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quantidade de proteinúria e da presença de disfunções úrico está aumentado na hipertensão gestacional e na pré- mg/dia, em doses fracionadas. Os principais efeitos adversos
orgânicas maternas ou fetais, como insuficiência renal, eclâmpsia. Um valor elevado de ácido úrico (> 5,5 mg/dL) são bradicardia, broncoespasmo, hipoglicemia e restrição do
hepática, hematológica, neurológica ou cardíaca. A pré- indica alto risco de pré-eclâmpsia. crescimento fetal.
eclâmpsia pode evoluir para eclâmpsia ou síndrome HELLP se Monitoramento da pressão arterial por 24 horas: para confirmar Bloqueadores dos canais de cálcio: são indicados como terceira
não for tratada adequadamente. Na ausência de proteinúria, o diagnóstico de hipertensão gestacional e avaliar a gravidade escolha para o tratamento da hipertensão arterial crônica na
também se considera préeclâmpsia quando a hipertensão da hipertensão. O monitoramento consiste na medição gestação e também para o controle da pré-eclâmpsia após a
arterial for acompanhada de comprometimento sistêmico ou automática e intermitente da PA durante um período de 24 fase aguda. Os mais usados são nifedipina e hidralazina. A
disfunção de órgãos-alvo (trombocitopenia, disfunção hepática, horas, usando um aparelho portátil acoplado ao braço da dose inicial é de 10 a 20 mg/dia, podendo ser aumentada até
insuficiência renal, edema pulmonar, iminência de eclâmpsia ou paciente. A hipertensão gestacional é confirmada se a média 120 mg/dia, em doses fracionadas. Os principais efeitos
eclâmpsia) ou de sinais de comprometimento placentário da PA sistólica for ≥ 135 mmHg ou a média da PA diastólica adversos são cefaleia, rubor facial, taquicardia e edema
(restrição de crescimento fetal e/ou alterações for ≥ 85 mmHg durante o dia, ou se a média da PA sistólica for periférico.
dopplervelocimétricas). ≥ 120 mmHg ou a média da PA diastólica for ≥ 70 mmHg
Eclâmpsia: é caracterizada pela ocorrência de convulsões durante a noite. Medidas obstétricas: consistem na realização do parto quando
generalizadas e inexplicadas em mulheres com pré-eclâmpsia. Ultrassonografia fetal: para avaliar o crescimento e a vitalidade há risco de complicações maternas ou fetais pela hipertensão.
As convulsões podem ocorrer antes, durante ou após o parto fetal, a quantidade de líquido amniótico e a localização O momento ideal do parto depende da forma e da gravidade da
(até 48 horas pós-parto). A eclâmpsia é uma emergência placentária. A ultrassonografia pode detectar sinais de hipertensão, da idade gestacional, das condições maternas e
obstétrica que pode levar ao coma, ao edema cerebral, ao restrição do crescimento fetal, oligoâmnio ou descolamento fetais e da disponibilidade de recursos. Em geral, recomenda-se
acidente vascular cerebral, ao edema agudo de pulmão e à prematuro da placenta, que são complicações possíveis da o parto entre 34 e 37 semanas de gestação para as mulheres
morte materna ou fetal. hipertensão gestacional. com hipertensão crônica ou gestacional grave, entre 37 e 39
Síndrome HELLP: é caracterizada pela presença de hemólise Velocimetria da artéria umbilical por Doppler: para avaliar o semanas para as mulheres com hipertensão crônica ou
(H), enzimas hepáticas elevadas (EHE) e plaquetopenia (baixa fluxo sanguíneo entre a placenta e o feto. A velocimetria por gestacional leve a moderada e entre 34 e 37 semanas para as
contagem de plaquetas) em mulheres com pré-eclâmpsia ou Doppler pode detectar alterações na resistência vascular mulheres com hipertensão crônica com superimposta pré-
eclâmpsia. A síndrome HELLP pode ocorrer antes ou após o placentária, que podem indicar insuficiência placentária e eclâmpsia. O parto pode ser antecipado antes de 34 semanas
parto (até 7 dias pós-parto). A síndrome HELLP é uma forma comprometimento fetal. se houver sinais de pré-eclâmpsia grave, eclâmpsia, síndrome
grave de pré-eclâmpsia que pode causar complicações como HELLP, descolamento prematuro da placenta, restrição do
descolamento prematuro da placenta, coagulação intravascular crescimento fetal ou sofrimento fetal agudo. O parto pode ser
disseminada, insuficiência hepática, insuficiência renal, vaginal ou cesárea, dependendo das condições clínicas e
sangramento e morte materna ou fetal. obstétricas.
importante fazer o rastreamento e o controle adequados da começa entre 24 e 28 semanas, mas pode mudar se houver potenciais vantagens sobre a insulina regular nos casos de
glicemia na gestação. O teste mais recomendado para o suspeita de alteração do tamanho do bebê. A avaliação do hipoglicemia persistente (quando o açúcar no sangue fica muito
diagnóstico é o TOTG com 75g. bem-estar do bebê é indicada no diabetes gestacional tratado baixo com frequência), de difícil controle. O análogo de ação
com insulina ou mal controlado, com início na 32ª semana, prolongada Detemir é seguro na gravidez, mas só é usada em
Se a glicemia não for controlada adequadamente durante a frequência de 1 ou 2 vezes por semana, junto com a avaliação mulheres que já tinham diabetes tipo 1 antes de engravidar. A dose
e o tipo de insulina devem ser definidos pelo teste de açúcar no
gestação, algumas das complicações mais comuns podem do tamanho do bebê e da quantidade de líquido na barriga da
sangue. Assim, as insulinas que duram mais tempo são usadas para
acontecer: mãe. controlar o açúcar em jejum e antes de comer; as insulinas que
Para a mãe: pré-eclâmpsia, hipertensão arterial, infecções agem mais rápido são usadas para controlar o açúcar depois de
urinárias, parto prematuro, cesariana, hemorragia pós-parto; comer. A dose inicial deve ser calculada pelo peso atual, sendo
Para o bebê: macrossomia (peso elevado ao nascer), recomendada 0,5 UI/kg/dia, dividida em duas ou três vezes,
hipoglicemia neonatal, hipocalcemia, hiperbilirrubinemia, podendo ser mais na parte da manhã (dois terços em jejum, um
policitemia, síndrome da angústia respiratória, malformações terço antes do almoço e um terço na hora de dormir); ou pode-se
congênitas, morte fetal ou neonatal. dividir a dose em quatro vezes, usando insulina rápida nas refeições
(café da manhã, almoço e jantar) e NPH à noite. As avaliações do
açúcar no sangue para ajustar as doses devem acontecer a cada 15
dias até a 30ª semana e, toda semana, depois dessa semana até o
parto. Esse intervalo pode mudar de acordo com cada caso. As
doses devem ser ajustadas de acordo com o açúcar no sangue. Os
remédios para diabetes em comprimido (como metformina e
glibenclamida) ainda não estão liberados para uso na gravidez. A
metformina pode ser usada em casos muito específicos, como:
dificuldade para conseguir ou aplicar insulina; estresse exacerbado
em decorrência do uso de insulina, com potencial restrição
alimentar; necessidade de muita insulina (>100 unidades) sem
resposta adequada no controle glicêmico.
• Uso prolongado de pílula anticoncepcional (mais de 5 anos), O rastreamento do câncer de colo uterino de acordo com o pode ser usada como tratamento principal, complementar à
que pode alterar o equilíbrio hormonal e favorecer o grau da lesão é o seguinte: radioterapia ou paliativo para aliviar os sintomas.
crescimento das células anormais no colo do útero. Lesões de baixo grau (NIC 1 ou ASC-US): devem ser Cuidados paliativos, que consistem em medidas para melhorar
• Histórico de câncer de colo de útero na família, que pode acompanhadas com citologia oncótica e teste de DNA-HPV a a qualidade de vida da paciente e aliviar o sofrimento causado
indicar uma predisposição genética para a doença. cada seis meses por dois anos. Se houver persistência da pela doença. Os cuidados paliativos podem incluir o controle da
• Mais de três gestações, que pode estar relacionado a lesão ou progressão para lesão de alto grau, deve-se dor, o manejo dos efeitos colaterais do tratamento, o apoio
alterações hormonais e inflamatórias no colo do útero. encaminhar para colposcopia. Se houver regressão da lesão psicológico e social e o atendimento domiciliar.
ou resultados negativos, deve-se retornar ao rastreamento
habitual.
Lesões de alto grau (NIC 2 ou 3, ASC-H, AGC ou AIS): devem
ser encaminhadas para colposcopia e biópsia dirigida. Se
confirmada a lesão, deve-se realizar o tratamento adequado,
que pode ser por métodos destrutivos (como crioterapia ou
eletrocauterização) ou por métodos excisionais (como
conização ou traquelectomia). Após o tratamento, deve-se
fazer o seguimento com citologia oncótica e teste de DNA-HPV
a cada seis meses por dois anos. Se houver recidiva da lesão
ou persistência do HPV, deve-se repetir a colposcopia e a
biópsia. Se houver resultados negativos, deve-se retornar ao
rastreamento habitual.
Carcinoma microinvasor (estágio IA1): deve ser tratado por
conização ou traquelectomia, se houver desejo de preservação
da fertilidade, ou por histerectomia simples, se não houver.
Após o tratamento, deve-se fazer o seguimento com citologia
oncótica e teste de DNA-HPV anualmente por cinco anos. Se
houver recidiva da lesão ou persistência do HPV, deve-se
repetir a colposcopia e a biópsia. Se houver resultados
negativos, deve-se retornar ao rastreamento habitual.
Carcinoma invasor inicial (estágio IA2 ou IB1): deve ser tratado
por histerectomia radical com linfadenectomia pélvica, se não
houver comprometimento dos linfonodos ou dos paramétrios.
Em alguns casos selecionados, pode-se optar pela
traquelectomia radical com linfadenectomia pélvica, se houver
desejo de preservação da fertilidade. Após o tratamento, deve-
se fazer o seguimento com exame físico e exames de imagem
a cada três meses no primeiro ano, a cada quatro meses no
segundo ano e a cada seis meses nos anos seguintes. Se
houver recidiva da doença, deve-se avaliar a possibilidade de
radioterapia ou quimioterapia.
Carcinoma invasor avançado (estágio IIB ou superior): deve
ser tratado por radioterapia externa combinada com
quimioterapia e braquiterapia. Em alguns casos selecionados,
pode-se optar pela cirurgia de exenteração pélvica após a
radioterapia. Após o tratamento, deve-se fazer o seguimento
com exame físico e exames de imagem a cada três meses no
primeiro ano, a cada quatro meses no segundo ano e a cada
seis meses nos anos seguintes. Se houver recidiva da doença,
deve-se avaliar a possibilidade de quimioterapia paliativa ou
cuidados paliativos.
. QUADRO CLÍNICO DIAGNÓSTICO TRATAMENTO
Pré-eclâmpsia sem sinais de gravidade
Quando a gestante tem pré-eclâmpsia sem gravidade, ela deve ficar no hospital para fazer mais exames e ver se não tem sinais de gravidade. A pré-eclâmpsia é uma doença que causa pressão alta
e pode trazer riscos para a mãe e o bebê. Os cuidados que ela deve ter são:
• Controlar a pressão arterial e manter entre 110 a 140 x 85 mmHg.
• Fazer repouso e evitar atividades físicas ou estressantes, que podem aumentar a pressão arterial.
• Ir ao médico toda semana para ver como está o bebê e fazer exames de sangue e urina.
• Voltar ao hospital se sentir algum sintoma de piora da doença, como dor de cabeça forte, dor na barriga, falta de ar ou visão embaçada.
• Ter o parto com 37 semanas, se tudo estiver bem. O médico pode induzir o parto nessa época.
• Depois do parto, continuar controlando a pressão arterial e ficar atenta aos sintomas de eclâmpsia, que é uma forma grave de pré-eclâmpsia, ou de síndrome HELLP, que é uma complicação da pré-
eclâmpsia que afeta o sangue e o fígado.
Quando a gestante tem pré-eclâmpsia com gravidade, ela deve ter o parto o mais rápido possível, não importa o tempo de gravidez, se tiver uma das seguintes situações:
• Síndrome HELLP, que é uma complicação da pré-eclâmpsia que afeta o sangue e o fígado.
• Eclâmpsia, que é quando a gestante tem convulsões por causa da pré-eclâmpsia.
• Inchaço nos pulmões ou problemas no coração.
• Piora dos exames de sangue (plaquetas baixas, enzimas do fígado altas).
• Problemas nos rins.
• Descolamento da placenta.
• Pressão alta que não melhora com três remédios diferentes.
• Problemas na saúde do bebê.
• Todos os casos de pré-eclâmpsia com gravidade precisam ficar no hospital para cuidar e evitar mais danos. O parto só pode ser adiado se a gestante estiver bem, a pressão alta estiver controlada
com remédio, os exames de sangue estiverem bons e o bebê estiver bem.
Pré-eclâmpsia
Hidralazina (Injeção de 20 mg/mL): Dose inicial: 5 mg, na veia; Repetir, se precisar: 5 mg a cada 20 minutos; Dose máxima: 30 mg.
Nitroprussiato de sódio (Injeção 50 mg/2 mL): Dose inicial: 0,5 mcg a 10 mcg por quilo por minuto, na veia sem parar.
Remédios de manutenção por via oral: devem ser tomados depois que a pressão arterial estiver mais estável. O remédio de manutenção por via oral é:
Nifedipino (Comprimido de 10 mg): Dose inicial: 10 mg, por boca; Repetir, se precisar: 10 mg a cada 20 a 30 minutos (por boca); Dose máxima: 30 mg.
Para o tratamento da hipertensão na gestação, a FEBRASGO recomenda o uso de anti-hipertensivos que sejam seguros para a mãe e o feto, como metildopa, labetalol, nifedipina e hidralazina. A
FEBRASGO sugere que se a PA estiver >160/110 mmHg, devem ser administrados 10 mg de nifedipina (preferida em casos de pré-eclâmpsia e eclâmpsia) via oral ou, na falta desta ou se a paciente
não estiver consciente, 5 mg a 10 mg de hidralazina por via IV. Esses medicamentos são vasodilatadores que reduzem a resistência vascular periférica e diminuem a PA rapidamente. Eles devem ser
usados com cautela e monitorização da PA e dos batimentos cardíacos fetais, pois podem causar hipotensão excessiva, taquicardia reflexa, cefaleia, náuseas e vômitos. O objetivo do tratamento é
reduzir a PA para níveis inferiores a 150/100 mmHg, sem comprometer o fluxo sanguíneo uteroplacentário. O tratamento deve ser acompanhado por um médico especialista em obstetrícia e
hipertensão.
FARMACOS NA GESTAÇÃO
Náuseas e vômitos: podem ser tratados com antieméticos, como doxilamina, piridoxina, metoclopramida ou ondansetrona. A dose e a duração dependem da intensidade dos
sintomas e da resposta ao tratamento. Em geral, recomenda-se iniciar com Doxilamina 10 mg + piridoxina 10 mg, 2 a 4 vezes ao dia, por via oral. Se não houver melhora,
pode-se associar metoclopramida 10 mg, 3 vezes ao dia, por via oral ou intravenosa. Se ainda assim não houver controle dos sintomas, pode-se usar ondansetrona 4 a 8 mg, 2
a 3 vezes ao dia, por via oral ou intravenosa. O tratamento deve ser mantido até a resolução dos sintomas ou até o final do primeiro trimestre.
Azia e refluxo gastroesofágico: podem ser tratados com antiácidos, como hidróxido de alumínio ou magnésio, ou com inibidores da bomba de prótons, como omeprazol ou
esomeprazol. A dose e a duração dependem da intensidade dos sintomas e da resposta ao tratamento. Em geral, recomenda-se iniciar com antiácidos 10 a 20 mL, 3 a 4 vezes
ao dia, após as refeições e antes de dormir. Se não houver melhora, pode-se associar omeprazol ou esomeprazol 20 mg, uma vez ao dia, pela manhã. O tratamento deve ser
mantido até a resolução dos sintomas ou até o final da gestação.
Dor e febre: podem ser tratados com analgésicos e antipiréticos, como paracetamol ou dipirona. A dose e a duração dependem da intensidade dos sintomas e da resposta ao
tratamento. Em geral, recomenda-se iniciar com paracetamol 500 a 1000 mg, 3 a 4 vezes ao dia, por via oral. Se não houver melhora, pode-se usar dipirona 500 a 1000 mg, 3
a 4 vezes ao dia, por via oral ou intravenosa. O tratamento deve ser mantido até a resolução dos sintomas ou até o final da gestação.
Infecções bacterianas: podem ser tratadas com antimicrobianos, de acordo com o tipo de infecção, a sensibilidade do agente causador e a segurança para o feto. Alguns
exemplos de antimicrobianos que podem ser usados na gestação são: amoxicilina ou amoxicilina + ácido clavulânico, azitromicina, cefalosporinas de primeira ou segunda
geração, metronidazol (após o primeiro trimestre), penicilina G ou V. A dose e a duração dependem do tipo de infecção e da resposta ao tratamento. Alguns exemplos de doses
são: amoxicilina 500 mg, 3 vezes ao dia; azitromicina 500 mg no primeiro dia e 250 mg nos dias seguintes; cefalotina 1 g, 4 vezes ao dia; metronidazol 500 mg, 2 vezes ao dia;
penicilina G cristalina 5 milhões de UI na primeira dose e depois 2,5 milhões de UI a cada 4 horas. O tratamento deve ser mantido até a cura da infecção ou até o final da
gestação.