitável, uma vez
que pode resultar em contaminação do recipiente e da própria solução;

11. As carpetes/tapetes não são adequadas em unidades de prestação de cuidados de saúde. Se as existir
(ex. áreas administrativas) devem ser limpas com aspirador de vácuo, equipado com filtro HEPA;

12. Estar alerta para a presença de agulhas e outros objetos corto-perfurantes, durante a limpeza. Não
pegue nestes objetos á mão, apanhe-os com uma pinça especifica e coloque no contentor apropriado.
Faça o relatório de incidente e dirija ao supervisor da área;

13. Recolher os resíduos, manipulando os sacos de plástico, a partir do topo do mesmo (não comprimir
sacos com as mãos);

14. Higienizar as mãos ao sair do quarto

Após a Limpeza:

1. Repor os materiais na quantidade estritamente necessária (sem stock) nos quartos/áreas

2. Lavar os panos ou outros equipamentos de limpeza e desinfeção entre cada uso

3. Enviar diariamente os pano e cabeças das esfregonas para a zona de lavandaria, para serem lavados e
secos, em máquina, com ciclo de desinfeção pelo calor

4. Limpar e arrumar os carros de limpeza e os carros de recolha de resíduos

Classificação das Instalações de acordo com o risco de Infeção


Não Crítica
- Instalações onde não se realizam procedimentos de
risco.

Semicrítica:
- Instalações utilizadas por utentes e onde se realizam
procedimentos de risco reduzido (salas de penso e
injetáveis);
- Onde se armazenam resíduos hospitalares com risco
biológico (zona de sujos).

Crítica:
- Onde existe um maior risco de transmissão de infeção, por
serem locais onde se realizam procedimentos de risco;
- Onde estão utentes com o sistema imunitário deprimido;
- Exigem um plano de limpeza e de desinfeção próprio.

Limpeza das Instalações – Critérios:

2. Zona
Crítica
1. Zona Não Crítica

Notas:

✓ Doente com Sistema Imunitário deprimido em quarto de isolamento:


• A limpeza das instalações poderá começar pelo quarto de doente porque não apresenta
patologia contagiosa;
• A limpeza iniciada por esta unidade protege o cliente em situação de imunossupressão dos
microrganismos das restantes unidades.
✓ Doente com patologia transmissível em quarto de isolamento:
• É a última unidade a ser limpa para que não ocorra a disseminação de microrganismos desta
unidade para as restantes.

Limpeza:
✓ Processo de remoção da sujidade por meios químicos, mecânicos ou térmicos, efetuada às
instalações num determinado período de tempo.

Frequência da Limpeza:
✓ Limpeza corrente:
• Hospital – De manhã e à tarde;
• Unidades de Saúde – ao final do dia.
✓ Limpeza de conservação ou semanal;
✓ Limpeza imediata:
• Alta do doente;
• Sujidade produzida no momento (salpicos de sangue ou outros fluidos, etc.)
✓ Limpeza global.

Notas:

✓ Tabuleiro de preparação da medicação está armazenado na zona dos limpos;


✓ Antes de usar mesmo estando limpo deve-se higienizar com álcool a 70 %.

Regras Gerais de Limpeza:


✓ Não usar vassouras, espanadores ou outro utensílio/equipamento de limpeza do pó a seco;
✓ Realizar a limpeza do pó por meios húmidos, utilizando-se para o efeito um pano embebido em água
e detergente, a fim de remover não só o pó como a sujidade em geral;
✓ Utilizar o detergente adequado à superfície a tratar;
✓ Limpar com movimentos de limpeza suaves, de forma a minimizar o levantamento de partículas;
✓ A organização das atividades deve ser sempre estabelecida no sentido das áreas mais limpas (áreas
não críticas) para as mais sujas (áreas críticas).

Regras de limpeza de superfícies:


✓ Realizar a limpeza a húmido com água quente e detergente adequado, reforçando este procedimento
em zonas com manchas;
✓ Após a limpeza, as superfícies devem ficar o mais secas possível e nunca “encharcadas”;
✓ Depois do período de secagem, as superfícies que servem de apoio à preparação de medicamentos e
de técnicas que requerem assepsia, deverão ser desinfetadas com álcool a 70%;
✓ Dentro de cada área (ex: sala de tratamentos) o pano deve ser exclusivo para cada tipo de
equipamento.

Limpeza de pavimentos: Método do balde duplo (método manual húmido)


✓ Fase 1 - Enxaguar a esfregona no balde de
água quente com detergente (balde laranja -
1);
✓ Fase 2 – Espremer o excesso de água no
balde que contem só água quente (balde azul
- 3);
✓ Fase 3 - Lavar o pavimento (2);
✓ Fase 4 - Enxaguar a esfregona no balde que
contem só água quente para remoção da
sujidade (balde azul – 3);
✓ Fase 5 – Espremer o excesso de água da
esfregona (4); De seguida inicia-se
novamente a Fase 1.

Desinfeção:
✓ Processo de destruição ou inativação de microrganismos na forma vegetativa (geralmente não atua
nos esporos bacterianos) em superfícies inertes, mediante a aplicação de agentes químicos ou físicos.

Detergentes e Desinfetantes:
✓ A lista de detergentes e desinfetantes a utilizar pelas empresas contratualizadas deve ser submetida à
aprovação da Comissão de Controlo de Infeção das instituições.
✓ Não utilizar:
• Detergentes em pó;
• Produtos cerosos derrapantes;
• Detergentes e desinfetantes pré-diluídos ou que estejam fora das suas embalagens de origem;
• Produtos de limpeza ou de desinfeção que estejam sem ficha de segurança.
Detergentes:
✓ São substâncias tensioativas, solúveis em água e dotadas de capacidade de emulsionar gorduras e
manter os resíduos em suspensão, facilitando desta forma a remoção da matéria orgânica das
superfícies;
✓ Utilizados para:
• Limpeza de pavimentos;
• Equipamentos;
• Utensílios;
• Superfícies de trabalho.

Desinfetantes:
✓ São agentes químicos aplicados a superfícies inertes (ex: equipamentos, utensílios, instrumentos,
entre outros) capazes de eliminar, destruir ou inativar os microrganismos na forma vegetativa e
parcialmente os esporos;
✓ Utilização exclusiva nas situações de derrame/salpico de sangue ou de outra matéria orgânica;
✓ Exemplos: Hipoclorito de sódio (lixívia) a 1% de cloro livre ou o dicloroisocianurato de sódio
(grânulos ou pastilhas).

Triagem de Lixo:
✓ A triagem dos vários grupos de resíduos deve constar dos procedimentos emanados pelo Gabinete de
Gestão de Risco das Instituições de Saúde estando em consonância com as orientações definidas pela
DGS e/ou DRS;
✓ A triagem deve ser feita junto aos locais de produção;
✓ A colocação dos contentores deve estar de acordo com o lixo produzido no local de modo a não
favorecer a triagem incorreta;
✓ A periodicidade e a responsabilidade da descontaminação dos contentores devem estar definidas nos
serviços.

Triagem correta do lixo depende de:


✓ Conhecimento por parte de todos os profissionais das normas existentes;
✓ Política de distribuição funcional e de adequação dos contentores;
✓ Existência de sacos e contentores suficientes para fazer face às exigências de triagem.
✓ Disponibilidade de sacos com as cores definidas pela comissão de gestão de risco da instituição:

• Preto: Grupos I e II (lixo urbano):


▪ Invólucros das seringas;
▪ Invólucros de luvas esterilizadas.

• Branco - Grupo III (lixo biológico):


▪ Luvas de exame vaginal;
▪ Compressas de limpeza do meato urinário para algaliação.

• Vermelho – Grupo IV (lixo de risco; Ex: peças anatómicas, cortoperfurantes):


▪ Pele removida;
▪ Órgãos;
▪ Fragmentos de órgãos.

✓ Cumprimento de triagem de corto-perfurantes e citostáticos;


✓ Disponibilização de informação (ex: posters) alusivos à triagem de modo a facilitar a rápida
identificação do resíduo que se pretende eliminar;
✓ Informação sobre os volumes de lixo biológico produzido por serviço;
✓ Informação sobre custos de incineração.

Lixo nas Enfermarias:


✓ Existem lixos dos Grupos I, II e III;
✓ Do grupo IV só existem os contentores para corto perfurantes;
✓ Os contentores do lixo produzido na enfermaria são armazenados na zona suja da mesma;
✓ Quem faz a recolha dos contentores trás outros descontaminados para substituição à exceção dos
contentores de corto perfurantes que não são recicláveis (são incinerados junto com o seu conteúdo)

Princípios de utilização dos sacos:


✓ Devem:
o Ser cheios até 2/3 e não mais da sua capacidade;
o Ser termo selados e na ausência deste sistema de encerramento, utilizar braçadeiras próprias;
o Ter a identificação do serviço, permitindo deste modo monitorizar o funcionamento da
triagem;
o Ser manipulados com cuidado, nunca atirados, arrastados ou transportados junto ao corpo;
o Quando cheios ser manipulados pela parte superior;
o Assegurar que não estão furados ou rasgados; se estiverem colocar um segundo saco da
mesma cor.
✓ Nunca:
o Nunca colocar as mãos dentro de qualquer saco de lixo;
o Nunca comprimir os sacos de lixo quando cheios;

Características dos contentores para resíduos dos Grupos III e IV:


✓ Resistentes à perfuração e à humidade;
✓ Estáveis e inalteráveis no momento de uma possível queda (um contentor hermeticamente fechado e
sujeito a uma queda de 1,8 metros não abre nem parte);
✓ Encerramento:
o Garantia de união entre o corpo e a tampa;
o Equipados com dois sistemas de fecho:
▪ Temporário: possibilita várias utilizações;
▪ Definitivo e hermético: impossibilita aberturas posteriores.

✓ Opacos;
✓ • Impermeáveis e de fácil desinfeção;
✓ • Equipados com dispositivos que facilitem o seu transporte;
✓ • Incineráveis, não podendo contaminar o meio ambiente (redução a 2% de cinzas após incineração);
✓ • Empilháveis sem ocupar muito espaço, tanto cheios como vazios;
✓ • Estanques: colocados na posição horizontal retêm, no seu interior, todos os líquidos, pelo menos
durante 24 horas.

Contentores para Corto Perfurantes:


✓ De uso único, para recolha de agulhas, seringas e outro pequeno material descartável contaminado;
✓ Design adequado:
o que garanta, durante a sua utilização, a máxima segurança e higiene, evitando picadas e
manipulações incorretas por parte dos trabalhadores, assim como evitando o risco de
contaminação do meio ambiente e de possível transmissão de riscos biológicos;
o ergonómico com adaptabilidade anatómica para maior comodidade no seu uso e transporte;
o dotados de duplo sistema de extração de agulhas;
o fabricados em Polietileno reciclado de alta densidade, de modo a proporcionar uma rigidez
que evite a perfuração e garanta a impermeabilidade e estanquidade;
o adaptáveis aos carros standards das enfermarias de tratamento, permitindo serem
empilháveis.
✓ Não produzirem gases tóxicos na incineração;
✓ Apresentarem a marca e o nome do fabricante bem como o símbolo europeu para identificação do
tipo de material a que se destina.

Triagem de Roupas:
Princípios a ter em conta:
✓ “... Toda a roupa que esteja suja, com sangue ou matéria orgânica, deve ser tratada do mesmo modo,
independentemente do tipo de doente de que provenha.” (CDC, 2009);
✓ Na escolha de roupa hospitalar deve ser tida em conta a termo resistência e a durabilidade.;
✓ A roupa deve existir em quantidade suficiente de modo a que não se verifique rutura no fornecimento de
roupa lavada aos serviços;
✓ A roupa não deve, em caso algum, ser usada para outros fins (ex. limpar ou escorrer água do material, reter a
água do chão, limpar as mãos, cobrir almofadas, etc.);
✓ Devem existir nos serviços suportes para sacos em quantidade suficiente, de modo a que a triagem possa ser
feita junto da cama do doente;
✓ As instituições de saúde devem dispor de 3 tipos de cor de sacos, que entram diretamente na máquina de lavar,
de modo a que se possa proceder à separação da roupa. Por exemplo:

o Verde – roupa pouco suja;

o Amarelo – cobertores e outra roupa termo sensível como por exemplo, cortinados;

o Vermelho – roupa suja de sangue e outra matéria orgânica (urina, fezes …), ou de doentes que
receberam citostáticos (quimioterapia) a menos de 48 h.

Descontaminação de Material e Equipamento


O Serviço Central de Esterilização no Controlo das IACS:

✓ Unidade de apoio técnico dentro do estabelecimento de saúde destinada a receber material


considerado sujo e contaminado, preparando-os para futura distribuição de acordo com os
procedimentos adequados.
✓ Constituído por um conjunto de áreas destinadas à receção, limpeza, preparação, esterilização,
armazenamento e distribuição do material a todos os serviços de um hospital e/ou a outras unidades
com as quais estabeleceu protocolo de cooperação.

Objetivos:
✓ Fornecer a todos os serviços DM reutilizáveis, seguros para o utente e profissionais, atempadamente,
na quantidade certa para uso.
✓ Preparar, controlar, armazenar e distribuir os materiais esterilizados, requeridos por todas as
unidades e setores que prestam cuidados de saúde e que dela dependam.
✓ Produzir DM seguros para serem utilizados nos cuidados de saúde prestados aos clientes
✓ Tratar cargas perigosas (DM de risco biológico):
o Tesoura de sutura – menor risco biológico;
o Afastador – maior risco biológico.
✓ Garantir o fornecimento de DM seguros para clientes e profissionais.
✓ Cumprir as normativas da CE, do PPCIRA e exigência de utilizadores, por isso é um serviço
centralizado;
✓ Padronizar as técnicas de limpeza, preparação e empacotamento do material, garantindo maior rigor
e rentabilização de recursos económicos, materiais e humanos, assim como redução do tempo gasto;
✓ Concentra o material esterilizado, facilitando o seu controlo, conservação e manutenção;
✓ Promove a perícia dos profissionais pelo treino, permitindo obter maior produtividade;
✓ Facilita o controle da qualidade e das técnicas de esterilização, aumentando a segurança no uso dos
DM;
✓ Mantem reserva de material, a fim de atender prontamente às necessidades de qualquer unidade

DM Seguro:
✓ Isento de contaminação microbiana;
✓ Isento de resíduos químicos em quantidade que seja prejudicial para a saúde;
✓ Isento de riscos relativos à sua funcionalidade.

Processo de descontaminação de DM:

Recolha e Transporte

Lavagem e Desinfeção

Inspeção

Preparação e Embalagem

Esterilização

Armazenamento

Distribuição e Transporte

Supervisão das condições de


Acondicionamento
✓ Processos que remove ou destrói a contaminação impedindo que microrganismos e outros
contaminantes atinjam um local suscetível em quantidade suficiente para iniciar uma
infeção ou uma reação nociva;
✓ Não há prazo de duração da esterilização, visto que a mesma depende das condições de
acondicionamento do material;
✓ O SCE garante a esterilidade do material até este chegar à enfermaria, depois é da
responsabilidade deste serviço.

Classificação de Spaulding:
✓ Definição de critérios para a higienização dos DM.

Material Definição Descontaminação


Todo material que entra em
Material Crítico contato com tecidos estéreis do
(Risco Elevado) organismo, sistema vascular ou
Esterilização
que estejam diretamente em
contato com eles.
Todo o material que entra em
Material Semicrítico contato com as membranas Desinfeção
(Risco Intermédio) mucosas intatas ou com a pele não
integra.
Todo o material que entra em
Material Não Crítico contato com a pele íntegra, ou que Lavagem
(Risco Baixo) não está em contato direto com o
doente.
Lavagem:

✓ Pré-requisito obrigatório do processo de tratamento dos DM;


✓ Facilita a ação do agente desinfetante ou esterilizante;
✓ Reduz a bio carga presente no DM;
✓ Protege os DM contra a corrosão;
✓ Torna seguro o manuseamento do DM.

Lavagem Manual
• Não permite o controlo da dosagem do detergente;
• Não permite grande rigor nos tempos de imersão;
• Não assegura a desinfeção térmica pela temperatura da água;
• Não permite o controlo dos parâmetros do processo;
• Representa um risco acrescido para o pessoal.

Lavagem Mecânica
• Requer o uso de equipamentos de:
• Lavagem/desinfeção térmica;
• Lavagem/desinfeção térmico-química;
• Lavagem por ultra sons
• Engloba os seguintes procedimentos:
• Pré lavagem a temperatura <45ºC;
• Lavagem com detergente apropriado;
• Enxaguamento;
• Enxaguamento de desinfeção térmica à temperatura recomendada;
• Secagem e arrefecimento.

Água

Mecânica Química
Eficácia do
Ciclo de
Lavagem
depende de:

Tempo Temperatura
✓ Dar preferência à lavagem na máquina a temperatura superior a 60º em detrimento da
lavagem manual;
✓ A lavagem é o único procedimento que pode ser efetuado sem depender da desinfeção e da
esterilização;
✓ A desinfeção implica a lavagem prévia;
✓ A esterilização implica a lavagem e desinfeção prévias.

Desinfeção:
✓ É o processo de destruição de agentes “patogénicos” na forma vegetativa existentes em superfícies
inertes, mediante a aplicação de meios físicos ou químicos;
✓ Pode ser efetuada por:
o Agentes Físicos – Calor húmido;
o Agentes Químicos – Desinfetantes e Biocidas.

Agentes Físicos: Agentes Químicos:


Calor Húmido Desinfetantes e Biocidas
• É preferida à desinfeção química; • Reservada a equipamentos de risco
• Quanto mais elevada a temperatura elevado que não podem ser esterilizados
menor será o tempo necessário para a nem desinfetados pelo calor;
desinfeção; • O material é emerso em solução
• A contagem do tempo faz se a partir da desinfetante;
altura em que o ponto mais frio da carga • Seco com pano esterilizado;
atinge a temperatura desejada. • Desinfeção de superfícies.
• Temperaturas e Tempos: • Fatores a considerar:
• 65º_______________10m • Tempo;
• 73º _______________2m • Temperatura;
• 80º _______________1m • Concentração;
• 90º________________1s • pH.

Precauções para o uso da desinfeção química:


✓ Ter em conta que a maioria dos produtos químicos utilizados como desinfetantes apresentam alguns
efeitos tóxicos, logo deve-se usar barreiras protetoras:
o Proteção ocular;
o Máscara;
o Bata.
✓ Manter o recipiente fechado quando os DM estão emersos na solução desinfetante de modo a não
dissipar gases tóxicos
✓ Respeitar, rigorosamente, as indicações do fabricante referentes à preparação, diluição, precauções
dos desinfetantes e tempo em que os DM ficam em solução;
✓ Armazenar os desinfetantes em espaço limpo e seco
✓ Manter os desinfetantes fechados
✓ Respeitar as proporções nas diluições
✓ Rejeitar a sua utilização quando:
o A esterilização é essencial;
o A limpeza é suficiente.
Esterilização:
✓ Processo utilizado para eliminar microrganismos nas formas vegetativas e esporuladas das
substâncias ou materiais;
✓ Para que um DM submetido a uma esterilização final possa ser designado como "ESTÉRIL", a
probabilidade teórica de existir um microrganismo viável presente no/sobre o dispositivo deve ser
inferior ou igual a 1x10-6;
✓ Significa que, independentemente da extensão de tratamento aplicado, existe sempre uma
probabilidade finita de um microrganismo sobreviver;
✓ Métodos de esterilização:
o Vapor saturado sob pressão a alta temperatura;
o Gás plasma de peróxido de hidrogénio a baixa temperatura;
o Óxido de etileno - em fase de desativação devido à elevada toxicidade.

• Destrói por coagulação as porções sensíveis internas dos


microrganismos, penetrando facilmente na sua camada resistente de
proteção exterior;
• Condições necessárias à esterilização:
• Contato;
• Temperatura;
Esterilização a • Tempo;
• Humidade.
Vapor
• Temperaturas e Tempos:
Efetuado no • 121ºC -------15 min;
Autoclave • 134ºC ------- 3 min;
• 126ºC ------- 10 min.
• O insucesso do contato depende de:
• Falta de limpeza dos DM;
• Demasiada carga;
• Posicionamento impróprio da carga;
• Equipamento de esterilização em más condições.

Esterilização a Plasma
Processo:
Gás - H 2 O 2;
Energia - Campo
eletromagnético.
- Nuvem de partículas de Tipos:
carga + e - Formação de radicais
Alta temperatura; livres que atuam nas
- Agentes neutros,
atómicos e moleculares. Baixa temperatura. membranas celulares,
enzimas e ácidos
nucleicos destruindo as
funções vitais dos
microrganismos
Esterilização a Plasma
• Vantagens:
• Processo ecológico;
• Menor tempo de ciclo;
• Sem resíduos tóxicos;
• Não necessita de arejamento;
• Indicado para DM sensíveis ao calor e humidade;
• Preserva/prolonga o tempo de vida dos instrumentos.
• Desvantagens:
• Material de embalagem especial;
• Demasiada carga;
• Sem indicação para materiais de origem celulósica;
• Menor capacidade do que o óxido de etileno.

Esterilização é o método de descontaminação mais comum.

Você também pode gostar