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TARO 1998

1. Com relação à ossificação heterotópica que ocorre na região do quadril, após


artroplastias totais, é correto afirmar que:
a) os difosfonados são drogas confiáveis na sua profilaxia;
b) sua ocorrência é mais freqüente nos pacientes portadores de artrite reumatóide;
c) são necessárias doses altas (acima de 5.000 Ra), quando se pretende usar a
irradiação como medida profilática;
d) os antiinflamatórios não esteróides são úteis na sua profilaxia, por inibirem a síntese
das prostaglandinas;
e) o uso dos antiinflamatórios não esteróides, como método profilático, não tem
interferência sobre a estabilidade das próteses não cimentadas.

RESPOSTA: D (Os antiinflamatórios não esteróides são úteis na sua profilaxia, por
inibirem a síntese das prostaglandinas. Basta uma dose localizada de 800cGy quando se
pretende usar irradiação como medida profilática. Tanto indometacina quanto radiação em
baixas doses são igualmente eficientes em prevenir ossificação heterotópica. Não se fala
de difosfonados nem de AR no artigo.) (JBJS)

2. Nos processos infecciosos das vértebras lombares, no adulto, secundários à


infecções urinárias, é correto supor que as bactérias chegariam:
a) pela corrente sanguínea ao disco intervertebral;
b) ao corpo vertebral pelo plexo venoso de BATSON;
c) pela corrente sanguínea ao corpo vertebral;
d) pelo plexo venoso de BATSON ao disco intervertebral;
e) por continuidade ao disco L5-S1.

RESPOSTA: B (As bactérias chegam ao corpo vertebral pelo plexo venoso de Batson. O
disco intervertebral tem sido identificado como o elemento vertebral mais comumente
infectado, mas evidências mais recentes apontam para metáfises e placas vertebrais
cartilaginosas como as áreas iniciais para infecções hematogênicas. O espaço discal
agora é considerado o foco primário apenas para infecções que resultam de inoculação
direta. As veias pélvicas drenam para dentro do plexo venoso de Batson da coluna. Isso
explica as freqüentes metástases de tumores e infecções pélvicos na coluna vertebral. -
CAMPBELL)

3. Homem com 25 anos de idade, sofre fratura patológica do fêmur com suspeita de
hiperparatireoidismo primário. Na avaliação laboratorial espera-se encontrar:
a) cálcio e fosfatase alcalina baixos;
b) cálcio e fosfatase alcalina elevados;
c) cálcio, fósforo e fosfatase alcalina elevados;
d) cálcio e fosfatase alcalina elevados e fósforo baixo;
e) cálcio e fósforo urinários baixos.

RESPOSTA: D (Cálcio e fosfatase alcalina elevados e fósforo baixo. Os pacientes com


hiperparatireoidismo primário apresentam elevados níveis sorológicos de cálcio, fosfatase
alcalina e hormônio da paratireóide, baixo nível sérico de fósforo; bem como altos teores
urinários de cálcio, fósforo e hidroxiprolina. Os testes referentes aos pacientes
osteoporóticos apresentam resultados normais em todos os exames laboratoriais, ao
passo que os portadores de osteomalácia indicam baixos níveis de cálcio e fósforo e
elevada fosfatase alcalina sérica, bem como altos teores de fósforo e de hidroxiprolina na
urina. Os portadores de osteodistrofia renal terão baixo nível de cálcio, alto nível de
fósforo e elevado nível de fosfatase alcalina sérios, bem como um elevado teor de uréia
sanguínea. Se o paciente houver desenvolvido hiperparatireoidismo secundário, o nível
sérico de cálcio atingirá ou ultrapassará o nível normal e os níveis de hormônios da
paratireóide também serão elevados. - ROCKWOOD)

4. A melhor forma de se fazer o diagnóstico precoce da osteonecrose da cabeça


femoral é a:
a) radiografia simples do quadril;
b) exploração funcional do osso (FICAT)
c) imagem de ressonância magnética;
d) cintilografia com Tc99m.;
e) tomografia computadorizada.

RESPOSTA: C (Os avanços em RM tornaram possível diagnóstico mais precoce da


osteonecrose da cabeça femural e permitiram a determinação do estágio e extensão
exatos do processo patológico sem uso de métodos invasivos. A diferenciação entre
osteoporose transitória e osteonecrose também é possível agora. A RM também é útil
para acompanhar a progressão da doença e para avaliar a eficácia do tratamento.
Quando radiografias simples mostram alterações em apenas uma articulação, uma RM da
pelve é obrigatória, não somente para definir claramente a extensão da doença no quadril
sintomático, mas também para avaliar o quadril assintomático. Isto pode possibilitar a
detecção da doença nos estágios iniciais quando a maioria dos tratamentos ainda é eficaz
- CAMPBELL)

5. Na tenossinovite estenosante de DE QUERVAIN o sinal de FINKELSTEIN é


pesquisado:
a) colocando os punhos em flexão máxima, com o dorso das mãos se
tocando por 1 a 2 minutos;
b) mantendo a metacarpofalângica de um dedo estendido e fletindo,
passivamente, a interfalângica proximal;
c) aduzindo o polegar e fazendo, passivamente, um desvio ulnar do punho;
d) percutindo sobre o processo estilóide do rádio;
e) fazendo-se um desvio radial forçado do punho.

RESPOSTA: C (Teste de Finkelstein é usado para diagnosticar a tenossinovite do 1 o


compartimento dorsal (tendões do abdutor longo e do extensor curto do polegar) ou
tendossinovite de De Quervain. Este teste consiste em fazer um desvio ulnar do punho,
mantendo o polegar aduzido e fletido na palma. O teste é positivo se produzir dor no
processo estilóide do rádio. – EXAME FÍSICO – TARCÍSIO ELÓI)
6. Faz parte da deformidade em “pescoço de cisne”:
a) lesão do ligamento de CLELAND;
b) lesão dos ligamentos retinaculares transverso e oblíquo;
c) deslocamento ventral das bandas laterais;
d) lesão da banda central do aparelho extensor;
e) lesão do ligamento triangular.

RESPOSTA: B (A deformidade em pescoço de cisne pode começar com deformidade


primária na articulação IFP ou na articulação IFD. Na IFP, ocorre subluxação da banda
lateral em sentido dorsal ao eixo de rotação da articulação IFP, contração do ligamento
triangular e estiramento do ligamento retinacular transverso. Os ligamentos retinaculares
transversos, que impedem o desvio dorsal das bandeletas laterais, vão se afrouxando
pela sinovite, o que permite a luxação dorsal das bandeletas. Na IFD, começa com um
dedo em martelo por uma ruptura do tendão extensor na articulação distal com excessiva
tração secundária do tendão central, causando hiperextensão na articulação IFP. –
CAMPBELL / CLÍNICA ORTOP)

7. A epicondilite lateral é, comumente, o resultado de uma lesão do tendão:


a) braquiorradial;
b) extensor radial longo do carpo;
c) extensor radial curto do carpo;
d) ancôneo;
e) supinador.

RESPOSTA: C (Hoje existe um consenso de que a lesão acomete a origem e a


aponeurose do músculo extensor radial curto do carpo. Existem várias teorias para
explicar essa patologia: microrruptura degenerativa da origem dos músculos devido ao
envelhecimento biológico (a teoria mais aceita); micrurruptura traumática da origem dos
músculos devido a trauma direto ou esforço repetitivo. – SBOT / SIZÍNIO)

8. Na síndrome da costela cervical o primeiro sintoma neurológico é devido à


compressão de que raiz ou nervo?
a) raiz C6;
b) raiz C7;
c) raiz C8;
d) nervo mediano;
e) nervo axilar.

RESPOSTA: C (A síndrome da costela cervical é a compressão neurovascular mais


comum na base do pescoço. A costela cervical sai da vértebra C7. Os níveis C8 e T1 são
os mais comumente afetados. Dor e parestesia pelo trajeto do nervo ulnar. - Adams et al.,
Principles of Neurology, 6th ed, p214)
9. A ausência ou hipotrofia do ligamento gleno-umeral médio e, eventualmente, do
ligamento gleno-umeral anterior, acarretam:
a) maior estabilidade do ombro;
b) limitação do movimento articular;
c) aparecimento de recesso articular de grandes dimensões;
d) manobra de JOBE positiva;
e) não acarretam alterações.

RESPOSTA: C (A ausência ou a hipotrofia do ligamento glenumeral médio e,


eventualmente, do ligamento glenumeral inferior, acarreta o aparecimento de recesso
anterior de grandes dimensões, - RBO agosto 94)

10. A evidência de rotura completa do tendão de Aquiles é melhor firmada por:

a) demonstração radiográfica de interrupção dos tecidos moles;


b) palpação de um defeito no tendão;
c) perda da flexão plantar ativa do tornozelo;
d) equimose e dor na inserção calcaneana;
e) ausência de flexão plantar do tornozelo à compressão da panturrilha
(sinal de THOMPSON).

RESPOSTA: E (O teste de Thompson é usado para a avaliação da integridade do tendão


tricipital (Aquiles). Com o paciente em decúbito ventral e com os joelhos fletidos a 90 0,
aplica-se compressão manual vigorosa na massa muscular da panturrilha onde se situam
os ventres dos gêmeos e o músculo solear. Essa compressão produz encurtamento da
massa muscular que se transmite pelo tendão calcâneo até o pé, o qual sofre flexão
plantar quando todas as estruturas estão íntegras – teste de Thompson positivo. Quando,
em função da rotura completa do tendão calcâneo, a mobilização da massa muscular
tricipital não pode ser transmitida até o pé, não sendo observado nenhum movimento
daquele segmento apesar da força exercida sobre a panturrilha – teste deThompson
negativo. – EXAME FÍSICO-TARCÍSIO ELOY)

11. O método de SINGH para determinar o grau de osteoporose da região


trocantérica do fêmur:
a) consiste na avaliação radiográfica do padrão trabecular, que permite estimar o grau de
osteoporose;
b) compreende 6 graus, sendo o grau 1 normal e o grau 6 osteoporose grave;
c) consiste na realização da biópsia óssea e análise histológica do tecido;
d) não tem valor prognóstico nenhum em relação à fixação interna das fraturas;
e) consiste na análise densitométrica do osso.

RESPOSTA: A (Singh publicou um índice de osteoporose baseado na interpretação dos


padrões de formação das trabéculas do fêmur proximal revelados por radiografias
pélvicas AP. Foi desenvolvido um sistema de classificação em 6 graus como padrão para
osteoporose. Grau 6 é o normal e o grau 1 osteoporose grave. - ROCKWOOD)

12. O osteossarcoma secundário, geralmente de alta malignidade, é definido como


aquele que surge em indivíduos portadores de tumores ósseos benígnos ou
patologias ósseas de caráter difuso. Dentre as abaixo, aponte a alternativa que
contenha característica incompatível com o surgimento de osteossarcoma,
secundário à doença de PAGET:
a) dor forte sobre local previamente assintomático;
b) edema da extremidade com circulação venosa exuberante;
c) história recente de fratura sobre a região acometida pela doença de PAGET;
d) pseudartrose de fratura em local acometido pela doença de PAGET;
e) ausência de massa tumoral palpável ou deformidade óssea na região suspeita.

RESPOSTA: E (O osteossarcoma secundário à doença de Paget ocorre mais em


pacientes entre a sexta e oitava década de vida, e a pelve é a localização mais comum. A
chance de malignização do Paget é de aproximadamente 1%. É uma forma agressiva de
alta malignidade. Raro em nosso meio. O tratamento é cirúrgico, e a quimioterapia é
indicada como método neo-adjuvante de tratamento. Clínica: dor forte sobre local
previamente assintomático, edema da extremidade com circulação venosa exuberante,
história recente de fratura sobre a região acometida pelo Paget, pseudoartrose de fratura
em local acometido pelo Paget. – CAMPBELL / REYNALDO JESUS)

13. Segundo ENNEKING, em um sarcoma com estadiamento IIB, temos


respectivamente para o grau histológico, sítio e metástases:
a) baixo (G1), intracompartimental, ausência;
b) baixo (G1), extracompartimental, ausência;
c) alto (G2), intracompartimental, ausência;
d) alto (G2), extracompartimental, ausência;
e) alto (G2), extracompartimental, presença.

RESPOSTA: D (Classificação de Enneking para lesões malignas: estágio I: baixo grau,


estágio II: alto grau, estágio III: metástase, A: intracompartimental, B: extracomparti.
Classificação de Tumores benignos: estágio I: benigno latente (B1), estágio II: benigno
ativo (B2), estágio 3: benigno agrassivo (B3). – REYNALDO JESUS)
14. A síndrome compartimental pode ocorrer em qualquer um dos _____________
da perna após fratura da tíbia. É mais freqüente quando o trauma lesa a
___________ ao redor do compartimento anterior. São descritos, também, casos de
síndrome compartimental após _______________________ :
a) três compartimentos, fáscia, osteotomia da tíbia;
b) dois compartimentos, artéria, entorse do tornozelo;
c) quatro compartimentos, membrana interóssea, osteotomia da tíbia;
d) três compartimentos, membrana interóssea, entorse do tornozelo;
e) quatro compartimentos, fáscia, infecção.

RESPOSTA: C (As fraturas da diáfise da tíbia são a causa mais comum de Sd


compartimental. Pressão do compartimento > 30mmHg ou diferença entra a pressão do
compartimento e a pressão diastólica do sangue < 30mmHg (Whitesides). Nunca se deve
realizar uma fasciotomia parcial, todos os 4 compartimentos da perna devem ser
descomprimidos. - ROCKWOOD)

15. As calcificações na articulação do ombro são freqüentes e podemos afirmar


que:
a) ocorrem na face lateral da bursa subacromial;
b) existe uma correlação bem estabelecida destas com o acrômio proeminente tipo III;
c) a rotura do tendão do supra-espinhal é lesão associada freqüente;
d) ocorrem, com mais freqüência, dentro do tendão do supra-espinhal;
e) na maior parte dos casos a dor ocorre na fase inicial da doença.

RESPOSTA: D (Em 80% dos casos, o local da calcificação é no músculo supra-espinhal.


75% no sexo feminino. Lado direito é o mais acometido. Quarta década de vida é a maior
incidência. 25% de bilateralidade. Causa desconhecida. Dor aguda nos períodos de
reabsorção do cálcio. 3 fases segundo Rockwood: pré-cálcica, cálcica e pós-cálcica. O
depósito de cálcio não ocorre na bursa e sim num dos tendões do manguito. Não ocorre
ruptura do manguito rotador associada com depósito de cálcio, o tendão deve estar
íntegro para que ocorra o depósito de cálcio. - SIZÍNIO)

16. A respeito da amputação tipo SYME podemos afirmar que:


a) deve ser abandonada por ser cosmeticamente inaceitável;
b) tem uma alta incidência de eqüino residual do coto remanescente;
c) as complicações mais freqüentes são a migração posterior do coxim gorduroso
calcaneano e necrose de pele;
d) é principalmente indicada em vasculopatias diabéticas;
e) permite a utilização de pé tipo SACH por preservar o calcâneo.

RESPOSTA: C (A amputação tipo Syme para o tornozelo preenche as exigências de um


coto que sustente peso, e também deixa suficiente espaço entre a extremidade do coto e
o solo para a construção de algum tipo de mecanismo de articulação do tornozelo para o
pé artificial. A principal objeção à amputação tipo Syme é cosmética, sendo por isso
comumente não recomendada para mulheres. As duas complicações mais freqüentes de
um coto de Syme insatisfatório são a migração posterior do coxim gorduroso do
calcanhar, e necrose de pele resultante do aparar das grandes pregas protusas de pele
(ou orelhas de cão) de modo excessivamente rigoroso. - CAMPBELL)

17. A respeito da espondilolistese degenerativa é correto afirmar que:


a) ocorre, geralmente, como conseqüência de uma espondilolistese congênita;
b) tão logo seja feito o diagnóstico deve-se indicar o tratamento cirúrgico;
c) a laminectomia isolada está indicada em qualquer faixa etária;
d) ocorre, geralmente, no nível L4-L5;
e) o primeiro sintoma é a alteração esfincteriana.

RESPOSTA: D (A Espondilolistese Degenerativa (ED) é uma forma particular de


estenose degenerativa do canal vertebral lombar caracterizada pelo deslizamento de uma
vértebra em presença de arco neural íntegro. Ela resulta da degeneração do disco
associada à artrose dos elementos articulares posteriores. Nas Eds, a estenose é
agravada pela deformação degenerativa dos processos articulares e obstrução constante
dos recessos laterais. Não existe consenso quanto à etiopatogenia das Eds, mas
aparentemente decorre da degeneração do disco intervertebral. A predominância da ED
ocorre no nível L4-L5. A ED acomete mais freqüentemente as mulheres com mais de 40
anos. A maioria dos pacientes é assintomática, mas quando passa a sê-lo, a dor lombar
ou radicular é o sintoma mais freqüente. Ainda menos freqüente é a dor radicular com
déficit ou claudicação radicular. Nesse caso, a quinta raiz lombar é habitualmente a mais
afetada. O tratamento inicial é conservador, porém se os sintomas tornarem-se
insuportáveis (dor intratável, déficit neurológico e claudicação evidente), o tratamento
cirúrgico deve ser considerado. Em torno de 10 a 15% dos doentes são submetidos a
tratamento cirúrgico. O objetivo principal do tratamento cirúrgico é a descompressão dos
tecidos nervosos comprimidos, através da ablação do osso e dos tecidos moles que
contribuem para a estenose do canal raquidiano central e dos recessos laterais. Ainda
que a necessidade de uma descompressão liberação-descompressão do saco dural e de
suas raízes não se discuta, a necessidade ou não de associação de artrodese com ou
sem instrumentação é objeto de controvérsias. - Tachdjian)

18. A contra-indicação para artroplastia total do joelho é:


a) osteotomia femoral distal prévia;
b) artrose unicompartimental;
c) artrite séptica prévia;
d) patela baixa;
e) mecanismo extensor não funcionante.

RESPSOTA: E (A principal indicação para artroplastia total de joelho é aliviar a dor


causada por artrose grave, com ou sem deformidade.
Contra-indicações absolutas:
1. Infecção recente ou atual do joelho
2. Uma fonte distante de infecção continuada
3. Descontinuidade ou disfunção grave do aparelho extensor
4. Deformidade em recurvato decorrente de fraqueza muscular
5. Presença de artrose do joelho sem dor bem funcionante.
Conta-indicações relativas:
1. Doença aterosclerótica na perna a ser operada
2. Problemas de pele dentro do campo operatório (ex. psoríase)
3. Artropatia neuropática
4. Obesidade mórbida
5. Infecções recorrentes do trato urinário
6. Histórico de osteomielite nas proximidades do joelho
7. Condições clínicas do paciente, como capacidade de receber anestesia,
dificuldade na cicatrização da ferida.)

19. Com relação ao tumor de EWING é correto afirmar que:


a) a faixa etária de maior incidência está acima dos 20 anos;
b) sua localização metafisária é o principal fator que o confunde com a osteomielite;
c) a presença de glicogênio em suas células é importante para o diagnóstico diferencial
histológico;
d) sua ocorrência nos ossos da pelve é muito rara;
e) a microscopia eletrônica ajuda no diagnóstico diferencial com os linfomas.

RESPOSTA: C (O teste de MacManus é importante na diferenciação do tumor de Ewing


com o reticulossarcoma, pois no Ewing o glicogênio encontrado abundantemente nas
células se cora pelo PAS. O tumor ou sarcoma de Ewing é mais comum na 1 a e 2a
décadas de vida, sendo raro na 3a, com predominância de 2:1 no sexo masculino. O
principal fator que confunde o tumor de Ewing com osteomielite é o seu aspecto
macroscópico, podendo ser sólido, semilíquido ou com aspecto de pus. Portanto, todo
material de uma osteomielite deve ser enviado para exame anatomopatológico, além de
cultura. O tumor de Ewing acomete principalmente a diáfise do fêmur, seguida pela região
proximal do fêmur, diáfise da fíbula, da ulna e ossos da pelve, mas pode acometer
qualquer osso em qualquer localização. As colorações para reticulina, como a técnica de
impregnação argêntica, revelam pouquíssima reticulina no tumor de Ewing, o que ajuda
na diferenciação com o Linfoma, onde ela é comum. - Tachdjiam)

ASSINALAR AS INCORRETAS
20. Com relação à artrite reumatóide é incorreto afirmar que:
a) o fator reumatóide é um teste de laboratório para detectar autoanticorpos, cuja
positividade é de 80% para o teste de latex e 60% no de WALER-ROSE;
b) são sintomas característicos à rigidez matinal, o comprometimento articular simétrico e
os nódulos reumatóides;
c) o “pannus” é constituído por tecido sinovial hiperplasiado e hipertrofiado;
d) o comprometimento articular dos membros é proximal (quadris e ombros) e a
progressão ocorre de proximal para distal;
e) há aumento dos linfócitos indutores CD4 em relação aos supressores CD8.

RESPOSTA: D (A artrite reumatóide é uma poliartrite periférica simétrica auto-imune com


acometimento inicialmente das mãos e pés progredindo de distal para proximal. O
diagnóstico é dado pela presença de 4 dos sete critérios abaixo por pelo menos seis
semanas:
1. Rigidez matinal: rigidez articular durando pelo menos 1 hora
2. Artrite de três ou mais áreas: pelo menos três áreas articulares com edema de
partes moles ou derrame articular, observado pelo médico
3. Artrite de articulações das mãos (punho, interfalangianas proximais e
metacarpofalangianas)
4. Artrite simétrica
5. Nódulos reumatóides
6. Fator reumatóide sérico (80% positividade látex e 60% Waler-Rose)
7. Alterações radiográficas: erosões ou descalcificações localizadas em radiografias
de mãos e punhos. - TUREK)

21. Qual dos sinais abaixo não é característico da lesão do nervo interósseo
posterior ao nível da arcada de FHRÖSE ?
a) perda da extensão do polegar;
b) perda da extensão das articulações metacarpofalângicas dos dedos;
c) presença de desvio radial do punho durante sua extensão;
d) paralisia do extensor ulnar do carpo;
e) perda da extensão do punho.

RESPOSTA: E (Na SIP, não ocorre perda da extensão do punho, pois os mm extensores
radiais curto e longo do carpo são inervados pelo nervo radial antes da saída do NIP. O
nervo interósseo posterior inerva os músculos extensor longo e curto do polegar, extensor
próprio do indicador, extensor do dedo mínimo, abdutor longo do polegar, extensor
comum dos dedos e extensor ulnar do carpo. Como os extensores radiais curto e longo
ainda estão atuantes, ocorre desvio radial do punho durante sua extensão. Os pacientes
com lesão do NIP ao nível da arcada de Fhrose clinicamente podem apresentar paralisia
do extensor comum dos dedos, extensor ulnar do carpo, extensor próprio do quinto dedo,
ausência da extensão metacarpo-falangeana do terceiro, quarto e quinto dedos, na
chamada pseudo garra ulnar. - PARDINI)

22. São achados cirúrgicos freqüentes na síndrome do túnel do carpo, exceto:


a) sinovite da bainha dos tendões flexores superficiais e profundos dos dedos;
b) hipertrofia do tendão flexor longo do polegar;
c) espessamento do ligamento volar do carpo;
d) presença de massa muscular anômala junto aos tendões superficiais;
e) fibrose da bainha (epineuro) do nervo mediano.

RESPOSTA: D (São achados cirúrgicos freqüentes na síndrome do túnel do carpo:


sinovite da bainha dos tendões flexores superficiais e profundos dos dedos, hipertrofia do
tendão flexor longo do polegar, espessamento do ligamento volar do carpo, fibrose da
bainha (epineuro) do nervo mediano. Ocasionalmente podemos encontrar outras
estruturas anômalas no túnel do carpo normal como persistente artéria mediana,
músculos anômalos (palmar profundo, ventres musculares dos flexores superficiais dos
dedos). - PARDINI)

23. No hálux valgo encontramos as seguintes alterações, exceto:


a) retração do adutor do hálux;
b) retração da cápsula lateral da articulação metatarsofalângica;
c) alargamento medial na cabeça do 1o osso metatarsal;
d) alongamento do tendão do abdutor do hálux;
e) luxação dos sesamóides.
RESPOSTA: D (Os ligamentos da parte medial da articulação metatarsofalangiana são
distendidos enquanto os laterais são contraídos. O abdutor do hálux que normalamente é
plantar e medial ao eixo de flexo-extensão da primeira articulação metatarsofalangiana,
move-se ainda mais em direção plantar. O adutor do hálux encontra-se retraído puxando
ainda mais para valgo. Os sesamóides encontram-se luxados. A crista sesamóidea se
achata por causa da pressão do sesamóide tibial fazendo com que o sesamóide fibular se
desloque parcial ou totalmente para o primeiro espaço intermetatarsal. Temos ainda o
flexor curto dos dedos, flexor longo do hálux, adutor do hálux e extensor longo do hálux
aumentando o momento de valgo na articulação metetarsofalângica, promovendo além da
deformidade em valgo, um achatamento medial da cebeça do metatarsiano. - TUREK)

24. São diagnósticos diferenciais de lesão meniscal, exceto:


a) corpo livre;
b) fratura osteocondral;
c) lesão do ligamento cruzado anterior;
d) plica sinovial;
e) doença de LARSEN-JOHANNSEN.

RESPOSTA: E (A lesão meniscal leva a sintomas como dor, falseio, trancamento, edema,
dificuldade de movimento, estalos, desta forma os diagnósticos a serem descartados são:
osteocondrite dissecante, corpos livres, sinovites, lesões ligamentares, plicas. A Síndrome
de Sinding-Larsen-Johannsen é uma doença de distúrbio da ossificação patelar, que se
apresenta com fenômenos infamatórios locais dolorosos, diagnosticável pelo raio X:
fragmentação do pólo inferior da patela. - CAMPBELL)

25. Na herniação degenerativa do disco L4-L5 assinale a resposta incorreta:


a) quando foraminal, com freqüência, comprime a raiz L5;
b) pode comprimir a raiz S1 quando houver grande extrusão;
c) pode comprimir a raiz L4 nas protusões laterais;
d) pode causar hiperestesia na face anterior da coxa;
e) o tratamento inicial deve ser conservador.

RESPOSTA: D (A herniação em nível L4-L5 pode causar hiperestesia em região


anteromedial da perna, pois na face anterior da coxa seria se a raiz acometida fosse L1-
L2-L3. - CAMPBELL)

ORTOPEDIA INFANTIL
ASSINALAR AS CORRETAS
26. Segundo a classificação de AITKEN (deficiência focal femoral proximal)
podemos afirmar que no tipo:
a) A, a cabeça femoral está ausente;
b) A, não há pseudartrose;
c) C, o acetábulo é muito displásico;
d) D, o acetábulo é pouco displásico;
e) B, a cabeça femoral está ausente.

RESPOSTA: C (Classificação de Aitken:


A: cabeça femoral presente e acetábulo normal (freqüentemente pseudoartrose)
B: cabeça femoral presente e acetábulo adequado ou moderadamente displásico
C: cabeça femoral ausente ou representada por ossículo e acetábulo gravemente
displásico
D: cabeça femoral ausente e acetábulo ausente. - TACHDJIAN)

27. No torcicolo congênito é correto afirmar que:


a) sua etiologia deve-se à neurofibromatose dentro do músculo esternocleidomastoideo;
b) é mais comum do lado esquerdo;
c) pode afetar o músculo difusamente, mas sua localização mais comum é próxima à
inserção clavicular;
d) existe associação com alterações congênitas do quadril em 70% dos casos;
e) o resultado do tratamento independe da idade.

RESPOSTA: C (O torcicolo muscular congênito é causado por fibromatose no interior do


músculo esternocleidomastóideo. Está presente uma massa que é palpável ao
nascimento ou se torna palpável durante as primeiras duas semanas. O torcicolo acomete
mais o lado direito. Pode envolver o músculo de forma difusa, mas está localizado com
maior freqüência próximo à inserção clavicular do músculo. A massa atinge suas
dimensões máximas dentro de 1 ou 2 meses, e pode permanecer com o mesmo tamanho
ou diminuir; em geral diminui e desaparece no período de um ano. Se não desaparecer, o
músculo fica permanentemente fibrosado e contraturado, causando um torcicolo
permanente, a menos que seja tratado. A incidência de luxação congênita do quadril ou
displasia acetabular congênita em crianças com TMC varia de 7 a 20%. Etiologia
desconhecida, várias hipóteses: mau posicionamento no útero, traumatismo de parto,
infecção e lesão vascular. Apenas o tratamento conservador está indicado no primeiro
ano de vida. A cirurgia deve ser adiada até que a fibromatose esteja completa, e, então,
se necessário, o músculo poderá ser liberado em uma ou em ambas as extremidades.
Qualquer torcicolo permanente agrava-se lentamente durante o desenvolvimento. A
cabeça fica inclinada na direção do lado afetado, e o rosto volta-se para o lado oposto. A
cirurgia realizada antes dos 6 a 8 anos de idade possibilita o remodelamento de qualquer
assimetria facial e plagiocefalia. Diversas cirurgia foram concebidas para desinserir o
músculo esternocleidomastóideo da clavícula. A liberação unipolar do músculo
distalmente é apropriada para deformidades brandas. A liberação bipolar proximal e distal
pode ser indicada para torcicolo moderado e grave. - CAMPBELL)

28. Com relação à doença de GAUCHER podemos afirmar que:


a) ocorre por acúmulo de glucocerebrosidio querasina nas células do sistema
reticuloendotelial;
b) não é transmitida geneticamente, sendo considerada mutação gênica;
c) incide de forma uniforme em todos os continentes;
d) foi descrita por GAUCHER como atrofia idiopática do baço, associada à leucemia;
e) sistema reticuloendotelial só é afetado nos casos autossômicos recessivos.

RESPOSTA: A (Doença de Gaucher é a doença de armazenamento lisossômico mais


comum. Causada por uma deficiência de glicocerebrosidase, a enzima lisissômica que
hidrolisa glicocerebrosídeo, um importante componente das membranas da parede
celular. Acúmulo gradual de glicocerebrosídeo nos macrófagos. Três formas da doença
são reconhecidas, todas são de herança autossômica recessiva. A tipo I é a mais comum,
e tem maior incidência em judeus. A tipo III tem maior incidência na Suécia. O tipo I
caracteriza-se por esplenomegalia com resultante pancitopenia, hepatomegalia e
infiltração da medula óssea, com múltiplas manifestações esqueléticas. As mudanças
esqueléticas vistas na doença de Gaucher incluem alargamento anormal das metáfises
(deformidade em frasco de Erlenmeyer), osteopenia, crise de Gaucher ou pseudo-
osteomielite, osteomielite, fraturas patológicas, cistos hemorrágicos, necrose avascular e
artrite subseqüente. O tratamento é a terapia de reposição enzimática com alglucerase. –
Lovell e Winter)

29. Com relação à evolução clínica das atrofias musculares espinhais podemos
afirmar que:
a) no grupo II, ¾ das crianças desenvolvem o controle do tronco;
b) no grupo II não existe desenvolvimento muscular suficiente para manter a cabeça e
pescoço sustentados;
c) a expectativa de vida no grupo III é acima dos 45 anos de idade;
d) na doença de KUGELBERG-WELANDER, tipo IV, a maioria dos pacientes perde a
capacidade para deambular, antes dos 20 anos de idade;
e) o grupo III é de maior risco de morte na primeira década de vida.

RESPOSTA: D (A atrofia muscular espinhal é constituída por um grupo de distúrbios


caracterizados por degeneração das células do corno anterior da medula espinhal e,
ocasionalmente, dos neurônios do núcleo bulbar inferior, resultando em fraqueza
muscular e atrofia. São distúrbios autossômicos recessivos. A perda das células do corno
anterior da medula é considerada um evento agudo sem progressão. A deterioração
neurológica pode estabilizar e se manter sem alterações por longos períodos. A
progressão da fraqueza muscular é um reflexo do crescimento normal que excede a
reserva muscular. Três tipos: tipo I: (grave), ou doença aguda de Werdnig-Hoffman; tipo II
(intermediário), ou doença crônica de Werdnig-Hoffman; e o tipo III (leve), ou doença de
Kugelberg-Welander. Quanto mais cedo o início, pior o prognóstico. Evans desenvolveu
uma classificação funcional em quatro grupos que pode ser útil no prognóstico. – Lovell e
Winter)

30. Qual das seguintes alternativas obedece a seqüência correta: A paralisia


cerebral é uma síndrome caracterizada por ______ , provocada por lesão do sistema
nervoso central, que pode ocorrer antes, durante ou após o nascimento, desde a
_____ até ____ e de caráter_________ .
a) distúrbios da motricidade, concepção do feto, seis anos de idade, não progressivo;
b) distúrbios da motricidade, sexta semana de gestação, seis anos de idade, não
progressivo;
c) deformidades nos membros superiores e inferiores, sexta semana de gestação, dez
anos de idade, progressivo;
d) deformidades nos membros superiores e inferiores, concepção do feto, dez anos de
idade, progressivo;
e) distúrbios de motricidade, concepção do feto, seis anos de idade, progressivo.

RESPOSTA: A (A paralisia cerebral é definida como um distúrbio da motricidade e da


postura causada por uma lesão ou anormalidade de caráter não progressivo no cérebro
imaturo. O cérebro imaturo tenta recuperar-se, mas não consegue, e o resultado é uma
deficiência anatômica fixa que pode levar a uma deformidade progressiva na criança em
crescimento ou no adulto jovem, por causa do constante desequilíbrio das forças
musculares. A lesão responsável pela paralisia cerebral pode ter a sua origem no período
pré-natal, natal ou pós-natal. O período pré-natal abrange desde a concepção até o início
do trabalho de parto; o período natal, do início do trabalho de parto até o momento do
parto propriamente dito; e o período pós-natal, do momento do parto até a maturação do
cérebro, entre 2,5 e 3 anos, quando ocorreu grande parte da mielinização. - CAMPBELL)

31. A epifisite do calcâneo (SEVER) é melhor diagnosticada por:


a) Biópsia por agulha;
b) exames clínicos e radiográficos;
c) exames laboratoriais;
d) imagem de ressonância magnética;
e) planigrafia do calcâneo.

RESPOSTA: B (O diagnóstico da apofisite de Sever é clínico uma vez que não existe
achado radiográfico diagnóstico. Numa revisão de radiografias de crianças com e sem
Doença de Sever, esclerose aparece com igual freqüência. Fragmentação da apófise,
contudo, é achado radiológico encontrado com freqüência aumentada na Doença de
Sever. A cintilografia óssea é útil na localização da doença, mas geralmente não é
necessária. Uma RNM irá diferenciar entre patologias que acometem o corpo e apofisite.
Ente tais condições estão: fraturas por estresse, osteomielite e lesões líticas. – LOVELL E
WINTER)

32. A faixa etária onde existe maior incidência de bactérias gram negativas, como
organismos causadores da osteomielite aguda hematogênica é:
a) em neonatos;
b) entre os seis e doze meses de idade;
c) entre um e três anos de idade;
d) dos três anos até a adolescência;
e) em adolescentes.

RESPOSTA: A (Staphylococcus aureus é o organismo infectante mais comum


encontrado em crianças mais velhas e adultos com osteomielite. Foi constatado que
bactérias gram-negativas causam uma quantidade excessiva de infecções do corpo
vertebral em adultos. Pseudomonas é o organismo infectante mais comum encontrado em
usuários de drogas intravenosas com osteomielite. Osteomielite fúngica é observada,
cada vez mais, em pacientes cronicamente doentes recebendo terapia intravenosa a
longo prazo ou recebendo nutrição parenteral. Osteomielite por Salmonella tem sido há
muito tempo associada com hemoglobinopatias SS ou SC. Esta infecção tende a ser
diafisária em vez de metafisária. Em crianças pequenas com osteomielite hematogênica
aguda, S. aureus ainda é um isolado freqüente, mas Streptococcus do grupo B e
coliformes gram-negativos são as causas mais comuns de infecções ortopédicas
encontradas em bebês prematuros que recebem tratamento em UTI neonatal; mais de
40% tem comprometimento multifocal. Streptococcus do grupo B é o organismo infectante
mais provável encontrado em bebês sadios sobre os demais aspectos. Haemophilus
influenzae ocorre principalmente em crianças de 6 meses a 4 anos. A incidência desta
infecção foi acentuadamente reduzida em virtude da imunização de rotina contra o
organismo. - CAMPBELL)

33. Um menino de 12 anos de idade é trazido à consulta por fraqueza muscular e


quedas freqüentes. Ao exame clínico nota-se ligeiro eqüinismo bilateral, discreta
hipertrofia das panturrilhas e, ao levantar-se o faz apoiando-se sobre as coxas. O
diagnóstico provável é:
a) doença de CHARCOT-MARIE-TOOTH;
b) miodisplasia ossificante progressiva;
c) artrogripose;
d) forma frustra de paralisia cerebral;
e) distrofia muscular progressiva.

RESPOSTA: E (As crianças com distrofia muscular de Duchenne geralmente alcançam


os primeiros marcos do desenvolvimento motor nas épocas apropriadas, mas a
deambulação independente pode ser retardada e, muitas vezes, inicialmente andam na
ponta dos pés. As características clínica incluem músculos da panturrilha grandes e
firmes, tendência a andar na ponta dos pés, posição lordótica com base ampla, marcha
anserina de Trendelenburg e teste positivo de Gower, que indica fraqueza proximal [...]. A
debilidade dos músculos proximais dos mmii pode ser demonstrada pela menor
capacidade que a criança tem de se levantar do chão sem auxílio dos braços (sinal
de Gower). A pseudohipertrofia dos músculos da panturrilha é causada por fibrose e
infiltração de gordura, dando à panturrilha uma consistência de borracha dura. Esse
padrão de fraqueza produz deformidade em eqüinovaro. - CAMPBELL)

34. Um menino com 14 anos de idade, com nível de maturidade esquelética RISSER
I, tem cifose torácica de SCHEUERMANN de 70º. Queixa-se de dor nas costas e
reclama da deformidade cosmética. Com hiperextensão a cifose é reduzida para 40º.
O tratamento deverá ser:
a) colete de Milwaukee;
b) artrodese posterior da coluna;
c) artrodese anterior e posterior da coluna;
d) observação;
e) fisioterapia.

RESPOSTA: A (Órteses: A mais empregada é o colete de Milwaukee, e está indicado nos


casos de deformidades não graves, flexíveis em geral, com valores de cifose menores
que 700 e, fundamentalmente, quando os pacientes apresentam potencial de crescimento.
Critério de Sorenson: encunhamento de mais de 50 em pelo menos três vértebras apicais
caracterizam a enfermidade de Scheuermann. – SBOT ORTOPEDIA PEDIÁTRICA)

35. Uma menina com 11 anos de idade tem escoliose torácica esquerda de 44º. Há
dois anos foi avaliada na escola e nenhuma deformidade foi observada. Seu nível
de maturidade esquelética é atualmente RISSER “O” (zero) e está na pré-menarca. A
conduta deverá ser:
a) artrodese posterior da coluna com instrumentação;
b) artrodese anterior “in situ” da coluna sem instrumentação;
c) órtese tóracolombosacra;
d) seguimento radiográfico em seis meses;
e) avaliação diagnóstica adicional.

RESPOSTA: A (Em geral, as curvas torácicas com mais de 40 0 a 500 (ângulo de Cobb)
em pacientes esqueleticamente imaturos devem ser tratadas com correção cirúrgica,
enquanto, em pacientes maturos (isto é, com menor risco de progressão), a correção
cirúrgica fica reservada para curvas de 500 ou mais. – LOVELL E WINTER)

36. A técnica de KIDNER é considerada, pela maioria dos autores, como específica
para o tratamento cirúrgico do pé plano valgo devido à:
a) coalisão tarsal;
b) poliomielite;
c) artrose subtalar;
d) síndrome do pré-halúx;
e) síndrome de MÜLLER-WEISS.

RESPOSTA: D (O procedimento de Kidner foi desenvolvido como modo de remover o


ossículo navicular acessório (ou pré-hálux), e restaurara a sustentação do arco com o
avanço do tibial posterior. - TUREK)

37. Uma criança prematura, afebril, não aceita bem a alimentação e apresenta
aparente paralisia do membro inferior direito. A contagem de leucócitos é de 8.400
com 40% de neutrófilos, 45% de linfócitos e 5% de monócitos. Exames
radiográficos da pelve e MID são normais. A criança reage e chora ao se testar a
mobilidade do quadril direito. Recomenda-se:
a) hemocultura;
b) cintilografia com Tc 99m;
c) CT do cérebro;
d) cintilografia com GA 67;
e) punção do quadril.

RESPOSTA: E (Logo que se suspeita da possibilidade de quadril séptico, a articulação é


aspirada para confirmar o diagnóstico e o quadril é drenado. A contagem de leucócitos
total e a contagem diferencial muitas vezes podem estar normais. - TACHDJIAN)

38. Qual a barra tarsal que apresenta melhor prognóstico após sua ressecção ?
a) faceta mediana da subtalar;
b) faceta posterior da subtalar;
c) calcaneonavicular;
d) calcaneocubóide;
e) talonavicular.

RESPOSTA: C (Há indicação de cirurgia para pacientes com sintomas recorrentes e


incapacitantes. Conforme um artigo publicado, há indicação de ressecção de uma
coalisão calcâneonavicular com interposição muscular em pacientes com menos de 16
anos de idade e que exibam barra cartilaginosa sem outras coalisões presentes, e sem
artrose degenerativa e, ainda, que tenham sido submetidos a tratamento conservador
malsucedido. Foi demonstrado que o procedimento combinado (ressecção + interposição
de tecido mole), em comparação com a exclusiva ressecção, diminui os casos de
recorrência e aumenta a incidência de alívio prolongado da dor. O papel da ressecção
cirúrgica no caso de uma coalisão talocalcânea é bem menos claro. – LOVELL WINTER)

39. São achados laboratoriais na síndrome de Mórquio:


a) deficiência do ácido hemogentísico;
b) aumento do sulfato de heparina na urina;
c) deficiência no sistema adenil ciclase;
d) deficiência na hidroxilase de lisina;
e) aumento do sulfato de queratina urinário.

RESPOSTA: E (Cromatografia da urina é útil a fim de detectar a dosagem de


queratinossulfato que se acha em níveis elevados.)

40. A transferência do hemi-tendão (“split”) do tibial posterior em pacientes com


paralisia cerebral promove:
a) eversão do pé;
b) correção do valgo;
c) correção do varo;
d) correção do cavo;
e) flexão plantar.

RESPOSTA: C (A deformidade em varo surge com mais freqüência nos hemiplégicos e é


causada por uma espasticidade do tibial posterior. Se houver tendência a progressão,
realizamos a hemitransposição e a sua parte lateral é passada posteriormente à tíbia e
fíbula e suturado sob tensão no fibular curto.)

41. A tíbia vara de BLOUNT:


a) caracteriza-se por varismo, torção externa e recurvato do joelho;
b) apresenta-se sob duas formas: a infantil que se inicia até os oito anos de idade e a do
adolescente que tem início após os doze anos de idade;
c) em sua forma infantil é facilmente diferenciada do joelho varo fisiológico;
d) tem como indicador prognóstico o ângulo metáfiso-diafisário, descrito por LEVIN e
DRENNAN;
e) caracteriza-se, radiograficamente, por apresentar a metade lateral da epífise pequena.

RESPOSTA: D (Como ocorre com o varo fisiológico, geralmente a doença de Blount


infantil é bilateral. Caracteriza-se por varismo, recurvatum e rotação interna. Tem como
indicador de prognóstico o ângulo metáfiso-diafisário (>16 risco, e entre 10 e 16 de risco
relativo).
42. Na artrogripose múltipla congênita é correto afirmar que:
a) existe aumento no diâmetro da medula espinhal, especialmente na região cervical e
lombar;
b) existe processo inflamatório importante ao nível do corno anterior da medula, quando
de análise microscópica;
c) o tratamento conservador das deformidades dos pés, com manipulações e
mobilizações repetidas, leva a resultados satisfatórios;
d) as articulações “em fuso”, com mobilidade aumentada, bem como as alterações de
sensibilidade, contra-indicam o uso de órteses nestes pacientes;
e) existe diminuição do número de células do corno anterior da medula espinhal ao nível
cervical, torácico e lombar, sem evidência de processo inflamatório.

RESPOSTA: E (A artrogripose é realmente um achado físico, não um diagnóstico e


representa um grande grupo de distúrbios, todos apresentando em comum contraturas
articulares, presentes no nascimento. A etiologia da artrogripose múltipla congênita é
desconhecida. Análises histológicas revelam uma pequena massa muscular com fibrose e
gordura entre as fibras musculares. O número de células do corno anterior da medula
espinhal está diminuído, sem um aumento no número de células microglias. O padrão de
perda do neurônio motor em segmentos específicos da medula espinhal correlaciona-se
com as deformidades periféricas e com os músculos afetados, sugerindo um distúrbio
primário do SNC como parte importante da causa. O exame clínico permanece como o
melhor método para estabelecer o diagnóstico. – LOVELL WINTER)

43. A osteocondrite dissecante do joelho é caracterizada, quanto à etiologia e


localização, por:
a) hereditariedade e face lateral do côndilo femoral lateral;
b) trauma e face medial do côndilo femoral medial;
c) obstrução circulatória (trombo) e face lateral do côndilo femoral medial;
d) inflamação de baixo grau e face lateral do côndilo femoral lateral;
e) trauma e face lateral do côndilo femoral medial.

RESPOSTA: E (Não há consenso quanto à etiologia da OCD, contudo algumas teorias


são colocadas no intuito de explicar tal processo patalógico: 1) alteração no núcleo de
ossificação acessório que se separa na infância e parcialmente se une com o tempo, 2)
um trauma significativo no joelho é encontrado em aproximadamente 50% dos pacientes,
podendo ser também pequeno e repetitivo, ou incluir lesões de quedas e torções.
Traumas endógenos como luxações patelares, rupturas meniscais e síndromes de
instabilidade também têm sido associados a OCD, 3) isquemia é uma outra provável
causa, levando a necrose subcondral e desprendimento do fragmento. A nível do joelho, o
local clássico de acometimento é a face lateral do côndilo femural medial.)

ASSINALAR AS INCORRETAS
44. Qual das características abaixo não está relacionada à anatomia patológica do
talus no pé torto congênito?
a) ângulo de declinação diminuído;
b) colo do talus encurtado;
c) porção anterior do talus desviada medial e plantarmente;
d) faceta articular medial normal;
e) talus pequeno e deformado.
RESPOSTA: D (Na anatomia patológica, praticamente todas as estruturas do pé
apresentam anormalidades, mas a principais encontram-se no retropé. O navicular,
cubóide e calcâneo formam um complexo desviado em sentido plantar e medial em
relação ao tálus. A deformidade óssea mais importante ocorre no tálus, que apresenta a
extremidade anterior desviada medial e plantar, o colo encurtado e o corpo pequeno. O
ângulo de declinação do tálus, formado entre o colo e o corpo, está significativamente
diminuído, chegando a medir 900, enquanto o valor normal é de 150 0 e as facetas
articulares da subtalar são anormais. A posição do tálus na articulação tíbio-társica é
controversa na literatura e não há confirmação se ele está em rotação neutra ou posição
externa. O desvio medial do navicular em relação ao corpo do tálus é característico,
muitas vezes com a tuberosidade medial do navicular em contato com o maléolo medial
da tíbia. O calcâneo está rodado medialmente e em varo em relação ao tálus. – SBOT
ORTOPEDIA PEDIATRICA)

45. Os sinais clínicos e radiográficos, abaixo, estão relacionados ao mau


prognóstico na doença de LEGG-CALVÉ-PERTHES, exceto:
a) obesidade;
b) sinal de GAGE;
c) distúrbio de crescimento da fise proximal do fêmur;
d) perda progressiva da mobilidade do quadril;
e) baixa estatura.

RESPOSTA: E (A doença de LCP é definida como uma necrose do núcleo de ossificação


secundário da epífise proximal do fêmur, durante o desenvolvimento da criança, podendo
ocorrer desde os 2 até os 16 anos. Durante a fase de fragmentação do processo, existe
uma vulnerabilidade mecânica da cabeça femural, a qual pode ser deformada pela
pressão excêntrica do lábio acetabular quando existe demarcada subluxação lateral da
epífise. O sinal de Gage (lise epífisio-metafisária lateral) é um dos sinais radiológicos de
quadril em risco, a obesidade confere maior agressão mecânica ao quadril, propiciando
maior deformidade. A perda de mobilidade do quadril denota maior deformidade e
conseqüentemente pior prognóstico. Se houver lesão da fise proximal a criança
apresentará dismetria desse membro, com pior prognóstico. Baixa estatura não está
relacionada a mau prognóstico. Sinais radiográficos de mau prognóstico: subluxação da
epífise femoral (mais importante); extensão da epífise descoberta, calcificação lateral da
epífise, alargamento da cabeça femoral antes da fase de fragmentação, alargamento
precoce do colo femoral.)

46. Qual das seguintes doenças não está relacionada com o aumento da incidência
de epifisiolistese femoral proximal ?
a) hipotireoidismo;
b) insuficiência renal;
c) escorbuto;
d) pacientes em tratamento com hormônio do crescimento;
e) displasia epifisária múltipla.
RESPOSTA: E (A causa do deslizamento da epífise da cabeça femoral é multifatorial; 4
fatores podem operar na sua patogênese: aumento da altura da fise da cabeça femoral;
alteração da geometria da fise capital e osso adjacente (isto é, alteração do ângulo de
inclinação e aplanamento da fise); carregamento anormal da placa de crescimento;
insuficiência dos componentes tênsil (colágeno) e hidrostático (proteoglicanos) da placa
de crescimento. O aumento da altura da fise pode ser causado:
 Aumento da atividade do hormônio do crescimento
 Hipogonadismo
 Aumento da testosterona
 Hipotireoidismo
 Hipertireoidismo
 Diminuição da vitamina D
 Hiperparatireoidismo
 Osteodistrofia renal
 Isquemia vascular da metáfise
 Ossificação endocondral deficiente
A epifisiólise na IR é devida à osteíte fibrosa, a placa de crescimento cartilaginosa é
separada da esponjosa metafisária pela remoção condroclástica da cartilagem
hipertrófica. O espaço entre a fise e a metáfise é preenchido com tecido fibroso denso, o
que proporciona um plano de deslizamento.
No escorbuto a deficiência de ácido ascórbico causa disfunção nos osteoblastos, o
resultado é uma falta na produção de tecido osteóide e na formação de osso novo. Não
há distúrbio na mineralização, as colunas de cartilagem degeneradas calcificam
normalmente, mas não são convertidas em osso. A zona de calcificação provisória é frágil
e pode ocorrer a completa separação das epífises.)

47. Com relação à paralisia obstétrica, é incorreto afirmar que:


a) quando afeta a porção proximal, denomina-se ERB-DUCHENNE;
b) lesões proximais caracterizam-se por contratura do ombro em adução, rotação interna
e perda da extensão do cotovelo; nestes casos há lesão de C5 e C6;
c) no recém-nato, os movimentos ativo e passivo estão presentes;
d) quando afeta a porção distal do plexo braquial, chamamos de KLUMPKE;
e) quando há comprometimento da 1a raiz, está presente o síndrome de HORNER.

RESPOSTA: C (Paralisia alta (Erb-Duchenne), lesão da raízes C5, C6 e C7. Na lesão C5-
C6 isolada, o recém-nato com paralisia alta apresenta paralisia flácida do membro
superior com o ombro em rotação interna e adução, cotovelo em extensão e antebraço
pronado. Paralisia Baixa (Klumpke), lesão isolada das raízes de C8 e T1, é raramente
encontrada, provavelmente corresponde a uma lesão total que obteve recuperação
completa da parte alta do plexo. Klumpke, em 1885, decreveu o sinal de Horner na lesão
do plexo braquial associada a avulsão da raiz de T1.)
48. Assinale a alternativa incorreta:
a) o raquitismo carencial, raramente, se manifesta antes dos seis meses de idade;
b) o sulco de HARRISON constitui sinal radiográfico, típico do raquitismo;
c) no raquitismo o espessamento da fise não é causado pela hipertrofia das células
cartilaginosas;
d) na osteodistrofia renal ocorre a hiperplasia secundária das glândulas paratireóides;
e) o tratamento inicial do raquitismo inclui a administração de 2000 a 5000 U.I. diárias de
vitamina D.

RESPOSTA: B (O raquitismo por deficiência de vitamina D raramente ocorre antes do 6 0


mês ou após o 30 ano e vida. A tensão do diafragma na caixa torácica produz uma
depressão horizontal que é chamada “sulco de Harisson”. A presença do sulco de
Harisson pode apontar para grandes shunts esquerdo-direito e raquitismo. O
espessamento da fise não é causado pela hipertrofia das células cartilaginosas. Na IRC,
desenvolve-se hiperplasia secundária da paratireóide e há aumento na concentração de
PTH no soro. A hiperplasia da paratireóide tem sido produzida experimentalmente em
ratos pela remoção de 2/3 dos rins. Tratamento do raquitismo por simples deficiência de
vitamina D consiste na administração oral diária 2000 a 5000 UI por 6 a 10 semanas. Nas
áreas carentes ou com pais não confiáveis: 60000 UI; se após 3 semanas não forem
evidenciados sinais de cura, a dose deve ser repetida mais uma vez. A prevenção é de
400UI diária de vitamina D, em prematuros a dose é de 2000UI.)

49. Com relação ao pé calcâneo valgo congênito, assinale a alternativa incorreta:


a) manipulação e aparelho gessado corrigem a deformidade;
b) é mais freqüente no sexo feminino;
c) o prognóstico é bom;
d) existe luxação dorsal da articulação talo-navicular;
e) o pé plano flexível é ocorrência freqüente no início da marcha.

RESPOSTA: D (A deformidade calcaneovalga posicional caracteriza-se por dorsiflexão


significativa da todo o pé na articulação do tornozelo, com eversão leve e flexível da
articulação subtalar. Os tecidos moles dos aspectos dorsal e lateral do pé estão
encurtados e limitam, mas raramente impedem, a flexão plantar e a inversão. O dorso do
pé entra em contato com a parte anterior da canela. É muito mais comum em meninas,
em primeiros partos, e em bebês de mães jovens. A causa provável é mau
posicionamento intra-uterino. Radiografias de um pé com deformidade calcaneovalga
exibem relações interósseas normais, não sendo necessárias para o diagnóstico. O
prognóstico para correção espontânea é excelente. Calcaneovalgo posicional é
deformidade benigna de excelente prognóstico, sem tratamento. Na tentativa de acelerar
a correção, podem ser executados pelos pais exercícios de alongamento passivo em
casos de deformidade moderada, em que há dificuldade de manipulação do pé até a
posição neutra. Em casos raros um pé necessitará de aplicação seriada de aparelhos de
gesso para acelerar a correção dos tecidos contraídos. Jamais haverá necessidade de
cirurgia. – LOVELL WINTER)
50. A aplicação e uso inadequado das correias de PAVLIK, no tratamento da
displasia congênita do quadril, podem estar associadas às seguintes complicações,
exceto:
a) necrose asséptica da epífise do fêmur proximal;
b) luxação inferior do quadril;
c) luxação anterior do quadril;
d) paralisia do nervo femoral;
e) paralisia do plexo braquial.

RESPOSTA: C (O uso do suspensório de Pavlik pode estar associado a complicações.


Em sua maioria, essas complicações são iatrogênicas e podem ser evitadas. Podem
ocorrer casos de luxação inferior diante de flexão do quadril excessiva e prolongada.
Hiperflexão também pode induzir neuropatia por compressão do nervo femoral; em geral,
essa condição desaparece depois da remoção do suspensório. Durante cada exame, é
importante que o médico se certifique de que o paciente tem função ativa do quadríceps.
Pode ocorrer paralisia do plexo braquial causada pela compressão das tiras nos ombros e
subluxação do joelho causada por posicionamento impróprio das tiras. O paciente
também pode demonstrar lesão da pele que reveste as pregas da virilha e na fossa
poplítea, se essas áreas não forem mantida limpas e secas. A conseqüência mais
desastrosa do tratamento com o suspensório de Pavlik é uma lesão da cabeça femoral
cartilaginosa e da placa fisária do fêmur proximal. Comumente este tipo de complicação
ocorre secundariamente à abdução forçada no suporte, ou ao uso persistente da órtese,
apesar do insucesso na redução orientada em caso de luxação completa. – LOVELL
WINTER)

TRAUMA

ASSINALAR AS CORRETAS
51. Numa lesão epifisária distal do fêmur, tipo II de SALTER-HARRIS, com
fragmento metafisário lateral e desvio em valgo, feita a redução anatômica e gesso
pelvi-podálico, os pais do paciente devem ser alertados da possibilidade futura de:
a) joelho em varo;
b) joelho com eixo normal;
c) joelho em valgo;
d) joelho em recurvato;
e) grande encurtamento do membro inferior.

RESPOSTA: A (A incidência de distúrbio do crescimento é significante, mesmo com


redução satisfatória. Se ocorrer crescimento assimétrico numa fratura tipo II de Salter-
Harris, a porção da fise abaixo do fragmento metafisário (fragmento de Thurston-Holland)
usualmente é preservada. Contudo, se a fratura metafisária é medial, a deformidade mais
provável é valgo, em vez de varo. A inibição do crescimento ocorre na área da fise que
não é protegida pelo fragmento metafisário. O risco de deformidade angular é maior em
pacientes com crescimento remanescente. - ROCKWOOD)
52. Quanto às fraturas da pelve, tipo MALGAIGNE, é correto afirmar que:
a) o epônimo somente se aplica às fraturas de ambos os ramos púbicos, associados à
disjunção sacro-ilíaca ipsilateral;
b) tem a mais alta taxa de morbidade dentre as roturas do anel pélvico;
c) o mecanismo de fratura é a compressão lateral;
d) não necessitam de redução anatômica;
e) são facilmente reduzidas por manipulação externa.

RESPOSTA: A (Esses mecanismos (cisalhamento vertical) forçam a hemipelve no


sentido vertical (em direção à cabeça), embora o deslocamento possa parecer posterior e
ascendente, devido à inclinação natural da pelve. Os traumatologistas têm reconhecido o
caráter peculiar dessas lesões há anos, como ocorre na descrição clássica de Malgaigne.
No aspecto anterior, a lesão óssea ocorre freqüentemente através da sínfise púbica,
embora possa haver fratura dos ramos púbicos. Posteriormente, as lesões por CV podem
ocorrer através da articulação SI ou do sacro. – ROCKWOOD -
A fratura de Malgaigne corresponde atualmente às formas de fratura com dupla rotura do
anel pélvico, sendo uma anterior e outra posterior, podendo a ruptura anterior ser
ipsilateral ou contralateral. A ruptura anterior pode ser a luxação da sínfise ou fraturas dos
ramos púbicos, enquanto a ruptura posterior pode ser uma fratura longitudial do sacro ou
do ilíaco justarticular à articulação sacroilíaca ou uma luxação sacroilíaca. - BALDY)

53. Com referência à deformidade em “botoeira” é correto afirmar que:


a) ocorre por lesão da banda sagital do aparelho extensor;
b) o tratamento é sempre cirúrgico e baseia-se na sutura do tendão extensor terminal;
c) o tratamento conservador consiste na imobilização da articulação interfalângica
proximal em flexão;
d) ocorre deslocamento ventral dos tendões extensores laterais;
e) os ligamentos retinaculares não participam da deformidade.

RESPOSTA: D (Ruptura ou laceração da tira central da expansão extensora na, ou perto


da, sua inserção resulta em perda da extensão ativa da articulação interfalângica proximal
e conseqüentemente flexão persistente da articulação. Se deixada sem tratamento, os
ligamentos e placa palmar da articulação interfalângia proximal tronam-se contraídos. As
bandas laterais da expansão extensora subluxam-se palmarmente e são mantidas aqui
pelos ligamentos retinaculares transversos, os quais também tornam-se contraídos. Isso
resulta em uma deformidade de botoeira estabelecida. As bandas laterais, uma vez que
estão situadas palmares ao eixo transverso de rotação da articulação IFP, atuam como
flexores da articulação. Os ligamento retinaculares oblíquos contraídos e as bandas
laterais forçam a articulação IFD para hiperextensão, a qual pode ser aumentada por
qualquer tentativa de estender passivamente a articulação IFP. Tratamento: As
deformidades em botoeira que são diagnosticadas precocemente em feridas fechadas
antes que ocorram contraturas fixas podem ser tratadas conservadoramente. O
tratamento conservador consiste em extensão completa enquanto é possível que a
articulação IFD seja flexionada ativamente. A extensão será mantida 24 horas por dia
durante 4 a 6 semanas e continuada à noite por mais algumas semanas. Quando uma
deformidade em botoeira é traumática e o diagnóstico de ruptura completa, transecção ou
laceração da tira central podem ser feitas, ela deve ser exposta cirurgicamente e
reparada. - CAMPBELL)
54. Nas luxações traumáticas coxofemorais verifica-se que:
a) na luxação anterior, do tipo obturador (inferior), a literatura relata lesões freqüentes do
nervo, veia ou artéria femorais
b) a necrose asséptica é mais comum na luxação anterior que na posterior ou central;
c) a literatura é unânime em afirmar que não há lugar para tratamento cirúrgico;
d) o tipo V de THOMPSON-EPSTEIN, subtipo PIPKIN I, corresponde à fratura-luxação,
com fratura da cabeça femoral caudal à fóvea;
e) a incidência de necrose asséptica é proporcional ao tempo em que o quadril
permaneceu luxado e aparece, geralmente, de dois a oito anos após o trauma inicial.

RESPOSTA: D (Classificação de Thompson-Epstein das luxações posteriores do quadril:


Tipo I: luxação com ou sem fratura mínima, Tipo II: luxação com grande fratura isolada da
borda posterior do acetábulo, Tipo III: luxação com fratura cominutiva da borda posterior
do acetábulo, Tipo IV: luxação com fratura do fundo do acetábulo, Tipo V: luxação com
fratura da cabeça do fêmur. Classificação de Pipkin: Tipo I: fratura cabeça fêmur caudal à
fóvea, Tipo II: fratura cabeça fêmur proximal à fóvea, Tipo III: fratura cabeça fêmur +
fratura do colo, Tipo IV: fratura cabeça fêmur + fratura acetabular. Indicações de
tratamento cirúrgico das luxações coxofemorais: luxação irredutível; lesão iatrogênica do
ciático; redução incongruente com presença de fragmentos encarcerados ou de partes
moles ou com fratura da cabeça Tipo I de Pipkin. A necrose avascular predomina após a
luxação posterior e está relacionada ao intervalo ente o acidente e a redução. Se a
redução ocorrer nas primeiras 6 horas após a luxação, a incidência de NAV cai. -
ROCKWOOD)

55. Com relação às lesões ligamentares no punho é correto afirmar que:


a) o sinal de TERRY-THOMAS relaciona-se com a separação do semilunar com o
piramidal e instabilidade padrão VISI;
b) nas instabilidades padrão DISI o escafóide encontra-se em extensão (flexão dorsal);
c) a dissociação escáfo-semilunar caracteriza-se por instabilidade padrão DISI;
d) a lesão ligamentar entre os ossos semilunar e piramidal provoca instabilidade padrão
DISI;
e) a artrodese entre escafóide, trapézio e trapezóide é indicada no tratamento das
instabilidades padrão VISI.

RESPOSTA: C (A dissociação escafo-semilunar caracteriza-se por instabilidade padrão


Dorsal Intercalated Segment instability (DISI).

56. Com relação ao tratamento cirúrgico das fraturas diafisárias dos ossos do
antebraço, em crianças, é correto afirmar que:
a) o insucesso freqüente das reduções incruentas justifica a indicação primária das
osteossínteses;
b) a indicação de osteossíntese com placa deve-se à grande porcentagem de retardos de
consolidação no tratamento incruento;
c) a fixação intramedular, com fios de KIRSCHNER, é desaconselhável devido à
precariedade da estabilização;
d) a fixação intramedular, com fios de KIRSCHNER, não dispensa a imobilização com
gesso, até a consolidação;
e) a recuperação da amplitude da prono-supinação, no pós-operatório, está na
dependência da fisioterapia institucional.

RESPOSTA: D (Na fixação intramedular com fios K, não se dispensa a imobilização com
gesso até a consolidação.)

57. Na fratura do côndilo umeral assinale a alternativa correta:


a) as fraturas do côndilo lateral, tipo I de MILCH, acometem a tróclea;
b) as fraturas do côndilo lateral, tipo I de MILCH, são mais instáveis;
c) as fraturas do côndilo lateral, tipo II de MILCH, são de tratamento cirúrgico;
d) as fraturas do côndilo medial são mais freqüentes que as do lateral;
e) as fraturas do côndilo medial, tipo II de MILCH, são de tratamento conservador.

RESPOSTA: C (As fraturas do côndilo lateral tipo II de Milch são de tratamento cirúrgico.
As fraturas do côndilo lateral representam 17% de todas fraturas do úmero distal,
enquanto as fraturas do côndilo medial representam < 1%. Classificação de Milch para
côndilo lateral: Tipo I: traço de fratura se estende intrarticular, atravessando o núcelo de
crescimento do côndilo larteral. Representa uma Salter–Harris IV, o cotovelo está estável
porque a tróclea está intacta, é menos comum. Tipo II: a linha de fratura poupa o núcleo
de crescimento, o traço de fratura se estende ao ápice da tróclea. Representa uma Salter-
Harris II, o cotovelo está instável porque a tróclea está fraturada, é mais comum.
Classificação de Milch para as fraturas do côndilo medial: Tipo I: traço de fratura que
penetra na articulação pelo ápice da tróclea, tipo mais comum. Tipo II: traço de fratura
envolve a fossa capitulo-troclear. - ROCKWOOD)

58. A escápula alada é conseqüência de lesão do nervo:


a) longo torácico;
b) axilar;
c) subescapular;
d) supra-escapular;
e) radial.
RESPOSTA: A (O esmagamento, estiramento acentuado ou secção do nervo torácico
longo (C5 a C7 – situa-se na parede medial da axila) resulta em paralisia do músculo
serrátil anterior e aparecimento de uma escápula alada. - SIZÍNIO)

59. Com relação às fraturas da diáfise do úmero assinale a alternativa correta:


a) nas fraturas situadas entre as inserções dos músculos deltóide e peitoral maior o
fragmento proximal encontra-se desviado em abdução;
b) as fraturas, tipo HOLSTEIN-LEWIS, podem causar, mais freqüentemente, lesão do
nervo mediano;
c) podemos aceitar até 30º de valgo, sem comprometer a aparência do braço;
d) gesso pendente deve ser posicionado com sua parte proximal distalmente ao foco da
fratura;
e) no uso do gesso pendente a angulação posterior é corrigida alongando-se a tipóia.

RESPOSTA: E (O aparelho de gesso pendente constituiu o primeiro método de


tratamento baseado amplamente no efeito da gravidade, para se obter o posicionamento
adequado da fratura. Esta técnica implica na colocação de um aparelho de gesso em toda
a extensão da extremidade, com o cotovelo fletido a 90 0 e a parte superior do aparelho
moldada de forma a alinhar a fratura do úmero. Durante a aplicação do gesso, será
necessário incorporar um dispositivo de suspensão ou uma série de alças, no ponto de
transição entre o terço médio e o terço distal do antebraço. O alinhamento da fratura
poderá ser corrigido escolhendo-se a alça correta entre aquelas incorporadas ao
aparelho. As regulagens proximal e distal modificam as angulações anterior e posterior,
ao passo que as regulagens volar e dorsal modifica o alinhamento varo e valgo. As
inserções musculares resultam em desvios característicos, numa fratura localizada entre
o peitoral maior e o músculo deltóide, o fragmento proximal é desviado medialmente pelo
peitoral, redondo maior e latíssimo do dorso; o fragmento distal é desviado lateralmente e
proximal pelo deltóide. Howlstein-Lewis informaram que, segundo sua experiência, a
paralisia do nervo radial geralmente acompanha as fraturas em espiral que ocorrem no
terço distal da diáfise do úmero. São aceitáveis 200 de angulação anterior, 300 de varo e
até 3 cm de cavalgamento sem comprometer a função ou aparência. - ROCKWOOD)

60. Nas fraturas do colo do rádio, em crianças, com desvio de 40º, está correto
recomendar:
a) ressecção da cabeça do rádio;
b) ressecção da cabeça do rádio e sutura do ligamento anular;
c) redução cirúrgica e fixação;
d) redução incruenta;
e) imobilização.
RESPOSTA: D (Em fraturas não complicadas com angulação de até 60 0 pode-se obter
um resultado satisfatório com redução manipulativa fechada. A chance de obter uma boa
redução quando a angulação inicial é superior a 60 0 é muito menor. Embora angulações
de até 450 possam produzir resultados aceitáveis, fraturas com mais de 30 0 de angulação
deveriam ser manipuladas. OBS: até 300 = imobilização simples. Classificação de O
´Brien: Tipo I: < 300, Tipo II: 300 a 600, Tipo III: > 600. - ROCKWOOD)

61. Com relação ao uso dos fixadores externos, nas fraturas do anel pélvico, que
não comprometem os acetábulos, é correto afirmar que:
a) está indicado como tratamento, na emergência, das fraturas que determinam
instabilidade hemodinâmica;
b) nas fraturas com instabilidade posterior, a fixação externa não permite a marcha, mas
permite o tratamento até a consolidação;
c) está contra-indicado nos pacientes com lesão de vísceras ocas, devido ao risco de
infecção osteomielítica dos ilíacos;
d) o fixador externo de GANZ (“clamp de Ganz”) embora eficiente, tem pouca aceitação
devido à complexidade na sua utilização;
e) os fixadores externos não devem ser utilizados nas fraturas do anel pélvico,
principalmente, nos quadros de emergência.

RESPOSTA: A (Em pacientes com uma fratura pélvica instável e com instabilidade
hemodinâmica depois da reposição volêmica inicial, deve-se fazer logo a fixação externa
na emergência, ainda durante o esforço de ressuscitação. B) foram desenvolvidos dois
fixadores pélvicos para ajudar no controle da pelve posterior na fase de ressuscitação: o
fixador em C de Ganz e o estabilizador pélvico desenvolvido por Browner. São utilizados
para estabilização temporária, e deverão ser removidos dentro de 5 dias, se for possível.
C) O fixador pode ser aplicado de forma que permita a realização de procedimentos
diagnósticos (TC) ou terapêuticos (laparitomias). D) Contém pinos grandes, colocados por
via percutânea sobre a região da articulação sacro-ilíaca posteriormente. - ROCKWOOD)

62. Com relação às lesões do ligamento cruzado anterior, é correto


afirmar que:
a) pacientes jovens, com lesão incompleta, devem ser submetidos à
reparação primária;
b) nos casos de lesão completa, e quando houver indicação cirúrgica, é
preferível proceder à operações de reconstrução, do que a reparação
primária;
c) na lesão completa, associada à lesão também completa do ligamento
colateral medial é prudente proceder a reparação do ligamento colateral
medial ao mesmo tempo em que se procede à reconstrução do
ligamento cruzado anterior;
d) na lesão completa, associada à lesão também completa do ligamento
colateral lateral, deve-se combinar a reconstrução extra-articular
lateral com a reconstrução do ligamento cruzado anterior;
e) as lesões completas devem ser reparadas primariamente, tão logo se
estabeleça o diagnóstico.

Letra B
Atualmente, o tratamento da ruptura total e isolada do LCA envolve reconstrução. Embora
se utilizasse anteriormente o reparo primário, a maioria das pesquisas a longo prazo
assinalou o fracasso dos reparos por suturas diretas.
Rockwood p. 1906

63. Dos fatores abaixo, qual deles contribui para um pior prognóstico,
a longo prazo, nas fraturas de calcâneo:
a) envolvimento do sustentáculo do talo;
b) envolvimento da tuberosidade medial do calcâneo;
c) alargamento do calcâneo e conseqüente compressão dos tendões
fibulares;
d) envolvimento da faceta posterior da articulação subtalar;
e) inversão do ângulo de BOHLER.

Letra D
Fatores de pior prognóstico nas fraturas de calcâneo:
1. incongruência da faceta posterior da articulação subtalar
2. alteração na altura do calcâneo (ângulo de Böhler)
3. alargamento do calcâneo
4. redução do espaço subfibular disponível para os tendões fibulares
5. desalinhamento da tuberosidade em posição de varo
6. não redução da articulação calcaneocuboídea se fraturada.
Campbell p. 423

64. Um menino sofre fratura sem desvio da metáfise proximal da tíbia, com fíbula
íntegra. A perna é gessada. A família deve ser avisada que:
a) o estímulo da epífise adjacente poderá causar discrepância de comprimento dos
membros inferiores;
b) este tipo de fratura produz, às vezes, joelho valgo, devendo-se, por isso, controlar o
paciente, periodicamente;
c) a diminuição do teor de oxigênio na área crítica pode produzir necrose avascular;
d) a marcha precoce é indispensável para a cura;
e) que se trata de caso extremamente simples e não cabem preocupações.

Letra B
As fraturas da metáfise proximal da tíbia, sobretudo as que não apresentam desvio,
podem produzir uma deformidade angular em valgo, com ou sem a presença de fratura
associada da extremidade proximal da fíbula.
Campbell p. 1526

65. A instabilidade nas fraturas distais da clavícula se deve à:

a) lesão dos ligamentos conóide e trapezóide;


b) ação do músculo trapézio, sem lesão dos ligamentos córacoclaviculares;
c) lesão dos ligamentos acrômio-claviculares;
d) ação do músculo trapézio, com lesão do ligamento acrômio-clavicular
anterior;
e) independente da localização, a fratura de clavícula distal não apresenta
instabilidade.

Letra A
Deslocamento decorrente da linha de fratura medial, em relação aos ligamentos
coracoclaviculares.
Rockwood p. 1046

66. Em uma fratura em três partes da cabeça umeral, com arrancamento do


tubérculo maior, a superfície articular da cabeça umeral está, freqüentemente,
voltada para qual direção ?
a) anterior e abduzida;
b) anterior;
c) posterior;
d) lateral;
e) olhando para a glenóide.

REAPOSTA: C (Quando ocorre uma verdadeira fratura deslocada em três partes do


tubérculo maior, o empuxo não compensado do tubérculo menor, pelo subescapular, gira
internamente a cabeça (“subluxação rotatória”), deslocando ainda mais o tubérculo maior.
O deslocamento do tubérculo menor é mais raro, nas fraturas em três partes, e o
tubérculo maior íntegro gira a cabeça na outra direção, em rotação externa. O
deslocamento dos fragmentos da fratura resulta da tração exercida pelos músculos que
se ligam aos diversos componentes ósseos. O músculo subescapular insere-se no
tubérculo menor e acarreta deslocamento medial, ao passo que os músculos supra-
espinhal e infra-espinhal inserem-se no tubérculo maior e dão origem ao deslocamento
superior e posterior. O músculo peitoral maior insere-se na diáfise do úmero e desloca-a
medialmente. - ROCKWOOD)
67. Com relação às fraturas da extremidade distal do rádio, é correto afirmar que:
a) forças de cizalhamento são responsáveis pelas fraturas articulares com impacção do
osso subcondral;
b) forças de compressão determinam fraturas do tipo BARTON;
c) a ligamentotaxia, por meio de fixação externa, é capaz de restaurar tanto o
comprimento do rádio, quanto a inclinação volar normal de sua superfície articular;
d) a imobilização gessada, com antebraço em pronação, atenua a ação dinâmica do
músculo braquiorradial;
e) há relação entre distrofia simpático-reflexa e compressão do nervo mediano.

RESPOSTA: C (Ligamentotaxia é usada para restabelecer o comprimento radial e a


inclinação radial, mas raramente restabelece a inclinação palmar. McQueen relatou que a
fixação externa só no rádio preserva melhor a inclinação palmar, previne mal alinhamento
carpal e dá melhor força e funcionalidade da mão quando comparado ao fixador externo
que transarticular. Fixação externa deve ser complementada com pinagem percutânea
dos fragmentos cominuídos ou articulares. Fios devem ser retirados com 3 a 4 semanas,e
a fixação externa mantida por 6 a 8 semanas. Mecanismo de trauma: mais comum é a
queda sobre a mão espalmada com o punho em dorsiflexão. O rádio inicialmente falha em
tensão na sua região volar, com a propagação dorsal da fratura, enquanto forças de
compressão resultam na cominuição dorsal. Impacção do osso esponjoso da metáfise
compromete a estabilidade dorsal. Adicionalmente, forças de cizalhamento influenciam o
traço de fratura, freqüentemente resultando em envolvimento articular. Fratura tipo Barton
ocorre secundária a cizalhamento. - ROCKWOOD)

68. Paciente, com 30 anos de idade, foi atendido na emergência com luxação
bifacetária entre C5 e C6, sem alterações neurológicas. Após redução por tração
craniana, com 10 kg., instala-se quadro de tetraplegia. A causa dessa ocorrência
foi:
a) peso excessivo usado na tração;
b) hérnia com fragmento discal intracanal;
c) hematomielia;
d) hematoma dentro do canal;
e) edema medular.

RESPOSTA: B
Herniações de discos cervicais podem ocorrer em associação com subluxação ou
deslocamento traumático de facetas.
http://www.ejbjs.org/cgi/reprint/73/10/1555

69. Constitue-se em indicação para uso do instrumental de compressão nas lesões


traumáticas da coluna tóracolombar:
a) fraturas-luxações e fraturas com encunhamento de 1/3 de altura do corpo vertebral;
b) fraturas do tipo explosivo com retropulsão de fragmentos;
c) luxações puras e fratura do cinto de segurança (lesão de CHANCE);
d) lesões traumáticas por rotação;
e) fraturas e fraturas-luxações por extensão.

RESPOSTA: C (Lesão por flexão-distração (fratura de Chance, lesões do cinto de


segurança) resultam de compressão da coluna anterior e tensão das colunas posterior e
média. Raramente ocorrem somente através do osso, mais comumente resultam de lesão
óssea e ligamentar. Tratamento consiste em imobilização em hiperextensão (colete
gessado ou órtese) até que ocorra consolidação, geralmente por um período de 3 a 4
meses. Para lesões que comprometem os ligamentos artrodese posterior com
compressão deve ser realizada. O objetivo primário da cirurgia para lesões flexão-
distração não é reverter o déficit neurológico, mas sim restabelecer o alinhamento e a
estabilidade para permitir mobilização precoce do paciente e prevenir desvio secundário.
Redução posterior e estabilização compressiva do segmento envolvido são adequados, a
menos que um disco herniado seja evidenciado numa RNM pré-operatória, pois necessita
de disectomia anterior. - ROCKWOOD)

70. O retorno do reflexo bulbo-cavernoso isolado, após as primeiras 24 horas da


lesão medular cervical, significa:
a) choque medular ainda presente;
b) fim do choque medular;
c) lesão medular central;
d) lesão medular posterior;
e) lesão da artéria espinhal.

RESPOSTA: B (O reflexo bulbo-cavernoso é a contração do esfíncter anal como resposta


à estimulação do trígono da bexiga, por um aperto na glande, um tapa nos pelos pubianos
ou puxar o cateter uretral. A ausência desse reflexo indica choque medular. O retorno do
reflexo bulbo-cavernoso, geralmente com 24 horas do trauma inicial, marca o fim do
choque medular. - ROCKWOOD)

ASSINALAR AS INCORRETAS
71. Com relação à fixação intramedular, nas fraturas expostas do fêmur, assinale a
alternativa incorreta:
a) pode ser realizada ante-rógrada, após desbridamento meticuloso;
b) tem índice de consolidação e resultado funcional semelhantes aos da fratura fechada;
c) tem indicação nos graus I, II e III A de GUSTILLO;
d) tem resultado superior à fixação externa, evitando-se a perda de redução e aderência
do quadríceps;
e) é contra-indicada.
RESPOSTA: E (Fixação intramedular do fêmur é o tratamento ideal para as fraturas
expostas grau I, II e IIIA podendo ser realizadas de forma anterógrada e retrógrada
dependendo do local da fratura. Pede ser fresada. A fixação externa do fêmur tem
limitada indicação, alto índice de não-união, infecção de trajeto dos pinos, perda de
mobilidade do joelho por comprometimento do quadríceps devendo ser usada de forma
provisória.)

72. Com relação às classificações de WEBER e LAUGE-HANSEN, para as fraturas


do tornozelo, assinale a alternativa incorreta:
a) a classificação de LAUGE-HANSEN se baseia na posição do pé e na direção da força
deformante, no momento do trauma;
b) a seqüência de lesões: ligamento tíbio-fibular anterior/ maléolo lateral/ maléolo
posterior/ maléolo medial ou ligamento deltóide caracteriza trauma em supinação-rotação
externa;
c) a classificação de WEBER é dividida em três tipos, baseada na fratura do maléolo
lateral;
d) as duas classificações apresentam confiabilidade entre observadores abaixo de 60%
de concordância;
e) uma fratura tipo B de WEBER, significa fratura espiralada do maléolo fibular, oblíqua
em direção proximal, com rotura da sindesmose.

RESPOSTA: E (O tipo de fratura do tornozelo e classificação de Lauge-Hansen depende


da posição do pé no momento do trauma, supinação ou pronação, e da força de
deformidade, rotação interna ou externa. Em supinação, o ligamento deltóide está
relaxado e a lesão inicial é lateral. Ocorre lesão na seqüência tíbio-fibular anterior lesão
estável e oblíqua curta do maléolo lateral, ruptura do ligamento tíbio-fibular posterior e
fratura por avulsão do maléolo medial ou lesão do ligamento deltóide. Classificação de
Weber é baseada na altura da fratura do maléolo lateral, sendo infra, trans ou supra-
sindesmal. Tipo B de Weber é uma fratura trans-sindesmoidal podendo ser oblíqua de
antero-infeior para póstero-superior.)

73. No tratamento da fratura exposta são importantes as condutas abaixo, exceto:


a) limpeza cirúrgica com remoção dos tecidos desvitalizados;
b) transformá-la em fechada;
c) imobilização eficiente no pós-operatório;
d) evitar muito manuseio para conseguir-se fixação interna;
e) operá-la antes de seis horas do trauma inicial.

RESPOSTA: B (A rápida abordagem cirúrgica (<6hs) com lavagem exaustiva e


debridamento rigoroso da fratura exposta e estabilidade da mesma no pós-operatório
diminui muito o índice de infecção. O fechamento primário da ferida poderá ser realizado
apenas nos graus I e II após debridamento vigoroso tendo pele, fáscia e subcutâneo
viáveis e sem tensão. Feridas grau III ou com 8 a 12 hs após a lesão não deverão ser
fechadas primariamente. Feridas com contaminação orgânica poderão desenvolver
gangrena gasosa se fechadas primariamente e com lesões iniciais de aspecto benigno.)
74. Dentre as lesões que podem resultar da instabilidade aguda ou crônica do
tornozelo, destaca-se a fratura osteocondral do talo. À respeito destas fraturas,
assinale a alternativa incorreta:
a) acometem, mais freqüentemente, o canto póstero-medial do que o canto ântero-lateral
da cúpula talar;
b) classicamente, apresentam-se como lesões desfoliativas e superficiais (“waffer like”) no
lado medial e semilunares, mais profundas (cupuliformes) no lado lateral;
c) as lesões laterais podem ser reproduzidas por mecanismo de inversão e extensão,
enquanto que as mediais podem resultar de movimento de inversão e flexão;
d) para as lesões do tipo III e IV do lado lateral, o tratamento cirúrgico é o que oferece os
melhores resultados, tanto em adultos quanto em crianças;
e) segundo BERNDT e HARTY, as lesões do tipo III do lado medial evoluem,
satisfatoriamente, com o tratamento conservador, resultando, apenas, em poucos casos,
na degeneração articular do tornozelo.

RESPOSTA: A (As fraturas osteocondrais do domo talar resultam freqüentemente das


lesões causadas por torção do tornozelo, gerando forças de cisalhamento ou impacção
que incidem no domo talar. As fraturas osteocondrais do domo talar são uma das causas
mais comuns de dor persistente após entorse do tornozelo. Ocorrem freqüentemente em
dois pontos do domo talar: Antero-lateralmente e póstero-medialmente. Quando o pé se
encontra em flexão dorsal, é provável que uma força de inversão resulte em uma lesão
ântero-lateral; quando o pé se encontra em flexão plantar, a probabilidade é que a fratura
osteocondral seja póstero-medial. Berndt e Harty classificaram as lesões osteocondrais
da cúpula talar em quatro estágios: estágio I: compressão subcondral; estágio II:
fragmento osteocondral parcialmente deslocado; estágio III: fragmento completamente
deslocado, ainda dentro da cratera óssea; e estágio IV: fragmento ostocondral livre.
Canale e Belding recomendam uma via de tratamento mais conservadora para lesões
mediais, por causa de sua propensão para a cicatrização. – ROCKWOOD / CAMPBELL)

75. Com relação às fraturas proximais do 5o osso metatarsal, assinale a alternativa


incorreta:
a) denomina-se por “fratura de JONES” um tipo específico de fratura do quinto
metatársico e não a totalidade das fraturas que ocorrem na região proximal do mesmo;
b) as fraturas por avulsão caracterizam-se por possuir traço perpendicular à tuberosidade
do quinto metatársico e, usualmente, apresentam boa evolução;
c) as fraturas de JONES são apenas as diafisárias proximais, geralmente, de traço
transverso e variados graus de desvio;
d) têm como diagnóstico diferencial “os peroneum” (sesamóide no tendão do fibular
curto), “os vesalianun” (sesamóide no tendão fibular longo) e epífise da base do quinto
metatársico, ainda aberta;
e) nas fraturas diafisárias proximais é alta a incidência de complicações, como retardo de
consolidação, pseudartrose e refratura.

RESPOSTA: D (Houve uma época em que todas as fraturas da base do quinto metatarsal
eram conhecidas como “fraturas de Jones”. Hoje sabemos que existe provavelmente três
padrões diferentes de fratura. A verdadeira fratura de Jones é aguda por natureza e
ocorre na zona 2, onde a metáfise se une à diáfise. As três zonas de fratura proximal do
quinto metatarsal: zona I: fratura por avulsão, zona II: fratura na junção metáfise-diáfise.
Zona III: fratura por estresse da diáfise proximal. As lesões da zona 2 constituem as
verdadeiras fraturas de Jones e assumem a forma de lesões agudas; são causadas por
adução do antepé. A fratura propaga-se a partir da face lateral do osso proximal,
avançando na direção da superfície articular. Esta fratura deve-se principalmente à tensão
exercida junto à borda lateral do metatarsal. Existem dois sesamóides, nesta área, que
não devem ser confundidos com fragmentos deslocados. O os peroneum fica localizado
no interior do tendão do fibular longo e pode ser visualizado na borda lateral do cubóide.
O os vesalianum localiza-se próximo à base do quinto metatarsal, medialmente em
relação à inserção do fibular curto. Tratamento: Concluiu-se que as frauras da zona I
podem perfeitamente ser tratadas por métodos fechados. As fraturas por avulsão e as
“fraturas do bailarino” poderão ser tratadas apenas sintomaticamente. Para as fraturas da
zona II, as botas gessadas e o apoio progressivo de peso, conforme tolerado, parecem
proporcionar os melhores resultados. O aparelho gessado deverá ser usado durante 8 a
10 semanas. As lesões da zona 3 podem originar problemas, em razão de sua tendência
à pseudoartrose. O tratamento destas fraturas exige uma abordagem mais agressiva que
as demais fraturas do quinto metatarsal. O tratamento inicial consiste em colocar uma
bota gessada e evitar o apoio de peso, durante 3 meses, ou em intervenção cirúrgica com
enxerto e compressão interna. A intervenção cirúrgica deverá ser limitada às
pseudoartroses sintomáticas, que ocorrem principalmente na zona 3. - ROCKWOOD)

BÁSICO
ASSINALAR AS CORRETAS
76. O teste de THOMAS positivo indica:
a) disfunção do glúteo médio;
b) retração em flexão do quadril;
c) retração de bandeleta iliotibial;
d) obliqüidade pélvica fixa;
e) retração em adução do quadril;

RESPOSTA: B (O teste de Thomas avalia o grau de contratura em flexão do quadril. Com


o paciente em decúbito dorsal e ambos os quadris fletidos até o tronco, pede-se para ele
abraçar os mmii, mantendo-os junto ao tronco. Segura-se pelo tornozelo um dos membros
tentando estendê-lo ao máximo em direção à mesa de exame, até que a pelve comece a
se movimentar. Mede-se o ângulo formado entre o membro e a mesa de exame,
determinando-se assim o grau de contratura em flexão do quadril. – EXAME FÍSICO)

77. Com relação aos efeitos da ingestão de proteínas e sais minerais e sua relação
com o processo de consolidação das fraturas, é correto afirmar que:
a) a maior oferta de sais minerais é indispensável para que a consolidação ocorra;
b) a diminuição da oferta protéica não interfere na resistência do calo ósseo neoformado;
c) a oferta protéica, acima das necessidades normais, acelera o processo de formação do
calo ósseo;
d) a diminuição da oferta de sais minerais tem efeitos mais prejudiciais à formação do
calo ósseo do que a de proteínas;
e) adequada oferta protéica é fundamental para a formação do calo ósseo.

RESPOSTA: E (Foi estudada a influência da ingesta de proteínas e de sais minerais


(cálcio, fósforo e vitamina D) na formação de calo ósseo numa fratura do femur em ratos.
O suplemento de proteína ou de sais minerais não influenciaram na consolidação da
fratura. A dureza do calo ósseo, que é adquirida precocemente no processo de
consolidação, não foi influenciada pela dieta. A resistência do calo ósseo, que é adquirida
mais tarde no processo de consolidação da fratura, é dependente da dieta de sais
minerais e muito mais dependente da dieta de proteína. Isso foi evidenciado por uma
diminuição na resistência de torção e de absorção de impacto. - The contributions of
dietary protein and mineral to the healing of experimental fractures. A
biomechanical study
J Bone Joint Surg Am. 1986;68:1389-1395.)

78. Quando fazemos a fixação de fratura espiralada com parafuso, pela técnica AO:
a) devemos colocá-lo em ângulo de inclinação que seja a bissetriz entre as
perpendiculares ao plano da fratura e ao eixo do osso;
b) não importa a direção do parafuso, mas sim a fixação dos fragmentos;
c) o ângulo deve ser de 90º com o longo eixo do osso fraturado;
d) a angulação muda de acordo com o tipo de parafuso a ser utilizado;
e) devemos perfurar as duas corticais com o mesmo tamanho de broca para termos
fixação uniforme.

RESPOSTA: A (O uso de um parafuso para converter forças de torque em forças de


compressão através de uma fratura é uma técnica valiosa. O sucesso exige a aplicação
do parafuso de modo a possibilitar o deslizamento da parte proximal do parafuso no osso
próximo (furo deslizante), e que a “pega” da rosca ocorra na cortical oposta, de modo que
a cabeça do parafuso exerça carga e force a consolidação dos dois fragmentos
fraturados. A seleção do ângulo do parafuso com relação à fratura deve ser cuidadosa,
para que não ocorra deslizamento dos fragmentos durante a compressão. Princípios da
técnica do parafuso de compressão: Para que seja determinada a melhor localização e
inclinação, uma pinça comprime temporariamente a fratura. O parafuso de compressão
substitui a pinça, considerando a localização e posição (inclinação). O parafuso de
compressão fica posicionado mais satisfatoriamente em ângulo reto com o plano de
fratura. O uso do ângulo bisector é correto apenas para osteotomias com menos de 40 0
de inclinação. – CAMPBELL
O parafuso inserido em 90o com a fratura proporciona maior compressão, mas dá menor
resistência à carga axial. O parafuso inserido em 90 o com o osso fraturado proporciona
maior resistência axial, mas menor compressão. Quando se fixa uma fratura longa com 3
parafusos de compressão, devemos colocar o do meio em 90 o com o osso fraturado e os
outros 2 em 90o com a linha de fratura. – Manual de Osteossíntese)

79. A rigidez de um sistema de fixação externa para ossos pequenos é aumentada


quando:
a) se aumenta o comprimento dos pinos;
b) se diminui o diâmetro dos pinos;
c) são usados pinos rosqueados;
d) são usados menos que quatro pinos;
e) os pinos são afastados (entre si).

Letra E
Os fatores que afetam a estabilidade da fixação externa incluem a distância entre os pinos
e o local da fratura (mais perto = mais estável), o afastamento entre os pinos (mais longe
= mais estável), a distância entre o osso e a barra ou barras (mais perto = mais estável,
mais barras = mais estável), as dimensões (maior diâmetro = mais estável) e o material
de conexão das barras (fibra de carbono mas rígida que aço), as dimensões (maior
diâmetro = mais estável) e o número dos pinos (mais pinos = mais estável) e a interface
osso-pinos (a zona da rosca com o fuste do pino é mais frágil).
Rockwood p. 238

80. Os músculos que mais contribuem para a deformidade do pé torto congênito


são:
a) tibial posterior, flexor longo do hálux, flexor longo dos dedos e tríceps sural;
b) tibial posterior, flexor longo dos dedos, fibular longo e tríceps sural;
c) tibial posterior, flexor longo do hálux e fibular curto;
d) tibial anterior, flexor próprio do hálux, flexor longo dos dedos e tríceps sural;
e) tibial anterior, flexor longo dos dedos e tríceps sural.

Letra A
As contraturas posteriores são a cápsula posterior, o tendão de Aquiles, e os ligamentos
talofibular posterior e calcaneofibular. As contraturas mediais são o ligamento deltóide e o
ligamento calcaneonavicular plantar (sping), o tendão do tibial posterior, do flexor longo
dos dedos e do flexor longo do hálux. As contraturas subtalares são ligamento interósseo
subtalar anterior e o ligamento bifurcado.
http://www.ejbjs.org/cgi/reprint/53/3/477

81. A osteopetrose ou doença de ALBERS-SCHÖNBERG é devida a uma


anormalidade nos:
a) osteócitos;
b) osteoclastos;
c) osteoblastos;
d) células hipertróficas da placa de crescimento;
e) células proliferativas da placa de crescimento.

Letra B
A osteopetrose ou doença de Albers-Schönberg é uma maior densidade óssea devido à
redução da atividade osteoclástica.
Revista AAOS

82. Com relação à formação embriológica do esqueleto é correto afirmar que:


a) os ossos do crânio e da face ossificam através do modelo de ossificação endocondral;
b) a ossificação é membranosa quando há, previamente, formação de modelo
cartilaginoso;
c) o núcleo pulposo constitui-se no resquício embrionário dos esclerótomos;
d) as sinartroses são formadas pela diferenciação do mesênquima em uma camada de
união formada de tecido conjuntivo (sutura), cartilagem (sincondrose) ou osso (sinostose);
e) a ossificação periosteal contribui no crescimento, em comprimento, do osso.

Letra D
Existem dois mecanismos de formação óssea e ambos envolvem a transformação de um
tecido conjuntivo preexistente em tecido ósseo. A transformação de tecido conjuntivo
primitivo fibroso em osso é chamada de ossificação intramembranosa. A substituição da
cartilagem por osso é chamada de "ossificação endocondral". Com exceção da clavícula e
dos ossos chatos do crânio, todos os ossos do esqueleto axial e apendicular formam-se
por ossificação endocondral.
Lovell & Winter p. 27

83. Os músculos mais gravemente afetados na contratura isquêmica de VOLKMAN


são:
a) flexor superficial e profundo dos dedos;
b) flexor superficial dos dedos e flexor longo do polegar;
c) flexor profundo dos dedos e flexor longo do polegar;
d) flexor superficial e profundo dos dedos e flexor longo do polegar;
e) todos os flexores do punho e dedos.

Letra C
Se uma síndrome compartimental não for tratada ou inadequadamente tratada, as
pressões intracompartimentais continuam a subir até ocorrer isquemia tecidual
irreversível. A contratura isquêmica de Volkmann é o resultado de vários graus diferentes
de lesão tecidual. Uma contratura inicial compromete o flexor profundo dos dedos, quando
é moderada compromete também o flexor longo do polegar e em seguida o flexor do
punho.
Campbell p.3744

84. Com relação ao “jerk-test” de HUGHSTON é correto afirmar que:


a) é patognomônico de instabilidade ditas diretas;
b) testa a subluxação medial da tíbia sobre o fêmur;
c) é patognomônico de instabilidades mediais;
d) testa a subluxação lateral da tíbia sobre o fêmur;
e) tem valor aos 90º de flexão do joelho.

Letra B
Teste do solavanco de Hughston quando é positivo, a tíbia lateral subluxa-se
espontaneamente para frente, na forma de um solavanco súbito, em aproximadamente
30º de flexão.
Usados para lesões do LCA, reproduz a subluxação anterior da extremidade superior da
tíbia que se reduz imediatamente pela força de tração do trato iliotibial que puxa a tíbia
para trás.
Capmbell p. 2206
85. Com relação ao eixo mecânico do membro inferior é correto afirmar que:
a) vai do centro da cabeça femoral ao centro do tornozelo, passando próximo ao centro
do joelho;
b) devido ao apoio unipodálico do joelho passa, lateralmente, à articulação;
c) durante o apoio unipodálico do joelho passa, obrigatoriamente, medialmente ao
planalto da tíbia à articulação;
d) apresenta valgismo de 9º a uma perpendicular ao solo;
e) só pode ser avaliado após a realização de artroplastias totais.

Letra A
O eixo mecânico do membro inferior estende-se do centro da cabeça femoral ao centro da
articulação do tornozelo e passa próximo ou através do centro do joelho. Ele está em 3º
de valgo do eixo vertical do corpo. O eixo anatômico do fêmur está em 6º de valgo do eixo
mecânico do membro inferior e 9º de valgo do eixo vertical verdadeiro do corpo. O eixo
anatômico da tíbia situa-se em 2º a 3º de varo do eixo vertical do corpo.
Campbell p.255

86. Ao fixar-se ao osso uma placa pré-tensionada, é correto afirmar que:


a) os parafusos distais da placa devem ser colocados primeiramente e os proximais em
seguida;
b) os parafusos proximais da placa devem ser colocados primeiramente e os distais em
seguida;
c) deve-se colocar um parafuso proximal de um lado do foco e um distal do outro;
d) não há diferença na seqüência dos parafusos;
e) devem ser colocados, inicialmente, os parafusos eqüidistantes entre o foco de fratura e
o extremo da placa.

Letra B
Para fixar uma placa pré-dobrada ao osso, os parafusos internos devem ser aplicados
primeiro e os externos depois. Se os parafusos externos forem aplicados primeiro, o
córtex próximo abre-se porque a placa é demasiado longa em relação ao osso abrangido
entre os furos dos parafusos externos.
Manual AO p.42

87. Uma mulher obesa, com 65 anos de idade, é atropelada por automóvel. Sua
pressão arterial é 150/95mm Hg, pulso 90/min e respiração 20/min. Uma avaliação
completa revela lesão isolada da pelvis, consistindo de fraturas dos ramos púbicos,
unilateralmente, com desvio mínimo e fratura do sacro impactada ipsilateral. A
paciente é tratada com analgésicos parenterais e repouso no leito. Após seis dias
começa a deambular quando, subitamente, sofre dispnéia com parada
cardiopulmonar. A análise imediata dos gases arteriais revela: PO2 = 40mm Hg,
PCO2 = 35mm Hg e pH = 7.35. A causa mais provável dos sintomas é:
a) embolia pulmonar;
b) embolia gordurosa;
c) contusão miocardíaca;
d) reflexo vasovagal;
e) arritmia cardíaca.

RESPOSTA: A (O ingresso do conteúdo da medula na circulação, após uma fratura, é


promovido pela movimentação das extremidades instáveis da fratura ou fresagem. O risco
de síndrome de embolia gordurosa é mais significativo em pacientes politraumatizados.
Os critérios principais: petéquias, hipoxemia (PO22 < 60mmHg), depressão do SNC e
edema pulmonar. Critérios secundários: taquicardia pirexia, êmbolos no fundo do olho,
gordura na urina, queda súbita de plaquetas e HT, aumento do VHS. A maioria dos
pacientes apresenta um período latente de 12 a 72 hs após o trauma. E mais comum na
segunda ou terceira década de vida.
O diagnóstico clínico de embolia pulmonar é altamente inespecífico, portanto deve
sempre ser confirmado com exames objetivos. Os pacientes que sofrem embolia
pulmonar grave apresentam grave dispnéia, acompanhada ou não por insuficiência
cardíaca. Pode apresentar hipotensão, síncope e insuficiência vascular periférica. Gases
no sangue arterial raramente são úteis, pois são inespecíficos.)

88. Com relação aos tipos de lesão nervosa, assinale a alternativa correta:
a) neuropraxia é uma desnervação transitória que se recupera, completamente, em três
ou quatro dias;
b) axoniotmesis é uma desnervação incompleta, produzida por trauma, que pode se
recuperar;
c) neurotmesis é uma desnervação completa que se recupera com tratamento
conservador;
d) axoniotmesis é uma desnervação completa que pode se recuperar, aproximadamente,
2,5 cm. ao mês;
e) neurotmesis é uma desnervação incompleta, pois os axônios estão lesados, mas a
capa que o protege está íntegra, permitindo recuperação espontânea do nervo.

RESPOSTA: B (Classificação de Seddon, histopatológica, 1943: Neuropraxia:


desmielinização segmentar das fibras de grande calibre, sem interrupção axonal.
Prognóstico favorável, com recuperação em semanas. Axonotmese: lesão axonal e da
bainha de mielina, com preservação do endoneuro. Implica em degeneração Walleriana
distal. Recuperação mais lenta e na maioria das vezes incompleta. Neurotmese:
transecção total do nervo, inclusive o perineuro. Implica em degeneração axonal severa
se os cotos não forem reparados. Nenhuma melhora na condução nervosa ou potencial
de reinervação pode ser observados na EMG após semanas ou meses da lesão.)

89. Na osteoartrose é correto afirmar que:


a) há diminuição na concentração de glicosaminoglicans, em particular do sulfato de
condroitin 4;
b) há hipoplasia da membrana sinovial;
c) há diminuição da formação de osso novo nas áreas de ausência de carga;
d) a pressão intra-óssea encontra-se diminuída pelo menor aporte vascular na área;
e) cistos subcondrais aparecem em áreas de menor estresse mecânico.

RESPOSTA: A (Estudos envolvendo análise do líquido sinovial demonstram que o sulfato


de condroitina 4 e 6 apresentam taxa de concentração que diminuem conforme o
progresso da doença.)
90. A inversão do pé é um movimento:
a) simples, feito ao nível da subtalar;
b) simples, feito ao nível da mediotársica;
c) composto (pronação + adução + dorsiflexão);
d) composto (supinação + adução + flexão plantar);
e) é composto e é sinônimo de supinação.

RESPOSTA: A (A inversão ou eversão do pé é um movimento simples apenas no plano


frontal, ao nível da subtalar. Não é sinônimo de supinação, esta se tratando de movimento
composto de flexão do tornozelo, inversão da subtalar, adução da mediotársica e
supinação da tarsometatársica.)

91. A via de acesso posterior ao 1/3 proximal da diáfise do rádio (THOMPSON) é


realizada entre os músculos:
a) extensor ulnar do carpo e extensor comum dos dedos;
b) extensor longo radial do carpo e extensor comum dos dedos;
c) extensor comum dos dedos e extensor próprio do indicador;
d) extensor curto radial do carpo e ancôneo;
e) extensor curto radial do carpo e extensor comum dos dedos.

RESPOSTA: E (Faça a incisão de pele no terço proximal e médio do rádio, ao longo de


uma linha traçada a partir do centro do dorso do punho para um ponto 1,5cm anterior ao
epicôndilo lateral do úmero; quando o antebraço se encontra pronado, essa linha é quase
reta. Exponha a borda lateral do extensor comum dos dedos na parte distal da incisão.
Desenvolva um intervalo entre este músculo e o extensor radial curto do carpo, e retraia
essas estruturas para os lados ulnar e radial respectivamente. - CAMPBELL)

92. A utilização de garroteamento dos membros durante cirurgia ortopédica deve


basear-se nos seguintes princípios:
a) pressões de 135 a 225 mmHg são utilizadas para os membros inferiores;
b) pressões de 110 a 175 mmHg são utilizadas para os membros superiores;
c) no adulto sadio, com menos de 50 anos de idade, deve-se deixar o garrote no braço
por, no máximo, 90 minutos;
d) não se deve recolocar o garrote após o mesmo ter sido retirado;
e) o garroteamento deve ser feito o mais próximo possível da ferida operatória.

RESPOSTA: D (São satisfatórias pressões de garrote de 135 a 225 mmHg para os


mmss, e de 175 a 305 mmHg para os mmii para manutenção da hemosasia. Em média
em um adulto saudável, nós preferimos deixar o garrote por até duas horas.
Se uma operação no membro inferior durar mais que 2 horas, é melhor terminar o mais
rápido possível do que tirar o garrote e voltar a colocá-lo após 10 minutos. Foi
demonstrado que até 40 minutos são necessários para os tecidos voltarem ao normal
após uso prolongado do garrote.)
93. Qual seria a característica ideal do material, para a produção de arame, usado
em Ortopedia ?
a) alta dureza;
b) alta ductibilidade;
c) baixa dureza;
d) baixa ductibilidade;
e) baixo limite de fadiga.

Letra B
A rigidez caracteriza a relação entre  a carga aplicada e a deformidade resultante.
Resistência define o limite de estresse que um material ou estrutura pode suportar sem
romper-se.
A Ductibilidade de um material de implante caracteriza sua tolerância à deformação
plástica.
Manual AO p.33
 

94. Na colocação dos pinos de fixador externo, em fratura exposta, qual o fator mais
importante para evitar a soltura do pino ?

a) pré-broqueamento dos furos do pino;


b) utilizar pinos unicorticais;
c) evitar tensão da pele ao redor dos pinos;
d) utilizar perfurador motorizado;
e) utilizar seis ou mais pinos na montagem do fixador.

letra A
Necrose térmica pode ser o evento deflagrador do afrouxamento do pino e da infecção. A
pré-perfuração reduz a temperatura óssea em aproximadamente 50%.
Campbell p. 2712
 

95. O exercício isocinético é:


a) onde o tonus muscular não se modifica;
b) onde o comprimento da fibra muscular não se modifica;
c) onde a resistência varia com a força aplicada;
d) é uma forma de exercício isométrico;
e) é uma forma de exercício isotônico.

Letra C
Estático: a tensão exercida não resulta em movimento do segmento corpóreo, e o
comprimento externo do músculo permanece inalterado.
Dinâmico concêntrico: a tensão exercida é superior à resistência e resulta no movimento
do segmento corpóreo e no encurtamento externo do músculo.
Dinâmico excêntrico: a tensão exercida é inferior à resistência e resulta em movimento de
alongamento do músculo. tem ação de desaceleração do movimento.
Isocinético: contração muscular dinâmica concêntrica, cuja característica é a velocidade
angular constante, seja qual for a força empregada no movimento.
Unifesp-EPM p.682

96. A radiografia do tornozelo, em estresse, que melhor demonstra rompimento


isolado do ligamento calcâneofibular é realizada em:
a) inversão e flexão plantar;
b) inversão e dorsiflexão ou neutro;
c) teste da gaveta anterior;
d) rotação interna forçada;
e) teste da gaveta posterior.

Letra A
O ligamento calcaneofibular resiste à inversão com o tornozelo em flexão dorsal e
estabiliza tanto o tornozelo como a articulação subtalar.
Clínica Ortopédica Vol2/2 Jun2001

ASSINALAR AS INCORRETAS
97. Na gota é incorreto afirmar que:
a) ocorre por deposição articular de sais de urato;
b) os cristais de urato levam à reação inflamatória local, com formação de panus;
c) o quadro clínico característico é de artrite dolorosa, com leucocitose no hemograma;
d) a dosagem sérica de ácido úrico, quando normal, afasta o diagnóstico;
e) na ressecção cirúrgica do tofo gotoso não é necessário o uso de antibióticos, pois a
infecção é rara.

Letra D
A gota geralmente causa uma articulação dolorosa eritematosa em homens adultos.
Depósitos maciços de cristais de urato monossódico podem ser encontrados em torno
das articulações e bainhas tendíneas, causando compressão nervosa. A presença de
hiperuricemia isoladamente não estabelece o diagnóstico de gota, bem como durante um
ataque agudo de gota o nível de ácido úrico pode estar normal. Os cristais são
birrefrigentes negativos.
Campbell p. 3692
 

98. Sobre a composição óssea é incorreto afirmar que:


a) o componente inorgânico representa 70% de seu peso, o orgânico 20% e a água
contribui com cerca de 10%;
b) 90% do material orgânico está na forma de colágeno I;
c) a molécula de colágeno é uma micromolécula, formada por uma cadeia polieptídica
dupla de 100 aminoácidos;
d) existem, pelo menos, onze tipos de colágeno e o mais comum deles é o tipo I, que está
presente nos ossos, tendões e pele;
e) a estrutura óssea é anisotrópica, sendo que moléculas e fibrilas de colágeno, os
sistemas de HAVERS e as trabéculas tem orientação específica.

Letra C
A matriz óssea formada pelos osteoblastos sofre mineralização logo depois de formada
conferindo resitência ao osso.
Sua composição é a seguinte: 
-Substâncias orgânicas (20% do peso ósseo): proporciona forma e resistência tênsil ao
osso (a remoção da matriz óssea torna o osso quebradiço). É formada por células ósseas
e a matriz intercelular orgânica consiste de fibras colágenas (95% de colágeno tipo I),
ácido hialurônico, ácido condroitino sulfúrico, enzimas como a fosfatase alcalina
(produzidas pelos osteoblastos é importante na produção de matriz osteóide).
-Substâncias inorgânicas (70 á 80% do peso ósseo): Ca, P, Mg, Na, hidroxila, carbonato e
fluoreto. O Ca e o P são os mais abundantes e estão associados sob a forma de cristais
de hidroxiapatita. A mineralização ocorre assim que começa a produção de osteóide onde
o mineral surge no interior das fibrilas de colágeno s/ alterar sua organização. Além de
aumentar a rigidez e resistência do osso a mineralização proporciona um reservatório de
minerais necessário para homeostase corpórea. Observe que um osso desmineralizado o
torna flexível e sabendo-se que o grau de mineralização aumenta com a maturação,
ossos de crianças podem arquear-se ou empenar-se ao invés de fraturar quando sofrer
carga .
-Água (8 á 10 % do peso ósseo)

99. Com relação às infiltrações de corticosteróides, no sistema músculo-


esquelético, assinale a alternativa incorreta:
a) alteração da pigmentação cutânea, necrose sub-cutânea e infecção são complicações
conhecidas no local da infiltração;
b) a utilização repetida de infiltrações intra-articulares provoca deterioração da cartilagem
articular, alterando seu metabolismo e propriedades mecânicas;
c) quando utilizadas em bursites agudas, tem por função melhorar o processo inflamatório
local e permitir reabilitação mais precoce;
d) exame histológico de tendões infiltrados revelam desarranjo na fibras colágenas e
aparecimento de fendas na matriz;
e) a diminuição da resistência do tendão, pós-infiltração, é compensada pela melhora da
dor e reabilitação funcional.

Letra E
As mais comuns complicações relatadas por infiltração local de corticóides são necrose
gordurosa subcutânea e perda de pigmentação da pele. Também são descritos menos
freqüentemente: ruptura tendinosa, osteólise, infecção, aceleração na degeneração
articular.
http://www.ejbjs.org/cgi/reprint/77/12/1902
 
100. Assinale a afirmativa incorreta:
a) o músculo deltóide tem três origens e uma inserção;
b) o músculo supra-espinhal se insere no tubérculo maior do úmero;
c) a porção longa do tríceps braquial situa-se, lateralmente, às suas outras porções;
d) a porção curta do bíceps braquial origina-se no processo coracóide;
e) o músculo ancôneo é inervado pelo nervo radial.

Letra C
Deltóide: Origem: clavícula, acrômio e espinha da escápula. Inserção: tuberosidade do
úmero.
Supra espinhal: Origem: Fossa supra espinhal (escápula). Inserção: Tubérculo maior
(superior).
Tríceps braquial possui cabeça longa (Origem: tubérculo infraglenoidal. Inserção: olécrano
(proximal)), cabeça lateral (Origem: parte posterior do úmero (proximal). Inserção:
olécrano (proximal)) e cabeça medial (Origem: parte posterior do úmero (distal). Inserção:
olécrano (proximal)).
Bíceps braquial: possui cabeça longa (Origem: tubérculo supraglenoidal. Inserção:
tuberosidade do rádio) e cabeça curta (Origem: processo coracóide. Inserção:
tuberosidade do rádio).
Ancôneo: Origem: epicôndilo lateral posterior). Inserção: parte proximal da ulna
(posterior). Inervado pelo n. radial.
Netter p. 66-89

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