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HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

HISTÓRICO
 O médico e microbiologista Alexandre Adler falava em suas brilhantes palestras que as bactérias não
voam, mas pegam carona. Você sabe quem dá carona para essas bactérias ou quaisquer outros
microrganismos?
 As mãos são o instrumento mais utilizado durante o cuidado com o cliente, e sua higienização
caracteriza a ação mais simples e importante na prevenção.
 Semmelweis, em 1846, - febre puerperal versus mãos contaminadas por "partículas cadavéricas" dos
estudantes e médicos.
 Instituiu a lavagem das mãos com substância clorada entre cada atendimento prestado a pacientes da
clínica obstétrica.

PREVENÇÃO DE INFECÇÕES
 [...] muitos profissionais não lavam as mãos adequadamente e com a frequência preconizada. A
segurança do paciente no ambiente de assistência à saúde depende da lavagem cuidadosa e freqüente
das mãos (BOLICK, et al, 2000, p.07) .

LAVAGEM DAS MÃOS: O QUE É?


 A Potter e Perry (2004) definem lavagem das mãos como atrito vigoroso, breve, de todas as
superfícies das mãos com o auxílio de sabão, seguidas pelo enxágüe sob um jato de água.

MORFOLOGIA DA PELE
A pele funciona como um órgão de recepção sensorial. É formada por epiderme, derme e tecido subcutâneo
(hipoderme).
A epiderme é a camada mais superficial, sendo formada por proteína fibrosa, queratina e células mortas. A
epiderme é modificada em diferentes áreas do corpo, nas palmas das mãos e na planta dos pés é espessadas e
contém quantidades maiores de queratina (SMELTZER; BARE, 1998, p. 1263) .

COMPONENTES DA PELE
A)Epiderme: epitélio, pêlo, conduto das glândulas sudoríparas, não contém vasos sangüíneos.
B)Derme: camada elástica, glândulas sebáceas, folículo piloso, bulbo do pêlo, vasos sangüíneos.
terminações nervosas
C)Hipoderme: tecido subcutâneo, gordura e vasos sangüíneos.
D)Anexos da pele: pêlos, unhas, glândulas cutâneas, sudoríparas, sebáceas e mamárias e

HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS NA ASSISTÊNCIA À SAÚDE


 As mãos constituem a principal via de transmissão de microrganismos durante a assistência prestada
aos pacientes.
 A pele é um possível reservatório de diversos microrganismos que podem se transferir de uma
superfície para outra, por meio de contato direto (pele com pele), ou indireto, através do contato com
objetos e superfícies contaminadas. 
 É a medida individual mais simples e menos dispendiosa para prevenir a propagação das infecções
relacionadas à assistência à saúde. Recentemente, o termo “lavagem das mãos” foi substituído por
“higienização das mãos” devido à maior abrangência deste procedimento. O termo engloba desde a
higienização simples até a antissepsia cirúrgica das mãos.

PARA QUE HIGIENIZAR AS MÃOS?


 Remoção de sujeira, suor, oleosidade, pelos, células descamativas e microrganismos da pele,
interrompendo a transmissão de infecções veiculadas ao contato;
 Prevenção e redução das infecções causadas pelas transmissões cruzadas.
QUEM DEVE LAVAR AS MÃOS ?
 Todos os profissionais que entrem em contato com o cliente ou materiais hospitalares.
 Os visitantes.
 Os estudantes. (em hospital escola)

Lavagem das mãos é uma conduta de baixo custo e deve ser utilizada por todos profissionais de saúde.
Entretanto, é realizada de forma incorreta ou imprópria numa tentativa de poupar tempo.

Para a higienização das mãos utiliza-se: água e sabão, preparação alcoólica e antisséptica, de acordo com
as situações, a SABER:
ÁGUA E SABÃO:
 Ao iniciar o turno de trabalho;
 Antes e após calcar luvas;
 Antes e após a realização de qualquer procedimento junto ao cliente (exame, curativo, manipulação de cateteres,
coleta de material...);
 Ao chegar e deixar a enfermaria;
 Antes e após necessidades fisiológicas (alimentar-se, urinar e defecar);
 Antes do preparo e da manipulação de medicamentos.

PREPARAÇÃO ALCOÓLICA:
 Antes do contato com pacientes para evitar a transmissão de microrganismos oriundos das mãos do
profissional de saúde;
 Após o contato com pacientes para proteção do profissional e das superfícies e objetos
imediatamente próximos a ele, evitando a transmissão de microrganismos do próprio paciente. Ex:
exames físicos (determinação do pulso, da pressão arterial, da temperatura corporal); contato físico
direto (aplicação de massagem, realização de higiene corporal);
 Antes de realizar procedimentos assistenciais e manipular dispositivos invasivos, tais como: contato
com membranas mucosas (administração de medicamentos pelas vias oftálmica e nasal); com pele
não intacta (realização de curativos, aplicação de injeções); e com dispositivos invasivos (cateteres
intravasculares e urinários, tubo endotraqueal);
 Antes de calçar luvas para inserção de dispositivos invasivos que não requeiram preparo cirúrgico;
 Após risco de exposição a fluidos corporais;
 Ao mudar de um sítio corporal contaminado para outro, limpo, durante o cuidado ao paciente, como:
troca de fraldas e subsequente manipulação de cateter intravascular;
 Após contato com objetos ou superfícies imediatamente próximas ao paciente, por exemplo:
manipulação de respiradores, monitores cardíacos, troca de roupas de cama, ajuste da velocidade de
infusão de solução endovenosa;
 Antes e após remoção de luvas (sem talco);
 Outros procedimentos, tais como: manipulação de invólucros de material esterilizado.

USO DE ANTISSÉPTICOS:
 Estes produtos associam detergentes com antissépticos e se destinam à higienização antisséptica das
mãos e degermação da pele.
 Devem ser utilizados nos casos de precaução de contato recomendados para pacientes portadores de
microrganismos multirresistentes e nos casos de surtos.

SUBSTÂNCIA ANTI-SÉPTICAS
 Álcool à 70 %: Atua por desnaturação de proteínas. Tem excelente atividade sobre bactérias gram-
positivas e gram-negativas, fungos e vírus. O álcool tem efeito após secar e caso não seja hidratado
não penetra com eficácia nas membranas.
 Clorhexidina: Atua por ruptura da parede celular, tem excelente atividade sobre bactérias gram-
positivas, boa atividade sobre as gram-negativas, não é esporicida, age contra vírus lipofílicos (HIV,
CMV, herpes simples, influenza). Tem ação com 15 segundos de fricção e o efeito residual é de 5-6
horas. Baixa toxidade ao contato. Tóxico se plicado diretamente em olhos e ouvidos. Baixa atividade
sobre Mycobacterium tuberculosis, nenhuma sobre fungos.

DEGERMAÇÃO DA PELE:
 No pré-operatório, antes de qualquer procedimento cirúrgico (indicado para toda a equipe cirúrgica);
 Antes da realização de procedimentos invasivos, tais como: inserção de cateter intravascular central,
punções, drenagens de cavidades, instalação de diálise, pequenas suturas, endoscopias e outros.

DICAS IMPORTANTES
 Anéis e relógios devem ser retirados;
 O processo de fricção repetida deve ser realizado para baixo.
 Cinco fricções de cada tipo são suficientes para remover mecanicamente os microrganismos.
 As mãos devem ser enxaguadas em água corrente, posicionadas sob a torneira com os dedo voltados
para cima.
 Secar as mãos com papel-toalha, depois, os antebraços. (BRASIL, 2002, p.42)

ÁREAS MAIS ESQUECIDAS:


 Polegares;
 Sulcos interdigitais;
 Abaixo das unhas;
 Punhos;
 Lateral externa e interna da mão

Fonte:
Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Hot site: higienização das mãos em serviços de saúde.

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