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Bouba Aviária

Bouba aviária é uma doença infecciosa viral das aves, caracterizada por lesões nodulares nas
partes desprovidas de penas (bouba cutânea) e por lesões diftéricas no trato respiratório e
digestivo superior (bouba diftérica).

CARACTERÍSTICAS GERAIS

É uma enfermidade causada por um vírus do gênero Avipoxvirus, da família Poxviridae – esse é
um dos maiores vírus que se conhece (250 a 350nm).

Do ponto de vista sorológico, o Avipoxvirus compreende apenas um sorotipo, porém, dentro


desse único sorotipo existem várias cepas que são diferentes em patogenicidade e em
adaptação a diferentes espécies de aves.

O vírus recebe denominação conforme a espécie mais adaptada, exemplo: poxvírus galinha,
poxvírus perus, poxivírus pombo, e por ai vai.

O Avipoxvirus é bastante resistente no meio ambiente e a desinfetantes. Esse vírus infecta


células epiteliais, formando inclusões citoplasmáticas eosinofílicas, denominadas corpúsculo de
Bollinger, que são facilmente identificadas no exame histopatológico.

Esse vírus infecta todas as aves. Sendo mais frequente diagnosticada em galinhas, perus,
pombos, depois em canários, codornas e psitacídeos em geral.

Infecta qualquer idade, porém não é vista na primeira semana de vida das aves e raramente
na segunda semana. Possivelmente isso está relacionado ao longo período de incubação e
difusão lenta desse vírus.

Não existe reconhecimento da infecção de Apoxvirus em humanos.

EPIDEMIOLOGIA E PATOGÊNESE

A bouba está amplamente difundida no mundo e é uma das doenças de reconhecimento mais
antigo nas aves.

A disseminação do vírus da bouba aviária entre aves do mesmo lote é relativamente lenta. O
período de incubação varia de 5 a 1 dias.

Acredita-se que a principal porta de entrada do vírus são as lesões cutâneas, causadas na maioria
das vezes por brigas, insetos ou ação mecânica.

As lesões podem ser localizadas ou generalizadas. Galinhas infectadas pelo vírus tipo galinha, na
ausência de imunidade, podem apresentar, além das lesões cutâneas em áreas desprovidas de
pena, lesões na boca, faringe e no esôfago.

No pico da viremia as aves podem manifestar prostração e ocasionalmente mortalidade na


ausência de quadro clínico. Essa forma aguda não é observada em aves de corte.
Quando a infecção é heteróloga, por exemplo, vírus tipo pombo infecta galinha, geralmente se
observam lesões apenas no ponto de inoculação do vírus (cutânea localizada), sem ocorrência
da forma generalizada ou sistêmica. O vírus multiplica-se no epitélio, forma crostas que podem
ser eliminadas no ambiente contaminando cama, água, ração, ambiente e consequentemente
outras aves.

SINAIS CLÍNICOS

Nos casos mais brandos, além de crostas subcutâneas ou diftéricas, as aves podem não
apresentar outras manifestações clínicas. Porém com o progresso da doença, pode haver apatia,
prostração, e redução do consumo de alimento.

No mesmo lote pode haver aves que apresentem bouba na forma cutânea, diftérica ou ambas.

Na forma cutânea, que é predominante na maioria dos surtos, observam-se lesões crostosas na
crista, na barbela, nas pálbebras e em outras áreas não cobertas por penas. Pode haver
mortalidade, mas não é comum. Na diftérica as aves apresentam dificuldade para se
alimentarem e dispneia.

As lesões podem permanecer por diversas semanas.

Deve-se fazer a diferenciação de lesões cutâneas por traumas e brigas, e de placas diftéricas a
boca por micotoxinas, principalmente tricotecenos.

DIAGNÓSTICO

Presuntivo pelo histórico do lote e presença se lesões. O definitivo é por isolamento viral ou pela
caracterização histológica da lesão. Ainda é possível fazer o diagnóstico por técnica molecular
PCR.

TRATAMENTO

Não há tratamento efetivo, mas devido a difusão lenta, em casos de diagnóstico no início dos
sinais clínicos, a vacinação do resto do plantel e planteis vizinhos pode auxiliar no controle do
surto.

PREVENÇÃO

Medidas de biosseguridade e uso de vacinas, com as amostras do vírus tipo galinha e pombo
mais comum. Tanto galinhas quanto perus podem ser vacinados desde o primeiro dia de vida.
Em regiões endêmicas, frangos de corte podem ser vacinados por via subcutânea no
incubatório.

No local de aplicação da vacina se forma uma lesão crostosa, desejável, sinal de pega da vacina
e multiplicação do vírus.

BONS ESTUDOS!

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