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Precauções e Isolamentos

Enfª Jéssica Angelo Pinheiro


Prevenção e Controle de Infecções

Controlar surtos de doenças infecciosas é Quando pacientes infectados com micro-


um desafio constante para os gestores e organismos específicos devem ser colocados
profissionais das instituições de saúde em em precauções específicas segundo a forma
especial os hospitais; de transmissão, ou seja, medidas de controle
A grande variedade de patógenos que adicionais devem ser aplicadas para prevenir
podem circular ou se propagar dentro dos a transmissão destes patógeno.
hospitais exige que medidas sejam tomadas
para a prevenir surtos ou até epidemias, Os profissionais devem estar preparados
tendo em vista que os mesmos podem ser para essas situações, com isso a atualização
transmitidos por contato, gotículas ou sobre os protocolos de isolamentos se faz
aerossóis necessário para que a equipe de saúde
consiga manejar o cuidado ao paciente
minimizando o riscos de contaminação para
os profissionais e demais pacientes.
Tipos de Precauções

Precauções Padrão
• Precauções Expandidas

Contato

Gotícula

Aerossóis
Precauções Padrão

Conjunto de medidas aplicadas no atendimento de
TODOS os pacientes;

Devem ser utilizadas quando houver risco de
contaminação com sangue ou outro fluido corporal,
mesmo que estes não sejam visíveis;


Risco de contato com:
- Material biológico;
- Pele não íntegra;
- Mucosas;
- Manipulação de equipamentos e artigos
contaminados
Precauções Padrão
Higiene das mãos


Manter unhas
curtas e retirar
adornos;

Lavagem com
água e sabão ou
álcool em gel
EM QUAIS
SITUAÇÕES
DEVEMOS
LAVAR AS
MÃOS?
Precauções Padrão

Lavar as mãos
Seleção adequada os
imediatamente após a
EPIs
retirada das luvas.

Luvas
• Usar luvas de procedimento
Retirar luvas após uso, quando houver possibilidade de
contato com sangue ou outros
antes de tocar em fluídos corporais ou artigos
superfícies ambientais ou contaminados.
de contato com outro • Trocar de luvas no
paciente. atendimento do mesmo
paciente se houver risco de
contaminação cruzada entre
diferentes sítios anatômicos.
• Utilizar luvas sempre que houver risco
de contato com sangue, fluido
corporal, secreção, excreção, pele não
íntegra e mucosa, com o objetivo de
proteger as mãos do profissional;

• Retirar as luvas imediatamente após o


uso, antes de tocar em superfícies ou
contato com outro paciente,
descartando-as;

• Trocar as luvas entre os pacientes e


entre um procedimento e outro no
mesmo paciente;
• Higienizar sempre as mãos
imediatamente após a retirada das

Luvas de luvas

Proteção
Utilizar máscara sempre
que houver risco de
respingos de sangue, fluido
corporal, secreção,
excreção, pele não íntegra e
mucosa, com o objetivo de
proteger a face do
profissional;
Colocar máscara cirúrgica
paranariz e boca durante os
procedimentos com
possibilidade de respingo de
material biológico;
Máscara Cirúrgica
Óculos de Proteção

● Recomendados sempre que houver


risco de respingos de sangue ou
outro fluído corpóreo na face.
● Oferece proteção individual de
mucosa dos olhos.
Avental
● Usar avental limpo de manga
longa para proteção individual,
sempre que houver risco de sujar
a roupa / MMSS com sangue ou
fluídos corpóreos.
● Escolha do avental apropriado
para a atividade
(descartável? de tecido?
Impermeável?)
● Retirar o avental o mais rápido
possível e lavar as mãos.
SEQUÊNCIA
DE
COLOCAÇÃO
DO EPI
SEQUÊNCIA
DE
RETIRADA
DO EPI
Práticas Seguras na
Administração de
Medicamentos
Utilizar técnica asséptica ao preparar e
administrar medicações e realizar desinfecção
da tampa da medicação, com álcool 70%, antes
de inserir a agulha dentro do frasco;
Não há indicação para uso de máscara no
preparo de medicações endovenosas;
Não há indicação do uso de luvas de
procedimento para aplicação de injeção
intramuscular e subcutânea;
Os frascos multidose, se possível, devem ser
dedicados ao uso no mesmo paciente
Precauções Padrão
Artigos e equipamentos de assistência ao paciente :
● Manusear com cuidado os artigos sujos de sangue ou outro
fluído corpóreo para evitar a disseminação.
● Se houver a sua reutilização entre diferentes pacientes deve
ser realizado limpeza / desinfecção ou esterilização.

Ambiente:
● Estabelecer e garantir procedimentos de rotina para a limpeza
e descontaminação das superfícies ambientais, especialmente
na presença de matéria orgânica extravasadas.
Precauções Padrão

Roupas: Material pérfuro-cortante:


Manipular, transporter e Descarte adequado em caixas rígidas de
processor as roupas usadas papelão.
prevenindo a exposição da pele, Não ultrapassar o limite de
mucosas e roupas pessoais. preenchimento da mesma.
Manipular com o mínimo de agitação Montar as caixas conforme a instrução do
possível. fabricante.
Utilizar sacos impermeáveis.
Cologar roupas sujas no hamper
Precauções Específicas
( Tipos de Isolamentos)
Precaução ou Isolamento de
Contato Indicação/ microrganismo Período

● Indicação: Bactérias multirresistentes – Até o tratamento


Colonização / infecção: solicitar da
Colonização / infecção (suspeita avaliação da Comissão de Controle de infecção e/ou
Infecção Hospitalar após dois
ou confirmada) de microrganismos (CCIH) swabs retais
epidemiologicamente importantes, negativos
passíveis de transmissão por Bronquiolite / Infecção Respiratória – Durante a
contato direto ou indireto. Vírus Sincicial doença
Respiratório e Vírus Parainfluenzae –
lactente e pré-escolar

Escabiose Terapêutica
eficaz 24h
Pediculose Terapeutica
eficaz 24hs
Isolamento de Contato
● Internação de paciente:
Quarto privativo (preferência) ou coorte com a mesma doença ou
microrganismo. Separar material para medir ssvv de uso exclusivo para o
paciente

● Higiene das mãos


Realizar lavagem correta das mão ( 5 momentos da lavagem das mãos)

● Luvas
- Qualquer contato com o paciente e equipamentos/superfícies próximas;
– Trocar luvas após contato com área ou material infectante;
– Devem ser calçadas dentro do quarto e desprezadas ao término do cuidado;
– Após retirar as luvas lavar as mãos com antisséptico.
Isolamento de Contato
● Avental
– Usar avental ao entrar no quarto, quando se prevê um
contato direto com o paciente.
– Retirá-lo antes de deixar o quarto/box do paciente.
– Assegurar que as roupas pessoais não entrem em
contato com superfícies ambientais potencialmente
contaminadas.

● Equipamentos de cuidado ao paciente


– Exclusivos sempre que possível, caso contrário devem
ser limpos e desinfetados entre pacientes.
Isolamento de Contato
● Ambiente:
– Superfícies ambientais: limpeza diária
– Superfícies próximas ao paciente: desinfecção com álcool 70% a cada
plantão

● Visitas:
– Restritas, reduzidas e orientadas quanto a higienização das mãos e
EPI’s

● Transporte do paciente
– Limitado. Avisar antecipadamente o setor de realização do exame sobre
as precauções de contato;
O profissional que transportar o paciente deve utilizar as precauções
padrão, realizar desinfecção das superfícies após uso pelo paciente.
Precauções para
Gotículas e Aerossóis
Transmissão de Microorganismos por Via
Aérea

Gotículas Aerossol

✓ Partículas grandes: > 5


Partículas pequenas: < 5 µm
µm
✓ Não atravessam Disseminam-se por vários
metros Até outros quartos
longas distâncias
Limite: 1 m (corrente de ar)
✓ Não se mantém Mantém-se suspensas no ar
suspensas no ar por horas
AEROSSOIS

GOTÍCULAS
Isolamento para Gotículas
● Indicação:
Colonização / infecção (suspeita ou confirmada) por
microorganismos transmissíveis por gotículas.
INDICAÇÃO/ MICROORGANISMO PERÍODO
Adenovírus Durante a doença

Influenza: A, B, C Durante a doença


Coqueluche Terapêutica eficaz 5 dias
Difteria faríngea Terapêutica eficaz + 2
culturas
negativas em dias
diferentes
Isolamento para Gotículas ou Isolamento
Respiratório
● Transporte
Internação do
de paciente
– Quarto
Limitado.privativo
Antes de (preferência)
encaminhar ouocoorte
paciente,
comavisar
a
o mesma
setor dedoença.
realização do
– Ambiente
exame sobre as precauçõesdistância
compartilhado: de gotículas.
mínima entre
Paciente
pacientesdeve
deveutilizar
ser demáscara comum.
um metro.
- Manter a porta do quarto fechada.
● Visitas

– Restritas,
Máscara reduzidas e orientadas quanto ao uso
-deDeve
máscara.
ser utilizada máscara comum (tipo
cirúrgica) por todos que entrarem no quarto.
Precaução para Aerossóis
( Isolamento Respiratório)
● Indicação: INDICAÇÃO/MICROORGANISMO PERÍODO
Sarampo Até o 4º dia após início do
– Infecção suspeita ou exantemas
confirmada por Tuberculose Laríngea ou 3 BAAR + Terapêutica eficaz
microrganismos Pulmonar (suspeita ou confirmada)
transmitidos por Varicela Até todas as lesões tornarem-se
aerossóis que crosta
permanecem Herpes Zoster localizado em Até todas as lesões tornarem-se
pacientes crostas
suspensas no ar e Imunodeprimidos ou Herpes Zoster
podem ser dispersadas disseminado (acometendo dois ou
a longas distâncias. mais dermátomos)
Precaução para Aerossóis
● Local
Transporte
de internação
de paciente
– Quarto
Antes de encaminhar
privativo o paciente,
com pressão avisarem
negativa o setor
derelação
realização do adjacentes com no mínimo 6
às áreas
trocassobre
exame de araspor hora;
precauções para aerossóis;O
paciente
– Manter deverá utilizar
as portas máscara
do quarto cirúrgica
sempre durante
fechadas;
o*Caso
transporte e todo
o hospital nãoo período
possua em que estiver
quartos fora
com estas
de seu quarto.
características
● Visitas
(quartos com pressão negativa), manter o
– Restritas,
paciente emreduzidas e orientadas quanto ao uso
quarto privativo,
da máscara N95
com as portas fechadas e boa ventilação
SARS Cov-2
• Pacientes assintomáticos não imunossuprimidos:
10 dias após a data do primeiro teste RT-PCR
em tempo real positivo
• Pacientes assintomáticos e imunossuprimidos:
pelo menos 20 dias desde o primeiro teste RT-
PCR em tempo real positivo.
• Pacientes com quadro leve a moderado, não
imunossuprimidos: pelo menos 10 dias desde o
início dos sintomas E pelo menos 24 horas sem
febre (sem uso de antitérmicos) E melhora dos
sintomas.
• -Pacientes com quadro grave/crítico OU
imunossuprimidos: pelo menos 20 dias desde o
início dos sintomas E pelo menos 24 horas sem
febre (sem uso de antitérmicos) E melhora dos
sintomas
Precaução para Aerossóis
● Local
Transporte
de internação
de paciente
– Quarto
Antes de encaminhar
privativo o paciente,
com pressão avisarem
negativa o setor
derelação
realização do adjacentes com no mínimo 6
às áreas
trocassobre
exame de araspor hora;
precauções para aerossóis;O
paciente
– Manter deverá utilizar
as portas máscara
do quarto cirúrgica
sempre durante
fechadas;
o*Caso
transporte e todo
o hospital nãoo período
possua em que estiver
quartos fora
com estas
de seu quarto.
características
● Visitas
(quartos com pressão negativa), manter o
– Restritas,
paciente emreduzidas e orientadas quanto ao uso
quarto privativo,
da máscara N95
com as portas fechadas e boa ventilação
Isolamento em Pediatria e
Neonatologia
 A prevenção da transmissão das infecções durante o
cuidado com o recém-nascido (RN) não demanda
mais medidas sofisticadas do que bons hábitos de
higiene,realizados nas precauções padrão;

 As incubadoras são suficientes para promover


isolamento, porém não podem ser usadas como
substitutos para quarto privativo, principalmente em
casos de doenças de transmissão respiratória, já que
filtram o ar que entra, mas não o que é eliminado
para o ambiente.
 O sistema de separação em RN pode ser
empregado, especialmente em casos suspeitos ou
confirmados de surtos.
 Além da separação dos grupos de RN, deve-se
também garantir o coorte de funcionários, evitando
que um mesmo funcionário preste assistência a mais
de um grupo de RN.
Referências
• ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada
à Assistência à Saúde. Série Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde. Brasília –
DF. 2017. APECIH.
• Brasil. Ministério da saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Precauções Padrão.
Disponível em https://www.anvisa.gov.br/servicosaude
/controle/precaucoes_a3.pdf. Acesso em 06/12/2020
• Hospital Municipal João Elisio de Holanda- HMJEH, Protocolo de Isolamento. Maracanaú, 2023.

• Nota técnica GVIMS/GGTES/ANVISA Nº 07/2020. Orientações para Prevenção e Vigilância


Epidemiológica das Infecções por SARS-CoV-2 (COVID-19) dentro dos serviços de Saúde –
17/09/202

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