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TARO 2000

ORTOPEDIA ADULTO
ASSINALE AS CORRETAS

1. Com relação à osteoartrose é correto afirmar que:


a) na mão acomete, preferencialmente, as articulações metacarpofalângicas,
causando desvio ulnar;
b) na mão, raramente ocorre na articulação selar carpo-metacárpica do
polegar;
c) quando compromete a articulação rádio-ulnar distal, há limitação do desvio
ulnar do punho;
d) quando há comprometimento da articulação interfalângica proximal dos
dedos, mesmo em fase inicial, o tratamento indicado é a artrodese;
e) nódulos de HEBERDEN relacionam-se com a osteoartrose da articulação
interfalângica distal.

RESPOSTA: E (A osteoartrose, a mais comum das doenças reumáticas, pode


ser unilateral, mas ocorre tão freqüentemente na mão secundária como na
dominante. Embora possa ser associada com rupturas de tendões e dedos em
gatilho, estes não são vistos com muita freqüência na osteoartrose quanto na
artrite reumatóide. Ela é vista comumente na articulação trapézio-metacarpal
(carpo metacárpica do polegar), e ocorre mais em mulheres, às vezes com o
comprometimento de uma única articulação. Os osteófitos que se formam na
articulação interfalângica distal são conhecidos como nódulos de Heberden.
Cistos mucóides formam-se nas margens destas articulações. Na articulação
interfalângica proximal estes osteófitos são conhecidos como nódulos de
Bouchard. Formação de esporões, fragmentação de cartilagem e movimento
limitado sem luxação são comuns. Durante a fase ativa, a dor é grave e as
articulações e a pele sobrejacentes podem apresentar-se inflamadas; trauma
direto de uma articulação inflamada é especialmente doloroso. – CAMPBELL,
10 ed, vol 4, pag. 3691)

2. Paciente do sexo masculino, 32 anos de idade, refere entorse do


joelho esquerdo em jogo de futebol há seis meses, seguido de derrame
articular. Desde então relata sensação de instabilidade, apresentando ao
exame físico manobra de ressalto de +++/+++. Das opções abaixo, qual a
melhor alternativa ?
a) solicitar ressonância magnética para elucidação diagnóstica;
b) fortalecimento progressivo da musculatura e retorno gradual à atividade
esportiva;
c) fisioterapia com ênfase em propriocepção;
d) orientar o paciente a não praticar esportes;
e) reconstrução ligamentar.
RESPOSTA: E (Jerk test (teste do ressalto)- este teste é usado para lesões do
LCA. Em sua pesquisa, reproduz-se a subluxação anterior da extremidade
superior da tíbia que se reduz imediatamente pela força de tração do trato
iliotibial que puxa a tíbia para trás. – EXAME FÍSICO
No tratamento da lesão do LCA, devem ser considerados o tipo de paciente,
sua atividade física e suas pretensões físicas. Sabemos que, para praticantes
de esporte, o tratamento de eleição é o cirúrgico, pois o que se objetiva é o
retorno pleno à atividade. Nas lesões do LCA, deve ser feita a sua
reconstrução; não é recomendada sua reinserção, exceto nos casos com
arrancamento ósseo. Existem dois tipos de reconstrução: as intra-articulares e
as extra-articulares; as primeiras são aquelas que introduzem dentro da
articulação elementos autólogos, homólogos ou artificiais (implantes sintéticos),
com a finalidade de substituir os ligamentos cruzados anatomicamente, e as
extra-articulares que são aquelas que, reforçando os sistemas periféricos de
estabilização do joelho, exerceriam as funções de um LCA. - SIZÍNIO)

3. Com relação à osteomielite crônica, é correto afirmar que:


a) não há comprometimento da vascularização óssea nos canais de
VOLKMANN;
b) a diáfise torna-se delgada, o canal medular estreito e as fraturas patológicas
ocorrem na metáfise;
c) não há comprometimento de partes moles e o revestimento cutâneo
encontra-se preservado;
d) as causadas por Salmonella ocorrem em associação com
hemoglobinopatias;
e) o tecido ósseo cortical comprometido é substituído, ao contrário do
metafisário.

RESPOSTA: D (Que organismo é a causa mais comum de osteomielite em


doença falciforme: S. aureus ou Salmonella? Essa é uma pergunta freqüente
em testes, embora tenha pouca relevância na prática porque os dois
organismos são tão comuns que os pacientes devem ser tratados com
antibióticos para ambos até que as culturas estabeleçam a etiologia. Além
disso, a literatura é contraditória em relação a qual organismo é o mais comum.
Um artigo recente revisando a literatura mundial desde 1959 constatou que a
salmonella é o organismo mais comum. A incidência da osteomielite na anemia
falciforme é baixa, apesar da importância que ela recebe na literatura. O
paciente com doença falciforme pode ter uma artrite séptica e quando este é o
caso, Salmonella não é o organismo mais provável. A Salmonella é um
organismo raro em artrite séptica; quando ela ocorre, é mais freqüente em
pacientes sem doença falciforme. Os organismos mais prováveis na artrite
séptica são as espécies de Staphylococcus. - LW)

4. Com relação ao tumor de células gigantes, é correto afirmar que:


a) ocorre, preferencialmente, em pacientes com linha epifisária aberta;
b) é mais freqüente nas metáfises de menor crescimento como: distal do
úmero, proximal do fêmur e distal da tíbia;
c) radiograficamente caracteriza-se por áreas de densidade diminuída na
epífise e metáfise, com afilamento da cortical;
d) há elevação do periósteo e formação de osso novo;
e) a curetagem isolada, associada à enxertia óssea, proporciona alto índice de
cura definitiva.

RESPOSTA: C (O tumor de células gigantes ocorre tipicamente em pacientes


entre as idades de 20 e 40 anos, e há ligeira predominância feminina. A
localização mais comum deste tumor é o fêmur distal, vindo logo a seguir da
tíbia proximal. No rádio distal (a terceira localização mais comum) estes
tumores freqüentemente são mais agressivos. Embora estes tumores
tipicamente sejam benignos, metástases pulmonares ocorrem em
aproximadamente 3% dos pacientes. Os achados radiográficos muitas vezes
são diagnósticos. As lesões são excentricamente localizadas nas epífises de
ossos longos e geralmente fazem contato com o osso subcondral. As lesões
são puramente líticas. A zona de transição pode ser restrita ou pouco definida.
Nos tumores menos agressivos pode estar presente uma borda parcial de osso
reativo. A lesão freqüentemente se expande ou irrompe através da cortical;
entretanto, extensão intrarticular é rara porque o osso subcondral geralmente
permanece intacto. RNM é útil para determinar a extensão da lesão, tanto
dentro do osso como no tecido mole. Historicamente, o tratamento consistiu em
curetagem simples; entretanto, as taxas e recorrência subseqüentes foram
acima de 50%. Agora, a maioria das séries publicadas documenta taxas de
recorrência entre 5% e 15%. Os cirurgiões agora concebem a importância de
criar uma janela cortical, no mínimo tão grande quanto a lesão, para não deixar
células tumorais residuais na área de transição adjacentes à cortical. O
emprego de adjuvantes, como nitrogênio líquido, fenol, cimento ósseo,
eletrocautério ou um coagulador de feixe de argônio teoricamente ajuda a
exterminar as células tumorais restantes. Para defeitos após ressecção ou
curetagem, aloenxerto ou cimento ósseo podem ser usados como agentes de
preenchimento. - CAMPBELL)

5. Com relação à osteoporose pós-menopausa, é correto afirmar que:


a) não está relacionada à atividade osteoblástica ou osteoclástica;
b) associa-se à fraturas vertebrais, principalmente, na junção tóracolombar;
c) apresenta calcemia e fosfatemia normais;
d) deve ser tratada com exercícios antigravitacionais, como a natação;
e) não está associada ao tabagismo e ao alcoolismo.

RESPOSTA: B (A osteoporose é uma doença metabólica do tecido ósseo,


caracterizada por perda gradual da massa óssea, que enfraquece os ossos por
deterioração da microarquitetura tecidual óssea, tornando-os mais frágeis e
suscetíveis às fraturas. A osteoporose pede ser idiopática, situação em que a
condição clínica será denominada osteoporose primária. A osteoporose poderá
ocorrer também como uma doença secundária a uma série de condições
clínicas. A osteoporose primária é subdividida em: (1) osteoporose pós-
menopausa ou tipo I; (2) osteoporose senil, relacionada com a idade do
indivíduo, ou tipo II. Os fatores de risco comportamentais e ambientais são:
alcoolismo, tabagismo, sedentarismo, má nutrição, baixa ingesta de cálcio,
amenorréia por exercícios físicos, dieta com alta ingestão de fibras, fosfatos e
proteínas. A patogênese da osteoporose pós-menopausa está relacionada ao
aumento da atividade dos osteoclastos. As fraturas mais comuns na
osteoporose são as seguintes: fratura por compressão vertebral; fratura do
punho e da região do quadril/ fêmur proximal. Os exames de laboratório são
normais na osteoporose. A fosfatase alcalina sobe na ocorrência de fratura. O
objetivo primário do tratamento da osteoporose é a prevenção. Devemos dar
ênfase à fase de formação máxima de massa óssea, o “pico de massa óssea”,
que ocorre entre os 20 e os 30 anos de idade. Necessidade de nutrição
adequada, prática constante de exercício físicos e adequada ingestão de cálcio
e de vitamina D. A terapia com estrogênio na pós-menopausa está associada a
uma redução de 40 a 50% no risco de fraturas do quadril associadas à doença
e de aproximadamente 90% no risco de fraturas vertebrais. Os agentes anti-
reabsorção são drogas que inibem a atividade osteoclástica e são
especialmente úteis para os pacientes nas fases de rápida remodelação óssea
da doença. São exemplos os estrogênios, a calcitonina e os bifosfonados. –
SIZÍNIO)

6. Com relação às cervicobraquialgias, é correto afirmar que:


a) sua ocorrência tem relação direta com o grau de discopatia artrósica visível
na radiografia;
b) a radiculopatia C6 tem relação com o espaço discal C6-C7 e parestesias no
polegar;
c) o tratamento deve ser preferencialmente cruento, já que o incruento é
demorado e incapacitante ao paciente;
d) a imagem de ressonância magnética, após radiografias adequadas, é o
melhor exame na sua avaliação;
e) o estudo eletromiográfico deve ser usado rotineiramente para excluir outras
doenças.

RESPOSTA: E mas acho que o item D está certo (Quando a sede da


discopatia é póstero-lateral, a protrusão ocorre na parte póstero-lateral do canal
vertebral, produzindo cervicalgia por irritação do plexo sensitivo raquidiano e
braquialgia pelo contato com a raiz. Para a avaliação da existência ou não da
compressão radicular por hérnia discal cervical, nossa primeira opção
atualmente é a ressonância magnética. Quando não disponível, lançamos mão
da tomografia computadorizada e da mielografia. Nas cervicobraquialgias
sintomáticas de outras afecções do esqueleto, como infecções e neoplasias, as
radiografias evidenciam essas lesões. A eletroneuromiografia pode ser útil para
diagnóstico diferencial com doenças neurológicas. O tratamento inicial sempre
deverá ser incrueto. O tratamento cirúrgico deverá ser considerado quando,
apesar do tratamento incruento bem orientado, houver piora dos sintomas e
sinais clínicos, ou quando permanecerem em um grau de intensidade que
impeça o paciente de manter um nível adequado de atividade. A radiculopatia
C6 tem relação com o espaço discal C5-C6. - SIZÍNIO)
7. Com relação ao canal vertebral e sua estenose, é correto afirmar que:
a) o tratamento deve ser preferencialmente cruento;
b) laminectomia ampla está indicada nas estenoses centrais, laterais ou
foraminais;
c) na raça negra o canal medular é maior que na raça branca;
d) o diâmetro do canal vertebral aumenta até o final da adolescência;
e) na estenose, dor radicular bilateral é a queixa principal.

RESPOSTA: C (Existem quatro subsíndromes na estenose lombar: 1)


claudicação neurogênica intermitente, 2) dor radicular – ciatalgia, 3) dor atípica
do membro inferior, 4) síndrome da cauda eqüina crônica. A principal síndrome
da estenose lombar é a claudicação neurogênica intermitente, mas o paciente
pode apresentar qualquer combinação das quatro síndromes. Desde que não
haja alterações neurológicas (paralisias, alterações esfincterianas), o
tratamento conservador deve ser realizado inicialmente. As indicações para
cirurgia são dor radicular intolerável nas atividades da vida diária apesar do
tratamento conservador, diminuição do percurso da marcha e alterações
esfincterianas devidas à síndrome da cauda eqüina crônica. Do ponto de vista
cirúrgico, o princípio é a descompressão estenótica. Foi demonstrado que a
laminectomia descompressiva pode causar instabilidade. Realizamos a
laminotomia múltipla, passando para a laminectomia total nos casos em que a
laminotomia não proporcionar uma descompressão adequada ou quando o
risco de lesão dos elementos neurais for grande devido a uma estenose lombar
grave. Na estenose do recesso lateral, realizamos a osteotomia do terço
interno do processo articular inferior e superior, seguindo a raiz até sua saída
através do forame. Sempre que possível, devemos preservar o disco e parte da
faceta articular; mas se a descompressão neural exigir, devemos ressecá-los.
Nos casos de espondilolistese degenerativa, realizamos a artrodese vertebral
concomitante à laminotomia lombar. - SIZÍNIO)

8. Com relação às lesões tumorais no membro superior, é correto afirmar


que:
a) o tumor de células gigantes da bainha tendinosa deve ser tratado por
ressecção em bloco, incluindo os tendões comprometidos;
b) o tumor ósseo mais freqüente na mão é o osteocondroma;
c) o tumor de células gigantes da extremidade distal do rádio é raro, localiza-se
na epífise e provoca grande reação periostal;
d) o tumor glômico é muito doloroso e pode provocar deformidades ungueais;
e) o osteoma osteóide é freqüente nos ossos do carpo, causando deformidade
óssea e instabilidade cárpica, devendo ser tratado pela ressecção em bloco.

RESPOSTA: D (O tumor glômico ou glomangioma, é uma lesão rara mas


dolorosa. A pele e o tecido subcutâneo das mãos e pés são comumente
afetados. A área subungueal dos dedos das mãos é um lugar característico de
comprometimento, especialmente em mulheres. Um ponto extremamente
doloroso à palpação está invariavelmente presente. O tumor de células
gigantes da bainha tendínea é um tumor benigno relativamente comum que
afeta as bainhas tendíneas dos dedos das mãos dos adultos. Ele aparece
primeiro como uma tumoração que cresce mas é indolor. Ocasionalmente uma
radiografia mostra erosão óssea. O tratamento é feito por excisão marginal, o
que em grandes lesões pode ser tecnicamente difícil. Recidivas não são
infreqüentes se a excisão for incompleta. O encondroma, o mais freqüente
tumor ósseo na mão, raramente demonstra comportamento agressivo e é às
vezes chamado de hamartoma cartilaginoso. A localização mais comum do
tumor de células gigantes é o fêmur distal, vindo logo a seguir da tíbia
proximal. No rádio distal (a terceira localização mais comum) estes tumores
freqüentemente são mais agressivos. O osteoma osteóide é um neoplasma
benigno observado mais freqüentemente em homens jovens. Qualquer osso,
ou quase todos, pode ser comprometido, embora haja uma predileção pela
extremidade inferior, a metade dos casos comprometendo o fêmur ou a tíbia. -
CAMPBELL)

9. Com relação à síndrome do túnel tarsal, é correto afirmar que:


a) ocorre por compressão do nervo tibial posterior pelo retináculo extensor, na
face lateral do pé;
b) a manobra de PHALEN ou PHALEN reverso é positiva;
c) dor, parestesia e diminuição da sensibilidade no dorso do pé são achados
freqüentes;
d) as alterações eletromiográficas são de pouca valia, sendo preferível
imagens de ressonância magnética;
e) hipertrofia do retináculo flexor, lesões que ocupam espaço e hipertrofia do
abdutor do hálux são causas da doença.

RESPOSTA: E (As neuropatias periféricas na face medial do retropé resultam


da compressão do nervo tibial e de seus ramos, em diversos sítios. Essa
compressão pode ser intrínseca ao túnel do tarso (retináculo dos flexores).
Outras possibilidades de compressão situam-se sob a fáscia profunda do
músculo abdutor do hálux e, ainda, na região subcalcaneana. O conteúdo do
túnel do tarso consta dos tendões dos músculos tibial posterior, flexor longo
dos dedos, flexor longo do hálux e feixe vasculonervoso. Qualquer patologia
inerente a essas estruturas poderá comprimir o nervo tibial no interior do túnel
osteofibroso. Outras possibilidades de aumento da pressão no interior do túnel
osteofibroso capazes de comprimir as estruturas nervosas são as exostose
resultantes de fraturas e de alterações do relevo ósseo, cistos de bainhas
tendinosas, tumores, varizes, presença de músculo solear acessório, barras
talocalcaneanas e deformidade em valgo exagerada do retropé. A dor
apresenta-se sem localização precisa, com características neuropáticas de
choque, queimor e latejo, associada a sensação de ardor e dormência. O
exame eletroneuromiográfico é útil na confirmaão diagnóstica da síndrome
compressiva do túnel do tarso. - SIZINIO)

10. Com relação aos tumores de partes moles, é correto afirmar que:
a) quando sarcomas, seu estadiamento é baseado, principalmente, no aspecto
histológico e na quantidade de necrose intratumoral;
b) tumores malignos de mesmo tamanho têm prognóstico semelhante,
qualquer que seja sua localização anatômica;
c) o melhor método de imagem, para definir se um tumor é maligno ou benigno,
é a de ressonância magnética;
d) calcificações irregulares dentro de um tumor de partes moles sugere
lipossarcoma ou sinoviossarcoma;
e) tumor com borda bem definida é, em geral, benigno.

RESPOSTA: E (Lesões benignas latentes (B1): os exames de diagnóstico por


imagem do tumor mostram lesões bem margeadas por uma área de esclerose.
Lesão benigna ativa (B2): Os exames de imagem mostram tumores irregulares
mas bem margeados. Na radiografia simples, podemos detectar uma massa
isodensa ou uma sombra nos tecidos moles. Essa imagem pode levantar a
suspeita de um tumor com características sólidas ou de uma lesão com tecido
composto por gordura. No caso dos hemangiomas, podemos ter a presença
dos flebótomos, ou, no caso do sarcoma sinovial, a presença de imagens
cartilaginosas calcificadas. As radiografias ainda podem mostrar o
envolvimento ósseo contíguo à presença de um tumor nas partes moles,
havendo uma remodelação óssea, uma destruição periosteal ou mesmo uma
destruição óssea. – REYNALDO JESUS
Apesar de as radiografias simples serem pouco úteis em lesões de tecidos
moles, devem ser tiradas em todos os pacientes porque alguma informação útil
pode ser obtida, como a presença de miosite ossificante, flebólitos num
hemangioma, calcificação em um sarcoma sinovial ou uma densidade de
gordura em um lipoma. A ressonância magnética substituiu a TC como o
estudo de escolha para determinar o tamanho, a extensão e as relações
anatômicas dos tumores ósseos e dos tecidos moles. A RM pode fornecer um
diagnóstico específico de tumores como lipoma, hemangioma, hematoma ou
sinovite vilonodular pigmentada, todos com aspectos muito característicos. No
que diz respeito à maioria dos neoplasmas, no entanto, o aspecto em RM é
inespecífico. Do mesmo modo, RM não é útil para diferenciar lesões benignas
de malignas. De um modo geral, no entanto, qualquer neoplasma de tecidos
moles profundo à fáscia ou com mais de 5 cm na sua maior dimensão
apresenta probabilidade elevada de ser um sarcoma. - CAMPBELL)

11. Com relação ao ombro doloroso do adulto, é correto afirmar que:


a) a ressecção da extremidade distal da clavícula, na vigência da síndrome do
impacto, está indicada na presença de artrose acromioclavicular;
b) a acromioplastia artroscópica é preferível àquela por via aberta, devido as
complicações que podem ocorrer com o músculo deltóide;
c) a etiologia da capsulite adesiva está hoje bem definida, assim como seu
tratamento;
d) a tendinite calcária é decorrente da síndrome do impacto, sendo a
acromioplastia uma opção importante no tratamento cirúrgico;
e) a frouxidão cápsulo-ligamentar do ombro determina instabilidade, sendo
infreqüentes as dores decorrentes de tendinites.

RESPOSTA: B (A acromioplastia descompressiva corresponde hoje a cerca de


70% dos procedimentos artroscópicos ao nível do ombro. Pelo fato de não
tocar na origem do deltóide, a reabilitação ativa pode iniciar mais
precocemente. A articulação acromioclaviclar pode estar envolvida no processo
de degeneração articular e lesão do manguito. Há indicação de ressecção da
extremidade distal da clavícula apenas em situações precisas, e resumem-se
ao fato de haver sintomatologia dolorosa à palpação. Atualmente não se
considera necessário ressecar a extremidade distal da clavícula apenas devido
à formação de osteófitos sem que exista sintomatologia, mesmo que o osteófito
seja grande e a imagem radiográfica sugira que o músculo supraespinhal
esteja sendo comprimido. A patologia da capsulite adesiva reside
essencialmente na cápsula articular, que se encontra espessada, inelástica e
friável. Ocorre fibrose e infiltração perivascular aumentada. O líquido sinovial é
normal. O volume da articulação está sempre diminuído, em torno de 3 a 15ml,
comparado a 20 a 25ml da capacidade articular normal. O que determina essa
alteração patológica, no entanto, não é ainda conhecido. O depósito de sais de
cálcio nos músculos do manguito rotador (tendinite calcárea) é uma patologia
comum de etiologia desconhecida. O tratamento cirúrgico pode ser feito por via
aberta ou artroscópica, e consiste de ressecção dos depósitos de cálcio e
descompressão do espaço subacromial (acromioplastia, bursectomia e
liberação do ligamento coracoacromial) quando se constata que há um
componente de compressão subacromial associado. - SIZÍNIO)

12. Com relação às entesopatias do cotovelo e seus diagnósticos


diferenciais, é correto afirmar que:
a) a síndrome compressiva do interósseo anterior mimetiza a epicondilite
lateral;
b) a compressão do nervo radial é bem identificada pela eletroneuromiografia;
c) a compressão do nervo radial é bem evidenciada na manobra de pronação
contra resistência;
d) o tendão do músculo extensor longo dos dedos é o principal afetado na
epicondilite lateral;
e) o exame anátomo-patológico mostra, predominantemente, lesões
degenerativas.

RESPOSTA: B (Hoje existe um consenso de que a lesão acomete a origem do


músculo extensor radial curto do carpo no epicôndilo lateral do úmero. Um
diagnóstico diferencial obrigatório é com a síndrome de compressão do nervo
interósseo posterior, a qual ocasiona sintomatologia parecida. A diferença é
que, nesta lesão, o grau de degeneração do tendão é pequeno ou inexistente,
e a dor tem características neurais. A extensão resistida do 3 o dedo costuma
ser muito dolorosa. – TRATADO DE ORTOPEDIA SBOT
A síndrome do supinador é o principal diagnóstico diferencial, e o local da dor é
muito próximo entre o epicôndilo e a arcada de Froshe. Muitas vezes a
eletroneuromiografia dinâmica será necessária para o esclarecimento
diagnóstico. - SIZÍNIO)

13. Com relação aos condrossarcomas, é correto afirmar que:


a) somente ocorrem secundariamente a uma lesão cartilaginosa préexistente;
b) atingem, preferencialmente, adultos idosos, acima dos 70 anos de idade;
c) como são grandes e não homogêneos, as biópsias devem ser realizadas por
via aberta;
d) as localizações mais freqüentes são o esterno e a calota craniana;
e) quando afeta as crianças têm evolução mais favorável.

RESPOSTA: E (Didaticamente dividimos o condrossarcoma em


condrossarcoma primário, quando se desenvolve em um osso previamente
normal, e condrossarcoma secundário, quando se desenvolve a partir de uma
lesão cartilaginosa benigna preexistente. O sucesso da cirurgia vai depender,
em parte, da biopsia. A escolha entre biópsia percutânea ou a céu aberto
depende das condições de cada lesão e da experiência do cirurgião e do
patologista. Uma biópsia aberta realizada través de uma pequena incisão pode
ser preferível se surgirem dúvidas quanto à natureza representativa do tecido,
obtido por meio de biopsia percutânea. – REINALDO JESUS
O condrossarcoma ocorre em uma larga faixa etária, com picos entre 40 e 60
anos para o condrossarcoma primário e entre 25 e 45 anos para o
condrossarcoma secundário. Condrossarcoma pode ocorrer em qualquer
localização; entretanto, a maioria está situada em local proximal, como a pelve,
o fêmur proximal e o úmero proximal. Embora condrossarcomas raramente
ocorram na mão, eles são a malignidade mais comum nesta localização. A
incidência é ligeiramente mais alta em homens. Os condrossarcomas
secundários originam-se no local de uma lesão cartilaginosa benigna
preexistente. Eles ocorrem mais freqüentemente no contexto de encondroma
múltiplos e exostoses hereditárias múltiplas. - CAMPBELL)

14. Paciente do sexo feminino, 78 anos de idade, refere dor de


aparecimento súbito no compartimento medial do joelho direito, há dois
meses. Qual das alternativas abaixo inclui a principal opção diagnóstica,
seguida dos diagnósticos diferenciais?
a) lesão degenerativa do menisco medial / lesão condral / artrose medial;
b) fratura subcondral / artrose medial / osteonecrose;
c) doença de PELLEGRINI-STIEDA / tendinite da "pata de ganso" / lesão
condral;
d) osteonecrose / artrose medial / lesão meniscal;
e) artrite reumatóide / gota / condrocalcinose.

RESPOSTA: A (Acho que é letra D: A osteonecrose idiopática apresenta-se


mais frequentemente em indivíduos com idade superior a 60 anos, do sexo
feminino, na proporção de três mulheres para um homem, sendo bilateral em
20% dos casos e em 90% dos pacientes o côndilo femoral medial é o mais
afetado. O principal sintoma é a dor, que pode variar de intensidade, desde
moderada até intensa, caracterizando-se por ser de início súbito, com alguns
pacientes chegando a referir o momento exato do início da mesma. – SBOT
ortopedia do adulto, pág 242)

15. Em paciente do sexo feminino, de 12 anos de idade, com indicação de


correção da instabilidade patelo-femoral, qual das técnicas abaixo é a
melhor opção para o realinhamento distal do mecanismo extensor?
a) ROUX-GOLDWAIT;
b) ELMSLIE-TRILLAT;
c) MAQUET;
d) FULKERSON;
e) HAUSER.

RESPOSTA: A (O realinhamento distal talvez tenha sido o método mais


amplamente utilizado para controle da luxação da patela. Hauser descreveu
originalmente a transferência da TAT, em que a tuberosidade transferida é
colocada numa posição relativamente posterior, o que aumenta a força de
contato femoro-patelar e também a incidência de osteoartrose tardia da
articulação femoro-patelar. Esta técnica não deve ser usada em crianças com
placas de crescimento proximais abertas, e tem caído em desuso. O método de
Hauser foi modificado por vários autores, inclusive Trilat et al., Cox e Brown et
al. Também pode ser realizado um realinhamento distal por meio de cirurgia
nos tecidos moles, conforme procedimento descrito por Roux, Goldthwait e
Galeazzi (realinhamento extensor distal, Tendão patelar é divido
longitudinalmente / Metade lateral é transplantada medialmente). Esses
procedimentos estão indicados em pacientes esqueleticamente imaturos com
luxação recidivante da patela não corrigida por tratamento conservador
prolongado. - CAMPBELL)

16. Com respeito à gota e suas manifestações clínicas, é correto afirmar


que:
a) quando acomete mulheres, é mais freqüente na terceira década da vida;
b) é transtorno metabólico que determina deposição de sais de fosfato nas
articulações;
c) tem caráter de transmissão hereditário ligado ao sexo;
d) a supressão do hormônio adrenocorticotrófico tem relação com episódios
agudos de gota;
e) todo paciente hiperuricêmico deve receber tratamento medicamentoso
profilático.

RESPOSTA: A (A gota é a artrite causada pela deposição de cristais


monourato de sódio no espaço articular e pode se apresentar de diversas
formas clinicas, sendo a mais clássica a monoartrite aguda. Predomina no sexo
masculino a partir da quarta década. A gota geralmente causa uma articulação
dolorosa eritematosa em homens adultos. Comumente ocorre de maneira
súbita com dor intensa numa única articulação. A articulação está inchada,
quente e dolorosa à palpação, sugerindo uma celulite ou abscesso grave. As
mulheres raramente têm artrose gotosa mesmo depois da menopausa;
entretanto, a paciente com gota tofácea tipicamente é uma mulher idosa. A
presença de hiperuricemia isoladamente não estabelece o diagnóstico
definitivo de gota; de fato, a concentração de ácido úraco pode ser elevada e
um ataque agudo de gota pode nunca ocorrer. Ao contrário, durante um ataque
agudo de gota o nível de ácido úraco pode estar normal. A aspiração de uma
articulação proporciona o único diagnóstico definitivo de gota: a microscopia
polarizada comumente mostra cristais de urato monosódico negativamente
birrefringentes no líquido articular. - CAMPBELL)
17. Com relação à tuberculose ósteo-articular, é correto afirmar que:
a) a raça branca é fator predisponente;
b) a relação linfócito/monócito é bom indicador de resistência imunológica;
c) a infecção não compromete, primariamente, a sinóvia, chegando à
articulação através do osso subcondral;
d) na coluna vertebral, a infecção se inicia no disco intervertebral;
e) a reação intradérmica de MANTOUX tem valor diagnóstico, principalmente,
quando é positiva.

RESPOSTA: D (Acho que é letra E: A reação de Mantoux é o mesmo PPD.


Uma das características da TB é que ela preserva o disco. Só acomete em
casos avançados. A tuberculose é uma infecção granulomatosa causada por
uma bactéria chamada Mycobacterium tuberculosis, que pode causar uma
osteomielite ou uma artrite tuberculosa. A via de entrada é geralmente
hematogênica, por um foco tuberculoso primário pulmonar ou intestinal. É
muito mais freqüente encontrar tuberculose articular do que na forma de
osteomielite. A artrite tuberculosa ataca principalmente a articulação
coxofemural, seguida do joelho, do tornozelo, da sacroilíaca e do ombro. Na
forma de osteomielite, a mais frequente é a tuberculose vertebral, conhecida
como mal de Pott (fuso paraverebral + cifose + quadro neurológico), que
acomete geralmente uma ou mais vértebras torácicas. O teste cutâneo de
Mantoux é geralmente positivo, mas não significa doença ativa.- SIZÍNIO
Na tuberculose, a disseminação ocorre, assim como nas outras localizações da
TB osteoarticular, por via hematogênica na fase secundária da doença,
ocorrendo manifestações clínicas em sua fase terciária. A lesão inicial costuma
localizar-se na área central do corpo vertebral (cerca de 60% dos casos),
sendo menos freqüente na paradiscal ou anterior. - CAMPBELL)

18. Com relação à artrite reumatóide, é correto afirmar que:


a) na mão, a ruptura de tendões flexores do polegar e indicador é a mais
freqüente;
b) na sinovectomia do cotovelo é mandatória a preservação da cabeça do
rádio;
c) na coluna cervical, rigidez é a regra na artrite reumatóide juvenil e
instabilidade é a característica no adulto;
d) no antepé, as deformidades metatarsofalângicas são melhor tratadas com
artrodese;
e) no ombro, ao contrário de outras articulações, a artroplastia total traz pouco
benefício com relação ao alívio da dor.

RESPOSTA: C (CAMPBELL P. 3730 – TENDÕES, ESPECIALMENTE OS


DOS TRÊS EXTENSORES DOS DEDOS ULNARES PODEM ROMPER-SE.
CAMPBELL P. 915 – COM O RELAXAMENTO CAPSULAR E LIGAMENTAR
USUAL QUE ACOMPANHA A ARTRITE REUMATÓIDE AVANÇADA, A
EXPOSIÇÃO PELO LADO LATERAL SOMENTE, EM GERAL É
SATISFATÓRIA. PRESERVAR O MÁXIMO POSSÍVEL DA CÁPSULA
LATERAL E DAS ESTRUTURAS LIGAMENTARES, E RESSECAR A
CABEÇA RADIAL PARA EXPOR MELHOR A FACE MEDIAL DA
ARTICULAÇÃO.
CAMPBELL P. 2097 – APROXIMADAMENTE 61% DOS INDIVÍDUOS
SUBMETIDOS A SUBSTITUIÇÃO TOTAL ARTICULAR FORAM
DESSCRITOS TENDO INSTABILIDAD NA COLUNA CERVICAL.
CAMPBELL P. 4092 – DA REVISÃO DE SÉRIES PUBLICADAS SOBRE
ARTROPLASTIA DE ANTEPÉ REUMATÓIDE: EM 80 A 90% DOS
PACIENTES, UM RESULTADO SATISFATÓRIO PODE SER ESPERADO..
CAMPBELL P. 488 – SERVE PARA O ALÍVIO DA DOR, NO ENTANTO,
OBSERVAR SE O COTOVELO IPSILATERAL TAMBÉM NECESSITA DE
ARTROPLASTIA, E FAZER A MAIS DOLOROSA ANTES. A DOR MELHORA
APÓS FEITA AS DUAS.
LETRA: C)

19. Com relação ao cisto sinovial, é correto afirmar que:


a) é mais freqüente em pacientes entre 50 e 60 anos de idade; (F)
PODE OCORRER EM QUALQUER IDADE OU SEXO. MAIS FREQUENTE
ENTRE A SEGUNDA E A QUARTA DÉCADAS E NO SEXO FEMININO.
b) sua localização mais freqüente é a região dorso-radial do punho e se origina
da cápsula articular; (F)
O LOCAL MAIS FREQÜENTE DE ORIGEM É O LIGAMENTO
ESCAFOSSEMILUNAR DORSAL. O SEGUNDO LOCAL MAIS FREQÜENTE
É PALMAR IMEDIATAMENTE RADIAL AO TENDÃO FLEXOR RADIAL DO
CARPO.
c) não ocorre em bainhas tendinosas; (F)
ORIGINAM-SE DA SINOVIAL DAS ARTICULAÇÕES OU BAINHAS DE
TENDÃO OU DOS TENDÕES.
d) uma vez feito o diagnóstico sua remoção cirúrgica é indicada; (F)
OS CISTOS OCASIONALMENTE DESAPARECEM ESPONTANEAMENTE.
REMOÇÃO DE UMA MARGEM CAPSULAR AMPLA EM TORNO DA BASE
DO CISTO, E NENHUMA TENTATIVA DEVE SER FEITA DE FECHAR A
CÁPSULA ARTICULAR.
INDICADO PARA PACIENTES QUE SE QUEIXAM DE DOR PERSISTENTE.
e) recidiva após remoção cirúrgica é rara. (V)
TAXAS DE CURA DE 94% QUANDO REMOVIDOS COM ANESTESIA
GERAL OU BLOQUEIO AXILAR, 84% COM ANESTESIA LOCAL E
TORNIQUETE E 65% COM RUPTURA POR PRESSÃO OU RUPTURA COM
UMA AGULHA DEPOIS DA INJEÇÃO DE CORTISONA.
RECIDIVA APÓS EXCISÃO COMPLETA É RARA.
CAMPBELL P. 3797/ SIZINIO P. 267 – LETRA: E

20. Com relação à contratura de DUPUYTREN, é correto afirmar que:


a) é mais freqüente em mulheres alcoólatras ou epilépticas; (F)
OCORRE HABITUALMENTE NA 5ª A 7ª DÉCADA DE VIDA, 10 VEZES MAIS
FREQÜENTE EM HOMENS QUE EM MULHERES. COMUM EM PESSOAS
DE ORIGEM ESCANDINAVA OU CÉLTICA, OCASIONALMENTE EM
NEGROS E RARAMENTE EM ASIÁTICOS. MAIS FREQÜENTE E GRAVE
EM PESSOAS COM DIABETES MELITO OU COM EPILEPSIA E RELATOS
CONFLITATENS EM PESSOAS QUE SOFREM DE ALCOOLISMO.
BILATERAL EM 45% DOS CASOS E RARAMENTE SIMÉTRICO.
b) não acomete as aponeuroses digitais; (F)
NÃO ACOMETE OS SEPTOS VERTICAIS DE LEGEAU E JUVARA;
LIGAMENTO TRANSVERSO SUPERFICIAL; LIGAMENTO DE LANDSMEER.
O RESTO É AFETADO.
c) a cirurgia deve ser indicada precocemente, tão logo surjam os nódulos
palmares; (F)
NA AUSÊNCIA DE CONTRATURAS (METACARPOFALÂNGICAS E IFP)
NENHUM TRATAMENTO ESTÁ INDICADO, PORQUE OS NÓDULOS E
CORDÕES GERALMENTE SÃO INDOLORES.
d) é mais benigna quando afeta paciente mais idoso; (V)
A MORBIDADE PODE SER AUMENTADA NOS HOMENS QUE
DESENVOLVEM A DOENÇA ANTES DE 60 ANOS DE IDADE.
e) dor é o sintoma principal, determinando a indicação cirúrgica. (F)
DESCONFORTO É RARO E HABITUALENTE COSISTE EM PRURIDO OU
DOR OCASIONAL, NO INÍCIO DO DESENVOLVIMENTO DOS NÓDULOS.
CAMPBELL P. 3751. LETRA: D

21. Com relação à espondilite anquilosante, é correto afirmar que:


a) a fasciite plantar pode ser a manifestação inicial; (F)
AFETA INICIALMENTE SACRO-ILÍACAS E PROGRIDE CRANIALMENTE.
COLUNA EM BAMBU. PRESERVA LIGAMENTO LONGITUDINAL
ANTERIOR E DISCOS INTERVERTEBRAIS.
b) enquadra-se dentro das artropatias soro positivas; (V)
ASSOCIAÇÃO COM O ANTÍGENO HLA-B27, QUE ESTÁ PRESENTE EM 88
A 96% DOS PACIENTES.
c) as artroplastias do quadril evoluem como nos pacientes com osteoartrose
primária; (F)
A ARTROSE DO QUADRIL OCASIONALMENTE PROGRIDE PARA
ARTRODESE EXPONTÂNEA.
d) alterações radiográficas só aparecem nos estágios clínicos tardios; (F)
AS RADIOGRAFIAS INICIALMENTE MOSTRAM ARTRODESE DAS
ARTICULAÇÕES SACRO-ILÍACAS.
e) é rara a associação com distúrbios psico-emocionais. (F)
VÁRIAS DEFORMIDADES DESFIGURADORAS E INCAPACITANTES,
AFETAM O EMOCIONAL DOS PACIENTES ENVOLVIDOS (4VEZES MAIS
HOMENS QUE MULHERES NA SEGUNDA E TERCEIRA DÉCADAS DE
VIDA).
CAMPBELL P. 2099. LETRA: B

22. Com relação às doenças neuromusculares, é correto afirmar que:


a) na distrofia fáscio-escápulo umeral os músculos bíceps e tríceps não estão
comprometidos; (F)
CAMPBELL P. 1374 – É UMA AFECÇÃO AUTOSSÔMICA DOMINANTE
COM FRAQUEZA CARACTERÍSTICA DOS MÚSCULOS FACIAIS E DA
CINTURA ESCAPULAR. AS MAIORES DEFICIÊNCIAS FUNCIONAIS SÃO A
INCAPACIDADE DE ABDUZIR E FLEXIONAR OS BRAÇOS NAS
ARTICULAÇÕES GLENOUMERAIS E A PRESENÇA DE ESCÁPULA
ALADA, ENQUANTO QUE OS MÚSCULOS QUE ABDUZEM A
ARTICULAÇÃO GLENOUMERAL PERMANECEM FORTES.
b) a ataxia de FRIEDREICH é provocada por disfunção do arco reflexo-
medular; (F)
CAMPBELL P. 1382 - DOENÇA AUTOSSÔMICA RECESSIVA
CARACTERIZADA POR DEGENERAÇÃO ESPINOCEREBELAR. O
SINTOMA DE APRESENTAÇÃO GERALMENTE É UMA MARCHA
ATÁXICA, QUE COSTUMA SURGIR ENTRE 7 E 15 ANOS DE IDADE. O
DIAGNÓSTICO É INDICADO PELA TRÍADE CLÍNICA DE ATAXIA,
ARREFLEXIA E REFLEXO DE BABINSKI POSITIVO.
c) a seringomielia caracteriza-se por provocar, inicialmente, perda da
sensibilidade dolorosa e térmica e, tardiamente, alterações motoras; (V)
CAMPBELL P. 957 – A PERDA DE SENSIBILIDADE DA ARTICULAÇÃO É
ACOMPANHADA POR ALTERAÇÕES DEGENERATIVAS GRAVES,
FORMAÇÃO DE OSTEÓFITOS, FRATURAS ARTICULARES E
SUBCONDRAIS, E MUITAS VEZES CALCIFICAÇÃO NOS TECIDOS MOLES
ADJACENTES. A PROGRESSÃO DA ARTROPATIA NEUROPÁTICA É
EXTREMAMENTE VARIÁVEL; EM ALGUNS PACIENTES A
DEGENERAÇÃO E ATRITO AVANÇAM RAPIDAMENTE PARA
DESTRUIÇÃO ÓSSEA, ENQUANTO EM OUTROS O PROCESSO É MUITO
MAIS GRADUAL.
d) na doença de DEJERINE-SOTTAS (neuropatia neuro-sensorial hereditária,
tipo III), o paciente mantém capacidade de marcha, apesar do desenvolvimento
de pés planos rígidos; (F)
CAMPBELL P. 1381 – DOENÇA AUTOSSÔMICA RECESSIVA.
GERALMENTE COMEÇA NA INFÂNCIA, MAS PODE MANIFESTAR-SE
APENAS NA ADOLESCÊNCIA. ALÉM DA CLÁSSICA DEFORMIDADE DE
PÉ CAVO, OCORRE PERDA SENSITIVA ACENTUADA NOS QUATRO
MEMBROS. OS PACIENTES TAMBÉM PODEM APRESENTAR PÉ TORTO
OU CIFOESCOLIOSE.
e) a distrofia muscular da cintura pélvica caracteriza-se pela presença de
paresia do quadríceps e força muscular normal dos glúteos e iliopsoas. (F)
CAMPBELL P. 1374 – É UMA AFECÇÃO AUTOSSÔMICA RECESSIVO. A
FRAQUEZA DO MEMBRO INFERIOR ENVOLVE OS MÚSCULOS GLÚTEO
MÁXIMO, ILIOPSOAS E QUADRÍCEPS.
LETRA: C

23. Com relação às artroses do quadril, é correto afirmar que:


SIZÍNIO P. 374 LETRA: D
a) as osteotomias valgizantes são mais freqüentemente indicadas que as
varizantes, como medida terapêutica;
VARIZANTE – INDICADA QUANDO O PACIENTE POSSUI ADUÇÃO
DOLOROSA, DEFORMIDADE EM ABDUÇÃO E ABDUÇÃO PRESENTE
ALÉM DA DEFORMIDADE. COMPLICAÇÕES – ENCURTAMENTO DO
MEMBRO E PROEMINÊNCIA DO TROCANTER MAIOR E MARCHA EM
TRENDELEMBURG.
VALGIZANTE – INDICADA QUANDO O PACIENTE, COM O QUADRIL
ARTRÓSICO, POSSUIR DEFORMIDADE EM ADUÇÃO, ADUÇÃO
PRESENTE ALÉM DA DEFORMIDADE, MARCHA TIPO TRENDELEMBURG
E ABDUÇÃO DOLOROSA.
b) nas de causa idiopática ou metabólica, as osteotomias são melhor indicadas
que as próteses totais de quadril;
AS OSTEOTOMIAS SÃO INDICADAS EM PACIENTES JOVENS, COM BOA
MOBILIDADE ARTICULAR, PARA EVITAR A PROGRESSÃO DA ARTROSE
E PROMOVER UMA REGENERAÇÃO CARTILAGINOSA.
c) a artroplastia parcial confere alívio da dor em pacientes acima da sétima
década de vida;
PARA PACIENTES COM BAIXA ESPECTATIVA DE VIDA E/OU DEMANDA
DEVIDO AO DESGASTE ACETABULAR E PROTUSÃO, GERALMENTE
POR FRATURAS.
d) em pacientes jovens (abaixo dos 40 anos de idade), a artroplastia total é a
melhor indicação de tratamento;
ESTÁ INDICADA NOS PACIENTES QUE APRESENTAM UMA
ARTICULAÇÃO ARTRÍTICA DOLOROSA E INCAPACITANTE,
REFRATÁRIA AO TRATAMENTO CONSERVADOR. EMBORA HAJA
INDICAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO ARTICULAR EM INDIVÍDUOS JOVENS,
SOBRETUDO NAQUELES COM ENVOLVIMENTO POLIARTICULAR,
DECORRENTE DE DOENÇAS SISTÊMICAS, TAIS COMO ARTRITE
REUMATÓIDE E ESPONDILITE, O PROCEDIMENTO NORMALMENTE
ESTÁ INDICADO PARA PACIENTES MAIS IDOSOS, DE PREFERÊNCIA
COM MAIS DE 65 ANOS.
e) a artrodese de quadril é a opção de escolha em pacientes de baixa demanda
funcional.
O PACIENTE IDEAL É O ADULTO JOVEM COM APENAS UMA
ARTICULAÇÃO DO QUADRIL COMPROMETIDA, COM ESTILO DE VIDA
ATIVO, COM JOELHO E COLUNAS NORMAIS, EM QUE OUTROS
PROCEDIMENTOS, COMO OSTEOTOMIAS FEMORAIS E
ACETABULARES, NÃO ESTÃO INDICADOS. (PÓS-TRAUMÁTICO OU PÓS-
INFECCIOSO).

24. Com relação à marcha normal, é correto afirmar que:


SIZÍNIO P. 35 LETRA: A
a) conservação de energia é um de seus pré-requisitos;
O OBJETIVO DA DEAMBULAÇÃO É O DESLOCAMENTO DO INDIVÍDUO
DE UM LOCAL PARA OUTRO DE MANEIRA VERSÁTIL E COM O MENOR
CONSUMO DE ENERGIA POSSÍVEL.
b) seu ciclo inicia e termina com o desprendimento do pé;
INICIO É O CONTATO INICIAL DO PÉ (APOIO DO CALCÂNEO AO SOLO) E
O FINAL É O BALANÇO TERMINAL COM A DESACELERAÇÃO DO
MEMBRO QUE SE PREPARA PARA TOCAR AO SOLO.
c) a fase de balanço é a maior do ciclo;
APOIO = 60% E BALANÇO = 40%
d) o padrão de marcha de adulto é atingido aos 10 anos de idade;
DEPENDE DA MATURAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL, O QUAL
PROGRIDE CEFALOCAUDALMENTE. O PADRÃO ADULTO DESENVOLVE-
SE ENTRE OS 3 E OS 5 ANOS DE IDADE, ESTABELECENDO-SE MAIS
PRECOEMENTE NO MENINO.
e) no contato inicial ("toque do calcâneo") o joelho está em 20 graus de flexão.
O JOELHO ESTÁ EM EXTENSÃO COMPLETA = 0º.

25. Com relação à disfunção ou insuficiência do tendão do tibial posterior,


é incorreto afirmar que:
SIZÍNIO P. 578 LETRA: D
a) acomete, preferencialmente, pacientes acima de 50 anos de idade;
ACOMETE PRINCIPALMENTE INDIVÍDUOS ACIMA DE 50 ANOS, COM
PREVALÊNCIA DO SEXO FEMININO, MAIOR INCIDÊNCIA DE
ACOMETIMENTO DO LADO ESQUERDO.
b) a etiopatogenia é mais degenerativa e inflamatória do que traumática;
A DEGENERAÇÃO DO TENDÃO DECORRE DO ENVELHECIMENTO
FISIOLÓGICO DEVIDO AO SEU ATRITO NA POLIA. REDUÇÃO DA
VASCULARIZAÇÃO ESTÁ RELACIONADA A IDADE E VÁRIAS
PATOLOGIAS SISTÊMICAS E METABÓLICAS (DIABETES,
ESPONDILOARTROPATIAS SORONEGATIVAS, ARTRITE REUMAÓIDE,
GOTA ÚRICA, E OS DISTÚRBIOS HORMONAIS) O TABAGISMO, O
ALCOOLISMO, A HIPERTENSÃO , O TIPO SANGUÍNEO O E A TERAPIA
COM CORTICOSTERÓIDES SÃO AGRAVANTES DA LESÃO TENDÍNEA.
c) as queixas principais são dor e deformidade progressiva, com valgo do
retropé e abdução do antepé;
DOR + VALGISMO DO RETROPÉ + DIMINUIÇÃO DA ALTURA DO ARCO
LONGITUDINAL MEDIAL + ABDUÇÃO DO ANTEPÉ + DESVIO EM
ROTAÇÃO EXTERNA DO EIXO DO PÉ. MAIOR NÚMERO DE DEDOS (EM
VISTA POSTERIOR) DEVIDO AO PÉ PRONADO E ABDUTO.
d) a marcha na ponta dos pés não se altera, desde que não haja concomitância
de lesão no tendão calcâneo (Aquiles);
A FORÇA SUPINADORA ESTÁ DIMINUÍDA. NÃO OCORRERÁ VARISMO
DO CALCÂNEO NO TESTE DE ELEVAÇÃO NA PONTA DOS PÉS E O
PACIENTE TERÁ DIFICULDADE PARA MARCHA DIGITÍGRADA NO LADO
AFETADO.
e) a dor é, geralmente, na face medial do pé, mas poderá manifestar-se no seio
do tarso por sobrecarga mecânica.
A DOR É REFERIDA AO LONGO DO TRAJETO DO TENDÃO NAS FASES
INICIAIS E SE TORNA PONTUAL. QUANDO HÁ O DESABAMENTO DO PÉ
EM PLANO VALGO, O LOCAL DA DOR TRANSFERE-SE PARA A FACE
LATERAL SOBRE O SEIO DO TARSO, DEVIDO À COMPRESSÃO DAS
SUAS ESTRUTURAS E AO DESENVOLVIMENTO DA ARTROSE
SUBTALAR.

ORTOPEDIA INFANTIL
ASSINALE AS CORRETAS

26. Com relação às deformidades congênitas, é correto afirmar que:


LETRA: A + D
a) no torcicolo muscular, há inclinação lateral da cabeça para o lado afetado;
LOVELL E WINTER P. 880 – DEFORMIDADE CAUSADA PELA
CONTRATURA DO MÚSCULO ESTERNOCLEIDOMASTOIDEO, COM A
CABEÇA INCLINADA EM DIREÇÃO AO LADO AFETADO E O QUEIXO
ROTACIONADO EM DIREÇÃO AO OMBRO OPOSTO.
b) na sinostose cervical, a flexo-extensão está mais comprometida que a
inclinação lateral;
NA SÍNDROME DE KLIPEL-FEIL, os pacientes apresentam limitação da
mobilidade cervical : a flexo-extensão está mais
preservada que a mobilidade lateral do pescoço, devido ao “pterygium
coli”

c) na escápula alta, a mobilidade passiva do ombro está diminuída;


SIZÍNIO P. 180 – A RESTRIÇÃO DOS MOVIMENTOS
ESCAPULOTORÁCICOS PODE DETERMINAR LIMITAÇÃO DE ABDUÇÃO
ATIVA E PASSIVA DO MEMBRO SUPERIOR, E HABITUALMENTE OS
MOVIMENTOS GLENOUMERAIS SÃO NORMAIS. A FORÇA MUSCULAR
DA CINTURA ESCAPULAR ESTÁ DIMINUÍDA.
d) na pseudartrose da clavícula, o lado mais acometido é o esquerdo;
SBOT 280 – MAIOR PREVALENCIA DO LADO ESQUERDO E NO SEU
PADRÃO UNILATERAL. QUANDO DO LADO DIREITO, ESTÁ ASSOCIADA
A DEXTROCARDIA.
e) na sinostose cervical, a presença do "pterygium colli" abranda a aparência
alargada do pescoço.
NA SÍNDROME DE KLIPEL-FEIL, os pacientes
freqüentemente apresentam uma formação membranosa em cada
lado do pescoço estendendo-se do processo mastóideo até o acrômio
aumentando sua largura ( pterygium coli )

27. Com relação à luxação congênita do quadril, é correto afirmar que:


LETRA: C
a) há aumento da orientação crânio-caudal do acetábulo;
SBOT P. 164 - AUMENTO DO ÍNDICE ACETABULAR, COM VALORES
ACIMA DE 30º SÃO SUGESTIVOS DE DISPLASIA.
b) no recém-nato, escoliose é sinal de risco para a doença;
LOVELL E WINTER P.993 – FATORES DE ALTO RISCO PARA DISPLASIA
OU LUXAÇÃO EVOLUTIVA DO QUADRIL: POSIÇÃO DE NÁDEGAS; SEXO
FEMININO; HISTÓRICO FAMILIAR POSITIVO OU FATOR ÉTNICO;
DEFORMIDADE DO MEMBRO INFERIOR; TORCICOLO; METATARSUS
ADDUCTUS; OLIGOIDRAMNIO; ASSIMETRIA PERSISTENTE E
SIGNIFICATIVA DO QUADRIL.
c) a avaliação ultrassonográfica dinâmica se faz pelo método de GRAF;
LOVELL E WINTER P. 997 - AVALIAÇÃO MORFOLÓGICA E DINÂMICA
PELO MÉTODO DE GRAF. ÂNGULO ALFA É A MEDIDA DO ASPECTO
SUPERIOR DO ACETÁBULO ÓSSEO E O ÂNGULO BETA AVALIA O
COMPONENTE CARTILAGINOSO.
d) quando tratada com suspensório de PAVLIK, deve-se tensionar os tirantes
posteriores para se obter a abdução completa dos quadrís;
LOVELL E WINTER P.1008 – TIRAS ANTERIORES MANTEM A FLEXÃO
ENTRE 100 A 110º E TIRAS POSTERIORES MANTÉM A ABDUÇÃO
CONFORTÁVEL DENTRO DA ZONA DE SEGURANÇA (ARCO ENTRE A
RELUXAÇÃO E A ABDUÇÃO NÃO FORÇADA).
e) a rotação lateral completa do quadril, mesmo em pequenos graus de
abdução, comprime a artéria circunflexa medial da coxa.
SBOT P. 168 – O EXCESSO DE ABDUÇÃO PERMITE O PINÇAMENTO DA
ARTÉRIA CIRCUNFLEXA MEDIAL PELO PSOAS-ILÍACO.

28. Com relação ao pé torto varo eqüino congênito, é correto afirmar que:
LOVELL E WINTER P. 1258 – LETRA: D
a) a cabeça do tálus está desviada plantar e lateralmente;
A CABEÇA DO TÁLUS ESTÁ DESVIADA PLANTAR E MEDIALMENTE. A
CABEÇA DO TÁLUS PODE SER OBSERVADA E PALPADA NO ASPECTO
DORSOLATERAL DA PARTE MÉDIA/POSTERIOR DO PÉ,
IMEDIATAMENTE ANTERIOR À ARTICULAÇÃO DO TORNOZELO.
b) médio e antepé encontram-se abduzidos e evertidos;
EQUINO DA PARTE POSTERIOR DO PÉ, VARO (OU INVERSÃO) DO
COMPLEXO DA ARTICULAÇÃO SUBTALAR, CAVO (FLEXÃO PLANTAR
DA PARTE ANTERIOR DO PÉ SOBRE SUA PARTE POSTERIOR) E
ADUCTO DA PARTE ANTERIOR DO PÉ SOBRE SUA PARTE MÉDIA.
c) o idiopático se diferencia do postural pelo calcâneo menor e em eqüino;
A VARIEDADE IDIOPÁTICA APARECE EM CRIANÇAS NORMAIS NOS
DEMAIS ASPECTOS E NÃO DESAPARECE SEM TRATAMENTO
ESPECÍFICO. A VARIEDADE POSTURAL DESAPARECE
COMPLETAMENTE COM MANIPULAÇÃO, OU COM UM OU DOIS
APARELHOS DE GESSO. O TERCEIRO TIPO É O TERATOLÓGICO.
d) o ângulo talo-calcâneano na radiografia em AP é de 30 graus;
OS EIXOS DO TÁLUS E DO CALCÂNEO NORMALMENTE DIVERGEM UM
DO OUTRO, E OS EIXOS DO TÁLUS E DO PRIMEIRO METATARSAL
NORMALMENTE FORMAM UMA LINHA PRATICAMENTE RETA NAS DUAS
PROJEÇÕES. OS ÂNGULOS TIBIOTALAR E TIBIOCALCÂNEO SÃO
MEDIDOS NA PROJEÇÃO PERFIL.
e) a deformidade em "mata borrão" decorre de correção inadequada do
varismo.
OCORRE QUANDO SE TENTA CORRIGIR O EQUINO ANTES QUE O VARO
E A ADUÇÃO TENHAM SIDO COMPLETAMENTE CORRIGIDOS. PODE
OCORRER UM ACHATAMENTO OU NECROSE DO TÁLUS.

29. Com relação à osteomielite aguda hematogênica, é correto afirmar


que:
LOVELL E WINTER P. 496 / SBOT P. 33 – LETRA: A
a) a infecção tem início na porção arterial dos sinusóides metafisários;
NA REGIÃO METAFISÁRIA, AS ARTÉRIAS NUTRIENTES TERMINAIS SE
CONTINUAM POR “LAGOS VENOSOS” SINUSOIDAIS. ESSAS
CONDIÇÕES, COM BAIXA VELOCIDADE DEFLUXO E POUCA
CONCENTRAÇÃO DE MONÓCITOS NOS ESPAÇOS SINUSOIDAIS,
FAVORECEM A FIXAÇÃO BACTERIANA.
b) a dor decorre da necrose tecidual;
A MULTIPLICAÇÃO BACTERIANA PROVOCA RAPIDAMENTE A
FORMAÇÃO DE TROMBOS OU ÊMBOLOS SÉPTICOS E FENÔMENOS
TROMBOEMBÓLICOS, GERANDO INTENSA CONGESTÃO LOCAL,
AUMENTO DA PRESSÃO INTRA-ÓSSEA, DESENCADEANDO ISQUEMIA E
ÁREAS DE NECROSE, COM A FORMAÇÃO PROGRESSIVA DE PUS, O
QUE OCASIONA DOR INTENSA
c) na criança o periósteo é pouco aderido ao osso, favorecendo seu
descolamento;
O EDEMA E A HIPERPRESSÃO INTRA-ÓSSEA AUMENTAM
PROGRESSIVAMENTE, INICIANDO A DIFUSÃO DO PUS ATRAVÉS DOS
CANAIS DE HAVERS E DE VOLKMANN RUMO À CORTICAL EXTERNA. O
RESULTADO É A FORMAÇÃO DE UM ABSCESSO SUBPERIOSTEAL,
PROVOCANDO UM DESCOLAMENTO PROGRESSIVO DO PERIÓSTEO,
SUPRIMINDO A VASCULARIZAÇÃO CORTICAL POR DESCOLAMENTO E
RUPTURA DAS ARTÉRIAS NUTRIENTES CORTICAIS
TRANSPERIOSTEAIS.
d) cintilografia normal exclui o diagnóstico;
A CINTILOGRAFIA ÓSSEA TRIFÁSICA COM TECNÉCIO-99 APRESENTA
HIPERCAPTAÇÃO NA ÁREA DE INFECÇÃO DENTRO DAS PRIMEIRAS 24
HORAS, EMBORA NÃO SEJA DIAGNÓSTICA-ESPECÍFICA PARA
OSTEOMIELITE. A HIPERCAPTAÇÃO APENAS REFLETE O AUMENTO DO
FLUXO E DA ATIVIDADE OSTEOBLÁSTICA LOCAL, O QUE TAMBÉM
PODE OCORRER EM LESÕES TUMORAIS OU PÓS-TRAUMÁTICAS.
(BAIXA ESPECIFICIDADE)
e) a antibioticoterapia parenteral pode ser substituída pela oral, mesmo sem
melhora clínica.
CASO NÃO OCORRA UMA MELHORA CLÍNICA SIGNIFICATIVA DENTRO
DAS PRIMEIRAS 24 A 48 HORAS, COM DIMINUIÇÃO DA TEMPERATURA,
MELHORA IMPORTANTE DA DOR E DOS SINAIS LOCAIS DE EDEMA E
CALOR, ENTÃO O TRATAMENTO CIRÚRGICO SE IMPÕE.

30. Com relação à sinovite transitória do quadril, é correto afirmar que:


LOVELL E WINTER P. 469/1135 – LETRA: C
a) é a segunda maior causa de dor no quadril infantil;
REPRESENTA A CAUSA MAIS COMUM DE DOR NO QUADRIL NA
INFÂNCIA.
b) há limitação dos movimentos, principalmente da rotação lateral;
HÁ UMA PERDA DA ROTAÇÃO INTERNA DO QUADRIL, O QUAL
GERALMENTE É MANTIDO EM FLEXÃO, ABDUZIDO E ROTACIONADO
EXTERNAMENTE.
c) o diagnóstico diferencial com a doença de PERTHES se faz pela
cintilografia;
PODE HAVER UMA DIMINUIÇÃO TRANSITÓRIA NA PERFUSÃO
VASCULAR DA CABEÇA FEMORAL DURANTE OS ESTÁGIOS INICIAIS DE
SINOVITE TRANSITÓRIA. A DIMINUIÇÃO NA PERFUSÃO RESOLVE-SE
EXPONTANEAMENTE
d) a tomografia computadorizada é o método de eleição para se avaliar o tipo
de derrame articular;
O ULTRA-SOM É UM MÉTODO SENSÍVEL E CONFIÁVEL PARA
CONFIRMAR A PRESENÇA DE DERRAME ARTICULAR. PARA
AVALIALÃO DO TIPO DE DERRAME DEVE SE FAZER UMA PUNÇÃO.
e) a taxa de antiestreptolisina "O" está aumentada em 50% dos casos.
OS VALORES LABORATORIAS SÃO INESPECÍFICOS E GERALMENTE
ESTÃO DENTRO DOS LIMITES NORMAIS.

31. Com relação à osteomielite subaguda, é correto afirmar que:


LOVELL E WINTER P. 531 / SBOT P. 37 – LETRA: E

a) o quadro clínico é exuberante apenas no início da doença;


O INÍCIO DOS SINTOMAS É INSIDIOSO. A CRIANÇA NÃO DEMONSTRA
UM QUADRO DE DOENÇA INFECCIOSA AGUDA GRAVE, COM POUCA OU
NENHUMA LIMITAÇÃO FUNCIONAL. A QUEIXA MAIS IMPORTANTE É A
DE DOR LOCALIZADA, QUE APRESENTA PERÍODOS DE EXARCEBAÇÃO
E REMISSÃO.
b) BRODIE descreveu um abcesso esclerosante no colo do fêmur;
O TIPO MAIS COMUM DE OSTEOMIELITE SUBAGUDA É UMA LESÃO
LÍTICA BEM DELIMITADA COM BORDA ESCLERÓTICA, CONHECIDA
COMO “ABSCESSO DE BRODIE”.
c) a cultura do material purulento é positiva em 60% dos casos;
O ESTUDO LABORATORIAL É DE POUCA VALIA, EVENTUALMENTE
OCORRENDO UM AUMENTO DA PROTEÍNA C REATIVA, ALFA 1-
GLICOPROTEÍNA ÁCIDA E VHS, NAS FASES MAIS DOLOROSAS. O
DIAGNÓSTICO É BASEADO NO ASPECTO RADIOGRÁFICO DA LESÃO.
d) os tipos I e II de ROBERTS são de localização diafisária;
TIPO 1A - É UMA LESÃO METAFISÁRIA EM SACA-BOCADO LEMBRANDO
UM GRANULOMA EOSINOFÍLICO;
TIPO 1B – É SIMILAR AO TIPO 1A, MAS TEM UMA CORTICAL
ESCLERÓTICA (BRODIE).
TIPO 2 – LESÕES ERODEM O OSSO METAFISÁIO, FREQUENTEMENTE
INCLUINDO A CORTICAL, E TÊM APARÊNCIA DE LESÕES AGRESSIVAS.
TIPO 3- SÃO REAÇÕES CORTICAIS E PERIOSTEAIS LOCALIZADAS,
SIMULANDO UM OSTEOMA OSTEÓIDE.
TIPO 4 – PRODUZEM REAÇÕES PERIOSTEAIS SEMELHANTES À LESÃO
EM “CASCA DE CEBOLA” NA DIÁFISE E LEMBRAM SARCOMA DE
EWING.
TIPO 5 – SÃO EROSÕES EPIFISÁRIAS.
TIPO 6 – ENVOLVEM OS CORPOS VERTEBRAIS.
e) responde bem à antibioticoterapia endovenosa na fase inicial da doença.
O TRATAMENTO CONSERVADOR COM ANTIBIOTICOTERAPIA POR
DUAS A TRÊS SEMANAS PODE SER TENTADO, HAVENDO BOA
RESPOSTA POR PARTE DE ALGUMAS LESÕES. SE NÃO HÁ RESPOSTA,
FAZ-SE TRATAMENTO CIRÚRGICO COM CURETAGEM E LIMPEZA DA
LESÃO, COM ANTIBIOTICOTERAPIA PÓS-OPERATÓRIA.
32. Com relação ao osteocondroma, é correto afirmar que:
TUMORES ÓSSEOS – EPM P. 32 LETRA: E
a) é uma neoplasia com alto potencial de malignização;
A INCIDÊNCIA DE MALIGNIZAÇÃO EM OSTEOCONDROMAS SOLITÁRIOS
É DE 0,1%
b) a camada cartilaginosa aumenta de espessura com a idade do paciente;
A EXOSTOSE É PRODUZIDA POR UMA OSSIFICAÇÃO PROGRESSIVA DA
CAPA DE CARTILAGEM HIALINA, QUE ATUA COMO PLACA DE
CRESCIMENTO E VAI DEIXANDO À JUSANTE OSSO ESPONJOSO
DESORGANIZADO, MAS HISTOLOGICAMENTE NORMAL.
c) quando da fratura de seu pedículo, a ressecção é contra-indicada;
A FRATURA DO OSTEOCONDROMA PODE OCORRER E NESSA
CIRCUNSTÂNCIA PODE-SE OPTAR PELO TRATAMENTO CONSERVADOR
OU CIRÚRGICO. DURANTE A CIRURGIA, A EXOSTOSE COM SUA CAPA
CARTILAGÍNEA E O PERICÔNDRIO DEVEM SER REMOVIDOS COMO UM
BLOCO, NA TENTATIVA DE SE EVITAR A RECORRÊNCIA DO
PROCESSO.
d) sua exérese pós-malignização tem prognóstico reservado;
A MALIGNIZAÇÃO COSTUMA OCORRER PARA CONDROSSARCOMA
GRAU I DE MALIGNIDADE E O PROGNÓSTICO, DESDE QUE SEJA FEITA
UMA CIRURGIA COM MARGENS AMPLAS, É SATISFATÓRIO, COM
PEQUENA CHANCE DE RECIDIVA OU METÁSTASES.
e) raramente se desenvolve nos ossos do carpo e do tarso.
OCORRE EM OSSOS QUE APRESENTAM OSSIFICAÇÃO ENDOCONDRAL.
AS LESÕES SÃO LOCALIZADAS NA REGIÃO METAFISÁRIA DO OSSO E
TENDEM A CRESCER NO SENTIDO DA DIÁFISE, AFASTANDO-SE DA
EPÍFISE.

33. Com relação ao cisto ósseo simples, é correto afirmar que:


TUMORES ÓSSEOS – EPM P. 60 LETRA: E
a) raramente se estende para a epífise;
SÃO METAFISÁRIOS.
b) localizado na diáfise é classificado como ativo;
OS CISTOS QUE SE LOCALIZAM NA PROXIMIDADE DA PLACA DE
CRESCIMENTO SÃO AQUELES QUE CONTINUAM EM ATIVIDADE,
ENQUANTO QUE AQUELES DIAFISÁRIOS OU AQUELES QUE SE
DISTANCIAM DA PLACA DE CRESCIMENTO DURANTE A EVOLUÇÃO
SÃO CONSIDERADOS LATENTES.

c) o do terço superior do fêmur apresenta adelgaçamento simétrico da cortical;


PQ SIMÉTRICO????
d) sua localização, em relação a linha epifisária, não afeta o prognóstico;
VIDE LETRA B.
e) o terço superior do fêmur é a localização mais freqüente.
PREDILEÇÃO PELA METÁFISE PROXIMAL DO ÚMERO E DO FÊMUR.
34. Com relação à doença de OLLIER, é correto afirmar que:
TUMORES ÓSSEOS – EPM P. 31 LETRA: C
a) se diferencia histologicamente do encondroma pela hipocelularidade;
É O MESMO QUE ENCONDROMATOSE MÚLTIPLA, COM DISTRIBUIÇÃO
PREDOMINANTEMENTE UNILATERAL.
b) quando a mão é acometida, dor é o sintoma inicial;
O PROGRESSIVO AUMENTO DE VOLUME DOS DEDOS PODE SER A
PRIMEIRA QUEIXA.
c) é assim denominada quando o acometimento tem predomínio unilateral;
VIDE LETRA A.
d) as imagens são, preferencialmente, radiopacas e extendem-se da epífise até
a diáfise;
ÁREA LÍTICA, OVÓIDE DE RAREFAÇÃO, QUE AFILA E INSUFLA A
CORTICAL ADJACENTE. NÃO COSTUMA HAVER REAÇÃO PERIOSTEAL
ADJACENTE.
OS OSSOS AFETADOS COSTUMAM SER ARQUEADOS E ENCURTADOS,
COM ALARGAMENTO DAS REGIÕES METAFISÁRIAS.
e) o alongamento ósseo está contra-indicado.
MUITAS VEZES SÃO UTILIZADAS TÉCNICAS DE ALONGAMENTO
JUNTAMENTE COM A CORREÇÃO DAS DEFORMIDADES.

35. Com relação às alterações do aparelho locomotor na síndrome de


DOWN, é correto afirmar que:
a) há diminuição da altura das vértebras lombares;
b) a instabilidade atlanto-axial decorre de alterações do dente do axis;
c) apresenta coxa vara;
d) na luxação habitual do quadril o tratamento de eleição é ortótico;
e) o pé plano valgo grave é tratado com tenosuspensão do tibial posterior.

GABARITO: B
Questão difícil, pois nem no LW nem no CPB se encontram respostas
para os itens “a”, “c” e “e”; na pág 332 do LW, ele aparentemente diferencia
“luxadoras habituais” e “repetidas luxações”. As luxadoras habituais parecem
ser crianças, em geral menores de 6 anos, nas quais pode-se instituir o
tratamento ortótico; enquanto que quando ocorre repetidas luxações, quadro
aparentemente concomitante com a displasia acetabular que se inicia no FINAL
da infância e progride mesmo depois de adulto, o tratamento é cirúrgico, com
correção de todas as deformidades ósseas E capsuloplatia imbricante;
OBS: O LW fala de displasia do quadril, e todas as fotos mostram
quadris com VALGO; acho que as opções A e C são relativas à
Condrodisplasia, para nos confundir.
Em tempo: no TARO 2002, perguntou-se se a luxação habitual da patela
nestes pctes era sintomática. É normalmente assintomática, e quando causa
sintomas, TODAS as deformidades devem ser operadas, assim como no
quadril.
36. Com relação às deformidades do pé e tornozelo na mielomeningocele
é correto afirmar que:
a) o pé calcâneo é melhor tratado por transferência tendinosa;
b) no tornozelo valgo há encurtamento da fíbula, o qual aumenta com a idade;
c) o pé eqüino varo é rígido e grave porém, corretamente tratado não recidiva;
d) o pé eqüino é causado pela paralisia do músculo tibial anterior;
e) o pé convexo responde bem ao tratamento incruento.

GABARITO: B
LW pg 680
Pé na mielo – após nascimento tenta-se manipulações, se não se
resolverem até os três meses, o que é provável, as deformidades devem ser
tratadas com procedimentos cirúrgicos.

Pé calcâneo NEUTRO na mielo:


cça < 5 anos: liberação tibial anterior (se extensores dos dedos
fracos, que é o + comum)
transferência do t. anterior p/ calcâneo, pela MIO (se
ELD ou ECD fortes)
cça > 5 anos: idem a crianças menores, porém adicionar
osteotomia posterior do calcâneo
obs: Se varo ou valgo associados, acrescentar procedimentos

Pé valgo na mielo, no RN:


-liberação posteromedial (tendões e ligamentos)
-artrodese subtalar extrarticular

Na criança mais velha, ocorre também valgo do tornozelo, com


inclinação lateral da artic. TT, ocorrendo também encurtamento da fíbula.
-Epifisiodese tibial medial (se apenas valgo) ou
-Osteotomia supramaleolar varoderrotatória (se associada RL)
-Se necessário associar artrodese subtalar, se valgo tb nesta
articulação.
O PTC é a alteração no pé mais comum na mielo (e na artrogripose), e
apresenta maior rigidez e maior grau de recidiva também, tanto que já é
esperado um metatarso aduto após cirurgia do pé, e deve ser corrigido aos 3-4
anos, com osteotomia de encurtamento da coluna lateral (cubóide) e
alongamento da coluna medial (cunha medial), ALÉM de osteotomia do II e III
mtt; recidivando => talectomia.
O pé eqüino idiopático e na mielo é causado pela cuntratura do t.
calcâneo e do t.t. posterior.

37. Com relação à artrogripose múltipla, é correto afirmar que:


a) além da atrofia muscular há diminuição da sensibilidade;
b) no tipo distal, com a mão acometida, o polegar encontra-se abduzido;
c) a obstrução ao movimento é intra-articular;
d) as deformidades, uma vez corrigidas, não recidivam;
e) a deformidade mais freqüente é o pé eqüino varo.
GABARITO: E
Questão dúbia (itens C e E)
item A - Não há diminuição da sensibilidades, uma vez que alteração
primordial ocorre no corno anterior da medula
item B – Existem dois tipos de artrogripose mãos/pés: artrogripose distal
e Sd. de Freeman-Sheldon. Na artrogripose distal, ocorre mais comumente
flexo do polegar (cujo tratamento limita-se apenas a alongar o FLP e equilibrar
o ELP, pois a função das mãos já é bem adaptada) e PTC, cujo tratamento é
provavelmente cirúrgico.
item C - A obstrução é realmente intrarticular (contratura), mas a causa
primária é neuropática (medula), depois neuropática e miopática
(intramuscular), ocorrendo então a anquilose FIBROSA na cápsula. O gabarito
tem como errado este item.
item D – As recidivas são freqüentes, porque a criança continua
crescendo e a musculatura continua doente (igual à PC).
item E – As deformidades distais são em geral piores que as proximais,
e as inferiores piores que as superiores. Tanto que nas formas fenotipicamente
mais leves (mãos/pés) ainda ocorre defomidades distais. No pé, a deformidade
mais comum é o PTC, mais o LW não diz se esta é a deformidade mais comum
dentre TODAS da artrogripose múltipla (questão)

38. Com relação à artropatia hemofílica, é correto afirmar que:


a) é mais comum no tornozelo;
b) hemartroses de repetição causam alargamento da linha epifisária e
anisomelia;
c) no grau IV de ARNOLD é reversível com o tratamento antihemofílico;
d) no joelho, é prevenida com aspiração da hemartrose e tubo gessado;
e) as artrodeses devem ser estabilizadas por fixadores externos.

GABARITO: B
item A – Não está correto, porque “a artropatia hemofílica do tornozelo é a mais
comum na segunda década de vida” segundo o Campbell, que assim como o
LW, não cita qual é a mais comum, mas, pela quantidade de informações
nestes dois livros, deve ser o joelho.
item B – correto por exclusão
item C – grau IV de Alnord Hillgarnter já contem alterações ósseas, que
não são mais reversíveis.
item D – No joelho, esse é o tratamento pra GRANDES hemartroses –
aspiração, imobilização E concentrados de fatores; PEQUENA hemartrose –
apenas concentrado do fator; hematomas intramusculares – apenas
concentrados (mais comum no quadríceps, se for no iliopsoas com praxia do n.
femoral, elevar título p/ 50%)
item E – As artrodeses devem ser feitas com síntese interna e
compressão para diminuir dor e sangramento.
Classificação Arnold e Hilgartner:
1. Edema de partes moles
2. Osteopenia (integridade espaço articular)
3. Alterações ósseas (cistos subcondrais, patela quadrada, aumento
fossa intercondilar)
4. Pinçamento articular e osteófitos
5. Artrose grave e contraturas fixas

39. Com relação à osteogênese imperfeita, é correto afirmar que:


a) o defeito principal é a diminuição da quantidade total de colágeno;
b) o tipo IA de SILLENCE e DANKS apresenta dentinogênese imperfeita;
c) o tempo de consolidação das fraturas é mais longo que o normal;
d) as fraturas localizam-se de preferência na parte convexa do osso;
e) as osteosínteses devem ser feitas com placas e parafusos

GABARITO: D
item A – o defeito principal é o colágeno tipo I DEFEITUOSO
(hidroxilação de algumas prolinas e lisinas).
item B – Tipo A – SEM dentinogênese imerfeita; Tipo B – COM
dentinogênese; subclassificação aplicável apenas aos tipos autossômicos
DOMINANTES, ou seja, tipo I e tipo IV.
item C – “As fraturas se consolidam prontamente”, no mesmo tempo
normal suponho, porém o tecido do calo ósseo é igualmente defeituoso.
item E – osteosínteses devem ser feitas com hastes intramedulares

40. Com relação à deficiência focal femoral proximal, é correto afirmar


que:
a) nos casos bilaterais é rara a associação com outras anomalias;
b) no tipo D de AITKEN, o acetábulo e a cabeça femoral são normais;
c) os músculos adjacentes ao quadril afetado são normais;
d) anisomelia é a alteração mais importante;
e) amputação está indicada nos casos bilaterais.

GABARITO: C (GABRIEL ACHA QUE É D)


LW pg 1350
item a e item e – os casos bilaterais também têm alta taxa de associação
com anomalias (hemimelia fibular presente em até 70-80%), são tratadas sem
amputação nem artrodese; o maior problema está na dismetria, e tanto
alongamentos como epifisiodeses são difíceis nestes grupos. Podem ser
usadas próteses bilaterais.
item b – tipo D de aitken é o mais grave, com fêmur proximal ausente
(assim como no C), diáfise ainda assim encurtada, acetábulo ausente; apenas
um remanescente distal do fêmur. O interessante nestes pctes é que de tão
curto o fêmur, não é necessária a artodese do joelho, pois o conjunto fêmur-
tibia praticamente funciona como uma alavanca só, e a epifisiodese/ressecção
fisária femoral distal pode nem ser necessária, pois o tornozelo pode nem
alcançar o joelho contralateral normal.
item c – existe uma instabilidade do quadril, tanto por deficiência óssea
como por deficiência muscular. Esta instabilidade do quadril obriga as próteses
de extensão, assim como as próteses definitivas a terem apoio isquiático na
maior parte das vezes. Nos tipos A e B podem ser feitas valgização/antecurvo
e valgização/antecurvo/ressecção da pesaudartrose respectivamente, e esses
procedimentos podem talvez evitar o componente de apoio isquiático.
item d – realmente o maior problema é a discrepância dos MMII.
problemas adicionais são a instabilidade do quadril e a instabilidade AP do
joelho (questão taro 2008), que SEMPRE está presente.

Classificação Aitken:
1. Tipo A: Pseudoartrose cura até maturidade / cabeça e acetábulo
presente
2. Tipo B: Pseudoartrose persiste / cabeça presente (ossificação +
lenta) e acetábulo presente
3. Tipo C: Diáfise curta / cabeça ausente / acetábulo amlformado
4. Tipo D: Diáfise extremamente curta ou ausente / cabeça ausente /
acetábulo malformado

41. Com relação às osteomielites específicas, é correto afirmar que:


a) acometimento unifocal é característico de salmonelósica;
b) a brucelósica acomete preferencialmente ossos longos;
c) acometimento simétrico é característico da sifilítica;
d) a dactilite tuberculosa acomete crianças maiores de 10 anos de idade;
e) a via hematogênica é a preferida da micótica.

GABARITO: D
item b – a osteomielite brucelosica ocorre mais comumente pela B.
melitensis, presente em CAPRINOS; ingestão de leite ou laticínios não-
pasteurizados ou contato com as lesões no animal; o osso mais acometido é a
vértebra, geralmente POUPANDO o disco.
item c – a osteomielite sifilítica acomete o palato, osso temporal e tíbia,
de maneira não-simétrica.
sem mais comentários

42. Com relação à paralisia cerebral, é correto afirmar que:


a) procedimentos em partes moles estão bem indicados no tipo atáxico;
b) na diplegia espástica, o acometimento nos membros superiores é mínimo;
c) na quadriplegia espástica, a duração do período hipotônico independe da
extensão do acometimento cerebral;
d) o tipo rígido tem como causa a hiperbilirrubinemia no período néo-natal;
e) na hemiplegia perinatal, a espasticidade está presente desde o nascimento.

GABARITO: C (GABRIEL ACHA QUE É B)


item a – o tipo atáxico raramente apresenta contraturas, e raramente
necessita de tto. cirúrgico, quando muito para o quadril ou para a escoliose.
item b – na diplegia, ocorre acometimento predominante dos mmii sobre
os mmss, que são acometidos a algum grau
item c – O floppy baby, ou uma hipotonia congênita, precede o atraso no
DNPM, que é seguido pela quadriplegia.
item d – Rigidez é quando há espasticidade grave; hiperbilirrubinemia
causando kernicterus é característca da atetóide, que é extrapiramidal (núcleos
da base).
item e – Na hemiplegia, o diagnóstico só é feito quando a criança
começa a andar, ou quando se percebe que o controle fino da mão é deficiente
unilateralmente.

43. Assinale a alternativa correta:


a) no pé plano valgo postural do período néo-natal, apenas o antepé está
evertido;
b) o pé plano convexo manifesta-se, clinicamente, após o terceiro mês de vida;
c) no pé plano "peroneiro espástico", o valgismo costuma ser maior nos casos
de barra calcâneo-navicular do que nos de barra talocalcaneana;
d) no pé plano valgo flexível, o teste da extensão do hálux é eficaz, mesmo na
presença de retração do tríceps sural;
e) na criança, o pé plano flexível não causa dor.

GABARITO: E
item a – No pé plano valgo postural do período neonatal o retropé está
EVERTIDO, o médiopé está ABDUZIDO e o antepé aparentemente está
pronado, mas quando se corrige a eversão do retropé manualmente pode-se
ver que o ANTEPÉ ESTÁ INVERTIDO
item b – Se o pé plano convexo que ele se refere for o pé talus vertical,
ou mata-borrão, é rígido e está presente ao nascimento.
item c – O pé peroneiro espástico é o mesmo da coalizão tarsal. Para
coalizão tarsal eu guardo a seguinte mnemônica: a barra talocalcanea é MAIS
RÍGIDA, MAIS PLANOVALGA e acomete numa faixa estaria de MAIS IDADE
(12-16 anos) do que a calcâneo-navicular.
item d – Na presença de encurtamento do t. calcâneo, fica dificultado o
efeito molinete, então o arco plantar pode não se formar e a subtalar pode não
se inverter (esse teste avalia o arco longitudinal medial e a mobilidade da
subtalar)
item e – item correto, pois via de regra é isto que acontece.

44. Com relação ao nanismo acondroplásico, é correto afirmar que:


a) a ossificação intramembranosa é deficiente;
b) o diâmetro da diáfise dos ossos longos é normal;
c) a mão é menor e alargada, mas os dedos são de aspecto normal;
d) radiograficamente, há alargamento das epífises;
e) apresenta índice elevado de osteoartrose na vida adulta.

GABARITO: C
item a – Acondroplasia, defeito da ossificação endocondral
item b – Os ossos são anormalmente grossos
item c – Os dedos são “em tridente”, pois existe um espaço maior entre
o 3o. e o 4o. dedos
item d – As metáfises são em forma de V invertido, mas não encontrei
nada sobre a epífise
item e – Não há relato de osteoartrose no LW
45. Com relação à enfermidade de BLOUNT, é correto afirmar que:
a) acomete, indistintamente, pacientes deambuladores ou não;
b) há torção lateral da tíbia;
c) crianças com ângulo de DRENNAN-LEVIN, maior do que 11 graus, têm
grande chance de desenvolver a doença;
d) dos dois aos cinco anos de idade o tratamento ortótico está contraindicado;
e) o joelho é estável em todos os graus de flexo-extensão.

GABARITO: C
LW 1161
item a – “Essas condições (varo fisiológico e Blount infantil)
compartilham o fator etiológico comum de sustentação de peso prematura
numa criança que pode, ou não, estar com excesso de peso”.
item b – Associado ao varo há torção tibial medial
item c – o epônimo está correto, e as chances quando > 11° são 91%,
enquanto que se >16°, são 95%.
item d – O tratamento ortótico está indicado com LK I ou II, ou NO
MÁXIMO 3 ANOS (não deve ser iniciado tto. após esta idade)
item e – Os estágios mais graves da dça de Blount caracterizam-se por
depressão do planalto medial e frouxidão ligamentar variáveis.

46. Com relação à pseudartrose congênita da tíbia, é correto afirmar que:


a) o tipo displásico de BOYD está associado à neurofibromatose;
b) a fíbula não se encontra comprometida;
c) as alterações vasculares concomitantes inviabilizam procedimentos
microcirúrgicos;
d) o tipo congênito de BOYD caracteriza-se pela fratura de fadiga no segmento
esclerótico da tíbia;
e) não há comprometimento concomitante de músculos e partes moles
circunjacentes à tíbia comprometida

GABARITO: A
item a – o tipo em constricção de Boyd ou tipo II (displásico), que é o
displásico de Anderson, está associado à NF
item b - o tipo V apresenta fíbula displástica
item c – os procedimentos microcirúrgicos são indicados com freqüência,
tendo como vantagem a correção de perdas ósseas, e tendo como
desvantagem a exigência técnica.
item d – Congenito seria aquele com fratura presente ao nascimento.
item e – existe comprometimento de musculatura E partes moles em
torno da pseudartrose, inclusive de VASCULARIZAçÃO;

47. Com relação ao sarcoma de EWING, é correto afirmar que:


a) origina-se das células mesenquimais do periósteo e endósteo;
b) localiza-se predominantemente na metáfise, causando insuflação e
rompimento precoce da cortical;
c) responde bem à quimioterapia e mal à radioterapia;
d) por causar febre e leucocitose, pode ser confundido com osteomielite;
e) o tumor, caracteristicamente, preserva os canais de HARVERS.

GABARITO: D
item a – o Tumor de Ewing é originado do endotélio dos vasos
sanguíneos da cavidade medular.
item b – localiza-se na diáfise, com roído de traça e casca de cebola
item c – tratamento: quimio-cirurgia-quimio, e se as margens forem
insuficientes ou as margens NA PEçA apresentarem células tumorais.
item d – correto. Outros diagnósticos diferenciais: Granuloma de céls. de
Langerhans, osteossarcoma, linfoma (este permanece intraosseo) e metástase
de neuroblastoma (estes dois últimos principalmente se cça < 5 anos de idade)
-item e – o tumor destrói o osso e as partes moles subjacentes.

48. Escolha a alternativa que melhor preenche o quadro deixado em


branco:

a) hiperfosfatemia e hipocalcemia;
b) hipofosfatemia hipocalcemia;
c) normofosfatemia e hipocalcemia;
d) normofosfatemia e hipercalcemia;
e) hiperfosfatemia e hipercalcemia.

GABARITO: A

LW pg 209
Este gráfico mostra os eventos fisiopatológicos da Osteodistrofia Renal.
A insuficiência glomerular causa retenção de uréia e fosfato. Além disso, ocorre
deficiência de síntese da Vit. D pela massa tubular diminuída, causando
redução da absorção de cálcio,que resulta em hipocalcemia, com Raquitismo e
Osteomalácia . A hipocalcemia causa hiperparatireoidismo secundário, com
osteíte fibrosa cística e mais retenção de fosfato que também inibe a absorção
de cálcio no intestino.
ASSINALE AS INCORRETAS
49. Com relação à síndrome de GRISEL, é incorreto afirmar que:
a) é um torcicolo adquirido não traumático;
b) é uma forma de torcicolo doloroso que ocorre na infância;
c) deve ser diferenciado das subluxações rotatórias pós-traumáticas C1-C2;
d) o tratamento deve ser, de preferência, cirúrgico para evitar-se complicação
neurológica;
e) normalmente, associa-se à infecção respiratória alta.

GABARITO: D
A incorreta é a letra D. Tratamento da Sd. de Grisel – essencialmente
conservador
Sintomas < 1 sem: colar espuma + aines –> ausência redução
espontânea -> tração
Sintomas > 1 sem e < 1 mês: tração hospitalar com fix. cervical + col.
cervical por 6 sem
Sintomas > 1 mês: tração hosp. ESQUELÉTICA + colar cervical por 6
sem
obs: Cirúrgico: Irredutíveis, recidivadas, tipo III(anterior > 5mm),
sintomas neurológicos e instáveis (alteração à flexoextensão nas radiografias
dinâmicas em perfil) – procedimento: amarrilha C1-C2.

50. Com relação às escolioses congênitas, é incorreto afirmar que:


a) progridem de acordo com a velocidade do crescimento esquelético;
b) o tratamento incruento é, normalmente, ineficaz nas deformidades
progressivas;
c) quanto maior o número de vértebras mal formadas, menor a chance de
progressão da deformidade;
d) o tratamento cruento está indicado em qualquer faixa etária, se
documentada a progressão da deformidade;
e) ao nascimento as radiografias são normais.

GABARITO: E
item incorreto C- Via de regra qto maior o número de vértebras
malformadas maior é a chance de progressão e mais rápido ela tenderá a ser.
Porém há casos em que as malformações causam desvios para lados opostos,
e isso pode causar deformidades mais leves ou que se neutralizam entre si.
obs: o item E é um item capcioso, pois ao nascimento os corpos
vertebrais são radiolucentes e a deformidade ainda é incipiente, a radiografia
“ocasionalmente(LW)” é normal. Se o item C não estivesse MAIS errado que o
E, ficaria difícil uma resposta.
TRAUMA
ASSINALE AS CORRETAS
51. Com relação às lesões traumáticas do punho, é correto afirmar que:
a) a fratura de BARTON palmar (SMITH III) é, preferencialmente, tratada por
redução incruenta e fixação externa;
b) a artrodese entre o escafóide, o trapézio e o trapezóide é opção de
tratamento para a dissociação escafosemilunar crônica;
c) na fratura luxação transescafoperilunar do carpo, o ligamento
escafosemilunar deve ser reparado;
d) no tratamento das fraturas do escafóide, o acesso dorsal é mais seguro,
quanto a preservação de sua vascularização;
e) a utilização do fixador externo, para o tratamento das fraturas da
extremidade distal do rádio, não deve ultrapassar quatro semanas.

GABARITO: B
item a – A fratura de Barton, tanto volar como dorsal, deve ser tratada
com redução aberta e fixação interna.
item b(RW 778) – correta, preferencialmente associada à fusão do
semilunar com piramidal
item c(RW 776) – O realinhamento anatômico, a fixação com fios K e a
imobilização podem ser adequados à obtenção da cicatrização dos tecidos
moles entre o rádio e o carpo e os ossos que compõem o carpo (o ligamento
pode OU NÃO ser suturado). OBS: Na fratura transescafoperisemilunar, o
ligamento escafo-semilunar está íntegro, não precisa ser reparado
item d(RW 786) – Acesso ao escafóide – Preferencialmente palmar, pois
viola menos sua vascularização, com o plano radial ao FRC, protegendo a
artéria radial o ramo cutâneo palmar do n. mediano.
item e – A fixação externa nas fraturas do punho teve seus resultados
melhorados ao longo do tempo, mais pela técnica cada vez menos traumática
de colocação dos pinos do que pela evolução dos F.E. A fixação externa deve
ser considerada pra fraturas expostas, ou fraturas cujas sínteses, sejam interna
ou percutânea, não proporcionou estabilidade adequada. O F.E. deve ser
mantido por 6 semanas, procurando sempre considerar retirar entre 4-6
semanas, a fim de se evitar rigidez do punho.

52. Com relação ao trauma raquimedular cervical, é correto afirmar que:


a) lesão neurológica sem alteração radiográfica é comum na infância;
b) a compressão mecânica é mais importante que a isquemia na gênese das
lesões neurológicas;
c) luxações facetárias unilaterais são instáveis e de fácil redução;
d) o "mergulho em água rasa" é a causa mais comum no nosso meio;
e) nas lesões em flexão, instáveis, sem lesão neurológica, o tratamento
cirúrgico deve ser por via anterior.

RESPOSTA: D (A lesão da medula espinhal ocorre em cerca de 15 a 20% das


fraturas da coluna cervical. A lesão ocorre preferencialmente no sexo
masculino, ma proporção de 4:1, ma faixa etária dos 15 a 40 anos. O mergulho
em águas rasas representa uma importante causa de TRM, com predomínio
desse tipo de lesão em pessoas jovens do sexo masculino principalmente no
verão. Acidentes automobilísticos, quedas de altura, acidentes por mergulho
em água rasa e ferimentos por arma de fogo têm sido as principais causas de
TRM. A freqüência dos TRM em decorrência dos ferimentos por projéteis de
arma de fogo tem aumentado de modo considerável, refletindo o alto nível de
violência nos grandes centros. - SIZÍNIO)

53. Com relação ao trauma raquimedular tóracolombar, é correto afirmar


que:
a) a laminectomia ampla descompressiva, sem artrodese, é indicada nas
lesões em flexão com comprometimento neurológico;
b) a fratura sem lesão neurológica deve, de preferência, ser tratada
incruentamente;
c) a presença de fragmento ósseo no canal vertebral implica em sua ressecção
cirúrgica;
d) o alargamento do espaço interespinhoso significa lesão ligamentar;
e) lesão neurológica ocorre, com freqüência, nos casos associados à
osteoporose.

RESPOSTA: D (Fraturas por distração-flexão da coluna cervical baixa: nesses


tipos de fraturas, podemos encontrar várias situações, da força de ação do
mecanismo. 1) Falência do complexo ligamentar posterior, com subluxação e
aumento da divergência dos processos espinhosos ao nível da lesão. Figura
42.9: Fratura-luxação de C5-C6, notar a abertura do espaço interespinhoso. -
SIZÍNIO)

54. Com relação às fraturas supracondíleas do úmero em crianças, é


correto afirmar que:
a) o nervo mediano é o mais freqüentemente lesado nas fraturas com desvio
póstero-medial;
b) as lesões da artéria braquial são mais freqüentes naquelas com desvio
póstero-lateral;
c) a contratura isquêmica de VOLKMANN ocorre, com maior freqüência,
naquelas com desvio anterior (em flexão);
d) a deformidade em varo do cotovelo ("cubitus varus") ocorre, na maioria das
vezes, por lesão da linha epifisária;
e) naquelas em extensão, que evoluem com diminuição do pulso radial, após
manobra de redução, deve-se aumentar o grau de flexão do cotovelo.

RESPOSTA: B (Geralmente, devio postero-medial é mais comum que o desvio


postero-lateral, ocorrendo em aproximadamente 75% dos pacientes. O desvio
medial do fragmento distal coloca o nervo radial em risco, já o desvio lateral
coloca o nervo mediano e a artéria braquial em risco. A direção do desvio da
fratura determina o nervo mais comumente lesionado. Se o fragmento distal
está desviado póstero-medialmente, o nervo radial é o mais comumente
lesionado. Por outro lado, se do desvio do fragmento distal é postero-lateral, o
feixe neurovascular é estirado pelo fragmento proximal, lesionando o nervo
mediano ou o interósseo anterior ou ambos. Numa fratura com desvio anterior,
que é rara (2%), o nervo ulnar é o mais comumente lesionado. A etiologia usual
da deformidade cúbito varo é a consolidação viciosa do fragmento distal do
úmero e não um distúrbio do crescimento. Úmero distal em varo é geralmente o
resultado de um desvio angular coronal agravado por má-rotação e
hiperextensão. - ROCKWOOD)

55. Quanto às lesões cápsulo-ligamentares na mão, é correto afirmar que:


a) na luxação dorsal irredutível da interfalângica proximal, a banda central do
aparelho extensor lesada fica interposta na articulação;
b) a luxação ventral da interfalângica proximal, após redução, pode evoluir para
uma deformidade em "pescoço de cisne";
c) na luxação da articulação metacarpofalângica do indicador, o feixe vásculo-
nervoso radial encontra-se superficial à cabeça metacarpal, o lumbrical situa-se
lateral e os tendões flexores medial à esta;
d) na lesão do ligamento colateral ulnar do polegar ("gamekeeper's", "skier's
thumb"), a lesão de STENER caracteriza-se por interposição da placa volar;
e) na luxação dorsal da articulação metacarpofalângica do polegar há lesão
dos ligamentos colaterais.

RESPOSTA: E (A) A luxação irredutível da interfalângica proximal é obstruída


pela placa volar ou pelos tendões flexores. B) No caso de uma luxação
puramente volar, o feixe central se rompe e isso resulta numa deformidade em
botoeira, se a lesão não for tratada corretamente. Na luxação volar da
articulação interfalângica proximal, os achados patológicos são lesão à placa
volar, ligamento colateral e banda central do mecanismo extensor. Luxação
volar rotatória ocorre quando a cabeça da falange proximal passa entre a
banda central e as bandas laterais, as quais podem impedir a redução. D) Na
lesão do ligamento colateral ulnar do polegar, a lesão de STENER caracteriza-
se por interposição da aponeurose do músculo adutor. E) A ruptura completa
da ligamento colateral ulnar da articulação metacarpofalângica do polegar
constitui uma lesão bastante comum, que, mais raramente, pode acompanhar
uma luxação completa da articulação MF. Tal como ocorre nos outros dedos, a
luxação da articulação metacarpofalângica do polegar é caracteristicamente
dorsal. - ROCKWOOD)

56. Com relação às fraturas da diáfise do fêmur, é correto afirmar que:


a) síndromes compartimentais na coxa são tão comuns quanto na perna mas,
freqüentemente, passam despercebidas;
b) as artérias nutrícias do fêmur penetram no seu terço distal e são
freqüentemente lesadas nesta região;
c) a fixação intramedular permite que o calo em formação seja submetido às
forças de compressão que estimulam sua remodelação;
d) nas do terço distal, submetidas à osteossíntese intramedular bloqueada, os
parafusos de bloqueio distal devem ficar a, pelo menos, 3 cm. do foco;
e) quando segmentares, devem ser classificadas como grau IV de WINQUIST
e HANSEN.
RESPOSTA: C (As solicitações fisiológicas impostas ao fêmur, pelas forças
musculares e gravitacionais, favorecem a fixação intramedular. O fêmur
suporta normalmente forças de compressão, angulação e torção. Comparadas
às placas ou aos fixadores externos, as hastes intramedulares têm o centro de
movimentação mais próximo ao centro de movimentação do próprio osso, e
assim são submetidas a forças menores. Isso torna as HIM menos suscetíveis
a falhas causadas por estresse, comparadas às placas. Além disso, nas
fraturas estabilizadas com contato cortical nos fragmentos proximal e distal, a
força partilhada pelo próprio osso acelera o processo de consolidação da
fratura. Assim, o calo da fratura é progressivamente solicitado, o que estimula a
consolidação e a remodelagem. O isolamento do estresse e a osteopenia
cortical, normalmente ocasionados pelas placas, não se verificam quando a
fratura é fixada por maio de uma HIM. O suprimento vascular à diáfise femoral
é derivado principalmente da artéria femoral profunda. Uma ou duas artérias
nutrícias usualmente penetram no osso proximalmente e posteriormente ao
longo da linha áspera. - ROCKWOOD)

57. Com relação ao esquema anexo de fraturas transtrocantéricas


(classificação de BOYD e GRIFFIN), é correto afirmar que:
a) a do tipo I é estável, sem desvio e deve ser, preferencialmente, tratada com
gesso ingüino-podálico por 12 semanas, independente da idade do paciente;
b) a do tipo II é instável e deve ser, preferencialmente, tratada com artroplastia
total do quadril;
c) a do tipo III é instável, com alta tendência de desvio lateral se não fixada;
d) a do tipo IV pode ser estável ou instável, dependendo da concomitância ou
não de fratura do grande trocanter;
e) a do tipo IV é instável e osteotomia do grande trocanter + medialização da
diáfise são procedimentos estabilizadores recomendáveis.

RESPOSTA: E (Essa classificação é MT velha, não achei e lugar nenhum.


Hoje as mais usadas são as classificações de Tonzo, Evans ou a calssificação
AO (31-A...). Mas no gabarito a resposta é letra E.)

58. Com relação ao anel pélvico e suas lesões, é correto afirmar que:
a) independente da posição ereta ou sentada, o peso do corpo é transmitido da
pelve para os membros inferiores através das cabeças femorais;
b) segundo YOUNG, nas lesões por compressão lateral, classificadas como de
grau III, ocorre fratura por compressão de ambas as articulações sacro-ilíacas;
c) a radiografia em AP da pelve, com a ampola inclinada 40 graus no sentido
cefálico ("inlet view"), permite avaliar melhor o desvio vertical de uma das hemi-
pelves;
d) quando se faz a fixação da articulação sacro-ilíaca, por via de acesso
anterior, a quinta raiz lombar limita a exposição do sacro;
e) na presença de instabilidade pélvica vertical, a fixação da sínfise púbica com
placa e parafusos dispensa a estabilização das estruturas posteriores.
RESPOSTA: D (A abordagem anterior à articulação SI (ou abordagem
intrapélvica) possibilita a visualização direta da articulação SI, do ílio e da asa
sacral lateral superior. Esta aboragem pode ser utilizada na redução e
estabilização das lesões da articulação SI, e de algumas fraturas da asa ilíaca,
mas não das fraturas sacrais. A dissecção medial é limitada pela raiz nervosa
de L5, que se localiza um pouco medialmente à articulação SI, na asa do
sacro, cruzando-a anteriormente para formar o nervo isquiático. -
ROCKWOOD)

59. Com relação às fraturas da extremidade distal do rádio, é correto


afirmar que:
a) nas extra-articulares instáveis, a redução deve ser mantida com o punho em
flexão volar e desvio ulnar;
b) a ligamentotaxia restabelece o comprimento do rádio e a inclinação volar de
sua superfície articular;
c) na suspeita de instabilidade rádio ulnar distal, o antebraço deve ser
imobilizado em rotação neutra;
d) a combinação de fixação percutânea e fixação externa diminui a incidência
de rigidez articular do punho;
e) na fixação percutânea, pela técnica de KAPANDJI, os pinos são colocados
através do foco da fratura.

RESPOSTA: E (A fixação percutânea com fios de Kirshner pode ser realizada


por meio de várias técnicas, entre elas a de Kapandji, que utiliza três fios
intrafocais, auxiliando na redução e atuando como suporte radial e dorsal,
buscando uma melhor estabilidade. A técnica original e Kapandji utilizava dois
fios, porém um terceiro fio foi introduzido na técnica com o objetivo de melhorar
a estabilidade. A técnica cirúrgica é simples, porém vários detalhes devem ser
seguidos. A anestesia preferencial é o bloqueio do plexo braquial. A redução
fechada realiza-se pela técnica de Agee, que utiliza tração longitudinal
associada à translocação palmar, porém não nos preoculpamos se a redução
não é satisfatória, pois a técnica permite que os fios auxiliem na redução. Com
o auxílio de um intensificador de imagens, inicia-se a introdução dos 3 fios de
Kirschner lisos intrafocais. Pequenas incisões são realizadas previamente à
introdução dos fios, com dissecção romba até o periósteo para evitar dano
desnecessário aos tecidos moles e lesão nervosa ou tendinosa. Todos os fios
devem ser introduzidos paralelos à linha de fratura e são, então, angulados 45 0
obliquamente em direção proximal até transpor a cortical oposta. - SIZÍNIO)

60. Com relação às rupturas do tendão calcâneo (Aquiles), é correto


afirmar que:
a) estudos recentes demonstram sua relação com o uso de ciprofloxacin;
b) considerando a alta incidência de nova ruptura após o tratamento cirúrgico,
é aconselhável o reforço da sutura com tendões vizinhos;
c) o reparo percutâneo é seguro e com baixo índice de complicações;
d) são mais comuns no lado direito, em razão da maior freqüência de
indivíduos destros;
e) o diagnóstico deve ser confirmado pela ultrassonografia.
RESPOSTA: A (A ruptura do tendão calcâneo é mais comum em homens, com
uma razão entre homens e mulheres de 1,7:1. O tendão calcâneo esquerdo é
rompido mais freqüentemente que o direito. Fluoroquinolonas como a
ciprofloxacina têm sido implicados na etiologia da ruptura do tendão. - JBJS)

61. Com relação à lesão do tendão extensor dos dedos na zona I, é


correto afirmar que:
a) nas lesões agudas, a fixação com fio de KIRSCHNER , mantendo a
articulação interfalângica distal em extensão, é o tratamento de eleição,
independente do grau de deformidade;
b) a lesão é tendinosa pura ou associada com fratura e não há lesão de
cápsula nem de ligamentos;
c) a imobilização com aparelho gessado, mantendo a falange distal extendida e
a média flexionada, é eficiente, simples e isenta de riscos;
d) a imobilização deve ser por seis semanas;
e) as lesões crônicas devem ser tratadas com artrodese interfalângica,
independente de eventual lesão cartilaginosa.

O tratamento dessa lesão consiste em manter a IFD em hiperextensão, seja


por fio de kirschner ou tala metálica. Pode haver lesão cápsulo-ligamentar
estando estas associadas a maior gravidade e queda da falange distal. A
imobilização com gesso acarreta dificuldade de manutenção da redução e risco
de escara. Além disso, a IFP só deve ser mantida em flexão nos casos de
tendência a hiperextensão da IFP. A imobilização deve ser mantida por 6
semanas.
Resposta: D

62. Com relação às fraturas dos ossos do antebraço em crianças, é


correto afirmar que:
a) no tratamento das fraturas em "galho verde" é necessário fraturar a outra
cortical, devido à facilidade de remodelação dos ossos na criança;
b) trinta graus de deformidade angular no terço médio ou distal do rádio ou ulna
não causa perda funcional;
c) quanto mais próximas à metáfise distal, pior o prognóstico;
d) fraturas da diáfise, com cavalgamento, são de indicação cirúrgica freqüente;
e) refratura ocorre independente da imagem radiográfica de consolidação e é
mais provável após fratura em "galho verde".

RESPOSTA: E (Refratura ocorre mais freqüentemente nas fraturas diafisárias


do antebraço da criança que em qualquer outra fartura. 84% das refraturas
inicialmente se apresentaram como fraturas em galho verde. Existem duas
filosofias a respeito da redução das fraturas em galho verde: uma na qual a
fratura em galho verde é completada e outra na qual ela não é completada. O
Rockwood aceita aproximadamente 20 0 de angulação no terço distal da diáfise,
150 no terço médio e 10 0 no terço proximal (se a criança ainda tiver 2 anos de
crescimento). Aceita 100% de translação se o encurtamento for menor que
1cm. - ROCKWOOD)

63. Com relação à fratura-luxação do cotovelo, é correto afirmar que:


a) a cabeça do rádio é a principal estrutura estabilizadora no estresse em
valgo;
b) as fraturas da cabeça do rádio estão associadas a outras lesões em 20%
dos casos;
c) quando da impossibilidade de reconstrução da cabeça do rádio, o ligamento
colateral medial deve ser reparado;
d) as fraturas da cabeça do rádio somente devem ser fixadas na presença de
instabilidade articular;
e) a artroplastia de interposição, com prótese de cabeça do rádio, oferece
estabilidade adicional, mesmo com o ligamento colateral medial íntegro.

RESPOSTA: C (A cabeça do rádio é um estabilizador secundário do estresse


em valgo do cotovelo. O complexo ligamentar medial é o estabilizador primário.
O esquema de colunas gregas ilustra quatro situações que demonstram a
importância do ligamento medial e da cabeça do rádio. A primeira situação
ocorre com o ligamento medial íntegro e sem fratura da cabeça do rádio, a
segunda situação acontece com o ligamento medial lesado e sem fratura da
cabeça do rádio; na terceira situação, o ligamento está íntegro e a cabeça do
rádio é ressecada, em nenhuma dessas situações ocorre modificação das
estruturas das colunas. Porém, em uma quarta situação em que o ligamento
medial lesado (como na luxação do cotovelo) é associado com a ressecção da
cabeça do rádio, a estrutura se altera, levando à instabilidade. Concluímos que
a ressecção da cabeça do rádio não deve ser feita se houver luxação do
cotovelo. – ORTOPEDIA ADULTO SBOT)

64. Com relação à ruptura do tendão do bíceps no cotovelo, é correto


afirmar que:
a) os resultados obtidos com o tratamento cruento são semelhantes aos
obtidos com o tratamento incruento;
b) haverá déficit importante da força de flexão do cotovelo;
c) o uso de âncoras de sutura está contra-indicado nestes casos, devido a
baixa resistência óssea;
d) o tratamento cirúrgico está contra-indicado em trabalhadores braçais;
e) o uso da via de acesso anterior, isoladamente, aumenta o risco de sinostose
rádio-ulnar proximal.

RESPOSTA: A (A reparação cirúrgica deve ser indicada principalmente em


pacientes jovens, em atletas e em trabalhadores que necessitam movimentos
de flexão e supinação potentes, especialmente quando o lado afetado é o
dominante. Lintner & Fis-cher(14), em 1996, descreveram uma técnica de
reinserção anatômica utilizando âncoras ósseas para fixação do coto distal do
bíceps braquial à tuberosidade radial com bons resultados. As âncoras
oferecem fixação eficiente, permitindo a movimentação precoce. A técnica
mostrou-se segura e mais simples que as demais existentes na literatura. Boyd
& Anderson(3), em 1961, descreveram a reinserção através da utilização de
duplo acesso, procurando diminuir os riscos da lesão nervosa e facilitar a
inserção anatômica. Essa técnica, contudo, pode levar à formação de
calcificações heterotópicas e de sinostose radioulnar proximal . )

65. Com relação às fraturas da diáfise do úmero, é correto afirmar que:


a) menos de 60% das fraturas tratadas incruentamente evoluem para
consolidação;
b) as associadas à lesão vascular devem ser tratadas incruentamente;
c) quando da associação com lesão do nervo radial, devemos indicar o
tratamento cruento pois, freqüentemente, esta é completa;
d) o tratamento operatório, com hastes bloqueadas, coloca em risco o nervo
axilar, quando da colocação dos parafusos de bloqueio proximal;
e) mesmo após 6-7 meses, é possível tratar retardo de consolidação por
métodos incruentos.

RESPOSTA: D (A maioria das fraturas da diáfise umeral (>90%) irão


consolidar com tratamento conservador. Lesão da artéria braquial está entre as
indicações de tratamento cirúrgico. Quando houver uma paralisia do nervo
radial associada a uma fratura fechada do úmero, a fratura poderá ser tratada
da maneira mais adequada para o paciente e para o padrão da fratura,
aguardando a recuperação espontânea da paralisia. A consolidação normal
das fraturas do úmero ocorre em 8 a 10 semanas. Caso a fratura não tenha se
consolidado no prazo de 3 ou 4 meses, pode-se considerá-la um caso de
retardo de consolidação. Se a consolidação não ocorrer no prazo de 6 a 8
meses, a fratura constitui um caso de pseudoartrose. O tratamento da
pseudoartrose necessita de redução aberta e fixação interna com enxerto
ósseo. - ROCKWOOD)

66. Com relação às fraturas da clavícula, é correto afirmar que:


a) a lesão vascular mais freqüente é a que ocorre na artéria braquial;
b) quando de lesão neurológica, por ação direta da fratura, o nervo mais
freqüentemente acometido é o ulnar;
c) devido a impossibilidade de imobilização rígida dos fragmentos, evoluem,
freqüentemente, para pseudartrose;
d) as do terço médio devem ser tratadas com enfaixamento em "8", pois a
tipóia tipo Velpeaux não permite um tratamento adequado;
e) a utilização de fixadores externos é boa opção de tratamento.

RESPOSTA: E (Quanto à fixação externa, os relatos de seu uso são raros,


mas o livro fala de um trabalho em que ela foi usada em 20 pacientes por
motivo de fratura exposta ou ocorrência de grave escoriação e deslocamento,
apresentando o risco de necrose dos tecidos moles. Todas as fraturas
consolidaram num prazo médio de 51 dias. A lesão vascular mais freqüente é a
da artéria subclávia. A lesão neurológica mais freqüente por ação direta da
fratura é a compressão do tronco posterior (nervo axilar e radial).
Classicamente, a incidência reportada na literatura de pseudoartrose após o
tratamento ortopédico das fraturas varia de 0,9% a 4%. A maioria das fraturas
do terço médio da clavícula é tratada eficientemente de maneira conservadora
e o método de imobilização não parece influenciar nos resultados (Velpau,
tipóia ou 8 gessado). - ROCKWOOD)

67. Com relação à luxação anterior traumática do ombro, é correto afirmar


que:
a) em pacientes acima dos 40 anos de idade, há maior risco de lesão
associada do manguito rotador;
b) fratura do tubérculo menor está freqüentemente associada, principalmente
quando decorrente de choque elétrico;
c) as lesões vasculares são mais freqüentes nos jovens, devido aos traumas
de alta energia;
d) a redução deve ser realizada com a manobra de KOCHER, devido à
inexistência de complicações com esta técnica;
e) fraturas da borda anterior da cavidade glenóide são freqüentes e, em geral,
não requerem tratamento cirúrgico.

RESPOSTA: A (Luxação do ombro é associada com lesão do manguito


rotador. Isso é comum em pacientes idosos: > 40 anos (35 a 40%) e > 60 anos
(80%). A manobra de Kocher não é recomendada por causa do risco
aumentado de fratura. Lesões vasculares tipicamente ocorrem em pacientes
idosos com aterosclerose e usualmente envolvem a artéria axilar. Podem
ocorrer na hora da redução aberta ou fechada. - ROCKWOOD)

68. Com relação às fraturas dos côndilos tibiais (planalto), é correto


afirmar que:
a) o mecanismo de produção mais freqüente é trauma axial em varo;
b) àquelas com comprometimento dos côndilos medial e lateral apresentam
boa indicação de fixação percutânea sob controle artroscópico;
c) o tipo mais freqüente associa compressão com fratura cizalhamento do
planalto homolateral;
d) são características do paciente jovem por trauma de alta energia;
e) as lesões ligamentares são freqüentes, particularmente nas fraturas sem
desvio.

RESPOSTA: E (Lesões ligamentares associadas (cruzados ou colaterais)


ocorrem em até 30% das fraturas do platô tibial. Lesões ligamentares ocorrem
com maior freqüência em fraturas dos tipos por compressão com clivagem,
com desvio mínimo e por compressão local, sendo aconselhável obter
radiografias com estresse do joelho para avaliação dessas fraturas. -
CAMPBELL
Acidentes automobilísticos são responsáveis pela maioria dessas fraturas em
pacientes jovens, mas pacientes idosos com osso osteoporótico podem
apresentá-las mesmo após uma simples queda. - ROCKWOOD)
69. Com relação às lesões do mecanismo extensor do joelho, é correto
afirmar que:
a) lesões do tendão quadriciptal ocorrem por entorse;
b) lesões do tendão quadriciptal ocorrem em faixa etária mais elevada que as
do ligamento patelar;
c) lesões do tendão quadriciptal e do ligamento patelar, raramente, estão
associadas à processos degenerativos;
d) rupturas negligenciadas do tendão quadriciptal são compatíveis com
atividade esportiva;
e) a técnica de KELIKIAN consiste no uso do tendão do músculo
semimembranáceo para reparo de lesões do ligamento patelar.

RESPOSTA: B (Ruptura do tendão quadricipital tipicamente ocorre em


pacientes > 40 anos, na transição músculo tendínea. Ruptura do tendão patelar
são mais comuns em pacientes < 40 anos, no pólo inferior da patela. –
ROCKWOOD
Ruptura ou avulsão do tendão patelar é mais comum em paientes com menos
de 40 anos de idade, especialmente em atletas. Ruptura do quadríceps é mais
comum em pacientes mais idosos e naqueles com doença sistêmica ou
alterações degenerativas. As rupturas do tendão quadricipital ocorrem
comumente numa área de degeneração em pacientes com mais de 40 anos de
idade. - CAMPBELL)

70. Paciente do sexo masculino, 22 anos de idade, lutador de judô, refere


torção grave do joelho direito, há uma semana. Ao exame físico, verifica-
se varo discreto e assimétrico do joelho D, derrame articular ++/+++,
manobra do ressalto de +++/+++, gaveta anterior positiva com o pé em
rotação medial de 30 graus e manobra de HUGHSTON positiva. Com
relação ao caso descrito, é correto afirmar que:
a) dos ligamentos cruzados, há lesão apenas do anterior;
b) há lesão completa do complexo ligamentar medial;
c) complicações vasculares não são esperadas;
d) as radiografias são de pouco valor na avaliação inicial;
e) reparo do canto póstero-lateral, reconstrução dos ligamentos cruzados
anterior e posterior estão indicados.

RESPOSTA: E (A gaveta anterior em rotação interna máxima é negativa para


lesão do LCA, só se positivando quando há lesão do LCP. O teste do ressalto
ou Jerk test ou teste de Hughston é usado para lesões do LCA. – TARCÍSIO
ELOY
Como rotina, devem ser obtidas radiografias antero-posteiores e laterais
comuns, e também uma projeção tangencial da patela, conforme descrição de
Hughston. Estudos radiográficos também são úteis no diagnóstico de lesões do
LCA. Freqüentemente as radiografias simples são normais; contudo, uma
fratura da eminência tibial indica avulsão da inserção tibial do LCA. A fratura de
Segond, ou fratura por avulsão da cápsula lateral, é patognomônica de ruptura
do LCA. - CAMPBELL)
71. Paciente com fratura exposta grau III b (GUSTILLO) da tíbia foi tratado,
inicialmente, com limpeza mecano-cirúrgica e fixação externa. Qual o
tempo ideal para se realizar a enxertia óssea?
a) por ocasião da cobertura cutânea definitiva;
b) aproximadamente seis semanas após a cobertura;
c) aproximadamente três meses após a cobertura;
d) aproximadamente seis meses após a cobertura;
e) quando se estabelecer pseudartrose.

RESPOSTA: A ou B (Enxerto ósseo deve ser usado numa fratura exposta


quando a lesão estiver limpa, fechada e seca. O momento para o enxerto
ósseo após a cobertura cutânea é controversa. Alguns advogam usar o enxerto
ósseo na hora da cobertura cutânea, outros esperam até que o retalho esteja
cicatrizado (normalmente 6 semanas). - ROCKWOOD)

72. Paciente do sexo masculino, 20 anos de idade, vítima de acidente


automobilístico, apresenta fratura cominutiva do terço distal do fêmur,
comprometendo a região supracondílea e fratura diafisária transversa do
terço médio da tíbia ipsilateral. Ambas apresentam desvio e as condições
cutâneas são boas. Assinale a alternativa de tratamento mais apropriada:
a) placa em ponte no fêmur e haste intramedular na tíbia;
b) fixação anatômica com placa no fêmur e placa de compressão na tíbia;
c) fixação da tíbia com haste intramedular e tratamento incruento do fêmur sob
tração;
d) fixação do fêmur com haste intramedular bloqueada e imobilização, tipo
SARMIENTO, na tíbia;
e) tratamento de ambas as fraturas sob tração esquelética.

RESPOSTA: A (Joelho flutuante é indicação de tratamento cirúrgico de ambas


as fraturas. A fratura cominutiva do 1/3 distal do fêmur extrarticular, necessita
do princípio de estabilidade relativa, como a placa em ponte. E a HIM é o
tratamento de escolha para uma fratura médio diafisária da tíbia. – MANUAL
AO)

73. Com relação às fraturas do colo do fêmur na criança, é correto afirmar


que:
a) as transepifisárias DE DELBET e COLONA são as mais freqüentes;
b) a necrose avascular ocorre mais comumente nas cérvico-trocantéricas;
c) nas transcervicais o fechamento precoce da linha epifisária é causa de coxa
vara;
d) nas cérvico-trocantéricas, complicações independem do desvio dos
fragmentos;
e) nas cérvico-trocantéricas e transcervicais a fixação não pode ultrapassar a
linha epifisária.

RESPOSTA: E (Nas fraturas transcervicais e nas cervico-trocantéricas, deve-


se evitar a transfixação da linha epifisária. As fraturas transcervicais ou tipo II
de Delbet e Colona são as mais freqüentes. Necrose avascular ocorre mais
comumente nas transepifisárias com risco próximo a 100%. - ROCKWOOD)

74. Com relação à fratura descolamento epifisário do tornozelo, é correto


afirmar que:
a) a denominada "Tillaux juvenil" é, anatomicamente, SALTERHARRIS II;
b) no tipo supinação-flexão plantar de TACHDJIAN-DIAS, a lesão na tíbia é
melhor visualizada na incidência radiográfica em ânteroposterior;
c) a triplanar acomete pacientes mais jovens do que as do tipo "Tillaux juvenil";
d) seus padrões independem do fechamento assimétrico da linha epifisária da
tíbia;
e) parada assimétrica do crescimento é comum nos tipos II e V de SALTER-
HARRIS.

RESPOSTA: C ( Pacientes com a fratura Tillaux juvenil são geralmente mais


velhos que aqueles com fratura triplanar. A fratura Tillaux juvenil é uma Salter-
Harris III da epífise anterolateral. Essas fraturas ocorrem por causa do
fechamento assimétrico da fise tibial distal, de central para anteromedial, para
posteromedial e finalmente para lateral. - ROCKWOOD)

75. Com relação às lesões traumáticas do pé, é incorreto afirmar que:


a) nas fraturas desviadas do colo do tálus, ocorre interrupção da irrigação
sangüínea para o corpo, com alta possibilidade de necrose avascular;
b) nas fraturas intra-articulares do calcâneo, por compressão axial, ocorre
afundamento e rotação da faceta articular posterior;
c) nas fraturas-luxações de LISFRANC, a maior dificuldade diagnóstica é o
reconhecimento da subluxação do primeiro metatarso em relação à base do
segundo;
d) nas fraturas dos metatarsos, os desvios laterais são aceitos com maior
tolerabilidade que os encurtamentos ou desvios plantares;
e) as fraturas por avulsão da base do quinto metatarso confundem-se com
linha epifisária aberta, até ao redor dos 12 anos de idade.

RESPOSTA: E (A fise de crescimento do quinto metatarso localiza-se na sua


cabeça e não na sua base. Ela aparece com 3 anos e fecha com 18 anos. Nas
fraturas do colo do tálus, o grau da lesão correlaciona-se com a intensidade da
força aplicada, resultando em uma fratura sem desvio ou até a luxação póstero-
medial do corpor do tálus. Nesse caso, apenas as fibras do ligamento deltóide
mantêm o suprimento sanguíneo do corpo talar.)

BÁSICO
ASSINALE AS CORRETAS
76. Condroplastia por abrasão até o osso subcondral, resulta em tecido
de reparação produzido por que células?
a) condrócitos articulares;
b) osteoblastos subcondrais;
c) células mesenquimais indiferenciadas;
d) células inflamatórias;
e) células sinoviais tipo B.

RESPOSTA: C (A restauração da cartilagem articular e do osso subcondral


pode ser conseguida cirurgicamente por perfuração (broqueamento)
subcondral, microfraturamento ou artroplastia de abrasão; todos esses
procedimentos concentram-se no recrutamento de células pluripotenciais da
medula óssea, para produção de uma resposta curativa semelhante àquela que
ocorre depois de uma lesão completa. Embora ocorra a resposta clássica de
cura, comumente o tecido produzido é fibrocartilagem (que possui pouca
elasticidade), e não cartilagem hialina. – CAMPBELL, PÁG 2304 e 2305)

77. Com relação à biomecânica do joelho, é correto afirmar que:


a) há predomínio de movimento articular no plano coronal;
b) a flexo-extensão ocorre de forma uniplanar;
c) o centro mecânico de rotação é fixo e situado num ponto médio entre os
epicôndilos lateral e medial;
d) a flexão é acompanhada de rotação medial da perna;
e) os movimentos de adução / abdução são mais amplos com o joelho em
extensão.

RESPOSTA: D (O movimento do joelho ocorre em flexão, extensão, abdução,


adução e rotação em torno do eixo longo do membro. A flexão do joelho ocorre
em torno de um eixo transverso variável. O joelho não roda sobre um eixo
único como uma dobradiça; em vez disso, os côndilos femorais rolam e
deslizam sobre a tíbia com um centro mutável de rotação. Esse conceito é
conhecido como femoral roll-back. - CAMPBELL)

78. Com relação à anatomia e biomecânica do cotovelo, é correto afirmar


que:
a) o complexo ligamentar lateral é composto por quatro elementos, sendo o
mais importante o colateral lateral radial;
b) o ligamento colateral medial radial é importante na estabilização em valgo;
c) a tróclea tem inclinação anterior de 30 graus em relação à diáfise umeral;
d) o músculo anconeu tem importância na flexão do cotovelo;
e) a articulação rádio-umeral é importante nos movimentos de flexo-extensão
do cotovelo.

RESPOSTA:C (A tróclea está rodada 30 0 anteriormente em relação à diáfise. O


complexo ligamentar lateral é muito variável na sua constituição. Morrey e An
referem que o compartimento lateral é constituído pelas seguintes estruturas:
Ligamento colateral radial; Ligamento colateral lateral ulnar (+ importante);
Ligamento colateral acessório; Ligamento anular. O ligamento colateral radial
tem como principal função a estabilização em varo da articulação úmero-radial.
O músculo ancôneo tem importância na extensão do cotovelo. A articulação
rádio-umeral é importante na prono-supinação do cotovelo. - RBO)
79. Observando o esquema anexo de fraturas do tornozelo, assinale a
alternativa que melhor correlaciona a figura com seu respectivo
mecanismo de trauma:

a) A - pronação/rotação lateral;
b) B - pronação/adução;
c) C - pronação/abdução;
d) B - supinação/adução;
e) C - supinação/abdução.

RESPOSTA: A (Pela classificação de Lauge-Hansen, o mecanismo mais


comum de fraturas do tornozelo é o de supinação-rotação externa. Este
mecanismo é evidenciado no caso B. Ocorreu uma fratura avulsão transversa
do maléolo medial, seguida de uma fratura oblíqua curta do maléolo lateral, na
altura da sindesmose. No caso A, encontramos o mecanismo de pronação-
rotação lateral, onde ocorreu primeiro uma fratura avulsão transversa do
maléolo medial, seguida de uma desinserção do ligamento tíbiofibular anterior
da fíbula, no tubérculo de Wagstaffe. No caso C, encontramos o mecanismo de
supinação-adução, com uma fratura avulsão transversa da fíbula distal e uma
fratura vertical por cisalhamento do maléolo medial.)

80. Com relação às forças que atuam sobre a articulação do quadril e


suas aplicações práticas, é correto afirmar que:
a) para manter a pelve nivelada durante apoio monopodálico, os músculos
abdutores deste quadril desenvolvem força igual ao peso corporal;
b) o centro de gravidade do corpo fica situado no mesmo eixo do quadril e
neutraliza as forças de flexão sobre o componente femoral de uma prótese
total;
c) quando o componente femoral de uma prótese total do quadril é cimentado
em valgo, aumenta-se o braço de alavanca dos músculos abdutores;
d) durante marcha antálgica, por artrose do quadril, o centro de gravidade do
corpo é deslocado para o lado do quadril normal;
e) a carga sobre a cabeça femoral, durante a fase de apoio da marcha, é de
aproximadamente três vezes o peso corporal.

RESPOSTA: E (Uma vez que a proporção do comprimento do braço de


alavanca do peso corporal para o da musculatura abdutora é cerca de 2,5:1, a
força dos músculos abdutores deve aproximar-se de 2,5 vezes o peso corporal
para manter a pelve horizontal quando em pé sobre uma perna. A carga
estimada sobre a cabeça femoral na fase de apoio da marcha é igual à soma
das forças criadas pelos abdutores e o peso corporal, e é pelo menos 3 vezes
o peso corporal; a carga estimada sobre a cabeça durante a elevação da perna
reta é aproximadamente a mesma. As forças sobre a articulação não atuam
somente no plano coronal, mas como o centro de gravidade do corpo (na linha
mediana anterior ao segundo corpo vertebral sacral) é posterior ao eixo da
articulação, elas também atuam no plano sagital para flexionar a haste
posteriormente. As forças que atuam nesta direção são aumentadas quando o
quadril é flexionado, como ao levantar-se de uma cadeira, subir e descer
escadas ou uma ladeira, ou levantar peso. - CAMPBELL)

81. Com relação aos fixadores externos e suas aplicações, é correto


afirmar que:
a) a rigidez dos uniplanares depende, fundamentalmente, do número de pinos
utilizados;
b) os circulares, por serem mais rígidos, estão particularmente indicados nas
fraturas expostas da tíbia;
c) a perfuração prévia, com broca ou fio de STEINMANN, diminui a
possibilidade de afrouxamento dos pinos;
d) conversão de fixação externa em osteossíntese intramedular tem alto índice
de infecção;
e) associação de fixação interna mínima com fixação externa é formalmente
contra-indicada.

RESPOSTA: C (As complicações mais comuns da fixação externa são o


afrouxamento dos componentes e a infecção. Tanto o afrouxamento quanto a
infecção podem resultar da necrose térmica do osso fixado. A lesão térmica
resulta do calor gerado durante o processo de inserção em si e pode ser a
causa do seqüestro em anéis. A melhor forma de se prevenir as lesões
térmicas é perfurar antecipadamente os orifícios para os pinos. Os fatores que
afetam a estabilidade da fixação externa incluem a distância entre os pinos e o
local da fratura, o afastamento entre os pinos, a distância entre o osso e a
barra ou barras, as dimensões e o material de conexão das barras, as
dimensões e o número dos pinos e a interface osso-pinos. - ROCKWOOD)

82. Com relação às vias de acesso, para exposição cirúrgica da


articulação do quadril, é correto afirmar que:
a) na anterior (SMITH-PETERSEN), o músculo tensor da fáscia lata é
seccionado transversalmente;
b) na póstero-lateral (GIBSON), o nervo ciático deve ser identificado na incisura
isquiática;
c) na posterior (OSBORNE), encontra-se o nervo ciático entre os músculos
gêmeo superior e inferior;
d) na medial (LUDLOF), a artéria femoral deve ser identificada e protegida;
e) na lateral (OLLIER), é obrigatória a osteotomia do trocanter maior.
RESPOSTA: A (Na via de acesso anterior ao quadril, Smith-Petersen, após a
incisão da pele, dividir as fáscias superficial e profunda e liberar as fixações
dos músculos glúteo médio e tensor da fáscia lata da crista ilíaca
(transversalmente). Gibson é responsável pela redescoberta, neste continente,
da via de acesso póstero-lateral ao quadril pela primeira vez descrita e
recomendada por Kocher e Langenbeck. Neste acesso, não se identifica o
nervo ciático. Na via posterior de Osborne, encontra-se o nervo ciático saindo
da pelve entre os músculos piriforme acima e gêmeo superior abaixo. Na via de
acesso medial de Ludlof, não se identifica a artéria femoral. O intervalo
muscular é considerado como sendo entre o sartório e o adutor longo com o
intervalo mais profundo sendo entre o iliopsoas e o pectíneo. Não tem essa via
lateral de Ollier no Campbell. - CAMPBELL)

83. Com relação ao gráfico do módulo de YOUNG (figura anexa), é correto


afirmar que:

a) dentro da fase 1, o metal exibe qualidade plástica;


b) a partir do ponto "a", a deformação do metal é permanente;
c) o ponto "a" determina a carga máxima que o metal pode suportar, antes de
quebrar;
d) a fase 2 caracteriza sua qualidade elástica, quando pequeno aumento da
carga determina deformação permanente;
e) o ponto "b" caracteriza o "limite de elasticidade" do metal.

RESPOSTA: B (Dentro da fase 1, o metal exibe qualidade elástica. A partir do


ponto a, a deformação do material é permanente. O ponto a representa o limite
de elasticidade do material, a partir do qual o metal começa a deformar. A fase
2 caracteriza sua faixa plástica, quando pequeno aumento da carga determina
deformação permanente. O ponto b determina a carga máxima que o metal
pode suportar antes de quebrar. - CAMPBELL)
84. Com relação à inervação sensitiva do pé (esquema anexo), assinale a
alternativa correta:

a) área 1 - nervo fibular superficial;


b) área 2 - nervo fibular profundo;
c) área 3 - nervo safeno;
d) área 4 - nervo sural;
e) área 5 - nervo plantar lateral.

RESPOSTA: B (Área 1 - nervo sural, área 2 – nervo fibular profundo, área 3 –


nervo fibular superficial, área 4 - nervo safeno, área 5 – nervo plantar medial,
área 6 – nervo plantar lateral, área 7 – ramos calcâneos mediais. – ATLAS DE
ANATOMIA NETTER)

85. Com relação às amputações, é correto afirmar que:


a) as causas traumáticas são as mais comuns na infância;
b) nas crianças, sempre que possível, devemos evitar as amputações e preferir
as desarticulações;
c) a ocorrência de sensação de "membro fantasma" é mais comum em
crianças;
d) no idoso diabético, a amputação na coxa é preferível à desarticulação do
joelho;
e) a colocação da prótese de imediato ao ato cirúrgico não faz diferença na
qualidade da reabilitação.

RESPOSTA: B (Análises de clínicas especializadas em crianças amputadas


mostram que aproximadamente 60% das amputações na infância são
decorrentes de deficiências congênitas nos membros e 40% são adquiridas. As
amputações adquiridas são mais freqüentemente conseqüências de traumas,
seguido por neoplasia e infecção. Princípios gerais de amputação nas crianças:
1) preservar comprimento, 2) preservar as placas de crescimento importantes,
3) efetuar desarticulação em vez de amputação trasóssea sempre que
possível, 4) preservar a articulação do joelho sempre que possível, 5)
estabilizar e normalizar a porção proximal do membro e 6) estar preparado
para lidar com questões complementares à deficiência do membro, em
crianças com outras condições clínicas importantes. - CAMPBELL)

86. É correto afirmar que:


a) a face lateral da perna corresponde ao dermátomo sensitivo de S1;
b) o reflexo do tendão calcâneo corresponde à raiz L5;
c) a ocorrência do sinal de LÀSEGUÉ contralateral à ciatalgia não tem
importância diagnóstica nas radiculopatias;
d) a escoliose lombar antálgica, convexa para o lado da ciatalgia, caracteriza
hérnia discal lateral à raiz;
e) a fraqueza do quadríceps relaciona-se à radiculopatia L3.

RESPOSTA: D (O aparecimento ou a melhora da dor radicular durante os


movimentos de inclinação lateral estão intimamente relacionados coma posição
do fragmento herniado do disco intervertebral em relação à raiz nervosa.
Quandoa protusão do disco for lateral à raiz nervosa, os sintomas são
exacerbados com a inclinação para o mesmo lado dos sintomas (concavidade
para o lado da ciatalgia), ocorrendo alívio da dor quando a protrusão está
localizada medialmente à raiz nervosa. – TARCÍSIO ELOI
A face ântero-lateral da perna, dorso do pé e hálux correspondem ao
dermátomo sensitivo de L5. O reflexo do tendão calcâneo corresponde à raiz
de S1. Dor na perna contralateral produzida pela elevação da perna estendida
deve ser considerada como patognomônica de um disco vertebral herniado. A
fraqueza do quadríceps relaciona-se com a radiculopatia L4. - CAMPBELL)

87. Observando as características do parafuso na figura abaixo


(orientação da rôsca, característica do passo, relação dos diâmetros do
orifício ósseo e alma do parafuso, tipo de ponta, etc.) você o identificaria
como sendo:

a) canulado;
b) cortical AO;
c) esponjoso AO;
d) maleolar AO;
e) STEINMANN rosqueado.

RESPOSTA: B (Os parafusos corticais AO são completamente rosqueados.


Eles são não autoperfurantes, de modo que um macho de rosca é requerido
para cortar sua rosca antes da inserção. São produzidos de 4,5; 3,5; 2,7; 2,0 e
de 1,5mm, pois a força de fixação do parafuso diminui à medida em que seu
diâmetro se aproxima de 40% do diâmetro do osso. Cada tamanho de parafuso
possui sua correspondente broca e macho de rosca. Os parafusos para osso
esponjoso são caracterizados por um cerne relativamente fino e uma rosca
larga e funda. Este aumento na relação entre o diâmetro externo e o cerne dá a
um parafuso desses uma força de pegada consideravelmente maior no osso
trabecular fino, o qual caracteriza as áreas metafisárias e epifisárias do osso.
Os parafusos de osso esponjoso ou são completa ou são parcialmente
rosqueados. – MANUAL DE OSTEOSSÍNTESE)

88. Com relação às vias de acesso à coluna vertebral, é correto afirmar


que:
a) a posterior é ideal para as discectomias torácicas;
b) a anterior lombar baixa, no homem, tem alto risco de impotência;
c) nos casos de escoliose, onde se planeja liberação anterior, deve ser sempre
no lado da concavidade;
d) a anterior cervical, para discectomias, é feita lateral ao músculo
esternocleidomastóide;
e) a técnica cirúrgica é idêntica, tanto na criança quanto no adulto.

RESPOSTA: E (É importante mencionar que a via de acesso posterior à coluna


torácica não proporciona a área cirúrgica operacional ou a extensão de
exposição aos corpos vertebrais torácicos que é proporcionada por uma via de
acesso transtorácica. A via de acesso lombar baixa transperitoneal tem uma
desvantagem: os grandes vasos e o plexo nervoso hipogástrico devem ser
mobilizados antes da exposição da coluna vertebral. O plexo hipogástrico
superior contém a função simpática para os sistemas urogenitais e, nos
homens, uma lesão a essa estrutura pode causar complicações, como
ejaculação retrógrada; entretanto, a lesão ao plexo hipogástrico superior não
deve causar impotência ou falta de ereção. Nos casos de escoliose, onde se
planeja liberação anterior, a via de acesso deve ser no lado da convexidade. A
via de acesso anterior à coluna cervical é feita medialmente ao
esternocleidomastóideo. E preferencialmente pelo lado esquerdo para
minimizar o risco de lesão ao nervo laríngeo recorrente.)

89. Com relação às biópsias dos tumores músculo-esqueléticos, é correto


afirmar que:
a) as excisionais são raramente indicadas;
b) deve-se preferir a área central da lesão;
c) em alguns casos de tumor maligno das extremidades, a incisão pode ser
transversa;
d) realizada na área do triângulo de CODMAN, revela osso normal;
e) nos malignos, a aberta é preferível à percutânea.
RESPOSTA: D (No triângulo de Codman, nas fases iniciais, há osso
neoformado normal que posteriormente é invadido pelo osteosarcoma. Biopsia
excisional é a técnica que remove toda a lesão no momento da biópsia. É
sempre considerada uma cirurgia com margens marginais. Uma das vantagens
desse método de biópsia é o tratamento da lesão em um único tempo cirúrgico.
No entanto, pode ser um procedimento de risco, quando o diagnóstico não é o
de um tumor benigno. Por isso, a biópsia excisional é contra-indicada quando
qualquer suspeita de malignidade existe em relação aos exames de imagem da
lesão. As incisões longitudinais são as mais indicadas, raramente havendo
indicação de incisões transversais. Algumas vezes há a necessidade de se
cruzar a prega poplítea ou a prega anterior do cotovelo, e, nessas
circunstâncias, a incisão longitudinal pode ter uma pequena curva na região da
prega transversal. – REYNALDO JESUS)

90. Alterações laboratoriais, caracterizadas por hipercalcemia,


hipofosfatemia, hipercalciúria, hiperfosfatúria e aumento do nível sérico
de fosfatase alcalina, sugerem:
a) hiperparatireoidismo;
b) pseudohipoparatireoidismo;
c) raquitismo;
d) doença celíaca;
e) síndrome de FANCONI.

RESPOSTA: A (O hiperparatireoidismo primário é causado pelo excesso de


produção do hormônio paratireóideo, geralmente devido à prasença de
adenomas da paratireóide, hiperplasia primária difusa da paratireóide ou
carcinoma secretante de hormônio paratireóideo. As alterações produzidas no
esqueleto são causadas pelo excesso de hormônio paratireoidiano. Há
aumento difuso da reabsorção óssea associada à hipercalcemia e
hipofosfatemia. O excesso de perda óssea é, em parte, compensado pela
neoformação de osteóide e osso, o que eleva os níveis de fosfatase alcalina. –
REYNALDO JESUS)

91. Com relação à utilização dos meios diagnósticos, em Ortopedia,


utilizando rádio-isótopos, é correto afirmar que:
a) a cintilografia revela precocemente, e com mais detalhes, o
comprometimento ósseo no mieloma múltiplo;
b) em todas as fases da necrose óssea (osteonecrose) há hipocaptação do
rádio-fármaco;
c) a cintilografia é pouco útil no acompanhamento clínico de quadros
infecciosos ósseos, quanto à eficiência do tratamento ou recidiva;
d) há diminuição da concentração do rádio-fármaco nos ossos de pacientes
portadores de osteoporose;
e) a cintilografia está contra-indicada para pacientes portadores de artrite
reumatóide.
RESPOSTA: D (Os maçadores usados na cintilografia se localizarão em
regiões do osso onde há maior fluxo sanguíneo, em osteoclastos, na
hidroxiapatita e onde há aumento do metabolismo ósseo. A cintilografia traz
importantes informações na avaliação do comprometimento articular em várias
formas de artrites, como a que ocorre na osteoartrite e na artrite reumatóide.
Na osteonecrose, inicialmente há uma diminuição focal de captação
cintilográfica, depois ocorre um aumento focal de captação cintilográfica. –
SIZÍNIO
O radioisótopo da cintilografia é incorporado ao osso em formação. Também
existe uma concentração aumentada de radioisótopos nas áreas de
vascularização aumentada. Existem lesões que acometem o osso, mas não
aumentam a concentração: lesões “frias”. No entanto, com a progressão do
processo neoplásico, podem apresentar um aumento periférico. Entre elas se
destacam: 1. granuloma eosinofílico; 2. mieloma múltiplo; 3. sarcomas
intensamente anaplásicos. – REYNALDO JESUS)

92. De acordo com a divisão em regiões ou "zonas" na face ventral da


mão, punho e antebraço proposta por VERDAN, é correto afirmar que:
a) as lesões na zona I comprometem a inserção do flexor superficial na falange
média e o tendão flexor profundo;
b) na zona II localizam-se as polias arciformes A3 e A4, enquanto que na zona
III situam-se as polias A1 e A2;
c) na zona III localiza-se a origem dos músculos lumbricais;
d) na zona IV localiza-se o quiasma de CAMPER;
e) a zona V caracteriza-se pela presença do ligamento transverso do carpo.

RESPOSTA: C (A zona I estende-se desde imediatamente distal à inserção do


tendão superficial até o local de inserção do tendão profundo. A zona II é a
área crítica das polias (terra de ninguém de Bunnell) entre o sulco palmar distal
e a inserção do tendão superficial. A zona III compreende a área de origem dos
lumbricais (originam-se dos tendões do flexor profundo dos dedos) entra a
margem distal do ligamento carpal transverso e o começo da área crítica das
polias ou polia A1. A zona IV é a zona coberta pelo ligamento carpal transverso.
A zona V é a zona proximal ao ligamento carpal transverso e inclui o antebraço.
- CAMPBELL)

93. Com relação à distrofia simpático-reflexa, causalgia e atrofia de


SUDECK, é correto afirmar que:
a) há períodos de vasodilatação, intercalados com vasoconstricção, fazendo
com que a pele apresente-se hiperêmica e quente, ou pálida e fria;
b) bloqueios anestésicos do gânglio simpático eliminam os fenômenos
vasomotores, mas não promovem alívio da dor;
c) manipulação do segmento afetado, mudança de temperatura (contraste
térmico) e movimentação ativa e passiva proporcionam alívio dos sintomas;
d) quando associada à lesão parcial do nervo periférico, há indicação de
neurectomia ou alcoolização do nervo;
e) as alterações na eletroneuromiografia são típicas e patognomônicas.
RESPOSTA: A (As síndromes dolorosas resultantes de lesões triviais como
uma fratura, uma distensão ou queimaduras são chamadas de SDRC I
(anteriormente conhecida como distrofia simpático reflexa). A distrofia
simpática reflexa é definida como uma síndrome dolorosa na qual a dor é
seguida pela perda da função e evidências de disfunção autonômica. As
síndromes causadas pela lesão declarada dos nervos, como aquelas impostas
por esmagamento, projéteis de arma de fogo ou lacerações, recebem a
denominação de SDRC II (anteriormente chamada de causalgia). Alterações
vasomotoras constituem sintomas comuns da SDRC e apresentam-se como
inchaço profuso, rubor e palidez alternados, manchas na pele, distúrbios nos
padrões de perspiração. Diferanças de temperatura localizadas, entre os
membros afetados e não afetados, são também muito comuns. A hipo e a
hiperatividade do sistema nervoso autônomo (SNA) ocasionam estas
alterações vasomotoras e constituem os sintomas mais comuns e
característicos da SDRC. - ROKWOOD)

94. Com relação à histologia óssea e cartilaginosa, é correto afirmar que:


a) vasos sangüíneos nutrientes penetram pelos canais de HARVERS e não
invadem os canais de VOLKMANN;
b) as lamelas ósseas localizam-se, de forma concêntrica, em volta dos canais
de VOLKMANN;
c) na linha epifisária, da epífise para a metáfise, temos, respectivamente, a
zona de cartilagem calcificada, madura, proliferativa e de repouso;
d) os osteoclastos são células multinucleadas que ocupam as lacunas de
HOWSHIP e tem função de absorção do tecido ósseo;
e) a cartilagem é pobre em água (cerca de 25% de seu peso), principalmente
em sua superfície articular.

RESPOSTA: D (Osteoclastos reabsorvem osso, são células gigantes,


multinucleadas, encontradas apenas nas lacunas de Howship. Os vasos
sanguíneos nutrientes penetram pelos canias de Volkmann (canais
perpendiculares ao eixo longo do osso) e depois invadem os canais de Havers
(canais paralelos ao eixo longo do osso). As lamelas ósseas localizam-se de
forma concênctrica, em volta dos canais de Havers (no eixo longo do osso). Na
linha epifisária, da epífise para a metáfise, temos, respectivamente a zona de
repouso, proliferativa, hipertrófica e de calcificação. - Atlas de Anatomia
Ortopédica de Neter.
A cartilagem é um tecido conjuntivo feito de células (condroblastos e
condrócitos) que produz uma matriz extracelular de proteoglicanos e de fibras
colágenas com alto teor hídrico. - SIZÍNIO)
95. Com relação à síndrome compartimental, é correto afirmar que:
a) no compartimento anterior do antebraço, mesmo quando associada à lesão
de nervos periféricos, o sinal da extensão passiva é positivo;
b) após a fasciotomia, se o músculo persistir isquêmico, há indicação para
epimisiotomia;
c) no compartimento anterior do antebraço, os músculos flexores superficiais
são afetados precocemente e, só nos casos mais graves, há comprometimento
dos profundos;
d) no compartimento anterior da perna, o comprometimento dos músculos pode
promover retração em flexão do pé;
e) a pressão diastólica do paciente não interfere com a perfusão tissular em
compartimentos com hiperpressão.

RESPOSTA: A (A síndrome do compartimento do antebraço está relacionada


às fraturas supracondilares, aos ferimentos causados por armas brancas,
esmagamento dos tecidos moles e à osteotomia do rádio e da ulna,
adicionalmente a fraturas dos dois ossos do antebraço. Os dois músculos
primeiramente acometidos são o flexor profundo dos dedos e o flexor longo do
polegar. A síndrome do compartimento do antebraço pode ocorrer tanto em
seguida a um traumatismo quanto após uma cirurgia. O sintoma diagnóstico
mais importante é o endurecimento palpável do compartimento do flexor. Outro
indício inicial importante é a dor causada pela extensão passiva dos dedos.
Pode-se constatar a presença de um pulso palpável no antebraço, ao longo de
toda evolução da síndrome do compartimento, apesar da pressão nos
compartimentos do antebraço estar suficientemente aumentada para obliterar a
circulação capilar dos músculos e dos nervos. Isso pode confundir o quadro
clínico e retardar o diagnóstico e o tratamento. Nesse caso, pode haver uma
redução da sensibilidade dos dedos, pouca ou nenhuma função dos músculos
do antebraço e uma dor profunda e incômoda no antebraço, desproporcional
àquela que seria de se esperar. A dor causada pela extensão passiva dos
dedos também é um sintoma muito importante da presença da isquemia dos
músculos do antebraço. Nesta situação clínica, o cirurgião não deverá hesitar
em diagnosticar uma síndrome do compartimento. O tratamento consiste na
realização de uma fasciotomia ampla e precoce desde o cotovelo até o punho,
incluindo a divisão da aponeurose bicipital e do ligamento transverso do carpo.
Dever-se-á permitir que a incisão fique aberta e o fechamento poderá ser
realizado mais tarde, exigindo geralmente enxerto de pele de espessura
parcial. - ROCKWOOD)

96. Com relação ao exame clínico do joelho, é correto afirmar que:


a) na manobra de LACHMAN é necessário anteriorização da tíbia maior que 5
milímetros, com relação ao joelho contralateral, para definir lesão do ligamento
cruzado anterior;
b) o teste da gaveta anterior é o mais específico para lesões do ligamento
cruzado anterior;
c) com lesão do ligamento cruzado anterior, a manobra do ressalto provoca
rotação medial da perna;
d) a manobra da gaveta anterior, realizada com rotação medial da perna, é
específica para avaliação do complexo ligamentar medial;
e) a manobra do ressalto reverso (JAKOB) é patognomônica de lesão do
ligamento cruzado posterior.

RESPOSTA: C (Jerk test ou teste do ressalto – este teste é usado para lesões
do LCA. Em sua pesquisa, reproduz-se a subluxação anterior da extremidade
superior da tíbia que se reduz imediatamente pela força de tração do trato
iliotibial que puxa a tíbia para trás. Ele é pesquisado com o paciente deitado em
DDH, com seu membro inferior colocado em 45 0 de flexão do quadril e 90 0 de
flexão do joelho. O examinador, com uma das mãos, segura o pé ou a perna
em rotação interna, e com a outra faz um discreto valgo no joelho; nessa
posição, o joelho estende-se lenta e progressivamente até o momento em que
se nota um repentino ressalto articular, que é a subluxação Antero-lateral do
joelho, o qual se mantém subluxado até sua extensão total. – TARCÍCIO
ELOY)

97. Com relação à semiologia do ombro, é correto afirmar que:


a) a manobra para evidenciar dor na articulação acrômio-clavicular é realizada
colocando-se o braço em abdução e rotação medial (manobra de JERK);
b) na suspeita clínica de tendinite do supra-espinhal, na síndrome do impacto,
o alívio da dor após a injeção de 10 ml de anestésico na cavidade articular do
ombro confirma o diagnóstico;
c) a manobra de NEER, para o diagnóstico da síndrome do impacto, é
realizada com a elevação do membro afetado em rotação lateral;
d) a manobra de apreensão, para o diagnóstico da instabilidade anterior, é
realizada com o braço colocado em abdução de 120 graus e rotação medial;
e) a manobra de apreensão, para o diagnóstico da instabilidade posterior do
ombro, é realizada com o braço colocado em flexão anterior de 90 graus,
adução e rotação medial.

RESPOSTA: E (Teste da instabilidade posterior (teste de Fukuda) – o


examinador faz a adução, flexão e rotação interna passivas do braço do
paciente procurando deslocar posteriormente a cabeça do úmero; quando há
instabilidade posterior, a cabeça do úmero resvala na borda posterior da
glenóide e subluxa. – TARCÍCIO ELOY)

ASSINALE AS INCORRETAS
98. Com relação às síndromes compressivas nos membros superiores,
assinale a alternativa que não correlaciona o teste com a estrutura lesada:
a) teste do pronador - nervo mediano;
b) teste do flexor superficial do dedo médio - nervo ulnar;
c) teste do supinador - nervo radial;
d) teste de PHALEN - nervo mediano;
e) teste de flexão do cotovelo e pronação - nervo ulnar.

RESPOSTA: C (A: Na síndrome do pronador (compressão do nervo mediano


no cotovelo), o paciente refere dor e parestesia em toda a extensão da face
volar do antebraço e território de inervação do nervo mediano. Podemos
desencadear os sintomas dessa síndrome a partir da dígito pressão do nervo
mediano ao nível do pronador redondo.
B:
C: Síndrome do supinador (compressão do n. interósseo posterior): sinais
clínicos presentes nesta síndrome são a dor ao longo do trajeto do interósseo
posterior à supinação resistida com o cotovelo estendido e dor à extensão
resistida do dedo médio.
D: O teste de Phalen é indicativo de síndrome do túnel do carpo (n mediano).
E: O quadro clínico mais comum da síndrome compressiva do nervo ulnar no
cotovelo é o de parestesia na face ulnar da mão e hiperestesia na face ulnar do
cotovelo, que é agravado com a flexão do cotovelo e atividades que exigem
força e prono-supinação do cotovelo. A manobra semiológica de hiperflexão do
cotovelo também desencadeia sintomas de hipoestesia no território do nervo
ulnar e dor localizada, principalmente na região do cotovelo.)

99. Com relação à articulação metatarsofalângica do hálux e seus


sesamóides, é incorreto afirmar que:
a) durante a marcha, a cabeça do primeiro metatarso desliza sobre o complexo
sesamoideo;
b) no sesamóide lateral (fibular) insere-se a porção lateral do flexor curto do
hálux e os dois fascículos do adutor do hálux;
c) no sesamóide medial (tibial) insere-se a porção medial do flexor curto do
hálux e o tendão do abdutor do hálux;
d) entre os dois sesamóides, atravessando o complexo sesamoideo, passa o
tendão do flexor longo do hálux;
e) por não haver nenhum tipo de conexão entre eles, a função de cada
sesamóide é independente, permitindo maior acomodação do metatarso contra
o solo.

RESPOSTA: E (No Campbell, vol 4, página 3917, figura 78-5, encontramos


uma ilustração que dá muitas informações sobre o complexo sesamóideo e
sobre as relações entre músculos, tendões, cápsula, ligamentos e a primeira
articulação metatarsofalângica. Entre os sesamóides, encontramos o ligamento
intersesamóideo, portanto existe conexão entre eles. No sesamóide medial,
insere-se o abdutor do hálux e a porção medial do flexor curto do hálux. No
sesamóide lateral, insere-se as duas cabeças do adutor do hálux (oblíqua e
transversa) e a cabeça lateral do flexor curto do hálux. E entre os dois, passa o
flexor longo do hálux, que insere-se na base da falange distal. - CAMPBELL)

100. São causas relacionadas ao desenvolvimento de pseudartrose,


exceto:
a) comprometimento de "partes moles";
b) hiperparatireoidismo;
c) infecção;
d) fratura do colo do fêmur, com ângulo de PAUWELLS maior que 70 graus;
e) forças de compressão e tração aplicadas intermitentemente no foco
RESPOSTA: B (Não se justifica um diagnóstico de pseudoartrose até que
evidência clínica ou radiográfica, demonstre que a consolidação foi
interrompida, e que é altamente improvável a ocorrência de consolidação.
Conceito clássico da FDA: pseudoartrose fica estabelecida depois de, no
mínimo, 9 meses a partir da lesão, desde que a fratura não mostre mais sinais
progressivos de consolidação durante 3 meses. Embora as causas exatas da
pseudoartrose e da consolidação retardada sejam desconhecidas, acredita-se
que tanto fatores sistêmicos como locais contribuam para o desenvolvimento
dessas complicações. Os fatores sistêmicos incluem o quadro metabólico e
nutricional do paciente, sua saúde geral e nível de atividade. O uso de tabaco e
álcool tem sido envolvido na ocorrência de pesudoartroses. A pseudoartrose é
muito mais comum quando as fraturas são 1) expostas, 2) infectadas, 3)
segmentares, com comprometimento da irrigação sanguínea, geralmente no
fragmento médio, 4) cominutivas por traumatismo grave, 5) fixadas de maneira
desprotegida, 6) imobilizadas durante tempo insufuciente, 7) tratadas por
redução aberta imprudente, 8) com diástase pela ação de tração, ou por uma
placa e parafuso ou 9) de um osso irradiado. - CAMPBELL
Entretanto esse critério não pode ser aplicado a qualquer fratura. Em alguns
casos uma fratura do colo femoral pode ser definida como pseudoartrose
depois de apenas 3 meses. Embora a vascularização perturbada e a
instabilidade sejam os fatores mais importantes conduzindo a uma
pseudoartrose, outros como a falta de cooperação, a infecção e as
neuropatias, podem inibir a consolidação. Embora seja possível que uma
fratura com um segmento avascular ou pouco vascularizado consolide, ela o
fará muito mais lentamente que o normal ou não o fará. – MANUAL AO)

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