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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI

CURSO DE ENFERMAGEM – CCS/ FACIME


DISCIPLINA: SUPERVISIONADO II
DOCENTE: FRANCISCO RIBEIRO

Doença Hipertensiva
Específica da Gestação
(DHEG)
RAUL FELIPE OLIVEIRA VÉRAS
SAUL FELIPE OLIVEIRA VÉRAS

TERESINA - PI
2017
INTRODUÇÃO

#A DHEG é a doença mais importante em Obstetrícia,


incidindo em cerca de 10% das primíparas.

#É a maior causa de mortalidade materna e perinatal.

#A mortalidade materna no Brasil é problema de saúde


pública. Segundo o Fundo de População da ONU (2003)
atinge 74,5 por 100.000 nascidos vivos. É a 4ª pior da
América Latina, inferior apenas ao Haiti, Bolívia e Peru.
INTRODUÇÃO

# Distúrbio mais comum na gestação: **5-10% das


gestações normais
# Caracteriza-se por:

Hipertensão

Edema

Proteinúria

Tríade da DHEG
**Organização Mundial de Saúde
INTRODUÇÃO

# Alguns Conceitos:
 HIPERTENSÃO ARTERIAL : Pressão Arterial igual ou maior que 140/90
mmHg baseada na média de pelo menos 2 medidas.

 PROTEINÚRIA: Excreção de 0,3 g de proteína ou mais em urina de 24 h,


ou 1 + ou mais na fita em duas ocasiões, em uma determinação de
amostra única sem evidência de infecção.

 PLAQUETOPENIA: <100.000 /mm3, com maior gravidade quando


<50.000/mm3

 ANEMIA MICROANGIOPÁTICA: bilirrubina acima de 1,2 mg/dL e


presença significativa de esquizócitos em sangue periférico.

 ELEVAÇÃO DAS ENZIMAS HEPÁTICAS: Aspartato aminotransferase


(AST) ou Transaminase Glutâmico Oxalacética (TGO) e Alanina
aminpotranfesrase (ALT) ou Transaminase Glutâmico Pirúvica ( TGP) >60
U/L e Desidrogenase láctica (DHL) >600 U/L
CLASSIFICAÇÃO

*Hipertensão gestacional

*Hipertensão Arterial Crônica

Pré-eclâmpsia leve
* Pré- eclâmpsia
Pré-eclâmpsia grave
Pré-eclâmpsia
superposta
* Eclâmpsia
CLASSIFICAÇÃO

*Hipertensão gestacional = Hipertensão que


não cursa com proteinúria, após a 20ª semana de
gravidez, em mulheres previamente normotensas.
- 3 tipos: Hipertensão Transitória, Hipertensão
Crônica e pré- eclampsia em desenvolvimento.

*Hipertensão Arterial Crônica


- Antes da gravidez;
- Antes de 20 sem. de gestação;
- Diagnosticada pela 1ª vez durante a gravidez e não
se resolve até 12 sem. após o parto.
CLASSIFICAÇÃO

* Pré- eclâmpsia = Hipertensão após 20


semanas de gestação + proteinúria, com
desaparecimento até 12 sem pós-parto.

Hipertensão cefaléia, distúrbios visuais,


Obs: + Sem dor abdominal, plaquetopenia
proteinúria e enzimas hepáticas.
CLASSIFICAÇÃO

* Pré- eclâmpsia
CLASSIFICAÇÃO

* Eclâmpsia = convulsões tonico-clónicas


generalizadas ou coma em mulher com
qualquer quadro hipertensivo, não causadas
por epilepsia ou qualquer outra doença
convulsiva.

* Pode ocorrer na gravidez, no parto e no


puerpério imediato.
FATORES DE RISCO: PE/ECLAMPSIA

• Primigestas;
• Antecedentes familiares e pessoais de (pré-) eclâmpsia;
• Gestação gemelar;
• Hipertensão arterial crônica.
• História de doença hipertensiva durante gestação anterior.
• Diabetes tipo 1 ou tipo 2.
• Doença renal crônica/Nefropatias.
• Doenças autoimunes, tais como Lupus Eritematoso
Sistêmico ou Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídeo.
• Infecções maternas.
• Idade materna igual ou superior a 40 anos.
CONDUTAS

Hospitalização para avaliação inicial e manter dieta normossodica e repouso


relativo.
Na avaliação materna deve constar: PA de 4/4h durante o dia; Pesagem
diária; Pesquisa de sintomas de iminência de eclampsia: Cefaleia frontal ou
occipital persistente; Distúrbios visuais (escotomas, diplopia, amaurose); Dor
Pré-
epigástrica ou no Hipocôndrio D, c/sem náuseas e vômitos; Hiper-reflexia;
eclampsia
Proteinúria na fita ou proteinúria de 24 horas; Hematócrito e plaquetas; Provas
leve
de função renal e hepática.

Obs1: Não ha necessidade de tratamento medicamentoso.


Obs 2: Entre 26 e 34 semanas, usar corticóide quando indicada a
interrupção da gestação.

Controle rigoroso da PA a cada 10 min


• Hidralazina – 5 mg, IV – repetida a cada 20 minutos até o máximo de 50 mg;
ou
• Nifedipina – diluir 1 cápsula em 10 ml de água destilada e dar 5 gotas
Pré-
sublingual, a cada 5 minutos;
eclampsia
Iminência de eclâmpsia:
grave
• Sulfato de magnésio hepta-hidratado;
• Dose de ataque: 4 g, EV lento, ±10 min, a 20%;
• Dose de manutenção: 2 g, EV, a cada 2 horas, a 20%.
Obs: <34 sem. Usar corticoide quando indicada interrupção de gravidez.
CONDUTAS
CONDUTAS
CONDUTAS

- Visa tratar as convulsões da hipertensão e dos distúrbios


metabólicos, além de cuidados e controles gerais.
- Cuidados Gerais
• Manter o ambiente tranquilo, o mais silencioso possível
• Decúbito elevado a 30. e face lateralizada
• Cateter nasal com oxigênio (5l/min)
• Punção de veia central ou periférica calibrosa.
• Cateter vesical contínuo.
Eclampsia
(Venoso) Dose de Ataque: Sulfato de Magnésio (SM) a 20% - 5
g = 25 ml IV lento
Dose de Manutenção: SM1 a 2 g / hora. Em bomba infusora
pode-se fazer assim: SM a 50% 20 ml + 480 ml de soro
glicosado a 5%, correr 50 a 100 ml / hora.
( intramuscular)
Dose de Ataque: SM a 20% - 4 g = 20 ml IV lento
SM à 50% - 10 g = 20 ml IM
Dose de manutenção: SM a 50% - 5g = 10 ml IM de 4/4 horas
CONDUTAS

Nos dois esquemas existe o risco de parada


respiratória, provocada pela hipermagnesemia. Esse efeito
tóxico deve ser controlado através da manutenção dos
seguintes sinais clínicos:

1. freqüência respiratória [maior ou igual a] 16 irpm,


2. diurese [maior ou igual a] 25 ml / hora,
3. reflexo patelar presente.

A terapêutica corretora do efeito tóxico é a aplicação


intravenosa de 1 grama de gluconato de cálcio a 10% (= 10
ml), que deve ser mantido na cabeceira do leito para casos
de emergência.

Após estabilização do quadro, interromper a


gestação pela via mais rápida.
COMPLICAÇÕES

Síndrome de HELLP
 Grave complicação da gestação
caracterizada por: (H) hemólise, (EL)
enzimas hepáticas elevadas e (LP) baixa
contagem de plaquetas.
CONDUTAS

* Síndrome HELLP:
A triagem laboratorial básica para as gestantes com suspeita de
síndrome HELLP e hemograma completo com plaquetas, urinálise,
creatinina sérica, DHL, acido úrico, bilirrubinas e transaminases
- As gestantes com gestação ≥ 34 semanas e todas com síndrome
HELLP devem ser preparadas para parto vaginal ou abdominal
dentro de 24 horas. Aquelas com gestações entre 24 e 34
semanas devem fazer uso de corticoide, mesmo se o parto não
puder ser adiado pelo período ideal de 24–48 horas.
INVESTIGAÇÃO

 Anamnese coletando dados que possam incluir a gestante no


grupo de risco para a DHEG, como: nuliparidade, gemelaridade,
obesidade, hipertensão prévia, história familiar, diabetes
gestacional, doença renal,
Exame físico atentando-se para edema em membros
superiores e inferiores, até mesmo anasarca;
 Sinais vitais;
 Revisão do prontuário com evolução de Enfermagem e
obstétrica;
 Exames complementares, incluindo EAS para pesquisa de
Proteínas;
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM

Risco de infecção relacionado aos procedimentos invasivos.


Dor aguda, relacionada a agentes lesivos (biológicos, físicos,
psicológicos).
Volume de líquidos excessivo relacionado à retenção em função
da DHEG.
Baixa auto-estima situacional relacionada a gravidez,
Privação do sono relacionada à ansiedade, à mudança de
ambiente e ao desconforto físico.
Risco de função hepática prejudicada relacionada à
complicação da DHEG.
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM

Eliminação urinária prejudicada relacionada às alterações da


gravidez e complicações da DHEG.
Ansiedade relacionada à mudança no estado de saúde.
Alteração da perfusão tecidual, cardíaca, cerebral e fetal
relacionado à alteração do fluxo sanguíneo placentário.
Risco de lesão decorrente de convulsões.
Déficit de conhecimento relacionado ao diagnóstico.
Diminuição do débito cardíaco em virtude da pré-carga
diminuída ou terapia anti-hipertensiva.
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
 Explicar à paciente e ao seu acompanhante o processo
patológico e a necessidade de períodos de repouso em decúbito
lateral esquerdo.
 Permitir tempo para perguntas da paciente ou acompanhante.
 Manter o ambiente tranquilo.
 Monitorar os sinais vitais de hora em hora, de acordo com a
prescrição médica.
 Coletar sangue para realização de exames, caso seja solicitado
pela equipe médica.
 Instruir quanto à importância de relatar sintomas como cefaléia,
alterações visuais, tonteira e dor epigástrica.
 Puncionar e manter acesso venoso periférico, de acordo com a
prescrição médica.
 Aferir PA rigorosamente (paciente na posição sentada e em
decúbito lateral esquerdo).
 Manter grades laterais elevadas para evitar lesão em caso de
convulsão
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
 Avaliar os sinais e sintomas:
 Edema, oligúria (< 500ml/24horas), dor epigástrica ou no
quadrante superior direito, distúrbios visuais ou cerebrais.
 Verificar resultados de exames:
 Proteinúria em exame de urina de 24 h, conforme rotina de
pré-eclâmpsia leve e grave.
 Trombocitopenia < 100.000/mm3.
 Enzimas hepáticas.
 Aplicar medicações conforme prescrição médica.
 Preparar a unidade da paciente mantendo material para
oxigenoterapia prontos para utilização.
 Preparar e manter próximo ao leito material para uma possível
parada cardiorrespiratória materna e cuidados imediatos e
possível reanimação do RN.
 Tomar as medidas para a possibilidade de cesariana
(preparação da sala cirúrgica, materiais e equipamentos
necessários).
ESTUDO DE CASO
ESTUDO DE CASO
ESTUDO DE CASO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
-Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Ações Programáticas Estratégicas.
Gestação de alto risco: manual técnico / Ministério da Saúde,
Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. – 5. ed. – Brasília : Editora do
Ministério da Saúde, 2010. 302 p. – (Série A. Normas e
Manuais Técnicos)

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