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FACULDADE DE CIÊNCIAS E LETRAS DE BRAGANÇA PAULISTA

SUZANA KATAGIRI DOS SANTOS

EPIDEMIOLOGIA E PREVENTIVA II - ESTUDO DIRIGIDO DE


CONTROLE DE CULICÍDEOS.

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

BRAGANÇA PAULISTA

2023

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FACULDADE DE CIÊNCIAS E LETRAS DE BRAGANÇA PAULISTA

SUZANA KATAGIRI DOS SANTOS-2020009

EPIDEMIOLOGIA E PREVENTIVA II - ESTUDO DIRIGIDO DE


CONTROLE DE CULICÍDEOS.

Relatório de aula prática da disciplina de Epidemiologia e


Preventiva II, apresentado à Faculdade de

Ciências e letras da FESB.

Orientador: Prof.ª Maria Eugênia Moraes Araújo.

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

BRAGANÇA PAULISTA

2023

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SUMÁRIO:

1. CULICÍDEOS……………………………………………………………...04

2. CICLO DE VIDA…………………………………………………………..04

3. ESPÉCIES DE IMPORTÂNCIA ZOONÓTICA………………………..05

3.1 DOENÇAS TRANSMITIDAS………………………………………...…05

3.2 CARACTERÍSTICAS DIFERENCIAIS …………………………….…06

4. CONTROLE………………………………………………………………..10

4.1 MECÂNICO………………………………………………………………10

4.2 BIOLÓGICO……………………………………………………………...10

4.3 QUÍMICO…………………………………………………………………10

5. REFERÊNCIAS……………………………………………………………11

BRAGANÇA PAULISTA

2023

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1. CULICÍDEOS

Os mosquitos são insetos holometábolos (sofrem metamorfose completa), dípteros


pertencentes à Família Culicidae (do latim culex = mosquito). Esta Família possui
aproximadamente 40 gêneros e até o momento foram descritas 3600 espécies em todo o
mundo.

As fêmeas de culicídeos de um modo geral realizam a hematofagia (ato de sugar sangue),


necessária para a maturação de seus ovos, através deste processo transmitem patógenos
(vírus, protozoários e vermes) que são inoculados no homem e animais, sendo o principal
vetor de diversas zoonoses, principalmente em regiões tropicais, e subtropicais (regiões de
clima quente o inseto é mais bem sucedido), também em países em desenvolvimento pela
precária infraestrutura sanitária e dos sistemas públicos (Clements 1992).

Por serem holometábolos passam pelas fases ou estágios: ovo, larva (dividido em quatro
estádios), pupa e adulto. Os quais podem ser aplicados modos diferentes de controle
conforme a fase do inseto.

2. CICLO DE VIDA
Os culicídeos passam por 4 fases de vida, e sua longevidade varia conforme a espécie:

Figura 1: Ilustração do ciclo biológico de um culicídeo. Fonte: Apostila do Curso de


Identificação de Culicídeos de Importância Médica. Governo do Estado do MS.

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A primeira fase é a de ovo, a qual os insetos dependem de regiões com águas parada para
deposição. Os ovos são de contorno elíptico ou ovóide e são depositados isoladamente ou em
conjuntos com os elementos aglutinados e que recebem o nome de jangadas, em média com
um nº de 150 - 200 ovos por fêmea.

O Aedes em especial, os ovos sofrem eclosão 30min após entrarem em contato com a água
(ovos botados não diretamente na água, mas sim nas beiras do local com água).

A segunda fase é a de larva, a qual dura de 4 - 7. Sendo a temperatura adequada de 25 - 30ºC.

As larvas podem ser facilmente identificadas pelo comportamento de respiração em relação à


coluna de água ou pela presença e forma do sifão respiratório:

Figura 2: Larvas respirando pelo sifão na superfície da água. Fonte: Apostila do Curso de
Identificação de Culicídeos de Importância Médica. Governo do Estado do MS.

A terceira fase é a de pupa, onde o sifão respiratório passa ser chamado de trombeta. Por fim,
evoluí para a última fase, de mosquito.

3. ESPÉCIES DE IMPORTÂNCIA ZOONÓTICA


Aedes aegypti, Aedes albopictus, Haemagogus janthinomys, Sabethes chloropterus,
Mansonia titillans, Culex quinquefasciatus, Anopheles darlingi.

3.1 DOENÇAS TRANSMITIDAS


São transmitidas diversas doenças, muitas transmitidas pelo mesmo vetor (mesmo
mosquito). É de suma importância para o estudo da epidemiologia correlacionar as diversas
enfermidades, com a região, e qual o vetor prevalente.

Segue quadro com todas as espécies listadas, e doenças transmitidas:

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Figura 3: Tabela com gênero, espécie, e principais doenças transmitidas. Fonte: Apostila do
Curso de Identificação de Culicídeos de Importância Médica. Governo do Estado do MS.

3.2 CARACTERÍSTICAS DIFERENCIAIS


Aedes possuem corpo escuro (tons de preto ou marrom), com manchas brancas nos membros,
medem menos de 1cm, e a diferença entre Aedes aegypti e Aedes albopictus, se trata das

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marcações no dorso do tórax, nas quais, Aedes aegypti possui marcação em forma de lira, e
Aedes albopictus possui linha reta longitudinal:

Figura 4: Aedes aegypti na porção direita, e Aedes albopictus na porção esquerda. Fonte:
UNIVERSITY OF FLORIDA. Florida Medical Entomology Laboratory. 1999.

Haemagogus janthinomys, a principal característica individual se trata do mesomero (região


anatômica equivalente ao"tórax"), que além de ser grande, possui ausência de cerdas
acrosticais, dorsocentrais e pré escutelares. E é completamente coberto de escamas largas,
planas e metálicas, e há uma faixa larga de escamas prateadas nas pleuras.

Figura 5: Indivíduo de Haemagogus janthinomys. Fonte: Apostila do Curso de Identificação


de Culicídeos de Importância Médica. Governo do Estado do MS.

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Sabethes chloropterus, possui uma coloração ouro, escamas verdes e brancas e asas verdes
distintas:

Figura 6: Imagem de individuo Sabethes chloropterus. Fonte: WRBU, Walter Reed


Biosystematics Unit (2023). Página da espécie Sabethes chloropterus.

Mansonia titillans, Tromba com uma distinta faixa branca pós-mediana; mesomero com
manchas de escamas largas e escuras medialmente, com cerdas pós-espiraculares presentes;
área supraalar, com escamas alongadas com ápices simples. Asa: com manchas brancas
distintas, escamas largas e assimétricas:

Figura 7: Imagem de indivíduo Mansonia titillans. Fonte: WRBU, Walter Reed


Biosystematics Unit (2023). Página da espécie Mansonia titillans.

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Culex quinquefasciatus, é considerado um mosquito de grande porte; sua coloração marrom
claro:

Figura 8: Imagem de indivíduo Culex quinquefasciatus. Fonte: WRBU, Walter Reed


Biosystematics Unit (2023). Página da espécie Culex quinquefasciatus.

Anopheles darlingi, apresentam corpo delgado, coloração escura e asas longas com escamas
formando áreas com manchas claras e escuras. Conhecido popularmente como "mosquito
prego":

Figura 9: Imagem de indivíduo Anopheles darlingi. Fonte: WRBU, Walter Reed


Biosystematics Unit (2023). Página da espécie Anopheles darlingi.

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4. CONTROLE
O controle das populações dos culicídeos é de suma importância para a saúde pública,
visando prevenir, e reduzir o nº de casos de doenças transmitidas por meio desses vetores.

Existem 3 grandes métodos de controle: Mecânico, Biológico, e Químico. São aplicados nas
diferentes 4 fases de vida do mosquito.

4.1 MECÂNICO
O controle mecânico opera nas fases de 1-3, consistindo na identificação dos possíveis
criadouros das formas imaturas realizando, quando possível, a eliminação destes. São
necessárias ações governamentais, quando se trata de intervenções que focam saneamento,
mas também envolve a cooperação da população, para identificação, e tomada de atitude nas
residências.

Este método não se aplica a culicídeos que usam coleções de água naturais como criadouro.
Entretanto, no caso de vetores como os Aedes, cujos criadouros são comumente recipientes
artificiais (pratos de vasos, pneus, lona de picina…), a eliminação é facilitada, sendo eficaz.
Por exemplo, utilizando areia nos pratos de vasos, evita o acúmulo de água parada, onde as
fêmeas depositam os ovos, evitando a multiplicação dos mosquitos.

4.2 BIOLÓGICO
O controle biológico pode operar em todas as fases, com a utilização de organismos com a
finalidade de diminuir a densidade populacional.

São utilizados predadores naturais de culicídeos, como bactérias, fungos e vírus patogênicos.
Além de poderem ser empregados peixes larvófagos (Exemplo: molinésia, guppy, lambari).
Contudo, nem sempre a introdução é possível, principalmente pelo risco de desencadear um
desequilíbrio ambiental pela superpopulação desses predadores, ou pela criação de
superbactérias.

4.3 QUÍMICO
O controle químico opera na fase 4, com a utilização de inseticidas, visando eliminar os
indivíduos adultos, evitando a reprodução, e transmissão de doenças pela hemofagia.

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5. REFERÊNCIAS
CLEMENTES, AN. The biology of mosquitoes. Development, nutrition and reproduction.
London: Chapman and Hall. 1992.

FERREIRA, Luana. Culicídeos vetores: diferenças e semelhanças fisiológicas e estruturais


relacionadas ao processo de resistência dos ovos à dessecação - Doutorado. INSTITUTO
OSWALDO CRUZ Programa de Pós-Graduação em Biologia Parasitária. 2014.

MARCONTES, ALENCAR, Carlos, Jeronimo. Revisão de mosquitos Haemagogus Williston


(Diptera: Culicidae) do Brasil. Rev Biomed 2010; 21:221-238. Disponível em:
file:///Users/suzanakatagiri/Downloads/Dialnet-RevisaoDeMosquitosHaemagogusWillistonD
ipteraCulici-3713308.pdf

OSHIRO, Edgar etal. Apostila do Curso de Identificação de Culicídeos de Importância


Médica. Governo Estadual do MS. 2018. Último acesso em 17 de Maio de 2023. Disponível
em:
https://www.vs.saude.ms.gov.br/wp-content/uploads/2023/02/Apostila-treinamento-CCV-SES
-I-3.pdf

PREFEITURA DE PORTO ALEGRE. Aonde está o Aedes. Último acesso em 17 de Maio de


2023.Disponível em: https://prefeitura.poa.br/sms/onde-esta-o-aedes/o-aedes-aegypti

UNIVERSITY OF FLORIDA. Florida Medical Entomology Laboratory. 1999.

WRBU, Walter Reed Biosystematics Unit (2023). Página da espécie Anopheles darlingi.
Último acesso em 17 de Maio de 2023. Disponível em:

https://wrbu.si.edu/index.php/vectorspecies/mosquitoes/an_darlingi

WRBU, Walter Reed Biosystematics Unit (2023). Página da espécie Culex quinquefasciatus.
Último acesso em 17 de Maio de 2023. Disponível em:

https://wrbu.si.edu/index.php/vectorspecies/mosquitoes/quinquefasciatus

WRBU, Walter Reed Biosystematics Unit (2023). Página da espécie Mansonia titillans.
Último acesso em 17 de Maio de 2023. Disponível em:

https://wrbu.si.edu/index.php/vectorspecies/mosquitoes/titillans

WRBU, Walter Reed Biosystematics Unit (2023). Página da espécie Sabethes chloropterus.
Último acesso em 17 de Maio de 2023. Disponível em:

https://wrbu.si.edu/vectorspecies/mosquitoes/chloropterus

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