XI JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2011 – UFRPE: Recife, 18 a 22 de outubro.
CORIZA INFECCIOSA EM Gallus gallus domesticus ( RELATO DE
CASO )
Douglas José da Silva1, Eleutério Felipe de Souza Neto2, José Alexandre de Oliveira2, José Idalino de Souza Irmão2,
Sivonaldo Severino da Silva2 e Fernando Leandro dos Santos3.
Introdução
A adoção de técnicas de construção, ambiência,
biosseguridade e manejos de criação, nutrição e
reprodução, dentre outros, visa à obtenção e
maximização de resultados técnicos e econômicos que
permitam a manutenção da atividade avícola. [1]
No entanto a ocorrência de enfermidades, com
especial atenção para aquelas que afetam o sistema
respiratório podem invalidar várias ações que tenham
sido adotadas com o intuito de manutenção de
condições ótimas de biosseguridade.
O sistema respiratório das aves apresenta
características peculiares entre os vertebrados, tanto na
sua estrutura como na forma que desempenha sua
função, que é captar oxigênio (O2) e liberar gás
carbônico (CO2). O sistema respiratório tem, também,
outras importantes funções, como eliminação de calor,
detoxificação de produtos do metabolismo, destruição
de coágulos sanguíneos, produção de mensageiros
químicos e vocalização. [2]
Existem muitas doenças de grande importância e
que comumente podem afetar o sistema respiratório
(vias aéreas superiores, pulmões e sacos aéreos) de
aves. Devido aos métodos de manejo atuais, onde
temos uma alta densidade populacional nas criações
comerciais, as doenças respiratórias ganharam grande
importância devido às características de rápida
disseminação do agente etiológico dentro e entre as
populações [4].
Dentre essas doenças podemos destacar a Coriza
Infecciosa. Trata-se de uma doença de distribuição
mundial, com maior importância em regiões de climas
temperados. A Coriza Infecciosa (CI) é uma doença
respiratória aguda, subaguda ou crônica, altamente
contagiosa, que afeta principalmente o trato
respiratório superior de galinhas (Gallus gallus), mas
que pode ocorrer, ainda que raramente, em faisões,
galinha d’Angola e codornas. Perus, pombos, pardais,
patos, corvos, gralhas, coelhos, cobaias e
camundongos são refratários a infecções experimentais
da doença. A síndrome clinica foi descrita na literatura
inicial como rouquidão, catarro infeccioso ou
contagioso e resfriado.[3]
________________
1. Primeiro Autor é Aluno do Curso de Medicina Veterinária , Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois
Irmãos, Recife, PE, CEP 52.171-900. E-mail: dj.silva1991@hotmail.com
2. Segundo Autor é Técnico Agropecuário na Área de Avicultura
3. Terceiro Autor é Professor do Curso de Medicina Veterinária, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois
Irmãos, Recife, PE, CEP 52.171-900.
Esse trabalho tem por objetivo descrever as atividades
práticas de sanidade das aves, associadas à fundamentação
teórica das disciplinas.
Material e métodos
Foi observado durante o período de dois meses em uma
propriedade voltada para postura comercial um lote de
aves da linhagem Dekalb White. Esse lote foi
acompanhado da 11a semana até 19a semana de idade, com
o intuito de prevenção, diagnostico e tratamento de coriza,
Os trabalhos realizados consiste em varias etapas desde a
vacinação até o sacrifício para coleta de material.
A vacinação contra CI foi realizada de forma preventiva
por via muscular, em duas doses, a primeira vacina
Inativada com adjuvante aquoso e é realizada com cinco
semanas de vida com uma dose de 1,0 ml por ave, a
segunda também uma vacina inativada, cujo adjuvante é
oleoso, realizada as quinze semanas de vida com uma dose
de 0,5 ml por ave.
Para diagnóstico foram coletados: sangue, com 1dia, 9,
17, 25 e 35 semanas para realizar testes sorológicos e
órgãos (Bulsa de Fabrício, Baço e Traqueia) com 28, 35,
42, 49 e 56 dias de vida para e isolamento do agente,
ainda foram realizadas necropsia para observar se houve
algum comprometimento das vias aéreas assim
complementado o diagnostico que pode ser conclusivo ou
não para CI.
E, por final, se é evidenciado o quadro de coriza nos
lotes é realizado tratamento com antibióticos por via oral
ou injetável, de11 a 15 semanas, administram-se três tipos
de medicamentos, dois por via oral e um injetável com
dose de 0,3 ml por ave, de 16 a 19 semanas. Em outra área
de produção da granja também foram administrados três
tipos de medicamentos dois por via oral e um de forma
injetável com dose de 0,3 por ave.
Resultados
É importante diferenciar as duas formas da Coriza
Infecciosa, descomplicada (quando somente o A.
paragallinarum está envolvido) ou complicada (quando há
interação de outros agentes como o da Bronquite
Infecciosa, da Laringotraqueíte, Pneumovírus, da Bouba,
além de Micoplasmas, E. coli, Pasteurella). [5]
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Na CI descomplicada tem-se infecção catarral aguda
das membranas mucosas das vias e seios nasais, com
descarga nasal de serosa e mucosa, edema dos seios
infraorbitários, com consequente edema facial,
conjuntivite catarral e barbelas inchadas
(especialmente em machos). O edema facial pode
ocorrer em um ou em ambos os lados da face (a qual
se revela extremamente sensível à palpação), podendo
ser tão extenso a ponto de prejudicar a visão do
animal. No entanto, o sintoma mais visível (às vezes
único) será um exsudado seroso a mucoide de uma ou
ambas as narinas. [3]
CI complicada pode ocorrer com razoável
frequência, já que se tem nestes casos todo potencial
para uma complicação no quadro respiratório. É
difícil, no entanto, descrever-se todas as complicações
que poderão advir em um lote, com resultado da
introdução de diferentes agentes infecciosos.
Igualmente, às vezes poderá ser difícil reconhecer-se a
superimposição da CI com outra doença Respiratória,
requerendo atenção por parte do veterinário para esta
possibilidade. Os sinais clínicos, nestas situações, não
diferem muito daqueles presentes nas doenças
isoladas, sendo muito mais intensos e persistentes,
com a possibilidade de ter-se um quadro clínico
semelhante à doença respiratória crônica (DCR). [3]
Na propriedade ocorreram casos em que o quadro de
CI, tinha os sintomas relatados na literatura que era
edema de face, escorrimento nasal, não apresentavam
inchaço de barbela, pois na granja só existem fêmeas.
Seguiu-se o procedimento padrão de tratamento de CI
do lote com antibióticos por via oral ou injetável, de11
há 15 semanas foi administrado três tipos de
medicamentos dois por via oral e um injetável com
dose de 0,3 ml por ave, de 16 a 19 semanas na área de
produção da granja foram também administrados três
tipos de medicamentos dois por via oral e um de forma
injetável com dose de 0,3 por ave.
Após vinte semanas as aves infectadas pela Coriza
infecciosa voltaram as suas condições fisiológicas
normais.
Discussão
A avicultura brasileira encontra-se em desenvolvimento
com tendência de um maior crescimento, é um grande
desafio conseguir prevenir, diagnosticar e controlar
doenças de grande importância sanitária e econômica.
Com a modernização é um bom planejamento de
biosseguridade do setor avícola, essas patologias estão
ocorrendo com menos frequência ou em casos isolados e
estão sendo controladas mais facilmente, pois há um maior
conhecimento sobre essas doenças. Sabe-se que é
inevitável que a ave adquira a doença mais se a
propriedade possui um bom planejamento ficará mais fácil
seu controle.
Agradecimentos
Agradeço primeiramente ao professor Fernando
Leandro dos Santos, pela orientação e estímulo, sem os
quais não haveria a realização deste trabalho. Além de
todo apoio oferecido pelos colegas técnicos agropecuários
que foram fundamentais no decorrer realização do mesmo.
Referências
[1] Macari M. e Mendes A. A. 2005. Manejo de
Matrizes de corte. FACTA- Fundação APINCO de Ciência
e Tecnologia Avícola.
[2] Macari M., Furlan R. L. e Gonzales E. 2002.
Fisiologia aviária aplicada a frangos de corte.
FUNEP/UNESP
[3] BERCHIERE A. J. , SILVA E. N., FABIO J. , SESTI
L. e ZUANANE M. A. F. 2009. Doenças das Aves.
FACTA- Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia
Avícola.
[4] INFORMATIVO TÉCNICO/AVICULTURA
Nº007/2003. Doenças respiratórias mais comuns na
avicultura industrial.
[5] ITO D. T 2010. INFORMATIVO
TÉCNICO/AVICULTURA. Coriza Infecciosa.
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