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QUADRO CLÍNICO DIAGNÓSTICO TRATAMENTO


O quadro clínico de hipertensão arterial na gestação é O diagnóstico de hipertensão gestacional é feito a partir da O tratamento tem como objetivos diminuir os riscos maternos
caracterizado pela presença de pressão arterial (PA) ≥ 140/90 alteração da pressão arterial (PA) a partir de 20 semanas de da elevação da pressão arterial, evitar as complicações fetais e
mmHg em duas medidas com intervalo de 4 horas, após a 20ª gestação, em uma mulher previamente normotensa. Os prolongar a gestação até o momento mais seguro para o parto.
semana de gestação, em mulher previamente normotensa. A valores para diagnóstico são: O tratamento pode incluir as seguintes medidas:
hipertensão na gestação pode ser classificada em:
Hipertensão gestacional: quando a hipertensão surge somente PA sistólica (PAS) ≥ 140 mmHg ou PA diastólica (PAD) ≥ 90 Medidas não farmacológicas: consistem em orientações sobre o
após a 20ª semana de gestação e não há proteinúria (perda de mmHg em duas ocasiões, medidas em intervalo mínimo de 4 estilo de vida, como repouso relativo, dieta balanceada,
proteína na urina) ou disfunções orgânicas maternas ou fetais. horas. redução do consumo de sal, cessação do tabagismo e do uso
Essa condição pode evoluir para pré-eclâmpsia, que é uma PAS ≥ 160 mmHg ou PAD ≥ 110 mmHg em uma única medida de álcool e outras drogas, controle do peso e atividade física
grave hipertensão na gestação. ou com intervalo de minutos, caracterizando hipertensão moderada. Essas medidas podem ser suficientes para o
Hipertensão crônica: quando a hipertensão é diagnosticada ou grave. controle da hipertensão leve a moderada na gestação, sem
presente antes da gestação ou antes de 20 semanas de comprometimento fetal.
gestação. Essa condição pode se manter estável, se agravar ou O diagnóstico de hipertensão gestacional requer também a
se associar à pré-eclâmpsia. ausência de proteinúria (perda de proteína na urina) ou de Medidas farmacológicas: consistem no uso de medicamentos
Hipertensão crônica com superimposta pré-eclâmpsia: quando outras características clínicas que sugiram pré-eclâmpsia, anti-hipertensivos, indicados para o controle da hipertensão
a hipertensão crônica se agrava ou se associa à proteinúria ou como trombocitopenia, comprometimento da função hepática grave na gestação ou quando há sinais de comprometimento
disfunções orgânicas maternas ou fetais após a 20ª semana de ou renal, edema pulmonar ou novo episódio de cefaleia. materno ou fetal. Os medicamentos mais usados são a
gestação. metildopa, os betabloqueadores (como atenolol, labetalol ou
Pré-eclâmpsia/eclâmpsia: quando a hipertensão se associa à Para o diagnóstico de hipertensão gestacional, é necessário propranolol) e os bloqueadores dos canais de cálcio (como
proteinúria e/ou disfunções orgânicas maternas ou fetais após a realizar as seguintes investigações: nifedipina ou hidralazina). Esses medicamentos são
20ª semana de gestação, podendo evoluir para convulsões Urinálise: para verificar a presença ou ausência de proteinúria. considerados seguros para a mãe e para o feto. Devem ser
(eclâmpsia). A proteinúria pode ser detectada por testes químicos (fitas evitados os inibidores da enzima conversora de angiotensina
reagentes), coleta de urina de 24 horas ou relação (ECA), os bloqueadores dos receptores de angiotensina II
A hipertensão arterial na gestação pode causar complicações proteína/creatinina urinária (RPCU). A RPCU é preferível aos (BRA) e os antagonistas da aldosterona, pois podem causar
para a mãe e para o feto, como restrição do crescimento fetal, outros métodos por ser mais prática e precisa. A proteinúria é malformações fetais ou insuficiência renal fetal. Além dos anti-
descolamento prematuro da placenta, pré-eclâmpsia, definida como ≥ 300 mg em 24 horas ou RPCU ≥ 0,3. hipertensivos, em caso de pré-eclâmpsia, o uso de sulfato de
eclâmpsia, síndrome HELLP (hemólise, aumento das enzimas Hemograma: para avaliar a contagem de plaquetas e descartar magnésio é recomendado em todos os casos de pré-eclâmpsia
hepáticas e plaquetopenia), insuficiência renal, encefalopatia trombocitopenia (< 100.000/mm³). grave e eclâmpsia para prevenção e tratamento das crises
hipertensiva, acidente vascular cerebral, edema agudo de Testes de função hepática: para avaliar as enzimas hepáticas convulsivas.
pulmão e morte fetal. Além de apresentar valores elevados de (AST e ALT) e descartar comprometimento hepático (> 70 U/L
pressão arterial, a grávida hipertensa pode apresentar os ou o dobro do valor de referência). Metildopa: é considerada a droga de primeira escolha para o
seguintes sintomas: Dores de cabeça constantes, sobretudo na Eletrólitos, ureia e creatinina: para avaliar a função renal e tratamento da hipertensão arterial crônica na gestação e
nuca; Dores na barriga; Alterações na visão (como visão descartar insuficiência renal (creatinina > 1,1 mg/dL ou o dobro também para o controle da pré-eclâmpsia após a fase aguda. A
embaciada ou turva); Pernas, mãos ou face inchada. da concentração sérica na ausência de outra doença renal). dose inicial é de 250 mg, duas vezes ao dia, podendo ser
Fator de crescimento placentário (PlGF): para avaliar o risco aumentada até 3 g/dia, em doses fracionadas. Os principais
Pré-eclâmpsia, eclâmpsia e síndrome HELLP se diferenciam de complicações maternas ou fetais. O PlGF é uma proteína efeitos adversos são sonolência, depressão, boca seca e
pelos seguintes aspectos: produzida pela placenta que está diminuída na hipertensão retenção hídrica.
Pré-eclâmpsia: é caracterizada pela presença de hipertensão gestacional e na pré-eclâmpsia. Um valor baixo de PlGF (< 100 Betabloqueadores: são indicados como segunda escolha para o
arterial (PA ≥ 140/90 mmHg) e proteinúria (perda de proteína pg/mL) indica alto risco de complicações. tratamento da hipertensão arterial crônica na gestação e
na urina) após a 20ª semana de gestação, em mulher também para o controle da pré-eclâmpsia após a fase aguda.
previamente normotensa. A pré-eclâmpsia pode ser classificada Outras investigações que podem ser consideradas são: Os mais usados são atenolol, labetalol e propranolol. A dose
em leve ou grave, dependendo da gravidade da hipertensão, da Ácido úrico: para avaliar o risco de pré-eclâmpsia. O ácido inicial é de 25 a 50 mg/dia, podendo ser aumentada até 200
Hipertensão Arterial

quantidade de proteinúria e da presença de disfunções úrico está aumentado na hipertensão gestacional e na pré- mg/dia, em doses fracionadas. Os principais efeitos adversos
orgânicas maternas ou fetais, como insuficiência renal, eclâmpsia. Um valor elevado de ácido úrico (> 5,5 mg/dL) são bradicardia, broncoespasmo, hipoglicemia e restrição do
hepática, hematológica, neurológica ou cardíaca. A pré- indica alto risco de pré-eclâmpsia. crescimento fetal.
eclâmpsia pode evoluir para eclâmpsia ou síndrome HELLP se Monitoramento da pressão arterial por 24 horas: para confirmar Bloqueadores dos canais de cálcio: são indicados como terceira
não for tratada adequadamente. Na ausência de proteinúria, o diagnóstico de hipertensão gestacional e avaliar a gravidade escolha para o tratamento da hipertensão arterial crônica na
também se considera préeclâmpsia quando a hipertensão da hipertensão. O monitoramento consiste na medição gestação e também para o controle da pré-eclâmpsia após a
arterial for acompanhada de comprometimento sistêmico ou automática e intermitente da PA durante um período de 24 fase aguda. Os mais usados são nifedipina e hidralazina. A
disfunção de órgãos-alvo (trombocitopenia, disfunção hepática, horas, usando um aparelho portátil acoplado ao braço da dose inicial é de 10 a 20 mg/dia, podendo ser aumentada até
insuficiência renal, edema pulmonar, iminência de eclâmpsia ou paciente. A hipertensão gestacional é confirmada se a média 120 mg/dia, em doses fracionadas. Os principais efeitos
eclâmpsia) ou de sinais de comprometimento placentário da PA sistólica for ≥ 135 mmHg ou a média da PA diastólica adversos são cefaleia, rubor facial, taquicardia e edema
(restrição de crescimento fetal e/ou alterações for ≥ 85 mmHg durante o dia, ou se a média da PA sistólica for periférico.
dopplervelocimétricas). ≥ 120 mmHg ou a média da PA diastólica for ≥ 70 mmHg
Eclâmpsia: é caracterizada pela ocorrência de convulsões durante a noite. Medidas obstétricas: consistem na realização do parto quando
generalizadas e inexplicadas em mulheres com pré-eclâmpsia. Ultrassonografia fetal: para avaliar o crescimento e a vitalidade há risco de complicações maternas ou fetais pela hipertensão.
As convulsões podem ocorrer antes, durante ou após o parto fetal, a quantidade de líquido amniótico e a localização O momento ideal do parto depende da forma e da gravidade da
(até 48 horas pós-parto). A eclâmpsia é uma emergência placentária. A ultrassonografia pode detectar sinais de hipertensão, da idade gestacional, das condições maternas e
obstétrica que pode levar ao coma, ao edema cerebral, ao restrição do crescimento fetal, oligoâmnio ou descolamento fetais e da disponibilidade de recursos. Em geral, recomenda-se
acidente vascular cerebral, ao edema agudo de pulmão e à prematuro da placenta, que são complicações possíveis da o parto entre 34 e 37 semanas de gestação para as mulheres
morte materna ou fetal. hipertensão gestacional. com hipertensão crônica ou gestacional grave, entre 37 e 39
Síndrome HELLP: é caracterizada pela presença de hemólise Velocimetria da artéria umbilical por Doppler: para avaliar o semanas para as mulheres com hipertensão crônica ou
(H), enzimas hepáticas elevadas (EHE) e plaquetopenia (baixa fluxo sanguíneo entre a placenta e o feto. A velocimetria por gestacional leve a moderada e entre 34 e 37 semanas para as
contagem de plaquetas) em mulheres com pré-eclâmpsia ou Doppler pode detectar alterações na resistência vascular mulheres com hipertensão crônica com superimposta pré-
eclâmpsia. A síndrome HELLP pode ocorrer antes ou após o placentária, que podem indicar insuficiência placentária e eclâmpsia. O parto pode ser antecipado antes de 34 semanas
parto (até 7 dias pós-parto). A síndrome HELLP é uma forma comprometimento fetal. se houver sinais de pré-eclâmpsia grave, eclâmpsia, síndrome
grave de pré-eclâmpsia que pode causar complicações como HELLP, descolamento prematuro da placenta, restrição do
descolamento prematuro da placenta, coagulação intravascular crescimento fetal ou sofrimento fetal agudo. O parto pode ser
disseminada, insuficiência hepática, insuficiência renal, vaginal ou cesárea, dependendo das condições clínicas e
sangramento e morte materna ou fetal. obstétricas.

Os fatores de risco para a hipertensão arterial na gestação são


aqueles que aumentam a probabilidade de uma mulher
desenvolver hipertensão durante a gravidez, seja ela crônica,
gestacional ou pré-eclâmpsia. Alguns desses fatores são:
História familiar de hipertensão ou pré-eclâmpsia
Idade materna avançada (> 35 anos) ou muito jovem (< 18
anos)
Nuliparidade (primeira gestação)
Gestação múltipla (gêmeos, trigêmeos, etc.)
Obesidade ou excesso de peso
Má alimentação ou consumo excessivo de sal
Sedentarismo ou falta de atividade física
Doenças pré-existentes, como diabetes, doença renal, doença
cardíaca, doença autoimune ou trombofilia
Uso de drogas ilícitas, álcool ou tabaco
Intervalo interpartal curto (< 2 anos) ou longo (> 10 anos)
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O quadro clínico de diabetes gestacional é caracterizado por Segundo a FEBRASGO, o diagnóstico de diabetes gestacional O tratamento clínico deve começar logo. O controle do açúcar no
um aumento da glicose no sangue durante a gravidez, que é feito com base nos valores de glicemia em jejum e no teste sangue tem como objetivo manter os níveis normais:
pode causar complicações para a mãe e para o bebê. Os oral de tolerância à glicose (TOTG) com 75 g de dextrosol, • Em jejum, menor que 95 mg/dL
sintomas de diabetes gestacional podem ser semelhantes aos realizados entre 24 e 28 semanas de gestação. • Uma hora depois de comer, menor que 140 mg/dL
do diabetes comum, como: • Duas horas depois de comer, menor que 120 mg/dL
Para saber se a grávida tem diabetes, deve-se fazer: As grávidas que não usam remédio devem fazer esse teste todo dia
(ou pelo menos três vezes por semana), em quatro momentos
Polidipsia: sede excessiva e ingestão de líquidos.  Glicemia de jejum (GJ) na primeira consulta.
(antes de comer, depois do café da manhã, depois do almoço e
Poliúria: aumento da frequência e do volume urinário.  Se o resultado for maior ou igual a 126, ela já tinha depois do jantar).
Polifagia: fome e apetite aumentados. diabetes antes de engravidar. As grávidas que usam insulina devem fazer esse teste todo dia.
Perda de peso: apesar do aumento do apetite e da ingestão  Se o resultado for entre 92 e 125, ela tem diabetes As grávidas que já tinham diabetes antes devem fazer esse teste
alimentar. gestacional. também antes de comer.
Infecções: maior propensão a infecções urinárias, vaginais ou  Se o resultado for menor que 92, ela deve fazer outro O SUS fornece de graça o material para fazer esse teste para as
de pele. exame entre 24 e 28 semanas, chamado TOTG, que grávidas com diabetes. O tempo para fazer o teste depois de comer
mede o açúcar no sangue em jejum e depois de tomar deve ser contado desde o começo da refeição.
No entanto, muitas vezes, a diabetes gestacional não causa um líquido doce.
sintomas evidentes e só é descoberta através dos exames de  No TOTG, se o resultado em jejum for maior ou igual a Medidas não farmacológicas
rotina do pré-natal. Por isso, é importante realizar o 126, ou se o resultado depois de duas horas for maior Comer bem e fazer exercício são o primeiro passo do tratamento.
rastreamento para diabetes gestacional entre a 24ª e a 28ª ou igual a 200, ela já tinha diabetes antes de Cerca de 70% das grávidas com diabetes conseguem controlar o
semanas de gestação, através da curva glicêmica ou teste oral engravidar. açúcar no sangue com essas medidas. A comida deve ser escolhida
de tolerância à glicose (TOTG). Esse exame consiste na coleta  No TOTG, se pelo menos um dos resultados (em jejum, de acordo com o peso, a idade, o exercício e as condições de vida
de sangue em jejum e após a ingestão de uma solução de depois de uma hora ou depois de duas horas) estiver da grávida. A comida deve ter nutrientes variados, considerando o
número de refeições, a quantidade e a qualidade dos alimentos.
glicose, para avaliar como o organismo da gestante metaboliza fora dos limites normais (92, 180 e 153), ela tem
Devem-se preferir alimentos naturais ou pouco processados, e
o açúcar. Os valores para o diagnóstico de diabetes gestacional diabetes gestacional. incluir grupos como: grãos; legumes, verduras e frutas; leite e
são:  Se não puder fazer o TOTG, ela deve repetir Glicemia de derivados; carnes, peixes e ovos; óleos e gorduras vegetais. A
jejum (GJ) entre 24 e 28 semanas, usando os mesmos divisão dos nutrientes deve ser: 40% a 55% de carboidratos, 15% a
Glicemia em jejum: maior ou igual a 92 mg/dL. valores do primeiro exame. 20% de proteínas e 30% a 40% de gorduras. O açúcar pode ser
Glicemia após 1 hora: maior ou igual a 180 mg/dL. trocado por adoçantes (no máximo 6 saquinhos ou 15 gotas por
Glicemia após 2 horas: maior ou igual a 153 mg/dL. Como a gravidez com diabetes é de risco, é muito importante dia); aspartame, acesulfame de potássio, ciclamato, entre outros,
fazer uma ultrassonografia obstétrica precoce no começo para podem ser usados na gravidez. Pode-se fazer um lanche à noite
Se pelo menos dois desses valores estiverem alterados, o confirmar o tempo de gravidez e ver se o bebê está se com 25 g de carboidratos, além de proteínas ou gorduras;
diagnóstico de diabetes gestacional é confirmado. formando bem. importante para evitar que o açúcar no sangue fique muito baixo nas
O tamanho do bebê tem relação com a quantidade de insulina mulheres que usam insulina. As grávidas devem ser incentivadas a
Os fatores de risco para a diabetes gestacional são: que ele produz, que depende da quantidade de açúcar que a continuar ou a começar a fazer exercício na gravidez, se não houver
Idade materna mais avançada (acima de 25 anos); mãe tem no sangue e que passa para ele pela placenta. No problema para isso. Recomenda-se a caminhada orientada – de
Ganho de peso excessivo durante a gestação; diabetes gestacional, o problema mais comum é o bebê intensidade moderada, 5 ou mais dias na semana, por 30 a 40
minutos.
Sobrepeso ou obesidade; crescer demais, tanto o grande para o tempo de gravidez
Síndrome dos ovários policísticos; (GIG), definido por peso ao nascer maior que 90% dos outros
Tratamento farmacológico
História prévia de filhos nascidos com mais de 4 kg; bebês (≥P90), como o macrossômico, com peso ao nascer A insulina deve ser usada quando a comida e o exercício não forem
História de diabetes gestacional prévio; acima de 4.000 g. suficientes para manter o açúcar no sangue normal (30% ou mais
História familiar de diabetes em parentes de 1º grau; A estimativa do peso do bebê pelo ultrassom pode errar dos valores glicêmicos alterados). Para o diabetes gestacional ou
Hipertensão arterial sistêmica e gestação múltipla. bastante. A medida da circunferência abdominal é a mais diagnosticado na gestação, as insulinas mais usadas são a
importante para estimar se ele está crescendo demais, pois protamina neutra Hagedorn (NPH), de origem humana e ação
A diabetes gestacional é uma condição que pode trazer inclui o fígado, que é um órgão sensível às mudanças de intermediária, e a regular, de origem humana e ação rápida. Os
complicações para a mãe e o bebê, como macrossomia, tamanho dentro da barriga da mãe. análogos de insulina de ação ultrarrápida – asparte e lispro – são
hipoglicemia neonatal, pré-eclâmpsia, entre outras. Por isso, é Em geral, a avaliação pelo ultrassom do tamanho do bebê liberados para uso na gestação e têm indicações específicas, com
Diabetes Gestacional

importante fazer o rastreamento e o controle adequados da começa entre 24 e 28 semanas, mas pode mudar se houver potenciais vantagens sobre a insulina regular nos casos de
glicemia na gestação. O teste mais recomendado para o suspeita de alteração do tamanho do bebê. A avaliação do hipoglicemia persistente (quando o açúcar no sangue fica muito
diagnóstico é o TOTG com 75g. bem-estar do bebê é indicada no diabetes gestacional tratado baixo com frequência), de difícil controle. O análogo de ação
com insulina ou mal controlado, com início na 32ª semana, prolongada Detemir é seguro na gravidez, mas só é usada em
Se a glicemia não for controlada adequadamente durante a frequência de 1 ou 2 vezes por semana, junto com a avaliação mulheres que já tinham diabetes tipo 1 antes de engravidar. A dose
e o tipo de insulina devem ser definidos pelo teste de açúcar no
gestação, algumas das complicações mais comuns podem do tamanho do bebê e da quantidade de líquido na barriga da
sangue. Assim, as insulinas que duram mais tempo são usadas para
acontecer: mãe. controlar o açúcar em jejum e antes de comer; as insulinas que
Para a mãe: pré-eclâmpsia, hipertensão arterial, infecções agem mais rápido são usadas para controlar o açúcar depois de
urinárias, parto prematuro, cesariana, hemorragia pós-parto; comer. A dose inicial deve ser calculada pelo peso atual, sendo
Para o bebê: macrossomia (peso elevado ao nascer), recomendada 0,5 UI/kg/dia, dividida em duas ou três vezes,
hipoglicemia neonatal, hipocalcemia, hiperbilirrubinemia, podendo ser mais na parte da manhã (dois terços em jejum, um
policitemia, síndrome da angústia respiratória, malformações terço antes do almoço e um terço na hora de dormir); ou pode-se
congênitas, morte fetal ou neonatal. dividir a dose em quatro vezes, usando insulina rápida nas refeições
(café da manhã, almoço e jantar) e NPH à noite. As avaliações do
açúcar no sangue para ajustar as doses devem acontecer a cada 15
dias até a 30ª semana e, toda semana, depois dessa semana até o
parto. Esse intervalo pode mudar de acordo com cada caso. As
doses devem ser ajustadas de acordo com o açúcar no sangue. Os
remédios para diabetes em comprimido (como metformina e
glibenclamida) ainda não estão liberados para uso na gravidez. A
metformina pode ser usada em casos muito específicos, como:
dificuldade para conseguir ou aplicar insulina; estresse exacerbado
em decorrência do uso de insulina, com potencial restrição
alimentar; necessidade de muita insulina (>100 unidades) sem
resposta adequada no controle glicêmico.

Cuidados no parto com diabetes gestacional


Se o diabetes estiver bem controlado sem remédio, o parto pode ser
entre 39 e 40 semanas (conduta expectante), se tudo estiver bem.
Se o diabetes estiver controlado com remédio, o parto deve ser
entre 39 e 39 semanas e meia. Se o diabetes estiver mal controlado,
o parto deve ser a partir da 37ª semana.
Os níveis de glicose intraparto devem ficar entre 100mg/dL e
120mg/dL durante o parto; se ficar abaixo de 70mg/dL, deve-se dar
glicose na veia; se ficar acima de 120mg/dL, deve-se dar insulina
regular de ação rápida, via subcutânea. A maioria das mulheres com
DMG e adequado controle glicêmico não precisa de insulina no
parto. Se o parto começar sozinho e a mulher já tiver tomado
insulina, deve-se dar infusão continua de glicose a 5% (125 mg/h),
por via intravenosa, e monitoramento da glicemia capilar a cada
uma ou duas horas. Se for cesárea marcada, deve-se ficar em jejum
por oito horas, tomar metade ou um terço da insulina NPH de
manhã, dar glicose na veia e medir o açúcar no sangue a cada duas
horas. Se for indução do parto, deve-se comer e tomar insulina
como na cesárea marcada; se for preciso, tomar insulina regular em
jejum também.
Depois do parto, a maioria das mulheres pode parar de tomar
remédio para diabetes. Entretanto, alguns casos de hiperglicemia
persistente poderão necessitar de monitoramento dos níveis de
glicose por 24 a 72 horas após o parto.
Depois de seis a oito semanas, deve-se fazer preferencialmente
TOTG, medidas de jejum e duas horas. Se os valores forem altos
(jejum ≥126 mg/dL ou duas horas ≥200 mg/dL) , deve-se tratar o
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O quadro clínico de pacientes com câncer de colo de útero O rastreamento do câncer de colo uterino é feito por meio de O tratamento do câncer de colo uterino depende do estágio da
pode variar de acordo com o estágio da doença. Na fase inicial, exames que detectam lesões precursoras ou o próprio câncer doença, que é determinado pelo tamanho do tumor, pela
o câncer de colo de útero pode não causar sintomas ou causar em mulheres sem sintomas. O objetivo é identificar e tratar as invasão dos tecidos adjacentes e pela presença de metástases.
sintomas leves, como sangramento vaginal irregular, lesões antes que elas evoluam para o câncer invasivo. O O tratamento do câncer de colo uterino pode envolver os
principalmente após a relação sexual1. Por isso, é importante rastreamento do câncer de colo uterino pode ser feito por seguintes métodos:
fazer exames preventivos periódicos para detectar lesões diferentes métodos, como:
precursoras do câncer. Na fase avançada, o câncer de colo de Cirurgia, que consiste na remoção do tumor e dos tecidos
útero pode causar sintomas como: Citologia oncótica (Papanicolaou), que consiste na coleta de afetados. A cirurgia pode ser conservadora (como a conização
• Sangramento vaginal intenso e prolongado, que pode ser células do colo do útero e da vagina para análise microscópica. ou a traquelectomia) ou radical (como a histerectomia ou a
acompanhado de secreção com mau cheiro. Esse exame pode detectar alterações celulares causadas pelo exenteração pélvica). A escolha da cirurgia depende do grau de
• Dor pélvica ou abdominal, que pode irradiar para as costas ou HPV ou pelo câncer. invasão do tumor e da preservação da fertilidade da mulher. A
pernas. Teste de DNA-HPV, que consiste na coleta de material do colo caracterização da indicação do tipo de cirurgia para o
• Dor ao urinar ou dificuldade para urinar. do útero para identificar a presença do vírus HPV e seus tratamento do câncer de colo uterino é baseada nos seguintes
• Inchaço nas pernas ou na região genital. subtipos oncogênicos. Esse exame pode indicar o risco de critérios:
• Perda de peso involuntária ou anemia. desenvolver lesões ou câncer no futuro. Conização ou traquelectomia: são cirurgias conservadoras
O câncer de colo de útero é causado principalmente pela Inspeção visual com ácido acético (IVA), que consiste na que preservam o útero e a fertilidade da mulher. São
infecção pelo papilomavírus humano (HPV), um vírus aplicação de vinagre no colo do útero e na observação de indicadas para casos de carcinoma microinvasor (estágio
transmitido pelo contato sexual. Existem vacinas que podem alterações na cor ou na textura da mucosa. Esse exame pode IA1) ou lesões pré-invasivas (NIC 2 ou 3) que não podem
prevenir a infecção pelos tipos mais comuns de HPV que detectar lesões visíveis causadas pelo HPV ou pelo câncer. ser tratadas por métodos destrutivos (como crioterapia ou
causam o câncer. Além disso, o uso de preservativo e a eletrocauterização).
realização de exames preventivos podem reduzir o risco de A FEBRASGO recomenda que o rastreamento do câncer de Histerectomia: é a cirurgia que remove o útero e o colo do
desenvolver a doença. Os fatores de risco para o câncer de colo uterino seja feito da seguinte forma: útero. Pode ser simples (quando preserva os anexos) ou
colo uterino são: Mulheres entre 25 e 30 anos devem fazer a citologia oncótica a radical (quando remove os anexos, os paramétrios e os
• Infecção persistente por subtipos oncogênicos do vírus HPV cada três anos, após dois exames normais consecutivos linfonodos pélvicos). É indicada para casos de carcinoma
(papilomavírus humano), especialmente o HPV-16 e o HPV-18, realizados com um intervalo de um ano. Se o resultado for invasor inicial (estágio IA2 ou IB1) ou lesões pré-invasivas
que são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer anormal, elas devem ser encaminhadas para a colposcopia, que não podem ser tratadas por métodos conservadores.
cervical. O HPV é um vírus transmitido pelo contato sexual e que é um exame que permite visualizar o colo do útero com Exenteração pélvica: é a cirurgia que remove o útero, o colo
pode causar lesões no colo do útero que podem evoluir para o uma lente de aumento e fazer biópsias das lesões suspeitas. do útero, a vagina, a bexiga, o reto e os linfonodos pélvicos.
câncer. Mulheres entre 30 e 64 anos devem fazer o teste de DNA-HPV É indicada para casos de carcinoma invasor avançado
• Tabagismo, que aumenta o risco de infecção pelo HPV e de a cada cinco anos. Se o resultado for positivo para os subtipos (estágio IIB ou superior) ou recidivas locais após tratamento
persistência das lesões cervicais. 16 ou 18, elas devem ser encaminhadas para a colposcopia. com radioterapia.
Início precoce da vida sexual, que aumenta a exposição ao Se o resultado for positivo para outros subtipos oncogênicos, Radioterapia, que consiste na aplicação de radiação ionizante
HPV e a outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) elas devem fazer a citologia oncótica e, se anormal, ser para destruir as células tumorais. A radioterapia pode ser
que podem favorecer o desenvolvimento do câncer. encaminhadas para a colposcopia. externa (quando a radiação é aplicada de fora do corpo) ou
• Grande quantidade de parceiros sexuais, que também Mulheres acima de 65 anos que fizeram os exames interna (quando a radiação é aplicada dentro da vagina ou do
aumenta a exposição ao HPV e a outras DSTs. preventivos regularmente, com resultados normais, podem útero). A radioterapia pode ser usada como tratamento
• Sistema imunológico fraco, principalmente em pessoas que interromper o rastreamento. Caso contrário, elas devem principal, complementar à cirurgia ou paliativo para aliviar os
têm alguma condição que interfere na imunidade, como continuar fazendo os exames até terem dois resultados sintomas.
HIV/AIDS, uso de drogas imunossupressoras ou transplante de negativos consecutivos. Quimioterapia, que consiste na administração de medicamentos
órgãos. que atuam no ciclo celular das células tumorais. A quimioterapia
Câncer de colo uterino

• Uso prolongado de pílula anticoncepcional (mais de 5 anos), O rastreamento do câncer de colo uterino de acordo com o pode ser usada como tratamento principal, complementar à
que pode alterar o equilíbrio hormonal e favorecer o grau da lesão é o seguinte: radioterapia ou paliativo para aliviar os sintomas.
crescimento das células anormais no colo do útero. Lesões de baixo grau (NIC 1 ou ASC-US): devem ser Cuidados paliativos, que consistem em medidas para melhorar
• Histórico de câncer de colo de útero na família, que pode acompanhadas com citologia oncótica e teste de DNA-HPV a a qualidade de vida da paciente e aliviar o sofrimento causado
indicar uma predisposição genética para a doença. cada seis meses por dois anos. Se houver persistência da pela doença. Os cuidados paliativos podem incluir o controle da
• Mais de três gestações, que pode estar relacionado a lesão ou progressão para lesão de alto grau, deve-se dor, o manejo dos efeitos colaterais do tratamento, o apoio
alterações hormonais e inflamatórias no colo do útero. encaminhar para colposcopia. Se houver regressão da lesão psicológico e social e o atendimento domiciliar.
ou resultados negativos, deve-se retornar ao rastreamento
habitual.
Lesões de alto grau (NIC 2 ou 3, ASC-H, AGC ou AIS): devem
ser encaminhadas para colposcopia e biópsia dirigida. Se
confirmada a lesão, deve-se realizar o tratamento adequado,
que pode ser por métodos destrutivos (como crioterapia ou
eletrocauterização) ou por métodos excisionais (como
conização ou traquelectomia). Após o tratamento, deve-se
fazer o seguimento com citologia oncótica e teste de DNA-HPV
a cada seis meses por dois anos. Se houver recidiva da lesão
ou persistência do HPV, deve-se repetir a colposcopia e a
biópsia. Se houver resultados negativos, deve-se retornar ao
rastreamento habitual.
Carcinoma microinvasor (estágio IA1): deve ser tratado por
conização ou traquelectomia, se houver desejo de preservação
da fertilidade, ou por histerectomia simples, se não houver.
Após o tratamento, deve-se fazer o seguimento com citologia
oncótica e teste de DNA-HPV anualmente por cinco anos. Se
houver recidiva da lesão ou persistência do HPV, deve-se
repetir a colposcopia e a biópsia. Se houver resultados
negativos, deve-se retornar ao rastreamento habitual.
Carcinoma invasor inicial (estágio IA2 ou IB1): deve ser tratado
por histerectomia radical com linfadenectomia pélvica, se não
houver comprometimento dos linfonodos ou dos paramétrios.
Em alguns casos selecionados, pode-se optar pela
traquelectomia radical com linfadenectomia pélvica, se houver
desejo de preservação da fertilidade. Após o tratamento, deve-
se fazer o seguimento com exame físico e exames de imagem
a cada três meses no primeiro ano, a cada quatro meses no
segundo ano e a cada seis meses nos anos seguintes. Se
houver recidiva da doença, deve-se avaliar a possibilidade de
radioterapia ou quimioterapia.
Carcinoma invasor avançado (estágio IIB ou superior): deve
ser tratado por radioterapia externa combinada com
quimioterapia e braquiterapia. Em alguns casos selecionados,
pode-se optar pela cirurgia de exenteração pélvica após a
radioterapia. Após o tratamento, deve-se fazer o seguimento
com exame físico e exames de imagem a cada três meses no
primeiro ano, a cada quatro meses no segundo ano e a cada
seis meses nos anos seguintes. Se houver recidiva da doença,
deve-se avaliar a possibilidade de quimioterapia paliativa ou
cuidados paliativos.
. QUADRO CLÍNICO DIAGNÓSTICO TRATAMENTO
Pré-eclâmpsia sem sinais de gravidade
Quando a gestante tem pré-eclâmpsia sem gravidade, ela deve ficar no hospital para fazer mais exames e ver se não tem sinais de gravidade. A pré-eclâmpsia é uma doença que causa pressão alta
e pode trazer riscos para a mãe e o bebê. Os cuidados que ela deve ter são:
• Controlar a pressão arterial e manter entre 110 a 140 x 85 mmHg.
• Fazer repouso e evitar atividades físicas ou estressantes, que podem aumentar a pressão arterial.
• Ir ao médico toda semana para ver como está o bebê e fazer exames de sangue e urina.
• Voltar ao hospital se sentir algum sintoma de piora da doença, como dor de cabeça forte, dor na barriga, falta de ar ou visão embaçada.
• Ter o parto com 37 semanas, se tudo estiver bem. O médico pode induzir o parto nessa época.
• Depois do parto, continuar controlando a pressão arterial e ficar atenta aos sintomas de eclâmpsia, que é uma forma grave de pré-eclâmpsia, ou de síndrome HELLP, que é uma complicação da pré-
eclâmpsia que afeta o sangue e o fígado.

Pré-eclâmpsia com sinais de gravidade


Pré-eclâmpsia com gravidade É quando a gestante com pré-eclâmpsia tem os seguintes sinais de que a doença está piorando:
• Pressão alta com pressão sistólica maior ou igual a 160 mmHg e/ou pressão diastólica maior ou igual a 110 mmHg, medida duas vezes com 15 minutos de diferença, usando o aparelho certo. Se
tiver sintomas junto com a pressão alta, é uma situação de muito risco.
• Síndrome HELLP, que é uma complicação da pré-eclâmpsia que afeta o sangue e o fígado.
• Sinais de que pode ter eclâmpsia, que é uma forma grave de pré-eclâmpsia, como dor de cabeça, problemas na visão (luzes, pontos ou manchas), reflexos muito fortes, ou dor na barriga em cima
ou do lado direito.
• Eclâmpsia, que é quando a gestante tem convulsões por causa da pré-eclâmpsia.
• Inchaço nos pulmões, que dificulta a respiração.
• Dor no peito, que pode ser sinal de problemas no coração ou nos pulmões por causa da pré-eclâmpsia.
• Problemas nos rins, identificados pelo aumento dos níveis de creatinina e ureia no sangue, além de fazer pouco xixi (menos de 500 mL por dia).

Quando a gestante tem pré-eclâmpsia com gravidade, ela deve ter o parto o mais rápido possível, não importa o tempo de gravidez, se tiver uma das seguintes situações:
• Síndrome HELLP, que é uma complicação da pré-eclâmpsia que afeta o sangue e o fígado.
• Eclâmpsia, que é quando a gestante tem convulsões por causa da pré-eclâmpsia.
• Inchaço nos pulmões ou problemas no coração.
• Piora dos exames de sangue (plaquetas baixas, enzimas do fígado altas).
• Problemas nos rins.
• Descolamento da placenta.
• Pressão alta que não melhora com três remédios diferentes.
• Problemas na saúde do bebê.
• Todos os casos de pré-eclâmpsia com gravidade precisam ficar no hospital para cuidar e evitar mais danos. O parto só pode ser adiado se a gestante estiver bem, a pressão alta estiver controlada
com remédio, os exames de sangue estiverem bons e o bebê estiver bem.
Pré-eclâmpsia

Os exames mínimos na pré-eclâmpsia com gravidade são:


• Hemograma (para ver o número de glóbulos vermelhos, hemoglobina e plaquetas).
• Desidrogenase láctica (DHL), que é uma enzima do fígado.
• Bilirrubinas totais, que são substâncias do fígado.
• Creatinina, que é uma substância dos rins.
• Transaminase oxalacética (TGO/AST), que é outra enzima do fígado.
• O sulfato de magnésio é um remédio para evitar convulsões, que pode acontecer nos casos de pré-eclâmpsia com gravidade, iminência de eclâmpsia, eclâmpsia, síndrome HELLP e pressão alta
difícil de controlar. Esse remédio deve ser usado quando há risco de convulsão, mas isso não significa que o parto deve ser feito na hora. Pressão sistólica maior ou igual a 160 mmHg e/ou pressão
diastólica maior ou igual a 110 mmHg, mesmo sem sintomas, indica que deve-se usar sulfato de magnésio para prevenir convulsões.

Agentes recomendados para o tratamento da crise ou emergência hipertensiva em gestantes


Remédios de ação rápida: devem baixar a pressão arterial aos poucos, sem ser muito rápido ou muito forte, para evitar riscos de derrame, infarto, problemas nos rins ou falta de oxigênio no bebê. O
objetivo deve ser baixar a pressão arterial de 15% a 25% na primeira hora. Os remédios de ação rápida são:

Hidralazina (Injeção de 20 mg/mL): Dose inicial: 5 mg, na veia; Repetir, se precisar: 5 mg a cada 20 minutos; Dose máxima: 30 mg.
Nitroprussiato de sódio (Injeção 50 mg/2 mL): Dose inicial: 0,5 mcg a 10 mcg por quilo por minuto, na veia sem parar.

Remédios de manutenção por via oral: devem ser tomados depois que a pressão arterial estiver mais estável. O remédio de manutenção por via oral é:
Nifedipino (Comprimido de 10 mg): Dose inicial: 10 mg, por boca; Repetir, se precisar: 10 mg a cada 20 a 30 minutos (por boca); Dose máxima: 30 mg.

Os dez passos no manejo da convulsão eclâmptica


1. Aspirar as secreções e inserir um protetor bucal.
2. Medir a saturação de O2 e administrar O2 a 8 L a 10 L/min.
3. Instalar solução de glicose a 5% em veia periférica.
4. Recolher amostra de sangue e urina para avaliação laboratorial.
5. Manter a paciente em decúbito lateral.
6. Administrar sulfato de magnésio*.
7. Administrar nifedipina (VO) ou hidralazina (IV) se PA ≥160/110 mmHg.
8. Inserir um cateter vesical de demora.
9. Aguardar a recuperação do sensório.
10. Programar a interrupção da gestação.

Para o tratamento da hipertensão na gestação, a FEBRASGO recomenda o uso de anti-hipertensivos que sejam seguros para a mãe e o feto, como metildopa, labetalol, nifedipina e hidralazina. A
FEBRASGO sugere que se a PA estiver >160/110 mmHg, devem ser administrados 10 mg de nifedipina (preferida em casos de pré-eclâmpsia e eclâmpsia) via oral ou, na falta desta ou se a paciente
não estiver consciente, 5 mg a 10 mg de hidralazina por via IV. Esses medicamentos são vasodilatadores que reduzem a resistência vascular periférica e diminuem a PA rapidamente. Eles devem ser
usados com cautela e monitorização da PA e dos batimentos cardíacos fetais, pois podem causar hipotensão excessiva, taquicardia reflexa, cefaleia, náuseas e vômitos. O objetivo do tratamento é
reduzir a PA para níveis inferiores a 150/100 mmHg, sem comprometer o fluxo sanguíneo uteroplacentário. O tratamento deve ser acompanhado por um médico especialista em obstetrícia e
hipertensão.

FARMACOS NA GESTAÇÃO
Náuseas e vômitos: podem ser tratados com antieméticos, como doxilamina, piridoxina, metoclopramida ou ondansetrona. A dose e a duração dependem da intensidade dos
sintomas e da resposta ao tratamento. Em geral, recomenda-se iniciar com Doxilamina 10 mg + piridoxina 10 mg, 2 a 4 vezes ao dia, por via oral. Se não houver melhora,
pode-se associar metoclopramida 10 mg, 3 vezes ao dia, por via oral ou intravenosa. Se ainda assim não houver controle dos sintomas, pode-se usar ondansetrona 4 a 8 mg, 2
a 3 vezes ao dia, por via oral ou intravenosa. O tratamento deve ser mantido até a resolução dos sintomas ou até o final do primeiro trimestre.

Azia e refluxo gastroesofágico: podem ser tratados com antiácidos, como hidróxido de alumínio ou magnésio, ou com inibidores da bomba de prótons, como omeprazol ou
esomeprazol. A dose e a duração dependem da intensidade dos sintomas e da resposta ao tratamento. Em geral, recomenda-se iniciar com antiácidos 10 a 20 mL, 3 a 4 vezes
ao dia, após as refeições e antes de dormir. Se não houver melhora, pode-se associar omeprazol ou esomeprazol 20 mg, uma vez ao dia, pela manhã. O tratamento deve ser
mantido até a resolução dos sintomas ou até o final da gestação.

Dor e febre: podem ser tratados com analgésicos e antipiréticos, como paracetamol ou dipirona. A dose e a duração dependem da intensidade dos sintomas e da resposta ao
tratamento. Em geral, recomenda-se iniciar com paracetamol 500 a 1000 mg, 3 a 4 vezes ao dia, por via oral. Se não houver melhora, pode-se usar dipirona 500 a 1000 mg, 3
a 4 vezes ao dia, por via oral ou intravenosa. O tratamento deve ser mantido até a resolução dos sintomas ou até o final da gestação.
Infecções bacterianas: podem ser tratadas com antimicrobianos, de acordo com o tipo de infecção, a sensibilidade do agente causador e a segurança para o feto. Alguns
exemplos de antimicrobianos que podem ser usados na gestação são: amoxicilina ou amoxicilina + ácido clavulânico, azitromicina, cefalosporinas de primeira ou segunda
geração, metronidazol (após o primeiro trimestre), penicilina G ou V. A dose e a duração dependem do tipo de infecção e da resposta ao tratamento. Alguns exemplos de doses
são: amoxicilina 500 mg, 3 vezes ao dia; azitromicina 500 mg no primeiro dia e 250 mg nos dias seguintes; cefalotina 1 g, 4 vezes ao dia; metronidazol 500 mg, 2 vezes ao dia;
penicilina G cristalina 5 milhões de UI na primeira dose e depois 2,5 milhões de UI a cada 4 horas. O tratamento deve ser mantido até a cura da infecção ou até o final da
gestação.

Alguns medicamentos famosos que são considerados de risco X na gestação são:


Isotretinoína: usada para tratar acne severa, pode causar defeitos congênitos graves, como microcefalia, malformações cardíacas e faciais.
Talidomida: usada para tratar hanseníase e mieloma múltiplo, pode causar focomelia, uma anomalia que afeta o desenvolvimento dos membros.
Misoprostol: usado para induzir o aborto ou o parto, pode causar síndrome de Moebius, uma paralisia facial congênita.
Estrógenos: usados para tratar menopausa e contracepção, podem causar feminização do feto masculino e aumento do risco de câncer de mama.
Warfarina: usada para prevenir trombose e embolia, pode causar hemorragia fetal e malformações esqueléticas e oculares.

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