Você está na página 1de 36

Fundamentos I

Prof. Marciane

Medidas de precaução

História.

►Para entendermos a importância das


Precauções Específicas no ambiente
hospitalar, a fim de evitar a transmissão
de doenças, é necessário fazer um breve
resgate da origem da história das
doenças contagiosas e do surgimento
destas medidas que são chamadas
tradicionalmente de “isolamento”
O surgimento das doenças contagiosas
teve início desde a Antiguidade, com o
confinamento dos leprosos,
distanciando-os da vida social. Da
mesma forma, ocorreu com grandes
epidemias, como a peste negra, onde os
doentes eram obrigados a permanecer
trancados em suas casas.

A doença passou por várias fases, desde


algo sobrenatural, representada por um
castigo dos deuses para a impureza
espiritual dos homens, passando por
outra fase, onde a causa seria a de um
desequilíbrio dos quatro elementos do
planeta (terra, ar, água e fogo) até chegar
à definição de princípios de contágio,
baseados no contato direto (através da
pele) ou indireto (através de objetos).
Assim, nasciam as primeiras práticas de
isolamento, com a separação dos doentes do
convívio da sociedade. As primeiras
tentativas de isolamento em ambiente
hospitalar resultaram em fracasso, devido
ao agrupamento de pessoas com diversos
tipos de doenças contagiosas em condições
precárias de higiene e limpeza onde, ao
contrário de proteger os doentes, ocorria
maior disseminação das enfermidades.

►Transmissão.
Todos os micro-organismos são
transmitidos da mesma forma?
Não, as formas de transmissão variam
de acordo com o micro-organismo. A
transmissão de doenças pode ocorrer
através do contato ou por respiratória,
sendo esta última por meio de gotículas
(partículas maiores) ou por aerossóis
(partículas menores).

O termo “isolamento” já não é mais


utilizado para se referir a um paciente
que esteja portando alguma doença
transmissível, por se tratar de um termo
discriminativo, onde o paciente se sente
isolado das outras pessoas. Assim, o
nome isolamento foi substituído por
Precauções.

Precauções.
são medidas adotadas a fim de evitar a
propagação de doenças transmissíveis,
evitando assim, a transmissão de micro-
organismos dos pacientes infectados
para outros pacientes, visitantes ou
mesmo para os profissionais de saúde.
Atualmente existem dois tipos de
Precauções.
Precaução padrão.
Precaução especifica.

As Precauções são medidas adotadas a


fim de evitar a propagação de doenças
transmissíveis, evitando assim, a
transmissão de micro-organismos dos
pacientes infectados para outros
pacientes, visitantes ou mesmo para os
profissionais de saúde. Atualmente
existem dois tipos de Precauções.

Precauções Padrão:
Este tipo de precaução deve ser aplicado
no atendimento de todos os pacientes,
independente do seu estado de saúde. O
profissional de saúde deve adotar o uso
de alguns equipamentos de proteção,
como luvas descartáveis, avental,
máscara e óculos de segurança ao
realizar qualquer procedimento nos
quais exista o risco potencial de
contaminação com fluidos corporais
(sangue, secreção, excreção).

►Higienização das mãos: lave com


água e sabonete ou friccione as mãos
com álcool a 70% (se as mãos não
estiverem visivelmente sujas) antes e
após o contato com qualquer paciente,
após a remoção das luvas de
procedimento e após o contato com
sangue ou secreções.

►Use luvas apenas quando houver risco


de contato com sangue, secreções ou
membranas mucosas. Calce-as
imediatamente antes do contato com o
paciente e retire-as logo após o uso,
higienizando as mãos em seguida.

►Use óculos, máscara e ou avental


quando houver risco de contato de
sangue ou secreções, para proteção da
mucosa de olhos, boca, nariz, roupa e
superfícies corporais.

►Os Pérfuros-Cortantantes são


recipientes apropriados para os
descartes seringas, agulhas, ampolas e
frasco-ampola de uma maneira segura
para o profissional da saúde.

Obs. É proibido ao profissional da saúde


desconecta ou reencapa seringas e
agulhas, devido o risco grande de se
contamina.

Precauções Específicas.
Contatos.
Gotículas.
Aerossóis

Além das Precauções Padrão, estas


precauções devem ser adotadas quando
a doença possui algum modo de
transmissão específico. Por exemplo:

►Se a transmissão da doença ocorrer


através do contato, devemos utilizar
avental e luvas descartáveis para tocar
no paciente ou em objetos que
pertençam a ele.

►Se a transmissão for por via


respiratória, por meio de gotículas,
como tosse, espirro ou fala devemos
adotar o uso de uma máscara simples.

Precaução de contato
Higienize as mãos antes e após o contato
com o paciente; use óculos, máscara
cirúrgica e avental quando houver risco
de contato com sangue ou secreções; e
descarte adequadamente os
perfurocortantes.

►Use luvas e avental em toda


manipulação do paciente, de cateteres e
de sondas, do circuito e do equipamento
ventilatório e de outras superfícies
próximas ao leito. Coloque-os
imediatamente antes do contato om o
paciente ou com as superfícies e retire-
os logo após o uso, higienizando as mãos
em seguida.

►Quando não houver disponibilidade


de quarto privativo, a distância mínima
entre dois leitos deve ser de um metro.

►Equipamentos como termômetro,


esfigmomanômetro e estetoscópio
devem ser de uso exclusivo do paciente.

Precaução de gotícula
►Higienize as mãos antes e após o
contato com o paciente; use óculos,
máscara cirúrgica e avental quando
houver risco de contato com sangue ou
secreções, e descarte adequadamente os
perfurocortantes.

►Quando não houver disponibilidade


de quarto privativo, o paciente pode ser
internado com outros infectados pelo
mesmo microrganismo. A distância
mínima entre dois leitos deve ser de um
metro.

►O transporte do paciente deve ser


evitado, mas, quando necessário, ele
deverá usar máscara cirúrgica durante
toda sua permanência fora do quarto.

Precaução de aerossóis
Higienize as mãos antes e após o contato
com o paciente; use óculos, máscara e
avental quando houver risco de contato
com sangue ou secreções, e descarte
adequadamente os perfurocortantes.

►Mantenha a porta do quarto fechada


sempre fechada e coloque a máscara
PFF2 (N95) antes de entrar no quarto.

►Quando não houver disponibilidade


de quarto privativo, o paciente pode ser
internado com outros infectados pelo
mesmo microrganismo.
►Pacientes com suspeita ou
confirmação de tuberculose resistente
ao tratamento não podem dividir o
mesmo quarto com outros pacientes com
tuberculose.

►O transporte do paciente deve ser


evitado, mas, quando necessário, ele
deverá usar máscara cirúrgica durante
toda sua permanência fora do quarto.

Higienização das mãos.


É a medida individual mais simples e
menos dispendiosa para prevenir a
propagação das infecções relacionadas
à assistência à saúde. Recentemente, o
termo “lavagem das mãos” foi
substituído por “higienização das mãos”
devido à maior abrangência deste
procedimento. O termo engloba a
higienização simples, a higienização
antisséptica, a fricção antisséptica e a
antissepsia cirúrgica das mãos.

A pele das mãos abriga,


principalmente, duas populações de
microrganismos: os pertencentes à
microbiota residente e à microbiota
transitória. A microbiota residente é
constituída por microrganismos de
baixa virulência, como estafilococos,
Corin bactérias e micro cocos, pouco
associados às infecções veiculadas pelas
mãos. É mais difícil de ser removida pela
higienização das mãos com água e
sabão, uma vez que coloniza as
camadas mais internas da pele.

Objetivo da Higienização

Remoção de sujidade, suor, oleosidade,


pelos, células descamativas e da
microbiota da pele, interrompendo a
transmissão de infecções veiculadas ao
contato.

Prevenção e redução das infecções


causadas pelas transmissões cruzadas.

Público alvo
Profissional da Enfermagem
Profissional Médico
Todos que tenham contatos diretos com
pacientes

Luvas de procedimentos
Luva para Procedimentos Não Cirúrgicos
(luva não estéril): produto feito de borracha
natural, de borracha sintética, de misturas
de borracha natural e sintética, e de poli
cloreto de vinila, de uso único, para
utilização em procedimentos não cirúrgicos
para assistência à saúde.
Devem higienizar as mãos todos
os profissionais que trabalham
em serviços de saúde, que
mantém contato direto ou
indireto com os pacientes, que
atuam na manipulação de
medicamentos, alimentos e
material estéril ou
contaminada.

Tipos de higienização
Uso de água e sabão
Uso de preparação alcoólica

Higienização corporal.

Conceito.

Uma das tarefas mais delicadas


no dia-a-dia do profissional
técnico em enfermagem é dar
banhos em pacientes que não
têm condições de sair de seus
leitos. A técnica de banho no
leito consiste num banho que
limpa a pele, estimula a
circulação, proporciona um bem
estar. Mesmo quando a situação
é grave e o paciente não pode se
levantar, o banho está entre os
cuidados diários e pode ser dado
no leito
Indicação
procedimento realizado no
paciente acamado
impossibilitado de realizar a sua
higiene corporal sozinho,
proporcionando o conforto e a
manutenção da integridade
cutânea

Profissionais envolvido
Enfermeiro
Técnico de enfermagem
Auxiliar de enfermagem
Algumas particularidades

►algumas situações de
gravidade, a higienização
completa não é aconselhada.
No caso de cirurgias cardíacas,
por exemplo, não é
recomendado nas primeiras
quatro horas após o
procedimento
►Técnica: o banho deve
obedecer ao sentido
cefalocaudal, deixando para a
última etapa as partes íntimas e
a região anal

►Risco de hipotermia: evitar


que o paciente permaneça
exposto a baixas temperaturas,
por isso todo o processo deve ser
feito no máximo em 20 minutos,
pois o frio pode ser prejudicial
ao quadro clínico

►Risco de infecções: deve-se


usar materiais de uso
individual, preferencialmente
produtos descartáveis. Nunca
reutilizar a água da bacia que
esteja com sujidade de
substâncias orgânicas para
lavar outra parte do corpo

►Dispositivos: o profissional
precisa atentar-se a cateteres,
drenos, sondas e cânulas de
intubação inseridos no paciente,
principalmente na UTI, para
não os mover ou retirá-los na
hora da higienização

►Instabilidade da respiração: o
enfermeiro deve avaliar as
condições respiratórias e outras
comorbidades associadas ao
banho.

0 banho possibilita ao
Enfermeiro avaliar a condição
da pele, a mobilidade articular
e a força

Finalidade do banho
Limpeza da pele
Estimula a circulação
Avalia o estado geral da pele
Proporciona o estado físico e
mental

Tipos de banho hospitalar.


Aspersão – banho de chuveiro

Imersão – banho no banheiro

Ablução – jogando pequena


porções de água sobre o corpo

Banho no leito – usado pra


paciente acamados em total
dependência física

Materiais necessários para o


procedimento

Jarro com água morna


Luva de banho atoalhado ou
compressa
Sabonete liquido
Cuba rim para higiene oral
Hidratante
Bacia
Gazes
Roupa de cama limpa
Hamper para o descarte de
roupa suja
Espátula
Toalha de banho
Fralda descartável
Escova de cabelo ou pente
Camisola ou pijama
EPIs
Touca
Capote
Luvas de procedimentos
Óculo de proteção contra
gotícula

Higiene oral
Conceito► higienização da
cavidade oral (boca, palato,
dentes, gengiva e língua).

Profissionais► envolvidos:
dentista, enfermeiro, auxiliar e
técnico de enfermagem.

Materiais necessários:
Escova de dentes
(preferencialmente de cerdas
macias)
Espátula envolta em gaze,
pinça ou cotonetes.
Pasta de dente ou antisséptico
oral.
Toalha de rosto.
Saco plástico para resíduos.
Tubo plástico (canudo).
Copo descartável com água
Equipamento de proteção
individual.
Abaixador de língua.
Etapas para execução

►Higienizar as mãos conforme


recomendações da
ANVISA/OMS.
►Colocar o paciente na posição
de Fowler (se possível) ou em
decúbito lateral.
►Organizar o material
próximo ao paciente
protegendo-o com a toalha.

►Orientar o paciente sobre o


modo correto de escovar os
dentes e a língua.

►Colocar a cuba rim no queixo


do paciente, para receber a
água utilizada.

►Oferecer ao paciente a escova


de dentes com água e creme
dental.
►Se necessário escove os dentes
e a língua do paciente.
Ofereça o copo com água para
que o paciente enxágue a boca
e cuspa dentro da cuba rim

►Seque a boca do cliente.


Hidratar os lábios (se
necessário).
Hidratar os lábios (se
necessário).

►Deixar o paciente
confortável.
►Técnica do banho no leito

►Calçar luvas.
Soltar a roupa de cama
(começar pelo lado mais
distante e retirar o travesseiro)

►Iniciar o banho pela lavagem


do rosto (ensaboar o rosto,
começando pelo lado mais
distante, abrangendo toda face,
orelhas, pescoço e nuca)

► Na sequência enxaguar e
secar
Proceder à higiene oral
conforme método descrito
Despir o paciente.
Colocar a toalha de banho sobre
o tórax, descer o lençol em leque
até a região pubiana e deixar os
braços do paciente sobre a
toalha.

►Lavar e enxaguar os membros


superiores (iniciar sempre pelo
membro mais distante e depois
no mais próximo, iniciando
sempre a lavagem pela
extremidade distal)

►Oferecer bacia com água


morna e solicitar que o paciente
lave as mãos (se necessário
realize a lavagem das mãos do
paciente).

Você também pode gostar