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PARVOVIROSE CANINA

Prof Igor Mansur 1


PARVOVIROSE:

Doença causada pelo parvovirus canino do tipo 2(CPV-2) causa


uma enterite aguda e altamente contagiosa dos cães

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Etiologia:

• PVC-2 – sofreu alterações genéticas no cão:


– PVC-2a (Extremo Oriente e Europa)
– PVC-2b (América do Norte, Extremo Oriente e
Europa)

• Adaptações genéticas, capacitando o vírus a


replicar-se e a disseminar-se de modo mais
eficiente.

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• O PVC-2 estável e resistente às influências
ambientais;
– Objetos inanimados (roupas, gaiolas, janelas) por
mais de 5 meses;

• Resistentes a maioria de detergente e


desinfetantes;
– Inativa as cepas de PVC-2 hipoclorito de sódio a
6%, formaldeído a 4% e glutaraldeído a 1%.

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O PVC tem afinidade por células
Ai que em divisão rápida do intestino,
moleza e medula óssea e tecidos linfóides
que dor e, consequentemente, causa
de necrose das criptas intestinais,
barriga!!! diarréia severa, leucopenia e
! esgotamento linfóide.

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• Epidemiologia:

– Distribuição: Mundial (1970)

– Incidência: cãezinhos com menos de 6meses

– Hospedeiros:
• Família Canídae – cães domésticos, cães do mato, coiotes,
raposas, lobos.

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Epidemiologia: outras informações

• Pode ocorrer por todo ano – incidência >


primavera e verão;
• Alta morbidade e mortalidade;
• > cães adultos imune à infecção;
• Os que sobrevivem à doença ficam
vitaliciamente imunizados;
• Miocardite parvovírica – infectados “in utero”
ou nos primeiros dias de vida = rara (colostro)

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Epidemiologia:

Transmissão Fecal- Pessoas, instrumentos


Oral (1 bilhão de ou equipamentos,
virions por grama de insetos e roedores
fezes) (vetor) e pêlo sujo com
fezes contaminadas

Incidência etária:
Incubação:
Qualquer idade
4-7 dias após a
> Cães com menos de 6
exposição
meses

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3º-4º dia excreção
Patogênese: ativas s/ sinais
clínicos

1-2 dias 3-4 dias


Exposição Replica-se Lifonodos
oronasal às inicialmente mesenteriais e timo
fezes tecido linfóide dissemina-se para
contaminadas da orofaringe as criptas
Infecção bact. intestinais
2ª lesão
intestinal,
bacteremia, Epitélio que
endotoxemia e reveste língua, 5º Dia
CID cavidade bucal,
esôfago, ID e VIREMIA
7-10 dias tec. Linfóide
elimina grande (pulmões, baço,
quantidade de rim, fígado e
vírus c/ sinais miocárdio) 9
clínicos
Patogênese: outras informações

• Surtos:
– Stress;
– superpopulação (feiras de filhotes);
– doença pré-existente;
– não ter mamado o colostro.

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Patogênese: outras informações

Rottweilers, Doberman
Existe raças que o Pinschers, Labrador Retrievers,
risco de Pit Bull Terriers Americano,
contaminação é Pastor Alemão, Staffordshire
maior? Terriers, e cães puxadores de
trenó do Alasca.

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Sinais Clínicos:

• Forma Intestinal:
– ANIMAIS JOVENS:
– Febre (41°), vômito, diarréia, desidratação,
hipoglicemia;
– Sinais podrômicos: depressão, anorexia e letargia;
– Hematoquezia, sepse bacteriana, endotoxemia,
CID;

– Animais adultos: INFECÇÕES LEVES OU


INAPARENTE .

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Sinais Clínicos:

• Forma Miocárdica:
– Morte súbita (50%);
– Dispnéia súbita, choro e vômito;
– Sobreviventes: miocardite ou ICC (intolerância
exercícios, tosse, dispnéia) – ocorre depois de
meses ou anos

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Diagnóstico diferencial:

• Enterite por Clostridium perfringens


• Ancilostomose
• Salmonelose
• Hepatite infecciosa canina
• Cinomose

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Diagnóstico: exames complementares
podem ajudar no diagnóstico

• Hematologia: Leucopenia severa, com linfopenia e


granulocitopenia, hematócrito variável dependente da
hemorragia intestinal.

• Bioquímica sérica: Hipocalcemia, azotemia pré-renal e


elevação da bilirrubina e das enzimas hepáticas
(fosfatase alcalina - FA, alanina-aminotransferase -
ALT).

• Radiografia intestinal: Distensão do trato


gastrintestinal com gás e fluido.

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Diagnóstico: exames específicos

• Virologia: detecção
do parvovírus nas
fezes.
– Vacinas atenuadas
falso-positivo por 5-
12 dias.

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Diagnóstico: exames específicos

• Sorologia: análise de IgM específica


– Detecta - nas primeiras semanas de
infecção
– Anticorpos fluorescentes indiretos
(AFIs)
– 2-mercaptoetanol (hemoaglutinação
indireta)

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• Necropsia:
– identificação das lesões intestinais características
de necrose das criptas intestinais,
– com colapso viloso secundário
– degeneração mielóide e esgotamento linfóide
disseminado.

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Miocardite
Parvovírica

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Tratamento:

• Fluidoterapia IV:
• Casos severos –
– RL + KCl (20-40mEq/L) 24h iniciais;
– RL manutenção + perdas + Dextrose a 2,5% (glicemia
120-160mg/dl)
– Soluções Colóides (hitamido ou dextrano 70) 10-
20ml/kg;

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Tratamento:

• Restrição dietética:
– Alimentar e hídrica – até 24 horas após cessar
vômito e  a diarréia (3-5 dias)
– Começar uma dieta leve (ração gastrintestinal
comercial ou frango sem pele + arroz, massa,
ricota, papinhas, gelatina líquida) – peq. Porções
várias vezes;
– O tipo de alimento e o volume deve ser feito
gradualmente.

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Tratamento:
• Antieméticos
– metoclopramida 0,5mg/Kg a cada 8 horas;
– clorpromazina 0,2-0,5mg/kg 6-8h IV,IMouSC ou
1mg/kg/TID/retal
– ondansentrona0,1-0,2mg/kg/6-12h/IV lento

• Bloqueadores de H2 –
– cimetidina (5-10mg/Kg TID – três vezes ao dia),
– ranitidina (2mg/Kg – duas vezes ao dia),
– famotidina (0,5-1mg/Kg – uma ou duas vezes ao
dia);
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Tratamento:

• Antibióticos:
– Ampicilina (22mg/kg/BID) + gentamicina (2-
4mg/kg/BID) (CUIDADO C/ HIDRATAÇÃO
– Ampicilina (22mg/kg/BID) + amicacina
(10mg/kg/BID)
– Celesporinas (Cefazolina, Cefalotina) 25-30mg/kg
– Metronidazol – 25mg/kg

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Tratamento: outras formas

• Ou omeprazol (0,75-1mg/Kg, VO, uma vez ao


dia);

• Ou sucralfato (1g para cães grandes; 0,5g


para cães pequenos e 0,25g para gatos, duas
vezes ao dia);

• Saliciato de bismuto para regeneração das


células de absorção das microvilosidades
intestinais;
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• Transfusão sangüínea
– 30ml/kg/IV

• Interferon felino
– dose diária de 1 UM (unidade por milhão)/Kg
durante três dias.

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Prognóstico e complicações:

• O animal que sobrevive pelos primeiros 3-4 dias


da enfermidade, a recuperação em geral ocorre
rapidamente;
• Quanto mais jovem > taxa de mortalidade;

• Outras complicações:
– Hipoglicemia, hipoproteinemia, anemia,
intussuscepção, hepatopatias, abscessos,
salmonelose, ITU, endocardite, pneumonia.

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Prevenção: redução da exposição:

• parvovírus é resistente à maioria dos


desinfetantes comuns e ao calor.

• A desinfecção de ambientes e utensílios:


– água sanitária (meio litro de água sanitária em 15
litros de água limpa) ou 1:32 a qual deve ser mantida
no ambiente por, no mínimo, 20 minutos. Após este
tempo deve-se fazer o enxágue. 

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IMPORTANTE:

• Após a ocorrência de um caso, mesmo


adotadas todas as medidas de desinfecção,
recomenda-se um período de 30 dias a 5
meses para introdução de novos animais

• Animais ainda em esquema vacinal permanecer


isolados.

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Prevenção: Vacinação

• A vacinação dos cães é o tratamento


profilático mais recomendado – vacina
atenuada e inativada.

• A primeira dose deve ser aplicada em filhotes


com 45 dias de idade, seguida de reforço aos
30 e terceira em 30 dias e anualmente

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• vacinar filhotes antes de 45 dias de vida,
quando estes não receberam o colostro e suas
mães não tenham sido vacinadas
anteriormente.

• Cão com mais de 16 semanas duas doses de


vacinas com intervalo de 21 dias;

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CORONAVIROSE:

Doença entérica contagiosa dos cães, causada por um vírus


epitéliotrópico

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Etiologia:

• Invade os enterócitos das pontas dos vilos,


causando destruição, atrofia e fusão das
vilosidades;
• Bem mais lábil que o parvovírus;
• Vírus de RNA de fita simples, envelopado, é
membro da família Coronaviridae.
• Bem resistente no ambiente nos meses de
inverno
• É inativado pela maioria dos desinfetantes e
detergentes comerciais.
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Epidemiologia:

• Afeta mais neonatos, mas pode provocar


doença em qualquer idade;
• É uma causa infreqüente de enterite
infecciosa;
• Eliminam o vírus nas fezes por 2 semanas ou
mais
• A maioria dos cães já foi exposta ao vírus e
recuperou-se da infecção;
• A contaminação é fecal e a transmissão é oral;

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• Após a recuperação eliminam o vírus
intermitentemente nas fezes por vários
meses;
• A imunidade não é prolongada e podem ocorrer
infecções repetidas;

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Patogenia:
Invade os enterócitos
maduros - topo dos
Penetração oral  invade vilos
os enterócitos
Perda da
capacidade
absortiva e
digestiva

diarréia

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Sinais Clínicos:

• Assintomáticos;
• Anorexia e depressão aguda;
• Vômito;
• Diarréia (aquosa alaranjada ou c/ muco e
sangue fresco de odor desagradável);
• Desidratação;
• Recuperação 8-10 dias

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Diagnóstico:

• Hematologia, bioquímica sérica e Rx –


permanecem normais;
• Isolamento viral e PCR;
• Teste sério de ELISA (análise imunoabsorvente
ligada a enzima)
• Microscopia eletrônica – fezes frescas ou
refrigeradas (falso-positivo ou falso-negativo)
• Sorologia – elevação no título de anticorpos;

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Tratamento:

• Tratamento suporte e sintomático;


• Fluidoterapia;
– RL manutenção + perdas + Dextrose a 2,5%
(glicemia 120-160mg/dl)

• Recuperam-se rápidos;

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Tratamento:

• Antieméticos
– metoclopramida 0,5mg/Kg a cada 8 horas;
– clorpromazina 0,2-0,5mg/kg 6-8h IV,IMouSC ou
1mg/kg/TID/retal
– ondansentrona0,1-0,2mg/kg/6-12h/IV lento

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Tratamento:

• Antibióticos:
– Ampicilina (22mg/kg/BID) + gentamicina (2-
4mg/kg/BID) (CUIDADO C/ HIDRATAÇÃO
– Ampicilina (22mg/kg/BID) + amicacina
(10mg/kg/BID)
– Celesporinas (Cefazolina, Cefalotina) 25-30mg/kg
– Metronidazol – 25mg/kg

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Prevenção:

• Vacinação – inativadas ou atenuadas – muito


discutível;
– Não impede só fica mais amena;

• Duas doses de vacina e reforços anuais.

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