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Complexo
Respiratório
Felino
O Complexo Respiratório Felino, também denominado
Complexo de Doença Respiratória Felina (CDRF) é uma afecção
infecciosa e contagiosa que pode ser ocasionada por vírus ou
bactérias, de forma isolada ou associada, com sinais clínicos que
envolvem o sistema respiratório superior e alterações conjuntivais
oculares.
Ainda hoje, sinais clínicos decorrentes do Complexo Respiratório
Felino estão relacionados às principais queixas na rotina clínica,
especialmente de felinos.
As vacinas, infelizmente, não tem uma boa ação e sua eficácia é
bastante duvidosa. Devido a isso, o manejo ainda constitui uma
boa medida a fim de prevenir a disseminação de doenças
associadas, como rinotraqueite viral felina, calicivirose,
dentre outras
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1. EPIDEMIOLOGIA
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Gestação, lactação e o uso de corticóides ou outros fármacos imunossupressores
também contribuem para a reativação da infecção, caracterizada pelo retorno da
replicação do material genético viral, previamente incorporado ao das células
hospedeiras.
Da mesma forma, gatos infectados ou portadores assintomáticos podem eliminar o
Calicivírus por meio de secreções oronasais e conjuntivais, sendo o contato direto,
portanto, a principal forma de contágio.
Na fase aguda da doença, a eliminação do Herpesvírus ocorre por aproximadamente
10 dias. No entanto, durante o período de reativação da infecção, a liberação do
vírus para o meio externo pode ocorrer por até três semanas.
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1.2. Hospedeiro
A doença tem maior incidência entre indivíduos jovens, com cinco a oito
semanas de vida, embora possa acometer animais de todas as idades.
Não há predisposição sexual ou racial.
Além disso, o Complexo de Doença Respiratória Felina está associado
à situações de estresse, como transporte e desmame, ou aquelas que
comprometam o sistema imunológico, tais como anomalias hereditárias,
deficiências nutricionais, doenças parasitárias e infecções
intercorrentes, como pelo Vírus da Imunodeficiência Felina (FIV).
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1.3. Meio ambiente
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2. AFECÇÕES RESPIRATÓRIAS ASSOCIADAS
A Rinotraqueíte Viral Felina é causada pela co-infecção de Herpesvírus felino tipo 1 com
Chamydophila felis e Calicivírus felino.
2.1.1. Transmissão
A transmissão dos agentes patogênicos pode ser direta e indireta. A direta consiste se dá por
meio do contato direto com outro animal portador. Já a indireta ocorre pela dispersão de
aerossóis, microgotículas decorrentes de espirros que contaminam o ambiente em um raio de
diâmetro de 1,5 metro.
Em razão disso, é recomendado especial cuidado nos gatis e em clínicas veterinárias,
ambientes nos quais pode ser verificada maior densidade populacional. Neste sentido, deve-se
intercalar as gaiolas durante o internamento de animais. Da mesma forma, vasilhames e outros
utensílios utilizados por animais acometidos devem ser adequadamente lavados, bem como as
mãos das pessoas após manuseá-lo 8
2.1.2. Patogenia
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A úlcera de córnea, também denominada úlcera dendrítica, pode por sua vez,
ocasionar a perfuração ocular e perda da visão se não adequadamente tratada.
A propagação da infecção viral pode ocasionar osteólise dos ossos turbinatos
nasais, e disseminação sistêmica com invasão dos gânglios e vasos linfáticos,
seguida por pneumonia intersticial, especialmente em animais imunossuprimidos.
A disseminação sistêmica inclusive é responsável pela ocorrência de aborto em
fêmeas gestantes.
Após a recuperação dos sinais clínicos, normalmente entre sete a 14 dias, se
estabelece um estado de latência, caracterizada pela incorporação do material
genético viral ao da célula hospedeira.
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2.1.3. Sinais clínicos
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As úlceras dendríticas da córnea são consideradas patognomônicas da
infecção por Herpesvírus.
Além disso, é comum a ocorrência de lesões ulcerativas, localizadas na
mucosa do trato respiratório e cavidade oral.
As úlceras localizadas na cavidade oral, associadas à inflamação da
faringe, podem ocasionar dificuldade de deglutição e perda de apetite.
Outros sinais clínicos sistêmicos incluem ainda aumento dos linfonodos e
febre.
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2.2. Calicivirose felina
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A gengivite, que pode cursar com dor intensa, é caracterizada pela
hiperemia marginal dos dentes.
Além disso, eventualmente há a perda dos incisivos em animais com
menos de um ano de vida, e erosão do palato.
A transmissão pode ser direta ou indireta, e o vírus pode ficar até 10 dias
no ambiente.
Os animais infectados podem ser portadores assintomáticos e transmitir o
vírus por toda a sua vida.
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2.3. Clamidiose felina
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Desta forma, a Reação em Cadeia de Polimerase (PCR) se destaca entre
os métodos diagnósticos confirmatórios pelas maiores sensibilidade e
especificidade, e a possibilidade de detecção de partículas de origem viral
tanto na fase aguda quanto crônica da doença.
Além disso, o método baseado na Reação em Cadeia de Polimerase
(PCR) permite menor tempo de diagnóstico em relação ao isolamento do
vírus por meio de cultura viral, cujas técnicas empregadas demandam
maior tempo para a sua realização.
Ainda assim, os resultados obtidos por meio de PCR devem ser
interpretados com cautela, pois os microrganismos envolvidos podem ser
identificados em muitos gatos saudáveis, o que impede que a confirmação
da sua existência seja atrelada obrigatoriamente com a doença ativa.
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Em pacientes com apresentações crônicas e recidivantes da doença,
deve-se suspeitar de infecções concorrentes, como pelo Vírus da
Imunodeficiência felina (FIV) e outras condições associadas que
contribuam para um comprometimento da imunidade.
Radiografias do crânio para visualização dos seios nasais também
contribuem para diagnóstico.
O diagnóstico diferencial, especialmente para os animais adultos, inclui
neoplasias, rinite micótica, corpos estranhos, ceratite ulcerativa e
Complexo gengivite-estomatite felina.
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4. TRATAMENTO
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A nebulização, caracterizada pela inalação de aerossóis, consiste em outra medida
eficaz para a desobstrução nasal. Para isso, recomenda-se a utilização
preferencialmente de nebulizadores ultrassônicos, que produzem partículas de tamanho
inferior a 5 micras.
Normalmente recomenda-se para cada 5 ml de solução fisiológica a 0,9%, 25-40 mg de
gentamicina, fornecidos três vezes ao dia, durante sessões de 15 minutos cada. A fim
de facilitar o procedimento, o animal pode ser mantido dentro de uma caixa de
transporte, por exemplo.
O tratamento da dispneia grave, contudo, pode exigir ainda o fornecimento de oxigênio,
preferencialmente em gaiolas, a fim de minimizar o estresse dos animais durante o
internamento.
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4.2. Tratamento das infecções bacterianas secundárias
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4.3. Correção da desidratação
Assim sendo, para um gato adulto, por exemplo, é realizada em média 240 ml
em 24 horas.
Como alternativa à fluidoterapia endovenosa, pode-se realizar a hidratação
subcutânea. Neste caso, pode-se realizar a administração de 100 ml,
respectivamente pela manhã e à noite, e 40-50 ml/kg/dia.
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4.4. Suporte nutricional
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De forma alternativa, quando os métodos convencionais não induzirem o apetite,
pode-se administrar por no máximo três dias, fármacos benzodiazepínicos, como
o diazepam, na dose de 0,05 mg/kg, pela via endovenosa ou 1 mg/gato, por via
oral, ambas a cada 24 horas. A administração de diazepam, contudo, deve ser
realizada com cautela devido a possibilidade de ocorrência de lesão hepática
fulminante.
Além disso, a suplementação de vitaminas C e do complexo B pode ser
necessária.
Nos casos de animais refratários à alimentação por via oral, faz-se necessário o
posicionamento de sondas esofágicas, as quais podem ser inseridas através da
narina após a instilação de uma gota de xilocaína.
A extremidade proximal da sonda pode ser fixada ao dorso da cabeça, enquanto
que a extremidade oposta deve ser inserida a partir a partir da narina até à altura
da 7ª costela. 25
4.5. Tratamento antiviral
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Para os casos de clamidiose felina, recomenda-se ainda a administração
oftálmica de pomada a base de cloridrato de tetraciclina, no mínimo quatro
vezes ao dia.
Adicionalmente, colírios a base de cloranfenicol constituem-se uma opção,
embora normalmente possam promover irritação ocular.
4.7. Imunoprofilaxia
A vacinação apresenta bons resultados no controle da doença, pois evita o
surgimento dos sinais clínicos.
Contudo, apesar de efetivas na prevenção da manifestação clínica, as
vacinas não previnem reinfecções e o estado de portador.
As vacinas disponíveis atualmente são, em geral, compostas por vírus vivo
modificado ou vírus inativado, combinando o Herpesvírus felino com outros
agentes patogênicos.
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A primeira dose deve ser administrada a partir da 5ª a 8ª semana de vida.
Para as vacinas vivas, recomenda-se uma dose seguida de reforço anual. Já
para as vacinas vivas atenuadas, é recomendada uma segunda dose após
quatro semanas da primeira, seguida de reforço anual.
O reforço anual é recomendado principalmente para animais em maior situação
de risco, como aqueles com acesso à rua e em contato com outros gatos. Para
animais domiciliados e sem exposição à fatores de risco, entretanto, a
vacinação poderia ser, segundo estudos, realizada a cada três anos.
Adicionalmente, as vacinas intranasais são uma alternativa, embora não
estejam disponíveis no Brasil.
Para a hospedagem de felinos recomenda-se que os animais tenham sido
vacinados seis meses antes.
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4.8. Terapêutica alternativa
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4.9. Relação metafisica da doença – Tutor/animal
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Assim animais com gripe ou outros distúrbios respiratórios
que envolvam o trato aéreo superior estariam relacionados
com confusão interior, despreparo para lidar com mudanças e
falta de confiança no contato com uma nova situação.
Entendendo este processo podemos entender e curar mais
rapidamente a doença física e evitar sua recidiva.
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REFERÊNCIAS
FOSSUM, T. W. et al. Small Animal Surgery. 4th ed. St. Louis: Elsevier, 2013
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11 -93088 -5918
/Instituto Equilibrium
/EquilibriumVet
/Equilibrium_cursos
www.equilibriumcursos.com.br
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