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Resumo do conteúdo gt 03 do S3
SINDROMES HIPERTENSIVAS NA GESTAÇÃO
fontes:
caderno 32, CAPÍTULO: 6.3.11 Síndromes hipertensivas na gestação

manual gestação alto risco do ministério da saúde, 2022

artigo sobre tratamento de hipertensão moderada:


Treatment for Mild Chronic Hypertension during Pregnancy

https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa2201295

Síndromes hipertensivas na gestação


A história prévia é essêncial para diferenciar cada um desses casos

que são:

Hipertensão Crônica

Determinada em situações onde há piora do quadro e das consequencias


de hipertensão prévia da mãe a partir da 20ª semana de gravidez.

Hipertensão Gestacional

(Detectada na gestante pela primeira vez a partir da 20ª semana de


gravidez e termina após a 12ª semana do parto).

É transitória.

Pré-eclâmpsia

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Caracterizada por hipertensão e proteinúria > 300mg/24h. Aparece após a
20ª semana de gravidez em gestantes normotensas.

Na ausência de proteinúria, se considera pré-eclâmpsia hipertensão


arterial acompanhada de comprometimento sistêmico ou disfunção de
órgãos-alvo (trombocitopenia, disfunção hepática, insuficiência renal,
edema pulmonar, iminência de eclâmpsia ou eclâmpsia) ou de sinais
de comprometimento placentário.

Relacionada a vasoconstrição aumentada.

aparece em todas as cores e sabores:

Pré-eclâmpsia precoce (<34 semanas de gestação)

Pré-eclâmpsia tardia (≥34 semanas)

Pré-eclâmpsia pré-termo (<37 semanas)

Pré-eclâmpsia de termo (≥37 semanas)

Eclâmpsia

É pré-eclâmpsia + CONVULSÕES sem outras causas.

sintomas
cefaleia, distúrbios visuais(decorrentes da hipertensão) ou hepáticos,
sendo náuseas, vômitos e dor no andar superior do abdome (epigástrio ou
no hipocôndrio direito)

Pré-eclâmpsia superposta a HAS (hipertensão arterial crõnica)

Quadro de pressão elevada com proteinúria e alterações associadas a


hipertensão crõnica.

A partir de 20 semanas.

Incidência

Uma das mais frequentes complicações gestacionais e grande causadora de


mortalidade materna e perinatal.

Presente em 5% a 10% de todas as gestações.

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Fisiopatologia

Diagnóstico
Clínico

específico

realiza medição da pressão seriada [possivelmente] com o teste rápido de


proteinúria.

proteinúria rápida foi adicionada pela rede cegonha

pressão >140 mmHg por 90mmHg, define hipertensão na gravidez.

emergencia hipertensiva, quando associada com sintomas e seguintes


medições de pressão:

pressão arterial (PA) sistólica ≥160 mmHg e/ou PA diastólica ≥110


mmHg, confirmada por intervalo de 15 minutos, aferida com técnica
adequada

Laboratorial

específico

exame de urina 24 horas pode medir quantidade de proteína e auxiliar


diagnóstico de eclâmpsia e pré-eclâmpsia. Relação proteinúria/creatinina <
0,3 indica alteração.

para pré-eclâmpsia de alto risco, são NECESSÁRIOS minimamente:

Hemograma (particularmente hematócrito, hemoglobina e plaquetas).


• Desidrogenase láctica (DHL).
• Bilirrubinas totais.
• Creatinina.
• Transaminase oxalacética (TGO/AST).

Tratamento
Objetivos:

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proteger a mãe contra os processos negativos da hipertensão (hemorragia
cerebral por ex.)

reduzir prematuridade do feto

manter perfusão útero-placentária

busca manter a PA sistólica da mae entre 130 e 150***, e a PA diastolica entre


80 e 100***

ou segudo o manual de pré natal de alto risco: entre 110 e 140/85 mmHg.

buscamos estabelecer tratamento com anti-hipertensivos em gestantes sob as


seguintes circunstâncias:

PA sistólica > 150mmHg e PA diastólica de 95 a 99mmHg ou sinais de


lesão
em órgão-alvo.

começa o tratamento precoce quando PA > 150/100mmHg.

portadoras de HAS crônica que usam anti-hipertensivos e com PA <


120/80mmHg, devem REDUZIR ou DESCONTINUAR o tratamento, e
monitorar a PA sistematicamente.

As indicações para o tratamento anti-hipertensivo não se baseiam


em ensaios clínicos com
desfechos claramente definidos, mas sim em padrões da prática
clínica estabelecidos ao longo de muitos anos

Ou seja, o tratamento tem embasamento na realidade clínica brasileira.

Pré-eclâmpsia

após o diagnóstico de pré-eclâmpsia deve-se encaminhar a gestante a


emergência obstétrica para fazer uma avaliação, e caso ela não permaneça lá,
encaminhar ao pré-natal de alto risco.

previne complicações a mantendo níveis de cálcio no sangue normais, se


necessário com suplementação.

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previne complicações dando doses baixas de ácido acetilsalicílico a partir da
12ª semana de gestação para gravidas de médio e alto risco.

o tratamento definitivo é a interrupção da gravidez e a remoção da


placenta.

a conduta a ser tomada deve levar em conta a gravidade da pré-eclâmpsia


e a idade gestacional, afim de tomar as medidas necessárias
(administração de corticoides para acelerar desenvolvimento pulmonar do
feto a partir da 24ª semana) para interromper a gestação a partir da 37ª
semana (ou antes) caso surjam complicações.

inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECAs) e os bloqueadores


dos receptores da angiotensina (BRA) são contraindicados.

tiazídicos podem ser continuados em gestantes com HAS crônica.

quando apresenta os seguintes fatores de risco, recomenda-se o término


da gravidez:

Síndrome HELLP.
• Eclâmpsia.
• Edema pulmonar/descompensação cardíaca.
• Alterações laboratoriais progressivas (trombocitopenia,
elevação de enzimas hepáticas).
• Insuficiência renal.
• Descolamento prematuro de placenta.
• Hipertensão refratária ao tratamento com três drogas
anti-hipertensivas.
• Alterações na vitalidade fetal

nesses casos, com sinais de gravidade, é merecida internação hospitalar


para acompanhamento e redução de danos.

condução conservadora só deve ser considerada quando estão presentes


as seguintes premissas: clínica estável, êxito no controle farmacológico de
hipertensão arterial, exames laboratoriais adequados e vitalidade fetal
preservada.

Eclâmpsia

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é administrado SULFATO DE MAGNÉSIO como profilaxia
anticonvulsivante.

As bases do tratamento são:

a manutenção da função cardiorrespiratória,

o controle das convulsões,

a prevenção de sua recorrência,

a correção da hipoxemia e da acidose materna,

o controle da hipertensão arterial grave

tratamento final é a remoção da placenta, com a interrupção da gestação


após cerca e 4 horas do surto convulsivo e do controle da crise
hipertensiva.

Emergência hipertensiva

requer:

hospitalização + cuidado intensivo

antecipação do parto

administração de anti-hipertensivos (hidralazina de preferência)

Hipertensão gestacional

para uso crônico:

medicação oral (alfametildopa) ou alternativos: antagonistas de canais de


cálcio (ACC), como nifedipino, anlodipino e verapamil.

gestante com hipertensão moderada se beneficia do uso de anti-hipertensivos


para manter pressão abaixo de 140/85mmHg, o que resulta em menores
chances de pré-eclâmpsia e necessidade de parto prematuro induzido.

Prognóstico (complicações associadas)


pré-eclâmpsia grave:

antes de 24 a 26 semanas (antes do limite da viabilidade)

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compartilhando com o casal o prognóstico desfavorável do prolongamento
da gestação.

entre 24 a 26 e 34 semanas

Na ausência das condições que indicam parto imediato, deve-se tentar


avançar pelo menos até 34 semanas.

ciclo de corticoterapia para amadurecimento de pulmão fetal. (a partir de:


27 a 34 semana)

entre 34 e 37 semanas

nos casos em que há melhora clínica e laboratorial, é possível considerar o


prolongamento da gestação, aproximando-se da 37ª semana.

colocar sob monitoramento contínuo em ambiente hospitalar.

parto nos casos de PE com sinais de gravidade

proporcionar a via mais segura.

via vaginal é preferível, com indução médica possível se a condição


materna e a vitalidade fetal permitirem.

Sindrome de Hellp
H (Hemólysis)(hemólise)

EL (elevated liver enzimes)(aumento das enzimas do fígado)

LP (low platelets)(plaquetas baixas)

Está associada ao vasoespasmo no fígado materno e a anemia hemolítica


microangiopática???.

Resultado do comprometimento hépato-hematológico que a pré-eclâmpsia causa.


Complicação GRAVE. Acomete 4% a 12% das gestantes com pré-eclãmpsia ou
eclãmpsia.

entre as complicações estão:

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hemorragia (sistema nervoso central, fígado, ferida operatória e descolamento
prematuro da placenta).

Sintomatologia: Mal estar, epigastralgia ou dor no hipocondrio direito, náusea, vômitos,


perda de apetite e cefaleia.

Confirmação laboratorial

plaquetopenia grave (poucas plaquetas no sangue) (<100.000 plaquetas/mm3)


(principal alteração)

presença de esquizócitos no sangue periférico (hemácias de formato alterado,


mucho, seco)

aumento da desidrogenase láctica

bilirrubna total > 1,2mg/dL

TGO > 70U/L

Encaminhamento:

quem apresentar sintomas, acompanhada de exames laboratoriais alterados,


deve ser encaminhada para urgência obstétrica, para avaliação.

o tratamento se foca em:

prevenção das complicações hemorrágicas

prevenção da eclâmpsia

controle da hipertensão arterial grave

desencadeamento do parto

Na presença de sangramento anormal e síndrome HELLP, ou na


presença de trombocitopenia grave (<20.000 plaquetas), mesmo sem
sangramento, a transfusão de concentrado de plaquetas está sempre
indicada

Diagnóstico diferencial

esteatose hepática aguda da gravidez

púrpura trombocitopênica

hepatite viral

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síndrome hemolítico-urêmica

glomerulonefrite

hiperêmese gravídica

úlcera péptica

pielonefrite

lúpus

uso de cocaína

etc.

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