PREVALÊNCIA DE ENDOPARASITAS INTRODUCRO

EM GATOS NA CIDADE DE
SÃO PAULO
Os e s t u d o s de p r e v a l ê n c i a de parasi­
tas, de m o d o g e r a l ou, de a l g u m d e s t e s em
especial, sempre se r e v e s t e de a s p ec to s
positivos e a t u a i s p a r a um m e l h o r c o n h e c i ­
m e n t o da r e l a ç ã o pa ra si ta - hospedeiro.
Numerosos estudos de p r e v a l ê n c i a de
SREMI O G R S S R W R R R p a r a s i t i s m o s g a s t r o i n t e s t i n a i s em c 3e s têm
Professora Livre Docente sido realizados, mas os e n d o p a r a s i t a s de
Faculdade de M e d i c i n a V e t e r i n i r i a e g a t o s n l o têm m e r e c i d o i g u a l a t e n ç ã o , par­
Z o o t e c n i a da U S P ticularmente no B r a s i l . No entanto, tem
i n c r e m e n t a d o o i n t e r e s s e na p e s q u i s a c o p r o-
SER GI O BENRSSI
p a r a s i t o l ó g i c a em g a t o s , após a d e s c o b e r t a
CRTI - Secretaria da R g r i c u l t u r a -
do c i c l o i n t e s t i n a l de T o x o p l a s m a em feli-
C a m p i n a s - SP
deos C D U B E Y et alii, 3).
CRRLOS EDURRDO LRRS50N
MflTERIRl E M E T O D O
Pr of ess or Doutor
Faculdade de M e d i c i n a V e t e r i n á r i a e Material examinado: foram examinadas
Z o o t e c n i a da U S P
a m o s t r a s de f e z e s de 2 1 5 g a t o s , de amb o s os
sexos, de d i f e r e n t e s r a ç a s e de d i f e r e n t e s
MITIKR KURIBRYRSHI HRGIWRRR f a i x a s e t á r i a s , r e c e b i d a s no R m b u l a t ò r i o da
Professora Livre Docente D i s c i p l i n a dc C l i n i c a M é d i c a da F M V Z - USP
F a c u l d a d e de M e d i c i n a V e t e r i n á r i a e □s 2 1 5 g a t o s e s t a v a m a s s i m distribuí­
Z o o t e c n i a da U S P dos: 108 ( 5 0 , 2 % ) m a c h o s e 107 ( 4 9 , 8 %) f ê ­
m e a s (Tab. 1 ).
Métodos utilizados: as fezes foram
examinadas, s i s t e m a tic am en te , pelos mét od os
de c o n c e n t r a ç ã o por f l u t u a ç ã o em solução
saturada de s a c a r o s e (d* 1 . 2 0 3 ) e de cen-
trlfugaçSo em à g u a - è t e r ( F E R R E I R O et alii,
4).
Em a l g u n s c a s o s o m é t o d o de Baermann
06B55BWBRB, S.; B E N B S S I , S.; LBR5S0N, C.E.i foi .também u t i l i z a d o p a r a a c o n f i r m a ç ã o dos
HB6IWBRP, M .K . P r e v a l ê n c i a de e n d o p a r a s i t a s r e s u l t a d o s o b t i d o s p e l o m é t o d o de c e n t r i f u -
e m g a t o s na c i d a d e de 5 3 o P a u l o . Rev.Fac.Med.
g a ç S o em à g u a - é t e r .
v e t . Z o o t e c . U n i v . S. P a u l o , 2 3 (1 ): 39-46, 1986.
Coprocultura: as fezes de animais,
RESUMO: Foram realizados exames coproparasitolò- p o s i t i v a s p a r a o o c i s t o s de c o c c i d i a s , eram
gicos de 215 ga tos, p r o c e d e n t e s de diferentes c o l o c a d a s em s o l u ç S o a q u o s a a 2% de b i cr o -
ireai da c i d a d e de 5 3 o P a u l o . Utilizaram-se os mato de p o t i s s i o • d e i x a d a s a temperatura
m é t o d o s de f l u t u a c 3 o e m s o l u c 3 o s a t u r a d a de s i c a -
r o s e e de c e n t r i f u g * c 3 o e m i g u a - é t e r . Bs s e g u i n ­
a m b i e n t e por v i r i o s dias. Rpós a esp oru la -
tes p r e v i l l n c i a s (1) f o r a m o b s e r v a d a s : B s c a r i d a e , çSo, as s u s p e n ç Q e s f e c a i s c o n t e n d o o o c i s t o s
22,3; Bncylostomidae, 19,5; C e s t o d a , 10,2; Co c- eram conservadas r e f r i g e r a ç S o a 4 C para
c i d i a , 3 4 , 0 e o u t r o s (B e l u r o s t r o n g y l u s , P h y s a l o p - posterior identificação. O o c i s t o s tipo T o ­
tera, P l i t y n o s o m u m ) , 5 , 6 , Os p a r a s i t a s m a i s f r e ­ xoplasma / Hammondia foram administrados a
quentemente encontrados foram Bscaridae e Coc-
camundongos e feitos estudos morfobiolò-
cidia, ambos t a m b é m p r e d o m i n a r a m n o s a n i m a i s de
m e n o s de 6 m e s e s de i d a d e . Bncylostomidae foram gicos e s o r o l ó g i c o s c o n f o r m e 0 5 R S 5 R W R R R et
e n c o n t r a d o s em g a t o s de m e n o s de 6 e n o s de 10 a alii, 9.
24 m e s e s de i d a d e . □ e n c o n t r o de 0. c a n i n u m foi
similar em t o d a s as f a i x a s e t á r i a s e os demais, RE5ULTRD05
esporadicamente. i n f e c c 3 o b n i c a foi d e t e c t a d a e m
31,21 e a m ú l t i p l a em 2 1,3 1. Nes s e caso, a as-
s o c i a ç S o m a i s f r e a f i e n t e m e n t e o b s e r v a d a foi entre Com o u s o do m é t o d o de concentração
Bscaridae, Bncylostomidae e Coccidia. B Pre­ p or f l u t u a ç ã o em s o l u ç ã o s a t u r a d a de s a c a ­
valência e n t r e as c o c c i d i a s foi a seguinte: I. rose e de c e n t r i f u g a ç S o em i g u a - é t e r , d i a g ­
f e l i s , 1 3 , 5 % ; I. r i v o l t a , 8 , 6 % ; S a r c o c y s t i s spp. , nosticaram-se 124 ( 5 7 , 7 % ) a n i m a i s positi­
3,3%; C r y p t o s p o r i d i u m curyi, 6 , 0 % ; H. h a m m o n d i ,
vos, num to t a l de 2 1 5 (Tab. 2). R pre­
0 , 9% E i m e r i a sp., 0,5%.
v a l ê n c i a de e n d o p a r a s i t a s , b e m c o m o a sua
d i s t r i b u i ç ã o nas d i f e r e n t e s f a i x a s e t á r i as ,
♦
UNITERM05: He lm int os, falinos; Prot ozo a, felinos; c o n s t a m da T a b . 3.
E n d o p a r a s i t a s ; P r e v a l ê n c i a ; 53o P a ul o , Rs infecçBes por Rscaridae ( 22,3%)
SP p r e d o m i n a r a m e n t r e as por h e l m i n t o s .
Dos R s c a r i d a e , T o x a s c a r i s l e o n in a foi
registrado em um ( m i c o a n i m a l e os d e m ai s
estavam parasitados por Toxocara sp. R
maior f r e q ü ên ci a d e oc or rê nc ia d e Rs ca ri da e
 40 OGASSAWARA, S.; BENASSI, S.; LARSSON, C.E.; HAGIWARA, MJC.

verificou-se em a n i m a i s de < 6 meses de c o r d e q u a n t o à p r e d o m i n â n c i a de p a r a s i t i s m o

idade ( 3 5 , 8 % ) , s e g u i d a de d i m i n u i ç ã o g r a d a ­ por R s c a r i d a e em a n i m a i s j o v e n s (CHRI5TIE
t iva da f r e q â ê n c i a c o m o a v a n ç a r da ida d e et alii, 2, V I S C O et alii, 16). 0 e s t a b e l e ­
(11,7%). cimento p r e c o c e d e s s a i n f e c ç ã o e sua alta
Rnimais de até 5 m e s e s e de 10 a 24 p r e v a l ê n c i a em a n i m a i s de < 6 meses ( 3 5,8%)
m e s es de ida d e e s t a v a m m a i s c o m u m e n t e m e n t e pode ser explicada, mormente por h a v er
i n f e c t a d o s por Rncylostomidae. e l i m i n a ç ã o de l a r v a s de T. c ati a t r a vé s do
Os Cestoda (particularmente Dipyli- l ei t e m a t e r n o ( 5 W E R C Z E K et alii, 14) f a v o ­
dium) a p r e s e n t a r a m u m a p r e v a l ê n c i a similar r e c e n d o a i n f e c ç ã o l ogo após o n a s c i m e n t o .
nas d i f e r e n t e s f a i x a s e t á r i a s . R i n f e c ç ã o por T o x a s c a r i s l e o n in a é
Relativamente a o u t r o s p a r a s i t a s (Re- mais f r e q â e n t e em c a n i d e o s e r a r a em g a t os
lurostrongylus.Physaloptera ou Platynoso- ( P R E 5 C 0 T T , 12), c o r r o b o r a n d o n o s s o r e s u l t a ­
mum), a d i s t r i b u i ç ã o foi e s p o r á d i c a nas do ( 0,7%) e outras autores (CHRISTIE et
diferentes faixas etárias con si de ra da s. alii, 2, M R L L 0 Y & E H B I L , 8 , V I 5 C 0 et alii.
Honoparasitismo foi r e g i s t r a d a e m 67 16).
(3 1 , 2 % ) e i n f e c ç ã o por d o i s ou m a i s p a r a s i ­ Os f l n c y l o s t o m i d a e m o s t r a r a m d u a s f a s e s
tas em 47 ( 2 1 , 3% ) a n i m a i s . Monoparasitismo de m a i o r o c o r r ê n c i a : 0 - 6 ( 1 8 , 9 % ) e 10
por R s c a r i d a e ( 1 0 , 7 % ) e p o r c o c c i d i a s (13%) 24 ( 2 0 , 5 % ) m e s e s , c o n c o r d a n d o c o m V I S C O et
p r e v a l e c e r a m e nt r e os d e m a i s . Rs associa- alii. 16 • L I G H T N E R et alii, 7. Os R n c y l o s -
çBes p ar as it ár ia s mais comuns fora m Rncy- t o m i d a e q u e p a r a s i t a m g a t o s são R. t u b a e-
lostomidae ♦ co c ci di a (5,6%) e R s c a r i d a e * f orme, R. b r a z i l i e n s e e U n c i n a r i a s t e n o c e -
c o c c i d i a (4,2%) ( Q uad. 1).
phala, esta óltima nos p a i s e s de clima
Rs coccidias, da m e s m a f o r m a q u e os temperado. Rs v i a s de t r a n s m i s s ã o d a q u e l e s
Rscaridae, f o r a m p r e d o m i n a n t e s em animais ancilostomideos não fo ram totalme nte e s t a ­
de < 6 meses ( 4 7 , 4 % ) , d i m i n u i n d o sua f r e ­ b el eci da s (S0ULSBY, 13). R c o n t r i b u i ç ã o da
qâência de o c o r r ê n c i a c o m a i d a d e (22,3%) espécie m a i s c i t a d a o c o r r e n d o em g a t o s, o
(TRB. 3). E n t r e as c o c c i d i a s I s o s p o r a f e l i s 3. t u b a e f o r m e na f r e q õ ê n c i a de o c o r r ê n c i a e
(13,5%), I. r i v o l t a ( 8 ,8 %) e Sarcocysti' ia intensidade de infecção é discutida
spp. 0 , 3 % ) p r e v a l e c e r a m e m a n i m a i s de < • e n t r e nós. R e s p é c i e f r e q â e n t e e m a i s n u m e ­
meses de idade. Cryptosporidium curyi, r osa em q u e s t ã o de g r a u de p a r a s i t i s m o tem
H a m m o n d i a h a m m o n d i e E i m e r i a sp. a p r e s e n t a ­ s ido o R. b r a z i l i e n s e (L RNG ENE GGER & LRN-
ram f r e q â ê n c i a e s p o r á d i c a , com a porcenta- ZIERI, 5, C R M P O S et alii, 1, Z R G 0 F I L H O &
qem de 6,0; 0, 3 e 0,5 % , respectivamente B R R R E T T 0 , 17 e 0 G R S 5 R W R R R et alii, 11). fl
(Tab. 4). taxa de i n f e c ç ã o m o s t r a tendência a aumen­
Honoparasitismo por coccidias foi tar c o m a idade.
o b s e r v a d o em 48 ( 2 2 , 3 % ) , e p a r a s i t i s m o por D i f e r e n ç a na o p o r t u n i d a d e de e x p o s i ç ã o
dua s ou m ais c o c c i d i a s em 17 ( 7 ,9%) dos à i n f e c ç ã o , c o m o t a m b é m nos h á b i t o s , p r o v a ­
animais. Em ordem decrescente, I. felis v e l m e n t e t e n h a m t i d o i n f l u ê n c i a na distri­
( 8 ,8 %), S a r c o c y s t i s spp. ( 5 , 1%), I. r i v o l t a b u i ç ã o da f r e q õ ê n c i a de o c o r r ê n c i a de p a r a ­
(3,7%) e C. Curyi (3,7%) foram re gi st ra dos sitas, em c u j o c i c l o b i o l ó g i c o h a j a a p a r ­
como p ar as it is mo ónico mais freqâente. Rs ticipação de h o s p e d e i r o s i n v e r t e b r a d o s ou
a s s o c i a ç S e s mai s o b s e r v a d a s forair T. falis n e s m o de v e r t e b r a d o s , como Cesto da, R e lu -
e I. rivolta (2,3%) e Sarcocys. s e C. rostrongylus Physaloptera e Platynosomum,
c u r yi (1,4%) (Quad. 2). a l é m de T o x o c i r i .
Os a n i m a i s de r aça p u r a ( S i a m s, P e r s a P a r a os c e s t o i d e s , a f r e q õ ê n c i a o b s e r ­
e Rngorà) apresentaram-se conspicuamente vada foi m a r c a n t e m e n t e i n f e r i o r à de ne-
menos parasitados por endoparasitas c r ó p s i a ( 0 G R S 5 R W R R R et alii, 11). 0 exame
(15,8%), comparativamente aos de r aça n ã o fecal não cons tit ui um m é t od o muito efi­
def in id a (40,9%). No e n t a n t o , no q u e diz ciente de d i a g n ó s t i c o e d e v e ter contri­
respeito às coccidias, a freqâência de buíd o para o r es ult ad o obtido.
ocorrência foi s i m i l a r n o s d ois g r u p o s de Por o u t r o lado, a adoção da t é c n ic a
a n i ma is (31 , 5 e 3 5 , 2 % ) (TRB. 5). de c e n t r i f u g a ç ã o e m à g u a - é t e r c o m o rotina,
R p r e v a l ê n c i a de i n f e c ç ã o p a r a s i t á r i a p o s s i b i l i t o u o e n c o n t r o de p a r a s i t a s cu j o s
não foi muito diferente entre machos e o v o s t ê m p e s o e s p e c i f i c o e l e v a d o c o m o os de
f ê meas, nas d i f e r e n t e s f a i x a s e t á r i a s c o n ­ Physaloptera, Platyn os om um e Spirometra e
s i d e r a d a s e, por e s t a r azão, n ã o m e r e c e u de as l a r v a s de R e l u r o s t r o n g y l u s .
nossa parte maior atenção. Monopar asitismo (31,2%) teve pre­
valência a p r o x i m a d a às de m u l t i p a r a s i t i s m o
DISCUSSÃO (21,9%) e as prevalências de i n f e cç Be s
ónica e móltiplas envolveram R s c ar i d a e ,
Os a n i ma is 'do p r e s e n t e t r a b a l h o eram Rncylostomidae e coccidias. V I S C O et alii,
domiciliados, mas não totalme nte c o n f i n a ­ 16, e n c o n t r a r a m u m a p r e d o m i n â n c i a de mon o -
das, o que t a l v ez e x p l i q u e em p a r t e , a a l t a parasitismo, o que n ã o se verificou no
p r e v a l ê n c i a da i n f e c ç ã o p a r a s i t á r i a regis­ pre se nt e trabalho.
trada n e s t e e s t u d o ( 5 7 , 7 % ) . Rs c o c c i d i a s f o r a m c o n s p i c u a m e n t e mais
E difícil e s t a b e l e c e r co m p a r a ç S e s com f r e q ô e n t e em a n i m a i s j o v e n s , p a r t i c u l a r m e n ­
as o b s e r v a ç O e s de o u t r o s p e s q u i s a d o r e s , u m a te nos de i d a d e < 6 meses e representada
vez que as c o n d i ç S e s de e s t u d o s são varia­ por I. f e l i s . I s o s p o r a r i v o l t a m o s t r o u dois
das. C o n t u d o , a m a i o r i a dos a u t o r e s è c o n ­ picos de p r e v a l ê n c i a - 6 m e s e s e 10 a 24

Rev.Fac.Med.vet.Zootec.Univ.S.raulo, 2 5 (1 )3 9 4 6 , 1986.
 Prevalência de endoparasitas em gatos na cidade de São Paulo. 41

meses, d i m i n u i n d o p o s t e r i o r m e n t e . I. f e l i s corpúsculo residual, m a s n ã o se tra t a de

es t e v e p r e s e n t e t a n t o em infecção ónica Cryptosporidium sp. relatado em várias
q u a n to em associação. Rs Isospora são espécies animais e também no h omem, um
parasitas monoxenos e facultativamente parasita causador de zoonoses ( T Z I P O RI ,
h e t e r o x e n o s , a p r e s e n t a m a lta i n f e c t i v i d a d e , 15) .
facilidade de difusão e dificuldade no
c o n t r o l o, d e v i d a s a alta resistência de
seus oocistos, porém conferem imunidade
r e l a ti va c o n s o l i d a d a c o m as c o n t i n u a s rei n -
f e c ç B es . T a lv e z estas características
expliquem a alta prevalência em animais
nov o s nos de raça n ã o d e f i n i d a ( 3 5 , 2 1 ) e
t a mb é m nos de raça p u r a ( 3 1 , 5 % ) .
S a r c o c y s t i s , p o r o u t r o lado, é p a r a s i ­
ta obrigatoriamente heteroxeno, com uma
fase' do c i c l o n u m p r e d a d o r ( f a s e sexuadi)'
e, uma na p re s a ( f a s e a s s e x u a d a ) . R s s i m , o
gato a d q ui re a i n f e c ç ã o i n g e r i n d o r o e d o r ou
te c i d o s de a n im a i s de c a r n e c o n t e n d o c i s t o s
des s e p r o t o z o á r i o . Portanto, a infecção è
d e p e n d e n t e de seus h á b i t o s a l i m e n t a r e s . S ã o OGRSSRWRRR, S.j B E N R S 5 I , S.; LRR550N, C.E.!
c i t a d a s 8 e s p é c i e s de S a r c o c y s t i s em g a t o s . HRGIWRRR, M.tC. Prevalence of internal
flinda, ga t o s são h o s p e d e i r o s da f ase parasitisms in c a t s In the c i t y of S l o P a u l o .
R e v .F a c . M « d .v e t .Z o o t e c .U n i v .S. P a u l o , 23(1):
s e x u a da e, roedores, da f a s e a s s e x u a d a de
39-46, 1986.
H a m m o n d i a h am m o n d i . S e u e n c o n t r o r e l a c i o n a -
se c o m a o p o r t u n i d a d e de i n g e s t ã o de roe­ S UM M A R Y ; F e c e s of 2 1 5 c a t s f r o m d i f f e r e n t areas
dor e s parasitados, pelos gatos. No n o s s o of the city of S l o P a u l o w e r e examinated for
m e i o e t a m b é m em o u t r o s p a l s e s , a freqüên­ e v i d e n c e of i n t e r n a l p a r a s i t i s m s . Floatation in
saturated sugar s o l u t i o n and c e n t r i f u g a t i o n in
cia d e s te agent e é b a i x a ( 0 , 3 % ) ( 0 G R 5 5 R W R R R
water-ether me thod s w e re used. Prevalences (in
et alii, 3) e a i d e n t i f i c a ç ã o do m e s m o só é p e r c e n t a g e ) w e r e R s c a r i d a e , 2 2 . 3 ; flncyI o s t o m i d a e ,
p o s s i v e l at r a v é s do e s t u d o de s uas c a r a c t e ­ 19.5; Cestoda, 10.2; C o c c i d i a , 3 4 . 0 and o t h e r s
rísticas biológicas. ( B e l u r o s t r o n g y l u s , P h y s a Io p t a r a , PIatynosomum),
Q u a n t o á i n f e c ç ã o p o r E i m e r i a spp. em 5.6. The m o s t f r eg u e n t i n f e c t i o n s w e r e R s c a r i d a e
c a r n í v o r o s (cães e g a t o s ) c o n t i n u a contro­ and Co ccidia, b o t h p r e d o m i n a t i n g in a n i m a l s l e s s
t ha n 6 m o n t h s old. RncyI ostomidae were found in
v e rt id a , pois não se c o n s e g u i u r e p r o d u z i r a
th e c a t s l e s s t h a n 6 a n d 10 to 24 m o n t h s o l d . 0.
infecção nos a n i m a i s de o r i g e m d e s t e a g e n ­ caninun was similarly revealed in all th e
te. S e u e n c o n t r o t a m b é m n ã o tem sido fre- c a t e g o r i e s a n d the o t h e r s , sporadically. Single
q â e nt e (CHRISTIE et alii, 2, LEVINE t. infection was detected in 3 1 . 2 1 an d multiple
I V E N S , 6 ). i n f e c t i o n in 2 1 . 9 1 of e x a m i n e d a n i m a l s . In this
case Rscaridae, R n c y I o s t o m i d a e and C o c c i d i a w e re
R o c o r r ê n c i a de C r y p t o s p o r i d i u m c u r y l
the most frequent observed association.
foi es p o rá di ca e pare ce estar relacionada Prevalences (in p e r c e n t a g e ) among C o c c i d i a were
com a o p o r t u n i d a d e de i n f e c ç ã o . E s t e a g e n t e the follow ing : I. fe li s 13.5; I. r i v o l t a ; 6 . S ;
foi r e c e n t e m e n t e d e s c r i t o p o r nós e a c h a - s e Sarcocystis spp., 9.3; Cryptosporidium curyi,
ainda em e s t u d o s q u a n t o a sua verdadeira 6 . 0 ; H. h a m m o n d i , 0 . 9 ; E i m e r i a s p . , 0 , 5 .
identidade ( 1 0 ). 0 referido apresenta-se,
UNITERMS: Helmiths of c a t s ; * P r o t o z o a of cats*
invariavelmente, sob f o r m a e s p o r u l a d a , s e m
Internal parasites; Prevalence; S3o
e s p o r o c i s t o s , c o n t e n d o 4 e s p o r o z o i t a s e um P a u l o , SP, B r a s i l

Rev.Fac.Med.vet.Zootec.Univ.S.Paulo, 2 5 (1 )3 9 4 6 ,1 9 8 6 .
42 OGASSAWARA, S.; BENASSI, S.; LARSSON, C.E.; HAGIWARA, MK .

TRBELfl 1 - Felinos domésticos (frequência e por­

centagem) examinados se gundo o sexo e
a f a i x a e t & r i a , na c i d a d e de 5 9 o P a u l o ,
1905.

5EXG

FAIXfl ETRRIfl \ MRCHOS FEMER5 TOTRL ( R N I M .)

(meses) \ N \ N \ N X

0 - 3 17 45,9 20 54,1 37 17,2

1 5,7 18,7
4 - 6 27 46,6 31 53,4 58 27,0
25,0 29,0
7 - 9 11 52,4 10 47,6 21 9,8
10,2 9,3
10 - 1 2 10 62,5 6 37,5 16 7,4
9,3 5,6
13 24 18 46,2 21 53,8 39 18,1
1 6,7 19,6
25 - 48 13 52.0 12 48,0 25 11,6
12.0 11,2

(j)
N»
49 ■ 72 4 50,0 4 50,0 8
3, 7 3,7
> 72 8 72,7 3 27,3 11 5,1
7,4 2,8
TOTRL 108 50,2 107 49,8 215 100,0

TRBELfl 2 Felinos domésticos (frequência e porcen­

tagem) parasitados por h e l m i n t o s e ou
pr o t o z o i r i o s seg undo a faixa etária, 53o
P a u l o , 1985.

ANIMAIS

F A I X A ETARIfl \ POSITIVOS NEGATIVOS TOTAL (A N I M . )

(meses) \ N X N % N X

0 - 3 27 73 , 0 10 27,0 37 17 , 2
2 1 ,8 1 1 ,0
4 - 6 37 63.8 21 36,2 58 27,0
29.8 23,1
7 - 9 6 28,6 15 71 ,4 21 9,8
4,8 16,5
10 - 12 10 62,5 6 37,5 16 7,4
8,1 6,6
13 - 24 24 6 T, 5 15 38.5 39 18,1
19,4 16.5
25 - 48 11 44 ,0 14 56,0 25 11,6
8,9 1 5,4
49 - 72' 5 62,5 3 37,5 8 3, 7
.1 1 ; U 4 ,0-,^ •í^ ’ 3,3
> 72 4 36,4 7 63,6 11 5,1
'
3,2 7,7
TOTRL 124 57,7 31 42,3 215 100,0

Rev.Fac.Med.vet.Zootec.Univ.S.Paulo, 23( 1):3946, 1986.

 Prevalência de endoparasitas em gatos na cidade de Sao Paulo. 43

TRBELR 3 - Prevalência de e n d o p a r a s i t a s em f e l i n o domèstico segundo a faixa

et á r i a , S ã o P a u l o , 1385.

F R I XR NUMERO RSCRRIDRE RNCYL05T0MIDRE CESTODR C0CCIDIRS OUTROS

E T RR I R RNIMRIS

(meses) N X N % N X N X N X

0-3 37 16 43,2 6 16 , 2 2 5,4 17 45,9 1 2, 7

4-6 58 18 31,0 12 20,7 3 5,2 28 48,3 2 3,4
7 - 3 21 4 1 9,0 2 9,5 2 9,5 3 14,3 0 0
10 - 12 16 3 18,8 4 25,0 1 6,2 4 25,0 0 0
13 - 24 39 3 7,7 10 25,6 5 12,8 15 38,5 4 1 0,3
25 - 48 25 2 8,0 2 8,0 3 12,0 5 20,0 0 0
49 - 72 8 1 12,5 5 62,5 4 50,0 1 12 , 5 3 37,5
> 72 11 1 9,1 1 9,1 2 18 , 2 0 0 2 18,2

T OT R L 215 48 22,3 42 19,5 22 10,2 73 34,0 12 5,6

flscaridae: T o x o c a r » spp. , ou To xo ca ri s leonina

Cestoda: Dipylidium, Taenia spp., ou S p i r o m e t r a
Ou t r o s: R e l u r o s t r o n g y l u s sp. , P h y s a l o p t e r a s p . , ou P l a t y n o s o m u m sp.
Coccldias: Isospora spp., S a r c o c y s t i s spp. , H a m a o n d i a sp., Cryptosporidium
cu r y i

T R BE L R 4 - P r e v a l ê n c i a de i n f e c ç ã o c o c c i d i ana em f e l i n o domés tico segundo

a f a i x a e t á r i a , S ã o P a u l o , 1985.

F R IX R No. I .F E L I S I .R I V O L T P SRRCOCYSTIS C .C U R Y I HRMMONDIR EIMERIR

ETRRIR RNIM. .
(meses) N X N X N X N X N X N X

0-3 37 12 32,4 4 10,8 1 2,7 0 0 1 2,7 0 0

4 - 6 58 9 15,5 4 6,9 13 22,4 4 6,9 0 0 1 1,7
7-9 21 2 3, 5 0 0 1 4,8 0 0 0 0 0 0
10 - 12 16 1 6,2 2 12,5 1 6,2 2 12,5 0 0 0 0
13 - 24 39 4 10,3 7 17,9 3 7,7 4 10,3 1 2,6 0 0
25 - 48 25 1 4,0 2 8,0 1 4, 0 2 8,0 0 0 0 0
43 - 72 8 0 0 0 0 0 0 1 12,5 0 0 0 0
> 72 11 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

TOTRL 215 29 1 3,5 19 8,8 20 3,3 13 6,0 2 0, 9 1 0,5

Rev.FacMed.vet.Zootec.Univ.S.Paulo, 25(1)39-46,1986.
44 OGASSAWARA, S.; BENASSI, S.; LARSSON, C.E.; HAGIWARA. M.K.

TRBELR 5 - Prevalfincia e tipo de p a r a s i t i s m o em felino

d o m é s t i c o s e g u n d o a raça, S S o P a u l o , 1385.

RRÇR5 SEM RRÇR DEFINIDR RRCR PURR**

....... - ....... .....\
PRRR5ITRS \ N X N t

R s c a r i d ae 43 30,3 5 6,8
Rncylostomidae 34 23,9 8 11,0
Cestoda 20 14,1 2 2.7
Coccidi a 50 35,2 23 31,5
Outros 11 7 ,7 1» 1.4
Rnimais positivos 89 40,9 34 15,8
Pnimais negativos 53 25,1 39 18,1
f

Outros: Relurostrongylus, Physaloptera, Platynosomum

*: Platynosomum
**: Siamês, P er sa e Rngori

QURDRO 1 - Prevalência de parasitismo

único a miitiplo em
f e l i n o d o m é s t i c o . , S.P. 1985.

PRRRSITRS RNIMRIS
N X

Rscaridae 23 10,7
Rncylostomidae 6 2,8
Coccidia 28 13,0
Cestoda 9 4,2
Out ros 1 0,5
Rscaridae ♦ Rncylostomidae 6 2,8
Rscaridae * Coccidia 9 4,2
Rncylostomidae 4 Coccidia 12 5,6
Rscaridae + Cestoda 1 0,5
Rncylostomidae * Cestoda 4 1, 9
O u t r a s c o m b i n a ç S e s de
2 parasitas 2 0,9
3 parasitas 9 4,2
4 parasitas 4 1, 9

Outros: ReCurostrongylus, Physaloptera, Platynoso-

mum

Rev.Fac.Med.vet.Zootec.Univ.S.Paulo, 25(1)39-46, 1986.

 Prevalência de endoparasitas em gatos na cidade de São Paulo. 45

QUADRO 2 - Prevalência de p a r a s i t i s m o ú n i c o e
múltiplo por coccidias em felino
d o m é s t i c o , SP., 1385.

PARASITAS ANIMAIS
N %

I. f e l i s 19 8,8
I . rivolta 8 3,7
E i m e r i a sp. 1 0,5
H. h a m m o n d i 1 0,5
S a r c o c y s t i s spp. 11 5,1
C r y p t o s p o r i d i u m curyl 8 3,7
I. f e l i s * I. r i v o l t a 5 2,3
H. h a m m o n d i + I. f a l l s 1 0,5
S a r c o c y s t i s * I. f e l i s 2 0,3
S a r c o c y s t i s * I. r i v o l t a 2 0,3
S a r c o c y s t i s + C. c u r y l 3 1,4
C. c u r y i ♦ I. r i v o l t a 2 0,9
I. f a l l s ♦ I. r i v o l t a * S a r c o c y s t i s 2 0,3

REFERENCIR5 BIBLIOGRAFICAS

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Recebido para p u b l i c a ç ã o em 11/12/85

Aprovado para pu b l i c a ç ã o em 25/06/86
Impresso em 1 1 / 8 6

Rev.Fac.Med.vet.Zootec.Univ.S.Paulo, 25(1)39-46, 1986.