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IACS/Infeção nosocomial/Infeção hospitalar - Infeções adquiridas pelos doentes em consequência dos cuidados e
procedimentos de saúde prestados e que pode também afetar os profissionais de saúde durante o exercício da sua
atividade.
• Da prestação de cuidados de saúde, tais como tratamentos médicos ou intervenções cirúrgicas, ou como
consequência do contacto com locais onde se prestam esses cuidados.
• De cuidados prestados na comunidade (atenção primária, cuidados continuados).
• Da transmissão de uma infeção adquirida na comunidade e introduzida em instituições de saúde por
pacientes, profissionais ou visitantes.
• Morbilidade.
• Mortalidade.
• Qualidade de vida.
• Económicos (diretos – para os doentes – e indiretos).
Epidemiologia
• Mortalidade estimada = 10%.
• 2 a 20 vezes mais frequentes em populações de alto risco (unidades neonatais e de terapia intensiva), em
comparação a pessoas de países com alta renda, especialmente associada as dispositivos médicos.
o Avaliação e registo do risco do doente até 24h da admissão na unidade de saúde e depois
periodicamente.
o Uma das medidas mais importantes para a redução da transmissão de agentes infeciosos entre
doentes, durante a prestação de cuidados.
o Produto
▪ Solução antissética de base alcoólica (se estiverem visivelmente limpas).
➢ Não usar em prestação de cuidados de saúde a doentes com suspeita ou
confirmação de infeção por Clostridium difficile e Baccillus anthracis.
• Etiqueta respiratória
• Utilização de EPI
o A Seleção do EPI deve ser baseada na avaliação do risco de transmissão e contaminação de
microrganismos.
▪ Proporcionam proteção adequada aos, de acordo com o risco associado ao procedimento.
o Utilização
▪ Disponível junto ao local de utilização.
▪ Uso único.
▪ Colocação e remoção segura.
➢ Remoção imediatamente após procedimento/cuidado e eliminação em contentor
próprio.
➢ Após remoção de qualquer EPI as mãos devem ser higienizadas.
o Pode ser indicado luvas duplas nos procedimentos de maior risco de exposição a fluidos orgânicos
(cirurgias ortopédicas, urológicas ou ginecológicas).
▪ Depende da natureza da tarefa, probabilidade de contacto com fluidos, necessidade de
isolamento e alergia a materiais.
▪ Não usar luvas quando não há previsão de exposição a sangue ou outros fluidos orgânicos,
exceto se utente estiver com ou suspeita infeção.
o Óculos ou máscara com viseira.
▪ Usar quando há risco de salpicos de fluidos orgânicos para a face, e, durante procedimentos
geradores de aerossóis (entubações traqueais, endoscopias brônquicas, sessões de
balneoterapia).
o Touca.
▪ Ajustar à cabeça e cobrir todo o cabelo.
▪ Utilizar nas áreas protegidas e durante procedimentos cirúrgicos.
▪ Utilizar nos procedimentos geradores de grande quantidade de aerossóis/ salpicos de
fluidos orgânicos.
▪ Substituir/eliminar entre sessões ou se estiver contaminada.
o Proteção de pés.
▪ Antiderrapante, limpo e apoiar e cobrir todo o pé.
▪ Se proteção de pés, remover antes de sair da área específica.
• Controlo ambiental
o Limpo, seco e em bom estado
de conservação.
o Contentores devem manter-se fechados (sistema de fecho intermédio) e identificados com a data
de abertura e de encerramento. Devem permitir a abertura sem mãos.
o Depois de acondicionados no saco e/ou contentor, os resíduos não devem ser manipulados.
• Limpeza de superfícies
o A transferência de
microrganismos dos doentes
para as superfícies ambientais e
destas para o doente ocorrem
por via de contato através de
mãos contaminadas, a limpeza e
desinfeção das superfícies são
fundamentais para reduzir os
microrganismos e prevenir a
infeção cruzada.
Na admissão à unidade de saúde, deve assumir-se que todo o doente está colonizado/infetado com
microrganismos e podem constituir-se reservatório/fonte potencial para transmissão cruzada.
A aplicação das PBCI durante a prestação de cuidados é determinada pelo nível de interação entre o prestador de
cuidados e o utente e, o grau de exposição previsto ao sangue ou outros fluidos orgânicos.
Passa pela promoção de boas práticas tendo por base as PCBI e a implementação de feixes de intervenção de
suporte aos procedimentos e dispositivos invasivos, a redução do consumo de antibióticos e a vigilância da
resistência aos antimicrobianos.
• Estratégia primária de eficácia comprovada para a minimização do risco de infeção.
• Garante a segurança dos cidadãos, profissionais de saúde e de os que contactam com os serviços de saúde.
o Gotículas: microrganismos não permanecem no ar durante muito tempo e não se deslocam mais de
1m.
▪ Porta fechada.
▪ Disponibilidade de materiais e equipamentos.
▪ Saída do quarto - máscara de alta eficiência (FFP).
o Proteção respiratória
▪ Antes de entrar no quarto - bata, luvas, máscara FFP e proteção ocular. Retirar após sair.
o EPIs
▪ Distância ≤ 1m - bata, luvas e máscara cirúrgica e proteção ocular.
• Contacto - Indicado para todos os doentes com suspeita ou confirmação de infeção ou colonização por
microrganismos epidemiologicamente importantes.
Pode ser contacto direto (mãos do profissional) ou indireto (superfícies/utensílios contaminados).
o Localização do doente
▪ Quarto individual.
▪ Se multirresistentes obrigatório.
▪ Disponibilidade de materiais e equipamentos.
▪ Porta fechada sempre que possível.
▪ Transporte do doente limitado.
o EPIs
▪ Antes de
entrar no
quarto
bata/avental,
luvas.
▪ Retirar antes
de sair.
• Precauções do doente - Utilizar lenços de papel para expetorar e tapar a boca quando tosse ou espirra e
higienizar mãos após tossir, espirrar e assoar-se.
• Precauções da família - Restringir o número de visitantes, lavar as mãos ao entrar e sair do quarto, colocar
máscara quando entrar no quarto (aérea e gotículas) e retirar após sair (aérea), usar bata (aérea e contacto)
e abrir a porta o mínimo de vezes possível.
o Agulhas de aço têm a mesma taxa de infeções que os cateteres teflon, mas têm maior risco de
infiltração de líquidos intravenosos nos tecidos subcutâneos.
o Técnica "sem toque" na inserção e uso de luvas limpas, reduz o risco de infeção.
o Incidência de tromboflebite e
colonização bacteriana dos cateteres
aumenta quando os cateteres
permanecem > 72h.
Esterilização - eliminação ou destruição de todas as formas de vida por meios físicos ou químicos (inclui os esporos).
• Física • Química – material termossensível
o Vapor saturado (autoclave) – materiais o Óxido de etileno – irritante para os olhos,
termorresistentes, inócuo, não poluente, barato pele e aparelho respiratório. Risco
o Calor seco (estufas de panpinett – material cancerígeno, mutagénico e neurológico.
condutor) o Plasma de peróxido de hidrogénio
o Radiações (α e β) o Glutaraldeído e formaldeído (líquidos)
o Micro-ondas
Etapas de esterilização:
• Lavagem (com água e sabão de preferência em máquina e deve ser feita na central de esterilização)
• Secagem (extremamente importante para que o material vá para os processos de esterilização bem seco)
• Embalagem
• Esterilização
• Armazenamento (nas centrais de esterilização e depois nos serviços)
Esterilização com calor seco
• O agente de esterilização é o ar quente.
• O equipamento adequado é a estufa.
• A destruição das bactérias dá-se pela oxidação dos seus constituintes.
• Desvantagens:
o Demora cerca de 60 minutos (moroso).
o Temperatura de 160ºC (baixo poder de penetração do calor seco).
o Incerteza sobre o processo – em desuso.
• Desvantagens:
o Dificuldade de completa extração do ar da câmara de esterilização.
o Não esteriliza todos os materiais (degradação de materiais termo-sensíveis, borrachas, plásticos).
o Deterioração a médio prazo de objetos cortantes (gumes, pontas, brocas dentista).
• Desvantagens:
o Ciclo demorado.
o Deixa resíduos tóxicos nos materiais.
o Exige condições especiais de instalação.
o Pode ser perigoso para as pessoas.
o O material que tenha sido previamente esterilizado por radiações não pode ser esterilizado por
óxido de etileno.
o Mais caro que os agentes de esterilização convencionais.
• Precauções:
o Evitar o contacto com as diferentes partes do corpo (lavar com água a zona do corpo atingida).
o Evitar respirar os vapores do óxido de etileno (dores de cabeça e náuseas) – se isso acontecer,
dever-se-á respirar de imediato ar puro.
Testes de Funcionalidade
• Físicos (através de instrumentos que controlam parâmetros físicos – temperatura, tempo e pressão – a
verificar em cada ciclo).
o Manómetros – controlo da pressão.
o Termómetros – controla da temperatura.
o Cronómetros – controlo do tempo (pode estar incorporado no registo térmico).
Colocação da carga
A carga deve ser colocada corretamente, permitindo a livre circulação do vapor e penetração nas embalagens.
• Nunca deve ocupar mais de 75% da capacidade total da câmara esterilizadora.
• Não colocar embalagens frágeis com outras volumosas e pesadas (mais leves colocadas superiormente).
• Tabuleiros metálicos e taças devem ser colocados na vertical.
O transporte deve ser feito em contentores limpos e fechados, usados apenas para isso.
No armazenamento, nos serviços, é necessário implementar uma política de utilização de materiais para assegurar
uma correta gestão de stock.
Embalagens
As embalagens pretendem servir de suporte ao material e protege-lo da contaminação externa. Por isso o
manuseamento dos invólucros deve ser evitado, para manter a integridade dos materiais.
As embalagens podem ser:
• Duras (exemplo: tambores, caixas de metal perfuradas e equipadas com filtros) – oferece menor seguraça.
• Semi-duras (exemplo: tabuleiro embrulhado em panos secos).
• Moles (exemplo: papel, manga mista, tecido).
As operações de triagem, recolha, transporte, condições de armazenamento e tratamento dos resíduos devem ser
organizadas, tendo em conta os aspetos quantitativos e qualitativos dos resíduos de cada hospital.
O objetivo da gestão dos resíduos pretende maximizar a proteção ambiental e da saúde dos trabalhadores,
minimizando também os custos económicos do sistema.
O volume e características dos resíduos dependem das:
• Dimensões e tipo de cuidados prestados
• Quantidade de objetos de uso único utilizados (proporcionais à importância e diversificação das atividades
hospitalares)
• Grupo II (hospitalares não perigosos) – não sujeitos a tratamentos específicos, equiparados aos urbanos
o Material ortopédico, fraldas e resguardos descartáveis não contaminados e sem vestígios de sangue,
material de proteção individual utilizado nos serviços de apoio e gerais, embalagens de
medicamentos ou de outros produtos de uso clínico e frascos de soros não contaminados
• Grupo III (risco biológico) – (suspeita de) contaminação, suscetível a inceneração ou outro pré-tratamento
eficaz (micro-ondas/desinfeção química), permitindo posterior eliminação com resíduos urbanos
o Resíduos infeciosos ou suspeitos (das unidades e BO), material utilizado em diálise, peças
anatómicas não identificáveis, resíduos que resultam da administração de sangue e derivados,
sistemas de soros, sacos coletores, material contaminado e vestígios de sangue
Neste momento existe apenas uma unidade de inceneração de resíduos hospitalares em Portugal – lisboa
O tratamentos dos resíduos segue as etapas:
• Triagem
• Armazenagem
• Transporte
• Sistema de tratamento
Os medicamentos fora de prazo ou que por qualquer razão não estejam em condições de serem utilizados deverão
ser entregues na farmácia comunitária dentro de um saco de plástico fechado.
A farmácia comunitária encaminha estes resíduos para uma empresa licenciada para este efeito, através da
entidade gestora Valormed.
Os resíduos citotóxicos/citostáticos produzidos em casa deverão ser entregues nos hospitais onde o doente está a
ser seguido, dentro de uma embalagem e com a indicação “Medicamento citotóxico/citostático” para eliminação da
forma mais adequada.
Cerca de 80% dos resíduos hospitalares são equiparados a urbanos, e apenas 20% são perigosos.
O plano estratégico dos resíduos hospitalares, cujos objetivos e ações estabelecidos para o período de 2011 a 2016
neste plano, foram baseados nos eixos estratégicos:
• Eixo I – Prevenção.
• Eixo II – Informação, conhecimento e inovação.
• Eixo III – Sensibilização, formação e educação.
• Eixo IV – Operacionalização da gestão.
• Eixo V – Acompanhamento e controlo.
Utilização de luvas
Procedimento cirúrgico Luvas esterilizadas cirúrgicas
Procedimento invasivo Luvas esterilizadas de procedimento
Procedimento com contacto com sangue/fluidos Luvas não esterilizadas de nitrilo/latex/neopreno de
procedimento
Procedimento de limpeza ambiental/material Luvas não esterilizadas nitrilo/latex/neopreno
específicas para limpeza
Caso não se trate de nenhum dos acima, não é necessário usar luvas
EPI´s em situações pandémicas
SARS-CoV-2 pode transmitir-se por:
• Gotículas - partículas ≥ 5 µm.
• Contacto direto ou indireto (fluidos orgânicos e superfícies
contaminadas).
• Aérea (partículas ≥ 5 µm) aquando de procedimentos geradores de
aerossóis.
Antes da 1ª cirurgia do dia – limpar a sujidade dos leitos ungueais com estilete, sob água corrente e sabão com pH
neutro, mas não usar escova.
Recorre-se às técnicas com:
• Água e sabão antimicrobiano
o Molhar as mãos e antebraços com água à temperatura corporal e aplicar 5mL de sabão
antimicrobiano, cobrir toda a superfície até 5cm acima do cotovelo .
o Friccionar mãos e antebraços, primeiro um dos braços seguido do outro (dedos, mãos e antebraços
devem ser vistos com 4 lados), dar especial atenção aos espaços interdigitais e polegar.
o Repetir a técnica: friccionar ambos os braços com sabão antimicrobiano até 5cm acima do cotovelo.
o Secar as mãos e antebraços com toalhete estéril descartável, um para cada braço, no sentido distal
para proximal, garantindo a sua secagem antes de calçar as luvas esterilizadas.
• SABA
o Colocar SABA nas mãos, friccionando as mãos e antebraços.
o Usar a quantidade de SABA de forma a manter as mãos e antebraços húmidos até 5cm acima do
cotovelo.
o Friccionar mãos e antebraços, 1º um braço seguido do outro – dedos, mãos e antebraços devem ser
vistos com 4 lados.
o Friccionar uma mão sobre a outra, especial atenção aos espaços interdigitais, polegar e punhos.
o Garantir que as mãos e antebraços ficam bem secos antes de calçar as luvas esterilizadas.