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FUNDAÇÃO PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS - FUPAC

UNIPAC Lafaiete

Data: 19/04/2021 Semestre 1º/2021 Período: 10º Turma:


Etapa: 1ª etapa Tipo de Avaliação: EXERCÍCIO
Curso: Medicina Veterinária Valor da Avaliação: 5
Disciplina: Doenças das Aves Professor: Camila Fernanda das Chagas
Aluno: Nota:

BRONQUITE INFECCIOSA DAS GALINHAS

1) O que é a Bronquite Infecciosa das Galinhas?

A Bronquite Infecciosa é uma doença viral que afeta galinhas de todas


as idades. A doença é encontrada em todo o mundo. O vírus da
Bronquite Infecciosa atinge não apenas o trato respiratório, mas também
o trato urogenital. O VBI causa principalmente doenças respiratórias nas
aves infectadas, mas também ocasiona uma queda na produção de ovos
nas aves poedeiras e matrizes, trazendo um impacto econômico.

2) Qual é sua importância para a avicultura industrial no Brasil?

O impacto econômico da Bronquite Infecciosa resulta principalmente na


redução de desempenho zootécnico ou mortalidade devido à doença
respiratória em frangos de corte, diminuição na produção de ovos em
poedeiras e matrizes, perda de produção causada por danos renais
observadas em frangos de corte, poedeiras e em matrizes, gerando um
complexo dano econômico na avicultura industrial.

3) Como se dá sua transmissão?

A transmissão ocorre principalmente por aerossóis respiratórios, com


vírus replicado no epitélio respiratório e eliminado em microgotas de
muco respiratório durante a expiração. A doença pode atingir os
sistemas respiratório, reprodutor, gastrointestinal e/ou excretor, em
galinhas ou frangos, sendo recorrente tipicamente em granja ou região
densamente povoada por múltiplas idades. O IBV infecta os epitélios
respiratório, gastrointestinal, renale do oviduto, em intensidade e impacto
variável conforme a estirpe. Há predominância de estirpes mais
adaptadas à infecção respiratória, embora com reflexos nos demais
sistemas citados, excretor (rins e ureteres) e reprodutivo (regiões do
oviduto, magno e útero).

4) Explique sua patogenia.

Para a infecção das células-alvo no epitélio ciliado respiratório,


gastrointestinal, tubular renal, no magno e no útero, as glicoproteínas no
envelope viral de IBV adsorvem aos receptores celulares que contêm
ácido siálico, e essa atividade é dependente da integridade do envelope.
A infecção respiratória é mais grave em aves mais jovens, com
possibilidade de obstrução traqueal parcial ou total por muco, seguida de
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asfixia e morte. A infecção renal ocorre tipicamente após a infecção


respiratória, exceto para estirpes de infecção renal exclusiva. Alguns
IBVs produzem lesões graves nos rins (nefrite-nefrose), com morte por
insuficiência renal. A infecção do oviduto nas fêmeas maduras e em
produção resulta em, no magno, falha na síntese das proteínas do
albúmen e, no útero, falha na produção da casca do ovo.

ANEMIA INFECCIOSA DAS GALINHAS

5) Qual é a sua etiologia?

O vírus da Anemia Infecciosa das Galinhas recentemente foi classificado


na família Circoviridae (Circovírus), possui DNA de fita simples, cadeia
circular, contém 2.300 nucleotídeos que codificam três proteínas: VP1,
VP2 e VP3. A VP1 é provavelmente a maior proteína do capsídeo junto
com a VP2 esta envolvida com a imunidade, a VP3 ou “apoptina” está
associada com as células infectadas, é responsável pela apoptose
celular.
O C.A.V não possui envelope, suas partículas são icosaédrica com
aproximadamente 19 a 25 nm de diâmetro.
O vírus possui uma densidade de 1.33 a 1.34 g/ml, portanto ainda menor
que a densidade dos Parvovírus. Não existem diferenças antigênicas
entre os diversos vírus isolados no Japão, Europa, Estados Unidos e
América do Sul. Como consequência, é geralmente aceito que todas as
cepas pertençam a um só sorotipo, entretanto é esperado que algumas
sejam diferentes quanto a sua patogenicidade.

6) Quais sinais clínicos estão presentes neste caso?

Aves de todas as idades estão susceptíveis à infecção, porém os sinais


clínicos são observados principalmente em aves jovens (< 2 semanas de
vida). A maioria dos surtos ocorre em frangos de corte, seguido por
frangas de reposição, e são agudamente relatados em cerca de 2 a 3
semanas de vida. Foram relatados surtos em aves mais velhas (frangas
de reposição) quando outros agentes imunossupressores estão
envolvidos (como o vírus da Doença de Marek e/ou o vírus da Doença
Bursal Infecciosa). Pode ser observado que em frangos jovens, os
mesmos ficam prostrados e amontoados sob a fonte de calor. As aves
parecem menos desenvolvidas para suas idades e anêmicas. A
consequência mais importante de uma infecção pelo CAV é
imunossupressão. A infecção pelo CAV prejudica o sistema imune,
afetando e multiplicando-se na maioria dos órgãos linfopoiéticos. O CAV
intensifica o efeito de outros agentes imunossupressores como o vírus
da Doença de Marek e o vírus da Doença Bursal Infecciosa. Existem
também relatos de sinais acentuados após infecção com Bronquite
Infecciosa devido à imunossupressão.

7) E as formas de controle e prevenção?


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Devido ampla distribuição do vírus, a prevenção e controle desta doença


requerem uma abordagem bem coordenada, equilibrando
biossegurança/ medidas higiênicas e vacinação. A esse respeito, é
importante a presença de imunidade materna. Os anticorpos maternos
(MDA) oferecem proteção contra infecções pelo CAV.
O nível de proteção está diretamente relacionado ao nível de MDA
Quanto mais alto o nível de MDA, mais duradoura é a proteção na
progênie.
MDA se desenvolvem após infecções no campo e/ou vacinação
As infecções no campo não garantem níveis altos e homogêneos de
MDA.
A vacinação é a melhor maneira de se obter prontamente níveis altos e
homogêneos de MDA.

LARINGOTRAQUEÍTE INFECCIOSA DAS AVES

8) Qual é a sua distribuição e ocorrência?

A LTI apresenta distribuição geográfica cosmopolita e é de ocorrência


cíclica em áreas endêmicas, principalmente em áreas de alta densidade
de produção. Um surto tem a duração de duas a seis semanas para em
seguida silenciar. As primeiras descrições foram em 1926 e 1931. Sua
ocorrência foi comprovada em diversas partes dos EUA, Holanda,
França, Alemanha, Austrália, Inglaterra, Suécia, Hungria, Polônia, África
do Sul, Índia, União Soviética e controlada pelo emprego de vacinas
vivas modificadas; nos países desenvolvidos tem sido detectada em
galinhas de fundo de quintal e ornamentais.
No Estado do Rio de Janeiro, foi descrita a primeira epidemia severa
entre 1981 e 1982 em poedeiras comerciais de 10 meses de idade que
apresentaram queda de produção (6%) e mortalidade de 5,5%.
Dados sobre prevalência são escassos na literatura, podendo-se
mencionar que, em 2000, foi observado que, em dados acumulados na
Faculdade de Veterinária da Universidade de Mosul, por um período de
10 anos, 1,1% de aves positivas para LTI. Foi visto em outro estudo de
14 meses em Mymensingh, distrito de Bangladesh, e detectaram 0,26%
de prevalência de LTI. A doença tem sido relatada em faisões, em perus,
e em avestruzes na China.

9) Como é feito o diagnóstico definitivo?

Em geral, o diagnóstico da LTI requer assistência laboratorial, pois os


outros patógenos respiratórios de aves comerciais podem causar sinais
clínicos e lesões semelhantes. Somente em casos de doença aguda
severa com alta mortalidade e expectoração de sangue é que o
diagnóstico pode ser feito apenas nos sinais clínicos.
De outra maneira, o diagnóstico da LTI deve ser baseado em um ou
mais
diagnósticos confirmatórios laboratoriais incluindo procedimentos de
detecção de corpúsculos de inclusão intranucleares, isolamento do vírus,
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detecção do vírus em tecido traqueal ou muco respiratório, detecção de


antígenos do vírus, ou sorologia.

10) Escolha um diagnóstico diferencial e fale sobre ele.

Influenza aviária. A influenza ou como é conhecida comumente, gripe é


uma doença infecciosa aguda causada por um grupo de vírus (com o
mesmo nome) que acomete várias espécies de animais, desde felinos
até aves, passando por humanos. A influenza aviária, causada pelo vírus
H5N1 é o mais preocupante nessas últimas décadas, visto que, se trata
de um agente que vem acabando com grandes planteis de aves no
mundo, além de causar mortes em humanos em regiões infectadas.
Apesar do vírus possuir vários subtipos, somente os subtipos H5 e H7 é
que podem se tornar patogênicos, ou seja, os vírus, H5 e H7, são
introduzidos nos bandos de aves de criatórios em sua forma pouco
patogênica. Quando é permitido que circulem nas populações de aves
de
criatórios, os vírus podem sofrer mutações, geralmente dentro de poucos
meses, para a sua forma altamente patogênica.
Além de causar uma mortalidade de 100% nas aves infectadas, os
subtipos patogênicos quando presentes, normalmente, vêm na forma de
epidemias com ataques súbitos e rápida disseminação em uma região
geográfica, como aconteceu recentemente na Ásia, África e Europa,
causando prejuízos econômicos a esses países e infectando,
acidentalmente, através do contato com as aves, os seres humanos
como ocorreram em 2005 e em 2006 no Camboja, Tailândia, China,
Turquia, Iraque e Egito.

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