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UNAERP
THAÍS MARCIANO
LEISHMANIOSE E MALÁRIA
RIBEIRÃO PRETO
2022
UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO
UNAERP
THAÍS MARCIANO
LEISHMANIOSE E MALÁRIA
RIBEIRÃO PRETO
2022
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................4
2 LEISHMANIOSE...............................................................................................5
3 CICLO BIOLÓGICO...........................................................................................
4 TRANSMISSÃO.................................................................................................
6 TRATAMENTO..................................................................................................
7 MALÁRIA..........................................................................................................
8 CICLO BIOLÓGICO.......................................................................................
9 TRANSMISSÃO.............................................................................................
11 TRATAMENTO...............................................................................................
REFERÊNCIAS
4
1 INTRODUÇÃO
A Leishmaniose pode ser classificada em tegumentar ou visceral, sendo a
tegumentar caracterizada pelas férias na pele localizadas em grande parte nas
áreas descobertas.
2 LEISHMANIOSE
5
quatro fases: ovo, larva (com quatro estadios), pupa e adulto. As fêmeas
colocam os ovos no solo sobre substrato úmido e com matéria orgânica. Os
ovos eclodem de 7 a 10 dias e as larvas se alimentam e se desenvolvem de 20
a 30 dias, de acordo com as condições oferecidas. As larvas de quarto estadio
transformam-se em pupas, sendo mais resistentes a variação bruscas de
umidade, elas não se alimentam e realizar respiração aérea (o período pupal
varia de 1 a 2 semanas). Por fim, o desenvolvimento do ovo ao inseto dura de
30 a 40 dias de acordo com a temperatura. As fêmeas são hematófagas
(alimentam do sangue de mamíferos e aves), com longevidade de 20 dias. Por
possuir atividade crepuscular e noturna, os cuidados devem ser redobrados
nestes períodos afim de evitar uma transmissão.
3 CICLO BIOLÓGICO
Na figura 1 abaixo, temos o ciclo da leishmaniose no ser humano e no
mosquito areia. O7 parasito é transmitido por meio da picada da fêmea do
flebotomíneo que está infectado, assim, a saliva do inseto facilita a ingesta e
inibem apresentação de antígenos do hospedeiro ver. A saliva é composta por
proteínas e nucleosídeos, estes que são solubilizados no momento que é
injetado na pele do hospedeiro, no repasto sanguíneo (inoculando formas
promastigotas metacíclicas da parte anterior do trato digestivo), impedindo a
apresentação de antígenos do hospedeiro. Assim, essas formas promastigotas
se transformam em formas arredondadas com flagelo não exteriorizado
(amastigotas), realizam a multiplicação binária simples no vacúolo, se
rompendo devido a grande quantidade de parasitos, com isso, a célula libera
as amastigotas que posteriormente serão fagocitadas por macrófagos, gerando
um novo ciclo no hospedeiro vertebrado.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é realizado por meio dos sinais e sintomas, e deve ser levado em
consideração a presença do paciente em áreas endêmicas. É feito a partir da
biópsia da lesão nos casos da forma tegumentar ou da punção medular
esternal nos casos da forma visceral. É válido informar que esses métodos não
revelam a espécie envolvida, já que são morfologicamente indiscrimináveis.
MALÁRIA
É uma doença infecciosa febril aguda cujo agente etiológico é um parasito do
gênero Plasmodium, com diversas espécies associadas a malária humana,
temos: Plasmodium falciparum, P. vivax, P. malariae e P. ovale (restrita à
África). A transmissão ocorre pela picada da fêmea infectada de mosquitos do
gênero Anopheles, cuja espécie principal é a Anopheles darlingi. Essa espécie
possui criadouros em água limpa, quente, sombreados e de baixo fluxo, como
por exemplo, na Amazônia.
Os sinais e sintomas da malária não complicada ocorre por meio do acesso
malárico com calafrios, dores musculares, febre alta, cefaléia, mal estar,
náuseas, vômitos, prostração, dores articulares e melhora progressiva até o
momento em que ocorrer uma nova esquizogonia, havendo assim, a
manifestação de novos sinais e sintomas. Além dos sintomas citados, também
podem ocorrer anemia, hepatomegalia e esplenomegalia. O desenvolvimento
da forma grave da doença está relacionado com as espécies P. vivax e
P.falciparum e podem ser potencialmente fatais. A forma grave ocorre por
conta da citoaderência, que é quando as hemácias parasitadas por estágios
maduros do parasito (trofozoítos maduros e esquizontes) aderem aos
pequenos vasos por meio do endotélio, mais especificamente nas vênulas pós-
capilares. Com isso, os trofozoítos e os esquizontes irão expressar proteínas
na membrana das hemácias parasitadas com a formação de protuberâncias na
superfície das hemácias, chamadas de knobs (medeiam a aderência das
hemácias no endotélio). Existem vários receptores importantes para essa
etapa, porém o principal é o ICAM-1, abundante em vasos sanguíneos
cerebrais, sendo o principal envolvido na malária cerebral. Portanto, essas
proteínas expostas nas hemácias favorecem a citoaderência, formando rosetas
de hemácias parasitadas e não parasitadas, levando à obstrução dos
pequenos vasos, podendo causar hipóxia tecidual.
CICLO BIOLÓGICO
O ciclo evolutivo é heteroxênico com alternância entre gerações. O homem e
outros vertebrados são hospedeiros intermediários, mantendo o parasito em
sua fase assexuada (esquizogonia). Inicia quando a fêmea (hospedeiro
definitivo) alberga o parasito em uma fase do ciclo em que ocorre a reprodução
assexuada (esporogonia) e, simultaneamente, a sexuada (gametogonia). A
infecção ocorre quando o ser humano entra em contato por meio do repasto
sanguíneo, onde a fêmea inocula formas esporozoítas no hospedeiro, onde
estes irão para a corrente sanguínea e posteriormente entrar nos hematócritos
e ali, irão originar criptozoítos, sofrem divisões celulares e originam
esquizontes, os quais, ocorre reprodução assexuada (esquizogonia) e formam
merozoítos (todo esse processo a partir dos hepatócitos ocorre no fígado,
formando o ciclo hepático, não havendo manifestações clínicas no paciente). O
período de desenvolvimento no fígado varia de parasito para parasito. Para o
P. falciparum e P. vivax, demora uma semana; para o P. malariae leva até duas
15
semanas. Algo que deve ser observado é que nas infecções por P. vivax e P.
ovale, enquanto alguns se desenvolvem rapidamente, outros ficam em latência
nos hepatócitos, portanto, são denominados hipnozoítos (responsáveis pelas
recaídas que ocorrem após a incubação dentro de 6 meses).
Após esse ciclo, os merozoítos formados são liberados com uma vesícula
chamada merossomo na luz dos sinusóides, onde realizarão o ciclo eritrocítico,
ao invadirem as hemácias. Como dito anteriormente, algumas espécies podem
manter nos hepatócitos formas latentes (hipnozoítos), causando recruscidência
da infecção e recaídas tardias. Cada espécie invade uma célula diferente,
enquanto os merozoítos de P. falciparum invadem hemácias, os P. vivax
invadem os reticulócitos e os de P. malariae invadem hemácias maduras. O
resultado da invasão das hemácias resulta na formação de trofozoítos que
passarão por reprodução assexuada formando novos merozoítos, que serão
liberados na corrente sanguínea. Esse processo de rompimento de hemácias,
liberação de merozoítos e esquizogonia sanguínea causa o acesso malárico
(manifestação clínica comum), que ocorre para cada geração de Plasmodium
formada, o tempo varia para cada espécie, para P. falciparum, P. vivax e P.
ovale pode ser a cada 48 horas e para P. malariae pode variar até 72 horas. Os
merozoítos que foram formados no ciclo eritrocítico podem invadir outras
hemácias e iniciarem outros ciclos, mas, podem sofrer diferenciação originando
macro e microgametócitos (precursores de gameta feminino e masculino,
respectivamente). Após a formação dos gametócitos, não ocorrerá mais
divisões e também não originam novas células, circulando apenas no interior
das hemácias. No momento do repasto, a fêmea ingere várias formas
evolutivas do Plasmodium, mas isso não significa que todas essas formas irão
evoluir, somente os gametócitos são capazes de tornar a infecção ativa no
vetor.
No estômago do vetor, formaram-se o macrogameta (feminino) e o
microgameta (masculino) por meio de um processo chamado exflagelação,
formando de 6 a 8 microgametas. A partir da fusão de microgametas e
macrogametas resulta na formação de um zigoto móvel (oocineto) que entra na
parede do estômago do inseto, formando oocisto, onde ocorrerá esporogonia
com a formação de esporozoítos. Quando o oocisto se rompe, faz com que
esporozoítos sejam liberados e migrem para se alojar nas glândulas salivares
do vetor, sendo assim, inoculador em um novo hospedeiro (repasto
sanguíneo).
No momento da invasão das hemácias, algumas estruturas do complexo apical
dos merozoítos irão atuar para facilitar essa invasão e, também, é importante
ter uma interação de alta afinidade entre as moléculas de superfície dos
merozoítos e dos receptores celulares.
DIAGNÓSTICO DA MALÁRIA
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TRATAMENTO DA MALÁRIA
O objetivo do tratamento é eliminar todos os estágios assexuados sanguíneos
e não permitir que ocorram esquizogonias sanguíneas, parando os acessos
maláricos. Após esse passo, o outro objetivo é eliminar os hipnozoítos
provenientes de infecções por P. vivax e P. ovale, evitando as recaídas tardias.
Por fim, a eliminação dos gametócitos circulantes, estes que, após a
eliminação, não ocorrerá transmissão vetorial.
É preciso reforçar que o tratamento leva em conta a espécie causadora e se há
resistência ao antimalárico, a gravidade do caso, idade do paciente, se é
gestante ou lactante e o tratamento prévio recente. Alguns fármacos
antimaláricos são: tetraciclina, clindamicina, primaquina, quinina em associação
com doxiciclina, cloroquina, artemisina e derivados (artemeter e artesunato) em
combinação com lumefantrina ou mefloquina.
MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE DA MALÁRIA
O diagnóstico precoce e o tratamento são essenciais, visto que estes são
fontes para o vetor ao terem gametócitos circulantes. O combate às formas
larvárias aquáticas, bem como uso residencial de inseticidas de ação residual e
o contato do vetor com o ser humano por meio do uso de repelentes e de
mosquiteiros impregnados com inseticidas e o uso de telas são essenciais para
o controle e a prevenção da transmissão da malária. A quimioprofilaxia
somente é indicada quando pessoas irão viajar para áreas de alto risco de
transmissão, principalmente da forma P. falciparum ou quando o risco da
doença levar o paciente ao óbito é alta. Atualmente, os medicamentos
indicados para a quimioprofilaxia são: mefloquina, doxiciclina,
atovaquona/proguanil e cloroquina. A doxiciclina e a mefloquina possuem ação
esquizonticida sanguínea e a atovaquona/proguanil possui ação esquizonticida
sanguínea e tecidual. Porém, nenhum destes medicamentos possuem ação
contra esporozoítos ou hipnozoítos, e portanto, não previnem infecção pelo
Plasmodium sp ou de recaídas pelo P. vivax ou P. ovale. Para os viajantes que
precisarão fazer o uso dos medicamentos, é preciso orientar a realização de
pesquisa de hematozoário em sangue periférico ao término da profilaxia,
mesmo que não haja sintomas.