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IX Congresso de Pesquisa e Extensão da FSG

& VII Salão de Extensão

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ISSN 2318-8014

PARVOVIROSE CANINA: ASPECTOS CLÍNICOS E FISIOPATOLÓGICOS

Rafael Gustavo Tonina, Letícia Corrêa Vanassia, Júlia Lopes de Souza Nunesa, Teiffny de
Castilhosa, Mariana Rachel Grazziotin Pedronia, Diane Alves de Limaa, Manoela Maria Bianchia,
Carolina da Fonseca Sapina*

a) Curso de Medicina Veterinária, Centro Universitário da Serra Gaúcha, Caxias do Sul, RS.

*Orientador (autor correspondente): Palavras-chave:


*Carolina da Fonseca Sapin, endereço: Rua Os Dezoito do Forte, Gastroenterite. Filhotes. Cães. Vacinação.
2366.
Caxias do Sul – RS. CEP: 95020-472.
E-mail:rafinha10.10@hotmail.com

INTRODUÇÃO/FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: A parvovirose é uma das essenciais causas de


gastroenterite hemorrágica de princípio infeccioso em cães com idade inferior a seis meses (PAVAN,
2009). Trata-se de uma doença de fácil contaminação e alta taxa de mortalidade (ANGELO et al.,
2009). Em vista disso, objetiva-se produzir uma breve revisão de literatura sobre a parvovirose em
cães salientando seus fatores etiológicos, fisiopatológicos, diagnósticos e terapêuticos. MATERIAL
E MÉTODOS: Trata-se de um estudo qualitativo, em que foram pesquisados artigos publicados no
período de 2008 a 2021 na plataforma de pesquisa online, revistas eletrônicas e em anais de
congressos, assim como em livros que abordassem a temática parvovirose. RESULTADOS E
DISCUSSÕES: O agente etiológico da parvovirose, nomeado parvovírus canino (CPV, do inglês
canine parvovirus), pertence ao gênero Parvovirus da família Parvoviridae. O CPV é um vírus
esférico, não envelopado, com capsídeo icosaédrico e diâmetro variando entre 18 e 26 nm. Apresenta
genoma de DNA linear de fita simples (STROTTMANN et al., 2008; PAVAN, 2009). Grande parte
das infecções são subclínicas e podem afetar animais de qualquer gênero, idade ou raça. Todavia,
filhotes entre seis semanas e seis meses são os mais vulneráveis e manifestam sinais clínicos mais
significativos da doença, tais como diarréia sanguinolenta, êmese, anorexia, depressão e perda
progressiva de peso, em virtude de fatores de estresse e de imunidade reduzida (LOPES, 2012;
MARTINS, 2021). A maior ocorrência é em animais sem raça definida, o que pode estar relacionado

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à vacinação errônea, associada com a circulação livre à rua, fatores que em conjunto aumentam o
risco desses cães adquirirem a infecção (PAVAN, 2009; MARTINS, 2021). O vírus é disseminado
por eliminação fecal e a porta de entrada é via oral. A partir da exposição do animal às fezes infectadas
ou de ambientes contaminados, o vírus atinge os linfonodos regionais da faringe e tonsilas. Em
seguida, o agente alcança a corrente circulatória e ocupa inúmeros tecidos, englobando o timo, o baço,
os linfonodos, a medula óssea, os pulmões, o miocárdio e finalmente o jejuno distal e o íleo, onde ele
prossegue a replicação (ANGELO et al., 2009). Dessa forma, ocorre a necrose das criptas do epitélio
do intestino delgado, com eventual perda das vilosidades e progressão para quadros de diarreia,
frequentemente hemorrágica, além de febre, vômitos e rápida desidratação (STROTTMANN et al.,
2008). O diagnóstico fundamenta-se no histórico e nas características clínicas. Podem ser utilizados
testes sorológicos rápidos para parvovirose canina, contudo sua interpretação deve ser meticulosa
uma vez que estes podem apresentar resultados positivos a pretexto de títulos vacinais ou imunidade
passiva (CRIVELLENTI & CRIVELLENTI, 2015). Ademais, outros testes como a hemaglutinação,
o ensaio imunoenzimático, a aglutinação em látex, a reação em cadeia da polimerase (PCR) e o
isolamento viral em cultivo celular conduzem a um diagnóstico definitivo da doença
(STROTTMANN et al., 2008). O hemograma, apesar de inespecífico, costuma apontar linfopenia ao
longo da fase inicial da enfermidade (CRIVELLENTI & CRIVELLENTI, 2015). Vale salientar que
muitas enfermidades cursam com sinais clínicos semelhantes aos da parvovirose e, por isso,
diagnósticos diferenciais devem ser levados em consideração. Desse modo, doenças causadas por
parasitas nematódeos (como Ancylostoma sp e Thichuris sp), protozoários (incluindo Giardia sp e
Cryptosporidium), além de outras doenças infecciosas como salmonelose, clostridiose e coronavirose
devem ser ponderadas (RODRIGUEZ & MOLINARI, 2017). Em relação aos recursos terapêuticos,
é indicado tratamento sintomático e de suporte a esses animais. O tratamento inclui a reposição
hidroeletrolítica, a antibioticoterapia de amplo espectro e a contenção de vômitos (CRIVELLENTI
& CRIVELLENTI, 2015). A principal forma de prevenção da parvovirose é através da vacina V8 em
filhotes, os quais devem receber a primeira dose dessa vacina com seis a oito semanas de idade, e
duas doses de reforço a cada quatro semanas (PAVAN, 2009). CONCLUSÃO: A parvovirose canina
é uma doença infectocontagiosa que possui alta taxa de mortalidade, e deste modo merece atenção
dos médicos veterinários. Ademais, a vacinação ainda é a medida de controle mais eficaz quando
corretamente aplicada.

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REFERÊNCIAS

ANGELO, G.; CICOTTI, C. A. R.; ZAPPA, V. Parvovirose canina- revisão de literatura.


Revista científica eletrônica de Medicina Veterinária. Ano VII, n. 12. Garça, 2009.

CRIVELLENTI, L. Z.; CRIVELLENTI, S, B. Casos de Rotina em Medicina Veterinária de


Pequenos Animais. 2 Ed. MedVet, 2015.

LOPES, F. A. Resposta imune ao parvovírus canino tipo 2 (CPV 2) em hidrogel de quitosana


administrado via sublingual. Programa de pós-graduação em tecnologia bioquímico-farmacêutica,
Universidade de São Paulo. São Paulo, 2012.

MARTINS, M. A. Estudo retrospectivo da parvovirose em cães atendidos no Hospital


Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia: 2017 - 2020. Trabalho de Conclusão de
Residência em Medicina Veterinária Preventiva, Universidade Federal de Uberlândia. Uberlândia,
2021.

PAVAN, T. R. Parvovirose canina- revisão de literatura. Especialização em análises clínicas


veterinárias, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2009.

RODRIGUES, B.; MOLINARI, B. L. D. Diagnóstico e tratamento de parvovirose canina:


revisão de literatura. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research, v, 21, n. 2, p.127-134.
Maringá, 2017.

STROTTMANN, D. M.; SCORTEGAGNA, G.; KREUTZ, L. C.; BARCELLOS, L. J. G.;


FRANDOLOSO, R.; ANZILIERO, D. Diagnóstico e estudo sorológico da infecção pelo
parvovírus canino em cães de Passo Fundo, Rio Grande do Sul, Brasil. Ciência Rural, v.38, n.2,
p.400-405. Santa Maria, 2008.

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