Você está na página 1de 8

[GABRIEL CAVALCANTE DE AZEVEDO]

PRÉ-ECLAMPSIA
Sd CLÍNICAS DA
GESTAÇÃO

DOENÇA HIPERTENSIVA

CONCEITO
Engloba os distúrbios hipertensivos que ocorrem
apenas na gestação e no puerpério, sendo eles: É a principal forma de DHEG. Cursa com
Hipertensão arterial (≥140/90mmHg) E uma das:
• Hipertensão gestacional
• Pré-eclâmpsia (PE); • Proteinúria;
• Eclâmpsia; • Lesão de órgão-alvo;
• Disfunção útero-placentária.
• Síndrome HELLP;
• Pré-eclâmpsia sobreposta à hipertensão
✪ COMO CAI EM PROVA? Como definimos a
crônica.
proteinúria?
FISIOPATOLOGIA • Proteinúria de 24h ≥ 300mg OU
✪ COMO CAI EM PROVA? O principal fator e mais • Relação proteína/creatinina urinária ≥ 0,3
cobrado é a lesão endotelial vascular decorrente OU
da invasão placentária trofoblástica • Relação albumina/creatinina: ≥ 8
inadequada da musculatura média das mg/mmo OU
arteríolas espiraladas do útero. • Amostra isolada de urina ≥ +2 ou 1 g/l de
proteína
QUADRO CLÍNICO
☒ CUIDADO: NÃO É OBRIGATÓRIO a presença
O sinal comum a todas as formas clínicas da DHEG de proteinúria para o diagnóstico de pré-
é a hipertensão arterial na gestação com eclâmpsia! Outra situação que constantemente é
aparecimento após 20 semanas. Há também o colocada em provas é a presença de edema
clássico relato de edema (principalmente mãos e (clássico sintoma) quem também NÃO é critério!
pés), o qual também pode ser descrito como o
aumento de peso (>1kg/sem). PRÉ-ECLAMPSIA GRAVE
Quando a gestante apresenta hipertensão arterial
✪ COMO CAI EM PROVA? Alguns sintomas
grave (PAS ≥ 160mmhg e PAD ≥ 110 mmHg) não
indicam gravidade da doença, por isso devem ser
responsiva a tratamento OU sinais e sintomas de
valorizados, são eles: cefaleia, epigastralgia, dor
disfunção significativa de órgãos-alvo ou
em hipocôndrio direito, oligúria, alterações
uteroplacentária.
visuais, alteração do estado mental e convulsão.
✪ COMO CAI EM PROVA? O grande “X”da
DIAGNÓSTICO
questão aqui é o critério que não é mais
HIPERTENSÃO GESTACIONAL utilizado para definir a gravidade, a
PROTEINÚRIA.
Hipertensão arterial (≥140/90mmHg) após 20
semanas que normaliza após o puerpério E: CLASSIFICAÇÃO TEMPORAL
• AUSENCIA de proteinúria; Menos cobrada em provas, porém convem
• AUSENCIA de disfunção de órgãos-alvo lembrar:

É considerada leve quando a PAS é < 160 mmHg e • Precoce: ocorre antes das 34 semanas, tem
a PAD é < 110 mmHg, e severa/grave quando a maior relação com restrição de
pressão arterial ultrapassa esses valores. crescimento fetal e pior prognóstico
materno e fetal;
• Tardia: após 34 semanas, apresenta
menor comprometimento fetal e melhores
resultados materno-fetais
[GABRIEL CAVALCANTE DE AZEVEDO]

PRÉ-ECLAMPSIA SOBREPOSTA CONDUTA


Gestante com hipertensão arterial crônica (inicio HIPERTENSÃO GESTACIONAL LEVE OU PRÉ-
antes das 20 semanas), que após a 20ª semana ECLAMPSIA NÃO GRAVE
apresenta:
☒ CUIDADO: Diante de uma gestante com
• Proteinúria OU aumento dos níveis pressóricos após 20 semanas
• Aumento dos níveis pressóricos OU de gestação, mesmo sem sinais ou sintomas de
• Lesão de órgãos-alvo maternos ou gravidade, é importante solicitar exames
disfunção uteroplacentária; laboratoriais que avaliem disfunções de órgãos-
alvo.
ECLAMPSIA
ONDE TRATAR?
Complicação mais severa da DHEG, caracterizada
por convulsões tônico-clônicas generalizadas na A paciente é ambulatorial, devendo ser
ausência de outras causas. encaminhada ao pré-natal de alto risco.

✪ COMO CAI EM PROVA? O diagnóstico de TRATAMENTO MEDICAMENTOSO


eclâmpsia é eminentemente clínico! Manter PA abaixo de 140x 90 mmHg. São opções:
✪ COMO CAI EM PROVA? A eclampsia pode surgir • Metildopa: droga de escolha;
mesmo antes do diagnóstico de pré-eclâmpsia (as • Bloqueador de canal de cálcio (ninfedipino
questões gostam de induzir o erro de “é necessário e anlodipino)
um para ocorrência de outra”). • Bloqueador beta-adrenergico (metoprolol
ou pindolol);
IMINENCIA DE ECLAMPSIA
• Hidralazina oral
Na maioria das vezes, a convulsão é precedida de
sinais clínicos que chamamos de iminência de CONDUTA OBSTÉTRICA
eclâmpsia: Recomenda-se resolver a gestação ao redor de 37
semanas, porém é possível manter a gestação
• cefaleia frontal ou occipital persistente;
até 40 semanas, monitorando PA, sintomas,
• turvação visual;
exames laboratoriais e vitalidade fetal. Na
• escotomas;
hipertensão gestacional ou pré-eclâmpsia sem
• fotofobia;
sinais de gravidade, o parto vaginal é a via
• alteração do estado mental;
preferida
• hiperreflexia;
• epigastralgia ou dor em hipocôndrio FORMAS GRAVES
direito
ONDE TRATAR?
✪ COMO CAI EM PROVA? Conforme veremos
adiante, tão logo identificado estes sinais já Diante de um quadro sugestivo de pré-eclâmpsia
estamos autorizados a iniciar o protocolo de grave, por aumento dos níveis pressóricos (a partir
tratamento para eclampsia, visando prevenir seu de 160x110 mmHg) ou suspeita de lesão em
completo desfecho (convulsões); órgãos-alvo, a gestante deve ser encaminhada
imediatamente para internação.
SÍNDROME HELLP
SULFATO DE MAGNÉSIO
Síndrome clínica grave diagnosticada pelos
critérios:

• H- hemólise: DHL > 600UI/L, esquizócitos


• EL- elevação das enzimas hepáticas
(enzyme of liver) 2 x o nível superior ou
bilirrubinas >1,2
• LP- plaquetopenia (low platelets):
plaquetas < 100.000/mm3 Conduta mais importante nas formas graves pois
é a principal medida preventiva das convulsões e
✪ COMO CAI EM PROVA? Geralmente veremos também a medicação mais efetiva para o controle
uma gestante com queixa de DOR EM das convulsões. Existem três esquemas
HIPOCONDRIO DIREITO, mal-estar, náuseas e preconizados:
vômitos, associado a descrição dos achados
laboratoriais descritos.
[GABRIEL CAVALCANTE DE AZEVEDO]

• Prichard: é preferível quando se faz Via de regra a resposta quase sempre será
necessário transferir a paciente para “resolução da gestação”. Porém como quase toda
hospital de referência, pois a regra temos possíveis exceções. Na ausência de
administração é intramuscular complicações, conforme idade gestacional
• Zuspan: melhor para internação, com podemos:
administração endovenosa, permitindo o
melhor controle dessa medicação. • Abaixo de 24 semanas: resolução da
• Sibai (Zuspan modificado); gestação (risco materno elevado para uma
gestação possivelmente inviável);
✪ COMO CAI EM PROVA: Até quando manter? A • Entre 24 e 34 semanas: manter a
terapia de manutenção deve continuar por 24 hospitalização e tentar prolongar a
horas após o parto. Nos casos de eclâmpsia, o gravidez até 34 semanas. Caso a gestante
sulfato de magnésio deve ser administrado por 24 apresente algum sinal de piora do quadro,
horas após o episódio convulsivo. indica-se a resolução imediata da
gestação.
✪ COMO CAI EM PROVA: A complicação mais • Após 34 semanas: resolução da gestação.
temida do sulfato de magnésio é sua intoxicação, Se possível, administrar corticoterapia
que pode levar a depressão respiratória e morte. para amadurecimento pulmonar, mas o
Os sinais de intoxicação são: frequência uso dessa medicação não deve adiar o
respiratória < 16 mov/min e reflexo patelar parto.
ausente. Nesses casos, deve-se suspender a
medicação e administrar gluconato de cálcio a A via de parto preferencial é a via vaginal, mas vai
10% para evitar depressão respiratória. Em depender das condições maternas e fetais e do
pacientes com falência renal (creatinina > 1,0, tempo disponível para o parto.
oligúria < 30ml- 25 ml/hora) pelo maior risco de
acumulo do sulfato de magnésio, a dose de ✪ COMO CAI EM PROVA: A resolução da gestação
manutenção deve ser reduzida pela metade. deve ocorrer em TODOS OS CASOS DE
IMINÊNCIA DE ECLÂMPSIA, SD HELLP OU
☒ CUIDADO: No caso de eclâmpsia refratária ao ECLÂMPSIA depois que a gestante receber o
tratamento com sulfato de magnésio as sulfato de magnésio e apresentar estabilização do
medicações alternativas para o controle das quadro clínico. Não é indicado manter a
convulsões são: amobarbital de sódio, tiopental gestação, INDEPENDENTEMENTE da idade
ou fenitoína. gestacional.

CONTROLE DA HIPERTENSÃO GRAVE PREVENÇÃO DA PRÉ-ECLAMPSIA


O objetivo é manter a PA entre 140-150/90-100
mmHg. As medicações de escolha são:

• Hidralazina EV;
• Ninfedipina oral;
• Nitroprussiato em bomba de infusão (caso
refratariedade as duas primeiras
medicações);
Em gestante com alto risco de desenvolvimento de
CONDUTA OBSTÉTRICA pré-eclampsia somente duas medidas tem
impacto (iniciar até a 16ª semana,
preferencialmente até 12ª):

• AAS em baixa dose;


• Suplementacao de cálcio;

☒ CUIDADO: Não existe evidência de que a


suplementação de vitamina C, D, E, óleo de peixe,
ácido fólico e restrição de sal possam reduzir o
risco de pré-eclâmpsia;
[GABRIEL CAVALCANTE DE AZEVEDO]

COMPLICAÇÕES
DIABETES MELLITUS

CONCEITO
Diabetes mellitus (DM) na gestação é uma
expressão que engloba duas categorias
diagnósticas:

• DM diagnosticado previamente à gestação


• Hiperglicemia inicialmente detectada na
gravidez: Diabetes mellitus gestacional
(DMG) e DM prévio diagnosticado na
gestação (overt diabetes ou DM franco);

FATORES DE RISCO
São eles:

• Idade (aumento progressivo do risco com


o avançar da idade);
• Sobrepeso/obesidade (índice de massa
corporal – IMC ≥ 25 kg/m2); ✪ COMO CAI EM PROVA: A síndrome de regressão
• Antecedentes familiares de DM em parente caudal é a malformação mais associada ao
de 1º grau; diabetes. Portanto, apareceu síndrome de
• Antecedentes pessoais de alterações regressão caudal, pensou em diabetes.
metabólicas;
• Antecedentes obstétricos: ✪ COMO CAI EM PROVA: Muito frequentes
o ≥ 2 perdas gestacionais. também são as questões que abordam a distocia
o DMG de espádua, situação em que ocorre uma demora
o Polidrâmnio (maior bolsão ≥ 8 cm de mais de 60 segundos entre o desprendimento
ou o índice de líquido amniótico – da cabeça fetal e dos ombros, na ausência de
ILA ≥ 24 cm). qualquer manobra. Lembre-se das condutas
o Macrossomia (recém-nascido com preconizadas: manobra de McRoberts e Rubin I e
peso ≥ 4.000 g ou peso > percentil II.
90 para a idade gestacional).
o Óbito fetal/neonatal sem causa DIAGNÓSTICO
determinada
o Malformação fetal VIABILIDADE FINANCEIRA-TÉCNICA TOTAL

FISIOPATOGENIA
A gravidez é um período em que observamos
aumento fisiológico da resistência insulínica
(visam garantir que o feto tenha um aporte de
nutrientes adequado). Entretanto, se a função
pancreática da mulher não for suficiente para
sobrepujar o estado de resistência insulínica,
haverá progressão para um estado de intolerância
à glicose e DMG.

✪ COMO CAI EM PROVA: Esse estado decorre da


secreção placentária de hormônios catabólicos,
tais como: LACTOGÊNIO PLACENTÁRIO O PAPEL DA HBA1C?
(somatomamotropina coriônica), hormônio do As hemácias da gestante estão sob maior
crescimento (GH), hormônio liberador de turnover, portanto a HbA1c não é um exame que
corticotrofina (CRH), prolactina e progesterona. participa formalmente do rastreio do DM na
gestação. Geralmente faz parte do rastreio de
pacientes já sabidamente diabéticas que estão em
processo de tentativa de engravidar.
[GABRIEL CAVALCANTE DE AZEVEDO]

✪ COMO CAI EM PROVA: Há uma correlação baixo teor glicêmico, devendo alimentar-
positiva entre os valores da HbA1c durante as 10 se de 5 a 6 vezes ao dia e evitar intervalos
primeiras semanas de gravidez e o risco de superiores a 3 horas entre cada momento
malformações fetais. de alimentação.
• Atividade física: deve respeitar os
VIABILIDADE FINANCEIRA-TÉCNICA PARCIAL princípios gerais aplicáveis à população
geral e recomenda uma prática diária de
20 a 30 minutos/dia na maioria dos dias da
semana (idealmente todos os dias)

FARMACOLÓGICO
A insulina é a terapia farmacológica de primeira
escolha na gestante com DM, independentemente
do tipo de DM.

INDICAÇÕES
Deve ser iniciada nas seguintes situações:

• Paciente sabidamente portadora de DM2 e


que faça uso de antidiabéticos não
insulínicos.
• DM prévio diagnosticado na gestação.
• DMG refratária ao tratamento não
farmacológico (> 30% das glicemias fora
do alvo OU evidencias indiretas de
CONDUTA hiperinsulinemia fetal – CA> p75)

MONITORIZAÇÃO E METAS ESCOLHA DA INSULINA


As insulinas consideradas seguras para o uso
durante a gestação são:

• Insulinas basais: NPH e detemir;


• Insulinas prandiais: regular, asparte e
lispro;

SOBRE OS ANTIDIABÉTICOS ORAIS


Os únicos antidiabéticos orais “utilizáveis” no
período gestacional são a metformina e a
METAS GLICEMICAS glibenclamida (gliburida). Apesar disto a insulina
independentemente do tipo de DM ou da idade ainda é preferencia, tendo em vista que não
gestacional, são: ultrapassa a placenta e também tem mais estudos
demonstrando sua segurança.
• Jejum: 95mg/dL
• 1 hora pós-prandial: 140mg/dL ✪ COMO CAI EM PROVA: pela ANVISA NÃO são
• 2 horas pós-prandial: 120mg/dL aprovados na gestação (FDA autoriza com
indicações precisas).
A glicemia realizada 1 hora após o início da
refeição é a que reflete com maior precisão a CONDUTA OBSTÉTRICA
magnitude dos picos glicêmicos pós-prandiais e a A via de parto é uma decisão obstétrica nas
que mais se correlaciona com o risco de gestantes com DM, portanto não há indicação de
macrossomia. cesárea exclusivamente pelo fato de a paciente
ser diabética. Nas gestantes em tratamento
NÃO-FARMACOLÓGICA farmacológico, a conduta dependerá do controle
Assenta-se sobre: glicêmico:

• Dieta: priorizar alimentos in natura ou • Controle glicêmico adequado – indução do


minimamente processados e que tenham parto entre 39 e 39 6/7 semanas.
[GABRIEL CAVALCANTE DE AZEVEDO]

• Controle glicêmico inadequado – indução NÚMERO DE PLACENTAS


do parto entre 37 e 38 6/7 semanas.
Podem ser:
✪ COMO CAI EM PROVA: Via de regra, a cesárea
• Monocorionicas: uma placenta nutrindo os
agendada é proposta para gestantes com DM e
dois embriões;
fetos com peso ≥ 4.500 g a partir da 39ª semana
• Dicorionicas: duas placentas;
MONITORIZAÇÃO INTRAPARTO (CESAREA)
NUMERO DE CAVIDADES AMNIÓTICAS
Deve se manter jejum desde a noite anterior, com
Seguindo a mesma lógica:
administração de metade da dose total diária da
NPH. Controle da glicemia capilar a cada uma a • Monoamnióticas: uma cavidade amniótica
duas horas e infusão contínua de glicose 5%. para os dois embriões
• Diamnióticas: duas cavidades individuais;
RECLASSIFICAÇÃO PÓS-PARTO
Toda paciente com DMG deve ser reclassificada POSSIBILIDADES
do ponto de vista glicídico 6 semanas após o parto
e na ausência de tratamento farmacológico.

VIABILIDADE TOTAL

VIABILIDADE PARCIAL
A parte mais importante e a mais frequentemente
cobrada em provas é a junção destas 3
classificações (“quando é possível este cenário?).

GESTAÇÃO DIZIGÓTICAS
São oriundas da fecundação de dois óvulos por
dois espermatozóides, essas serão sempre
DICORIÔNICA e DIAMNIÓTICA, isto é, cada
embrião tem placenta e cavidade amniótica
GEMELARIDADE separadas e possuem material genético distinto

TIPOS GESTAÇÃO MONOZIGÓTICA


Nessas gestações, o tempo da divisão do zigoto
QUANTIDADE DE ÓVULOS FECUNDADOS
determina a quantidade de placentas
As gestações múltiplas podem ser de dois tipos, (corionicidade) e cavidades amnióticas
dependendo da quantidade de óvulos que foram (amnionicidade):
fecundados:
• Até 72h: dicoriônica e diamniótica;
• Monozigóticas: fecundação de um óvulo • Entre 4º e 8º dias: monocorionica e
por um espermatozóide, formando um diamniótica;
único zigoto que se divide posteriormente • Entre 8º e 13º dia: Monocoriônica e
em dois embriões. monoamniótica;
• Dizigóticas: dois óvulos são fecundados • Após 14º dia: uma placenta, uma cavidade
por dois espermatozóides, formando dois amniótica e embriões coligados;
zigotos que originarão dois embriões. O
material genético dos fetos é idêntico e,
por isso, seu sexo também
[GABRIEL CAVALCANTE DE AZEVEDO]

DETERMINAÇÃO DA CORIONICIDADE E apresenta policitemia, sobrecarga cardíaca e


AMNIOCIDADE até hidropisia.

✪ COMO CAI EM PROVA: O principal tratamento


na síndrome da transfusão feto-fetal é a
coagulação a laser das anastomoses
arteriovenosas por fetoscopia.

SEQUENCIA ANEMIA-POLICITEMIA
Também se caracteriza pelo desbalanço de
sangue entre as circulações dos dois fetos e
presença de anastomoses vasculares
arteriovenosas placentárias, porém em menor
O método mais efetivo para avaliar intensidade que a STFF. Sendo assim, não se
amnionicidade e corionicidade é a observa as alterações encontradas na STFF, mas
ultrassonografia do primeiro trimestre (entre sim, o aumento do pico de velocidade sistólico da
seis e 14 semanas), através da visualização ou nao artéria cerebral média (PVS-ACM) de um dos
da membrana amniótica: gêmeos e sua diminuição no outro feto
• Monocoriônica/monoamniótica: não há ✪ COMO CAI EM PROVA: não ocorre restrição de
membrana entre os fetos. crescimento e nem alteração do volume do líquido
• Monocoriônica/diamniótica:a membrana amniótico, como na STFF.
entre os fetos é fina, formando o sinal do T.
• Dicoriônica/diamniótica: a membrana GEMEO ACÁRDICO
entre os fetos é espessa, formando o sinal
Representa o grau extremo de anormalidade
do lambda. Nesse caso, é vista uma
vascular. O gêmeo acardíaco não possui um
projeção triangular do tecido placentário
coração funcional, recebendo sangue do gêmeo
entre as duas membranas coriônicas,
normal pela presença de anastomoses
conhecido como sinal do lambda ou Twin
arterioarteriais, que atua como bomba de
Peak, caracterizando dicorionicidade.
perfusão para o feto acárdico. A perfusão desigual
do feto normal (feto bomba) para o feto receptor
COMPLICAÇÕES
(feto acárdico) resulta em uma variedade de
alterações estruturais no feto acárdico, que pode
ter extremidades inferiores bem desenvolvidas
com tórax e crânio ausentes ou ser apenas uma
massa de tecido que não é facilmente reconhecida
como partes fetais.
✪ COMO CAI EM PROVA: As complicações que
ocorrem nas gestações múltiplas são um tópico ASSISTENCIA AO PARTO
bastante cobrado sobre esse tema, principalmente IG DE RESOLUÇÃO
as complicações exclusivas das gestações
monocoriônicas. É controverso (e por isso aparece pouco em
provas):
SÍNDROME DA TRANSFUSÃO FETO-FETAL
• Dicorionicas: aguardar o parto no termo,
Se caracteriza pelo desbalanço de sangue entre as sendo que alguns estudos sugerem não
circulações dos dois fetos, causado pela presença ultrapassar 38 semanas.
de anastomoses vasculares arteriovenosas • Monocorionicas e diamnioticas: a
placentárias profundas que permitem a resolução da gestação deve ocorrer entre
transferência de sangue de um feto (doador) para 36 a 38 semanas, quando não há
o outro (receptor). complicações
• Monocorionicas e monoamnióticas: não
✪ COMO CAI EM PROVA: O diagnóstico, devem ultrapassar 33 semanas.
geralmente entre 15 a 26 semanas de gravidez, é
feito pela discrepância no volume de líquido
amniótico, com oligoâmnio no feto doador e
polidrâmnio no feto receptor. Além disso, ocorre
anemia, restrição de crescimento e oligúria do
gêmeo doador, enquanto o feto receptor
[GABRIEL CAVALCANTE DE AZEVEDO]

VIA DE PARTO • Subclínico: não necessitam de tratamento.


Nesses casos, o mais importante é
acompanhar por parâmetros laboratoriais
a resolução do quadro.
• Clínico grave: uso de antitireoidianos está
indicado. As referencias mais recentes
indicam o uso de Propitiluracil no primeiro
trimestres e depois a troca pelo metimazol.

✪ COMO CAI EM PROVA: O uso de iodo radioativo


está formalmente contraindicado na gestação e
A via de parto nas gestações monocoriônicas e no aleitamento materno.
monoamnióticas deve ser a cesárea, pelo risco de
entrelaçamento de cordões. Nas gestações
diamnióticas é possível o parto vaginal.

TIREOIDOPATIAS

HIPOTIREOIDISMO

O hipotireoidismo CLÍNICO aumenta o risco de


complicações obstétricas, como abortamento,
pré-eclâmpsia e prematuridade. Há também
maior risco de redução do desenvolvimento
cognitivo dos filhos de mães hipotireoideas sem
tratamento adequado.

☒ CUIDADO: A associação entre hipotireoidismo


subclínico e complicações da gestação NÃO está
muito claro e o seu tratamento durante a gravidez
é controverso.

HIPERTIREOIDISMO
Deve ser suspeitado na presença de dificuldade de
ganho de peso, taquicardia em repouso, fraqueza
muscular e bócio. Não há evidências de que a
gestação piore o processo da doença ou torne seu
tratamento mais difícil. A conduta segue:

Você também pode gostar