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Nº 12, Novembro de 2020

Documento Científico
Departamento Científico
de Reumatologia (2019-2021)

Artrite Aguda em
Crianças e Adolescentes

Departamento Científico de Reumatologia


Presidente: Clovis Artur Almeida da Silva
Secretária: Maria Odete Esteves Hilário
Conselho Científico: Adriana Rodrigues Fonseca, Claudia Saad Magalhães,
Flavio Roberto Sztajnbok, Margarida de Fátima Carvalho,
Paulo Roberto Stocco Romanelli

O que é artrite aguda?

A artrite aguda pode acometer uma ou mais média. Entre as infecções e agentes causadores
articulações, com duração de até seis semanas, de artrite aguda estão diversos agentes infeccio-
ainda que com duração limitada em múltiplas sos (Quadro 1) e os mecanismos de perpetuação
articulações e com recorrência, acometendo a da inflamação mediante alguns agentes infeccio-
mesma ou articulação aditiva envolvendo outras sos1 são de certa forma semelhantes às doenças
articulações. O curso pode ser contínuo ou inter- reumáticas com mecanismo autoimune, sendo o
mitente e duração menor que seis semanas, em curso autolimitado, com duração variável.

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Artrite Aguda em Crianças e Adolescentes

Quadro 1. Patógenos associados com a artrite aguda

Microorganismo associado com o diagnóstico


Tipo Microrganismo
Artrite Artrite
Osteomielite
séptica reativa

Staphylocococcus
+ +
aureus

Streptococcus sp + + +

Grupo A + +

Grupo B (neonatos) + +

Streptococcus
+ + +
pneumoniae

Salmonella +

Bactéria Shigella +

Campylobacter +

Neisseria meningitidis,
+ + +
N. gonorrhoea

Brucella melitensis,
+ +
canis

Chlamydia +

Mycoplasma
pneumoniae + +
(Ureaplasma)

Mycobacterium
Mycobacteria + +
tuberculosis

Mycobacteria M avium,
+
atípica M. Malmoense

Borrelia burgdorfery
Espiroquetas + +
(D. de Lyme)

Eritrovirus B19 +
Virus
Rubéola +

Toxoplasma +
Protozoários
Giardíase +

Toxocara + +

Helmintos Dracunculus +

Schistosoma + +

Histoplasma + +
Fungos
Criptococcus +

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so prolongado, sendo a artrite crônica asso-


Qual é a incidência, a faixa etária e
ciada à hepatite C e aos Alfavirus endêmicos
predomínio do sexo na artrite aguda?
Chikungunya, Ross River, Barmah Forest, Sind-
bis, O’nyong-nyong e Mayaro. Artrite autolimi-
A artrite aguda acomete todas as faixas tada ocorre após a infecção pelo Eritrovirus B19
etárias pediátricas, do neonato ao adolescente, (previamente conhecido como Parvovirus B19),
podendo a etiologia variar de acordo com a ida- rubéola e hepatite B. Em contraste, na recente
de, mas não há um predomínio claro do sexo na epidemia observou-se que o novo coronavirus
artrite aguda. A artrite de causa infecciosa habi- (SARS-CoV-2) causa artralgia e mialgia mais
tualmente é mais frequente em meninos. frequentemente, à semelhança da Influenza,
embora sejam raros os casos de artrite, há um
relato de caso, sendo o paciente um portador se
afecção reumática prévia2 (Quadro 2).
Como é realizado o diagnóstico
de artrite aguda?
Quadro 2. Variação dos sintomas articulares associados

O pediatra é o médico que identifica, em pri- com infecções virais.

meira abordagem, a artrite aguda e deve ter habi-


Artralgia Artrite Artrite
lidade na sua condução, no diagnóstico diferen- Infecções ou auto- prolon-
cial e na indicação da referência especializada. mialgia limitada gada
Na apresentação inicial pode não haver associa-
Coronavirusa +
ção clara com doenças específicas, representan-
do um dilema diagnóstico e dificuldades na abor- Influenza +
dagem ou indicação de exames complementares. Eritrovirus B19 +
Muitas vezes o diagnóstico de certeza só pode
ser estabelecido no acompanhamento, caracteri- Rubéola +
zando-se como manifestação autolimitada. Hepatite B +

Hepatite C +

Quais são os principais Alphavirusb +


diagnósticos em artrite aguda? Os sintomas músculo-esqueléticos podem se desenvolver durante as
infecções virais incluindo a infecção pelo novo coronavirus variando
desde artralgia , miagia até artrite prolongada ou crônica.
Sintomas musculoesqueléticos, incluindo a Coronavirus zoonótico causador da síndrome respiratória grave
(SARS-CoV), SARS-CoV-2 e a Síndrome respiratória do Oriente
queixas articulares associam-se a infecções, va- Médio CoV (MERS-CoV).
riando desde artralgia, mialgia, artrite aguda ou b Alphavirus: Virus Chikungunya, Ross River, Barmah Forest, Sindbis,
O’nyong-nyong and Mayaro.
artrite prolongada (crônica). Entre os principais
diagnósticos, destacam-se as artrites infecciosas
(incluindo as virais, artrite séptica e osteomie-
Infecções bacterianas ósseas ou articulares
lite), as artrites reativas, as artrites associadas
se tornam suspeitas, em qualquer idade, quando
com neoplasias e a febre reumática.
houver febre, claudicação, edema articular com
dor ou limitação dos movimentos de início súbi-
to. Artrite séptica e osteomielite podem ocorrer
Quais as manifestações clínicas juntas ou separadamente, afetando uma ou mais
da artrite aguda? articulações. Lactentes podem não ter febre, mas
apresentar maior comprometimento do estado ge-
Artrites virais ocorrem após infecções res- ral e o exame musculoesquelético cuidadoso pelo
piratórias. Algumas infecções podem ter o cur- especialista pode evitar atraso no diagnóstico.

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Artrite Aguda em Crianças e Adolescentes

A artrite séptica é a infecção da membra- Quadro 3. Parâmetros clínicos preditivos de artrite séptica
na sinovial, sendo considerada uma emergên-
1. Febre >38,5°C
cia médica. A frequência é maior em lactentes,
2. Dor com limitação de movimentos passivos,
50% antes dos dois anos de idade, com predo-
limitações de apoio e deambulação
mínio em meninos (razão 1:2). As articulações
3. Velocidade de hemossedimentação (VHS)
dos membros inferiores, como quadris, joelhos > 40 mm/1ª hora
e tornozelos são acometidas em 75% dos casos 4. Leucócitos > 12 000/mm3
e aquelas das extremidades superiores em 25%.
A infecção bacteriana articular tem origem por Número de Probabilidade de
disseminação hematogênica, penetração dire- parâmetros presentes artrite séptica
ta através da pele ou disseminação contígua de 0 <0,2%
tecidos adjacentes. Neonatos e lactentes têm
1  3,0%
maior risco de desenvolver osteomielite associa-
da e disseminação pela metáfise óssea por meio 2 40,0%
de vascularização transepifisária. Os patógenos
3 93,1%
mais comuns (Quadro 1) causadores de artrite
séptica e osteomielite são: em menores de 12 4 99,6%
meses de idade o Estafilococo áureo, Estrepto-
coco do grupo B e bacilos Gram negativos; entre
um e cinco anos de idade Estafilococo áureo, Es- Artrite reativa por definição é a inflamação
treptococo do Grupo A, Haemophilus influenzae, aguda e asséptica das articulações, ocorrendo
enterobactérias (osteomielite); dos cinco aos durante infecções, mas sem proliferação de mi-
12 anos Estafilococcus aureus e Estreptococo do crorganismos nas articulações. A suspeita ocorre
Grupo A; dos 12 aos 18 anos Estafilococo áureo e quando houver mais de uma articulação acome-
Neisseria gonorrhoea. tida e sinais clínicos ou evidência de infecção
Em certas regiões na Europa e Oriente Mé- extra articular. Os agentes mais comumente as-
dio tem sido frequente a identificação, por PCR sociados com artrites reativas são listados no
(reação em cadeia da polimerase), do agente Quadro 1.
Kingella kingae que causa infecções mais leves A artrite reativa pode ocorrer em qualquer
e afeta epífises cartilaginosas. Kocher et al.3 pro- idade, geralmente, entre sete e 10 dias após in-
puseram um escore clínico preditivo baseado em fecção gastrointestinal ou genitourinária, aco-
quatro fatores independentes para distinguir a metendo as articulações de membros inferiores
artrite séptica da sinovite transitória (Quadro 3).
(joelhos, tornozelos e quadris) e associação com
A sinovite transitória também chamada de sino-
o HLA-B27 positivo. Em adolescentes, é impor-
vite tóxica acomete predominantemente os qua-
tante diferenciar a artrite reativa seguindo epi-
dris de crianças pré-escolares ocorrendo após
sódio de infecção sexualmente transmissível
infecções virais respiratórias inespecíficas.
com uretrite por gonococo ou Chlamydia tracho-
A artrite gonocócica pode estar presente matis. A artrite reativa, historicamente denomi-
como artrite séptica associada a febre, calafrios, nada Síndrome de Reiter, é tríade sindrômica
lesões cutâneas do tipo máculas, pústulas ou formada por uretrite, conjuntivite e artrite. Nos
bolhas, tenossinovite e poliartrite. Esta ocorre lactentes e pré-escolares a diarreia, causada por
predominantemente no adolescente sexualmen- Shigella, Salmonella, Yersinia ou Campylobacter,
te ativo ou mesmo nas crianças e adolescentes é mais frequente que a uretrite. Quando a artri-
submetidas à violência sexual. O joelho é a arti- te reativa é causada por transmissão sexual em
culação mais frequentemente acometida, haven- adolescentes e jovens, pode haver nestes ca-
do suspeita quando houver exposição sexual ao sos a concomitância de infecção por gonococo,
gonococo. Chlamydia e HIV.

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A febre reumática resulta de uma intera- Quadro 4. Sumário dos critérios de Jones para a febre
ção complexa entre hospedeiro geneticamente reumática, modificados e revisados em 20155

susceptível, virulência do estreptococo beta-


Os critérios de Jones modificados são divididos
-hemolítico do grupo A e fatores ambientais pre-
em critérios maiores e menores.
disponentes. Manifesta-se principalmente por
poliartrite migratória de grandes articulações Critérios maiores:
acometendo, de forma transitória e intermiten- • Cardite: clínica ou subclínica
te, dentro de seis a oito semanas4-7. Contudo, as • Artrite (poliartrite para as populações de
baixo risco, monoartrite deve ser considerada
formas atípicas, com acometimento de pequenas
para as populações de maior risco)
articulações, monoartrite, poliartrite aditiva ou
• Coreia
duração mais prolongada têm sido observadas,
• Eritema marginatum
dificultando o seu diagnóstico e levando ao diag-
• Nódulos subcutâneos
nóstico diferencial mais amplo. O seu prognósti-
co está relacionado com a ocorrência de cardite, Critérios menores:
que pode causar cardiopatia crônica e sequelas • Poliartralgia para populações de baixo
valvulares. Os critérios de Jones modificados e risco e monoartralgia ou poliartralgia para
populações de alto risco
previamente estabelecidos foram recentemente
• Febre com temperaturas acima de 38,5°C para
revisados pela American Heart Association em populações de baixo risco ou acima de 38ºC
2015 (Quadro 4)5; levando-se em conta a popu- para populações de maior risco
lação em risco e relacionada com áreas geográ- • VHS ≥ 60 mm/1ª hora e/ou PCR ≥ 3mg/
ficas onde é mais frequente e considerando-se dL (populações de baixo risco); e VHS ≥ 30
mm/1ª hora e/ou PCR ≥ 3mg/dL (populações
também as anormalidades descritas por meio
de maior risco)
do ecocardiograma em cardite sub-clínica, onde
• Eletrocardiograma com intervalo PR
não se observam sopros, apenas com alterações aumentado, a menos que a cardite tenha
funcionais no ecocardiograma, já previamente pontuado como sinal maior
descrito em pacientes brasileiros com esta con-
Dois sinais maiores ou um maior e dois menores
dição crônica6. Os principais achados da valvu- tornam o diagnostico mais provável quando se
lite reumática no ecocardiograma com Doppler suspeita de febre reumática no primeiro surto.
são sumarizados no Quadro 5. A busca ativa de
sinais de cardite é importante, pois a poliartrite
raramente ocorre isoladamente. Quadro 5. Achados no ecocardiograma indicativos de
valvulite reumática.
Artralgia ou artrite aguda podem ser os sin-
tomas iniciais de leucemias linfoide e mieloide Refluxo mitral patológico
agudas. A dor é preferencialmente noturna, de (todos os quatro critérios):
forte intensidade e intermitente. As articulações • Observado em pelo menos dois registros
mais acometidas são: joelhos, tornozelos e coto- • Jato ≥ 2 cm em pelo menos um registro
velos. Algumas queixas e alterações ao exame • Pico de velocidade > 3m/s
físico podem sugerir artrite relacionada com ne- • Refluxo pansistólico em pelo menos um
oplasias, como presença de dor intensa e despro- envelope
porcional ao edema articular e presença de ade-
Refluxo aórtico patológico
nomegalias, hepatoesplenomegalia, anemia ou (todos os 4 critérios):
febre. Os tumores ósseos benignos ou malignos • Observado em pelo menos dois registros
também podem manifestar-se com dor óssea e
• Jato ≥ 1 cm em pelo menos um registro
articular, mas raramente cursam com artrite. Nos
• Pico de velocidade > 3m/s
pacientes com manifestações musculoesqueléti-
• Refluxo pansistólico em pelo menos um
cas, adenomegalias e hepatoesplenomegalia, os envelope
linfomas devem ser também excluídos8,9.

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Artrite Aguda em Crianças e Adolescentes

úteis no diagnóstico de neoplasias. O mielogra-


Quais são os principais exames
ma deve ser sempre realizado na dúvida diag-
complementares indicados na
nóstica com as leucemias, e em especial, quando
artrite aguda?
o uso de corticosteroides for indicado8.

Se houver sinais indicativos de infecções


virais ou risco de contaminação em situações
Quais são os principais exames
epidêmicas, há que se indicar a realização de
de imagem musculoesqueléticos
sorologias específicas. indicados atualmente na artrite aguda?
Para a artrite séptica indica-se a artrocentese
e a cultura do líquido sinovial aspirado, inocu- Os exames de imagem são frequentemen-
lando-se diretamente o aspirado no frasco com te indicados no diagnóstico e seguimento das
caldo de cultura. O teste com PCR no líquido si- doenças reumáticas pediátricas para avaliar-se
novial é útil em caso de cultura negativa, assim a atividade, monitorar o progresso e resposta
como: hemoculturas, hemograma, proteína C ao tratamento. As radiografias simples têm uti-
reativa e VHS, sendo a proteína C reativa o me- lização limitada nas artrites agudas. Contudo,
lhor biomarcador durante o seguimento. Exames mediante as artrites agudas podem revelar alte-
de imagem, radiografia e ultrassom podem ser rações infiltrativas neoplásicas, com desminera-
exames iniciais úteis para identificar derrame e lização das epífises ósseas, e devem ser realiza-
guiar a punção. A ressonância magnética é útil das sempre que houver a suspeita de neoplasias.
mediante a suspeita de osteomielite e a cintilo-
grafia óssea quando a ressonância magnética for Entre as vantagens da radiografia simples
indisponível. musculoesquelética estão o custo-benefício e
o acesso ao exame, com a desvantagem de ser
Os exames indicados no caso de artri-
relativamente insensível nos estágios iniciais
tes reativas são hemoculturas, coprocultura
da artrite e a exposição às radiações ionizantes.
com pesquisa de Shigella, Salmonela, Yersínia,
Recomenda-se a comparação e incidências bila-
Campylobacter, culturas de secreção uretral
terais para articulações pares, quer seja o aco-
(gonococo, ou Gram negativos, Chlamydia), cul-
metimento simétrico ou assimétrico.
tura e esfregaço pelo Gram no líquido sinovial e
cultura de orofaringe (Streptococco), sorologias A ultrassonografia musculoesquelética vem
para Salmonella, Yersínia e Campylobacter e o se tornando uma ferramenta mais acessível e
HLA-B27, se for disponível. segura, constituindo o principal exame de ima-
gem nas artrites agudas do neonato ao adoles-
No caso de suspeita de febre reumática agu-
cente, sobretudo quando houver acometimento
da, há que se comprovar a evidência de infecção
dos quadris. O ultrassom musculoesquelético
estreptocócica prévia pelos títulos de anticorpos
é atualmente realizado pelo próprio reumato-
anti-estreptocócicos, o teste da anti-estreptoli-
logista pediátrico na prática clinica em vários
sina O (ASO). Títulos isolados de ASO maiores
serviços, sendo bem tolerado, pouco invasivo
que 640 U/ml ou curva ascendente destes níveis
e útil na avaliação de sinovite, tenossinovite e
são preditivos de febre reumática aguda, persis-
derrames articulares, podendo auxiliar a aspira-
tindo elevados por seis a oito semanas7.
ção articular guiada e prover o exame dinâmico
Na hipótese de artrite associada a neoplasias ao movimento. Contudo, depende do operador,
podem ocorrer citopenias (anemia, leucopenia, sendo limitado para avaliação de edema ósseo
neutropenia e/ou plaquetopenia), aumento da e outras estruturas mais profundas necessitando
velocidade de hemossedimentação ou proteína ser complementado pela ressonância magnética
C reativa. Níveis aumentados de desidrogenase quando suspeitar-se de comprometimento ós-
lática (DHL) e ácido úrico podem ser também seo, como na artrite séptica e osteomielite.

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A tomografia computadorizada musculoes- juvenil e doenças do tecido conectivo ou vas-


quelética pode auxiliar no diagnóstico de oste- culites. Além destes, a inflamação muscular que
omielite e lesões infiltrativas neoplásicas. Entre- ocorre após Influenza conhecida como miosite
tanto, este exame na faixa etária pediátrica deve aguda viral, e cursa com fraqueza muscular lo-
ser realizado apenas quando devidamente justi- calizada nas panturrilhas e artralgia10 seriam os
ficado, particularmente quando seus benefícios principais diagnósticos diferenciais adicionais.
superam os potenciais riscos, pois a tomografia
Ainda que rara no Brasil, em viagens para
computadorizada pode determinar exposições a
áreas endêmicas, deve-se considerar também a
alto grau de radiação ionizante.
artrite de Lyme, causada por uma infecção por
A ressonância magnética é a ferramenta mais espiroqueta (Borrelia burgdorferi) transmitida
abrangente e segura na prática clinica da Reu- por carrapato (Ixodes) em áreas de florestas se-
matologia Pediátrica para avaliar inflamação em tentrionais (Estados Unidos e Europa) podendo
todas as estruturas anatômicas (pele, músculos, afetar a pele, articulações, o coração e o sistema
fáscia, enteses, ligamentos, osso, sinóvia, carti- nervoso central, como na febre reumática. Para
lagem articular, tendões e bursas) identificando o reumatologista pediátrico, a tarefa é distinguir
com precisão, por exemplo edema ósseo e pe- a artrite, em geral monoartrite, de outras doen-
quenos derrames, sendo padronizada e inde- ças como a artrite séptica ou artrite idiopática
pendente do operador. Suas desvantagens são o juvenil, a tuberculose, pois o seu curso é de sub-
custo elevado e disponibilidade em alguns cen- -agudo ou crônico. O diagnóstico é feito por so-
tros, tempo de exame muito longo, é considera- rologia e o tratamento com antimicrobianos vai
da invasiva porque requer anestesia ou acesso resultar em completo restabelecimento, tendo
venoso e sedação, dependendo da faixa etária. habitualmente um bom prognóstico.

Eventualmente, alguns exames de imagem


poderão ser solicitados pelo reumatologista ou
oncologista pediátrico, tais como: tomografia Qual é o tratamento
por emissão de pósitrons e ressonância magné-
sintomático da artrite aguda?
tica (PET/RM), PET associada à tomografia com-
putadorizada (PET/TC) ou ressonância magnética A abordagem das artrites virais e reativas
de corpo inteiro, como método de rastreamento envolve principalmente o diagnóstico e diagnós-
de neoplasias. tico diferencial e o controle da dor e disfuncio-
nalidade com analgésicos ou cursos limitados de
Mediante tais considerações, há que se pon- anti-inflamatórios não hormonais como o napro-
derar a indicação pelas manifestações clínicas, xeno, ibuprofeno, piroxicam, meloxicam, e fisio-
duração da artrite, exames laboratoriais e avalia- terapia supervisionada11. A infiltração articular
ção interdisciplinar para indicação do exame de com glicocorticoides ou uso oral pode ter indi-
imagem apropriado. cação nos casos de artrite prolongada e prefe-
rencialmente prescritos pelo reumatologista pe-
diátrico, ressaltando-se que as artrites séptica e
Quais são os principais diagnósticos neoplásica devem ser rigorosamente excluídas.
diferenciais da artrite aguda?
A condução adequada da artrite séptica exige
o pronto diagnóstico, atendimento emergencial
A artrite aguda é uma manifestação inespe- e multidisciplinar, pediatra e ortopedista, para
cífica que também pode ocorrer como manifes- aspiração e drenagem da articulação, instituição
tação inicial de neoplasias8,9, leucemias e linfo- do tratamento antimicrobiano por via parenteral,
mas, na apresentação inicial de algumas doenças guiado pelos resultados da cultura e antibiogra-
autoimunes, como lúpus eritematoso sistêmico ma do aspirado sinovial. Como tratamento anti-

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Artrite Aguda em Crianças e Adolescentes

microbiano empírico, recomenda-se cobertura Organização Mundial de Saúde para o tratamen-


para Stafilococcus aureus, avaliando-se a possi- to da cardite. O repouso está indicado na insufi-
bilidade de uso de antimicrobianos específicos ciência cardíaca e o tratamento com vasodilata-
para Stafilococcus aureus multirresistentes. O or- dores, digital e outras drogas vasoativas, requer
topedista pode considerar a irrigação, drenagem o acompanhamento multidisciplinar com o car-
ou debridamento, ou a realização de biópsia ós- diologista.
sea na suspeita de osteomielite concomitante. A
antibioticoterapia parenteral é indicada por pelo
menos três semanas e a via oral durante mais
O seguimento de longo prazo
três semanas, pois não há evidências comparan-
de todos os pacientes com artrite
do diferentes regimes de antimicrobianos. Há
aguda é sempre recomendado?
necessidade de repouso da articulação acome-
tida, analgésicos e anti-inflamatórios até a me-
lhora clínica, com alívio da dor e do desconforto. Mediante ao conhecimento em franca ex-
pansão sobre as artrites infecciosas, associação
No caso da febre reumática há necessidade
com neoplasias e a possibilidade de persistência
de erradicação do estreptococo e profilaxia se-
de artrite prolongada recomenda-se o acompa-
cundária com penicilina benzatina a cada 21 dias
nhamento até a completa resolução da artrite,
por tempo prolongado pelo risco de recorrência.
sem sequelas ou recorrências.
Há ensaios controlados que mostram a pronta
resposta da poliartrite aos anti-inflamatórios não No caso da febre reumática, mediante as pos-
hormonais dentro de horas até três dias. A car- sibilidades de recorrência com valvulite (particu-
dite e a insuficiência cardíaca são tratadas com larmente insuficiência mitral), o regime de profi-
diuréticos, restrição de fluidos, inibidores de laxia secundária requer seguimento no mínimo
enzima conversora da angiotensina. Há poucos até os 21 anos (na dependência da ocorrência de
ensaios, de 1950 a 1960, comparando as drogas cardite e sua evolução) e eventualmente trans-
anti-inflamatórias (aspirina ou glicocorticoides). ferência para a clínica de adultos, naqueles que
Ambos, aspirina e glicocorticoides em regime de necessitam profilaxia prolongada, por sequelas
doses altas são indicados por recomendação da cardiovasculares.

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Artrite Aguda em Crianças e Adolescentes

Diretoria
Triênio 2019/2021

PRESIDENTE: MEMBROS: Dirceu Solé (SP) Luciana Rodrigues Silva (BA)


Luciana Rodrigues Silva (BA) Henrique Mochida Takase (SP) Joel Alves Lamounier (MG) Dirceu Solé (SP)
1º VICE-PRESIDENTE: João Carlos Batista Santana (RS) EDITORES ASSOCIADOS: Evelyn Eisenstein (RJ)
Clóvis Francisco Constantino (SP) Luciana Cordeiro Souza (PE) Danilo Blank (RS) Daniel Becker (RJ)
2º VICE-PRESIDENTE: Luciano Amedée Péret Filho (MG) Paulo Roberto Antonacci Carvalho (RJ) Ricardo do Rêgo Barros (RJ)
Edson Ferreira Liberal (RJ) Mara Morelo Rocha Felix (RJ) Renata Dejtiar Waksman (SP) OFTALMOLOGIA PEDIÁTRICA:
Marilucia Rocha de Almeida Picanço (DF) COORDENAÇÃO:
SECRETÁRIO GERAL: Vera Hermina Kalika Koch (SP) COORDENAÇÃO DO PRONAP
Sidnei Ferreira (RJ) Fernanda Luísa Ceragioli Oliveira (SP) Fábio Ejzenbaum (SP)
DIRETORIA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS Tulio Konstantyner (SP) MEMBROS:
1º SECRETÁRIO: Nelson Augusto Rosário Filho (PR)
Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) Cláudia Bezerra de Almeida (SP) Luciana Rodrigues Silva (BA)
Sergio Augusto Cabral (RJ) Dirceu Solé (SP)
2º SECRETÁRIO: COORDENAÇÃO DO TRATADO DE PEDIATRIA
REPRESENTANTE NA AMÉRICA LATINA Luciana Rodrigues Silva (BA) Galton Carvalho Vasconcelos (MG)
Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS) Ricardo do Rego Barros (RJ) Julia Dutra Rossetto (RJ)
Fábio Ancona Lopez (SP)
3º SECRETÁRIO: DIRETORIA DE DEFESA PROFISSIONAL Luisa Moreira Hopker (PR)
Virgínia Resende Silva Weffort (MG) DIRETORIA DE ENSINO E PESQUISA
COORDENAÇÃO: Joel Alves Lamounier (MG) Rosa Maria Graziano (SP)
DIRETORIA FINANCEIRA: Fabio Augusto de Castro Guerra (MG) Celia Regina Nakanami (SP)
Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) COORDENAÇÃO DE PESQUISA
MEMBROS: Cláudio Leone (SP) SAÚDE MENTAL
2ª DIRETORIA FINANCEIRA: Gilberto Pascolat (PR) COORDENAÇÃO:
Cláudio Hoineff (RJ) Paulo Tadeu Falanghe (SP) COORDENAÇÃO DE GRADUAÇÃO Roberto Santoro P. de Carvalho Almeida (RJ)
Cláudio Orestes Britto Filho (PB) COORDENAÇÃO:
3ª DIRETORIA FINANCEIRA: Rosana Fiorini Puccini (SP) MEMBROS:
Hans Walter Ferreira Greve (BA) João Cândido de Souza Borges (CE) Daniele Wanderley (BA)
Anenisia Coelho de Andrade (PI) MEMBROS: Vera Lucia Afonso Ferrari (SP)
DIRETORIA DE INTEGRAÇÃO REGIONAL Rosana Alves (ES)
Fernando Antônio Castro Barreiro (BA) Isabel Rey Madeira (RJ) Rossano Cabral Lima (RJ)
Donizetti Dimer Giamberardino Filho (PR) Suzy Santana Cavalcante (BA) Gabriela Judith Crenzel (RJ)
COORDENADORES REGIONAIS Jocileide Sales Campos (CE) Angélica Maria Bicudo-Zeferino (SP) Cecy Dunshee de Abranches (RJ)
NORTE: Maria Nazareth Ramos Silva (RJ) Silvia Wanick Sarinho (PE) Adriana Rocha Brito (RJ)
Bruno Acatauassu Paes Barreto (PA) Gloria Tereza Lima Barreto Lopes (SE) COORDENAÇÃO DE RESIDÊNCIA E ESTÁGIOS
Adelma Alves de Figueiredo (RR) MUSEU DA PEDIATRIA
Corina Maria Nina Viana Batista (AM) EM PEDIATRIA COORDENAÇÃO:
NORDESTE: DIRETORIA DOS DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS E COORDENAÇÃO: Edson Ferreira Liberal (RJ)
Anamaria Cavalcante e Silva (CE) COORDENAÇÃO DE DOCUMENTOS CIENTÍFICOS Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP)
Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE) MEMBROS:
Dirceu Solé (SP) MEMBROS: Mario Santoro Junior (SP)
SUDESTE: DIRETORIA-ADJUNTA DOS DEPARTAMENTOS Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE) José Hugo de Lins Pessoa (SP)
Rodrigo Aboudib Ferreira Pinto (ES) CIENTÍFICOS Fátima Maria Lindoso da Silva Lima (GO)
Isabel Rey Madeira (RJ) Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS) REDE DA PEDIATRIA
Emanuel Savio Cavalcanti Sarinho (PE) COORDENAÇÃO:
SUL: DIRETORIA DE CURSOS, EVENTOS E PROMOÇÕES Victor Horácio da Costa Junior (PR)
Silvio da Rocha Carvalho (RJ) Luciana Rodrigues Silva (BA)
Darci Vieira Silva Bonetto (PR) COORDENAÇÃO: Rubem Couto (MT)
Helena Maria Correa de Souza Vieira (SC) Lilian dos Santos Rodrigues Sadeck (SP) Tânia Denise Resener (RS)
Delia Maria de Moura Lima Herrmann (AL) MEMBROS:
CENTRO-OESTE: MEMBROS:
Regina Maria Santos Marques (GO) Helita Regina F. Cardoso de Azevedo (BA) SOCIEDADE ACREANA DE PEDIATRA:
Ricardo Queiroz Gurgel (SE) Jefferson Pedro Piva (RS) Ana Isabel Coelho Montero
Natasha Slhessarenko Fraife Barreto (MT) Paulo César Guimarães (RJ) Sérgio Luís Amantéa (RS) SOCIEDADE ALAGOANA DE PEDIATRIA:
COMISSÃO DE SINDICÂNCIA Cléa Rodrigues Leone (SP) Susana Maciel Wuillaume (RJ)
TITULARES: Ana Carolina de Carvalho Ruela Pires
COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE REANIMAÇÃO Aurimery Gomes Chermont (PA)
Gilberto Pascolat (PR) NEONATAL Luciano Amedée Péret Filho (MG) SOCIEDADE AMAZONENSE DE PEDIATRIA:
Aníbal Augusto Gaudêncio de Melo (PE) Maria Fernanda Branco de Almeida (SP) Elena Marta Amaral dos Santos
Maria Sidneuma de Melo Ventura (CE) COORDENAÇÃO DE DOUTRINA PEDIÁTRICA
Ruth Guinsburg (SP) Luciana Rodrigues Silva (BA) SOCIEDADE AMAPAENSE DE PEDIATRIA:
Isabel Rey Madeira (RJ) Rosenilda Rosete de Barros
Valmin Ramos da Silva (ES) COORDENAÇÃO PALS – REANIMAÇÃO PEDIÁTRICA Hélcio Maranhão (RN)
Alexandre Rodrigues Ferreira (MG) COORDENAÇÃO DAS LIGAS DOS ESTUDANTES SOCIEDADE BAIANA DE PEDIATRIA:
SUPLENTES: Kátia Laureano dos Santos (PB) Dolores Fernandez Fernandez
Paulo Tadeu Falanghe (SP) Adelma Figueiredo (RR)
COORDENAÇÃO BLS – SUPORTE BÁSICO DE VIDA André Luis Santos Carmo (PR) SOCIEDADE CEARENSE DE PEDIATRIA:
Tânia Denise Resener (RS) Anamaria Cavalcante e Silva
João Coriolano Rego Barros (SP) Valéria Maria Bezerra Silva (PE) Marynea Silva do Vale (MA)
Marisa Lopes Miranda (SP) COORDENAÇÃO DO CURSO DE APRIMORAMENTO Fernanda Wagner Fredo dos Santos (PR) SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO DISTRITO FEDERAL:
Joaquim João Caetano Menezes (SP) EM NUTROLOGIA PEDIÁTRICA (CANP) GRUPOS DE TRABALHO Dennis Alexander Rabelo Burns
CONSELHO FISCAL Virgínia Weffort (MG) DROGAS E VIOLÊNCIA NA ADOLESCÊNCIA SOCIEDADE ESPIRITOSSANTENSE DE PEDIATRIA:
TITULARES: PEDIATRIA PARA FAMÍLIAS COORDENAÇÃO: Roberta Paranhos Fragoso
Núbia Mendonça (SE) Nilza Maria Medeiros Perin (SC) João Paulo Becker Lotufo (SP) SOCIEDADE GOIANA DE PEDIATRIA:
Nelson Grisard (SC) Normeide Pedreira dos Santos (BA) MEMBROS: Marise Helena Cardoso Tófoli
Antônio Márcio Junqueira Lisboa (DF) Marcia de Freitas (SP) Evelyn Eisenstein (RJ) SOCIEDADE DE PUERICULTURA E PEDIATRIA
SUPLENTES: PORTAL SBP Alberto Araujo (RJ) DO MARANHÃO: Marynea Silva do Vale
Adelma Alves de Figueiredo (RR) Luciana Rodrigues Silva (BA) Sidnei Ferreira (RJ) SOCIEDADE MINEIRA DE PEDIATRIA:
João de Melo Régis Filho (PE) PROGRAMA DE ATUALIZAÇÃO CONTINUADA Adelma Alves de Figueiredo (RR) Marisa Lages Ribeiro
Darci Vieira da Silva Bonetto (PR) À DISTÂNCIA Nivaldo Sereno de Noronha Júnior (RN) SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO MATO GROSSO
ASSESSORES DA PRESIDÊNCIA PARA POLÍTICAS Luciana Rodrigues Silva (BA) Suzana Maria Ramos Costa (PE) DO SUL: Carmen Lucia de Almeida Santos
PÚBLICAS: Edson Ferreira Liberal (RJ) Iolanda Novadski (PR)
Beatriz Bagatin Bermudez (PR) SOCIEDADE MATOGROSEENSE DE PEDIATRIA:
COORDENAÇÃO: Natasha Slhessarenko Fraife Barreto (MT) Mohamed Kassen Omais
Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) Ana Alice Ibiapina Amaral Parente (RJ) Darci Vieira Silva Bonetto (PR)
Carlos Eduardo Reis da Silva (MG) SOCIEDADE PARAENSE DE PEDIATRIA:
MEMBROS: DOCUMENTOS CIENTÍFICOS Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza
Luciana Rodrigues Silva (BA) Paulo César Pinho Ribeiro (MG)
Clóvis Francisco Constantino (SP) Milane Cristina De Araújo Miranda (MA) SOCIEDADE PARAIBANA DE PEDIATRIA:
Maria Albertina Santiago Rego (MG) Dirceu Solé (SP)
Emanuel Sávio Cavalcanti Sarinho (PE) Ana Marcia Guimarães Alves (GO) Leonardo Cabral Cavalcante
Donizetti Dimer Giamberardino Filho (PR) Camila dos Santos Salomão (AP)
Sérgio Tadeu Martins Marba (SP) Joel Alves Lamounier (MG) SOCIEDADE DE PEDIATRIA DE PERNAMBUCO:
Alda Elizabeth Boehler Iglesias Azevedo (MT) DIRETORIA DE PUBLICAÇÕES DOENÇAS RARAS Katia Galeão Brandt
Evelyn Eisenstein (RJ) Fábio Ancona Lopez (SP) COORDENAÇÃO: SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO PIAUÍ:
Paulo Augusto Moreira Camargos (MG) Salmo Raskin (PR) Anenisia Coelho de Andrade
EDITORES DA REVISTA SBP CIÊNCIA
João Coriolano Rego Barros (SP) Joel Alves Lamounier (MG) MEMBROS: SOCIEDADE PARANAENSE DE PEDIATRIA:
Alexandre Lopes Miralha (AM) Altacílio Aparecido Nunes (SP) Magda Maria Sales Carneiro Sampaio (SP) Kerstin Taniguchi Abagge
Virgínia Weffort (MG) Paulo Cesar Pinho Ribeiro (MG) Ana Maria Martins (SP)
Claudio Cordovil (RJ) SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO ESTADO
Themis Reverbel da Silveira (RS) Flávio Diniz Capanema (MG) DO RIO DE JANEIRO: Katia Telles Nogueira
DIRETORIA E COORDENAÇÕES Lavinia Schuler Faccini (RS)
EDITORES DO JORNAL DE PEDIATRIA (JPED) SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO RIO GRANDE
DIRETORIA DE QUALIFICAÇÃO E CERTIFICAÇÃO COORDENAÇÃO: ATIVIDADE FÍSICA
COORDENAÇÃO: DO NORTE: Katia Correia Lima
PROFISSIONAL Renato Procianoy (RS) SOCIEDADE DE PEDIATRIA DE RONDÔNIA:
Maria Marluce dos Santos Vilela (SP) Ricardo do Rêgo Barros (RJ)
MEMBROS: Luciana Rodrigues Silva (BA) José Roberto Vasques de Miranda
Edson Ferreira Liberal (RJ) Crésio de Aragão Dantas Alves (BA)
MEMBROS: SOCIEDADE RORAIMENSE DE PEDIATRIA:
COORDENAÇÃO DE CERTIFICAÇÃO PROFISSONAL Paulo Augusto Moreira Camargos (MG) Adelma Alves de Figueiredo
José Hugo de Lins Pessoa (SP) João Guilherme Bezerra Alves (PE) Helita Regina F. Cardoso de Azevedo (BA)
Marco Aurelio Palazzi Safadi (SP) Patrícia Guedes de Souza (BA) SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO RIO GRANDE DO SUL:
COORDENAÇÃO DE ÁREA DE ATUAÇÃO Teresa Maria Bianchini de Quadros (BA) Sérgio Luis Amantea
Mauro Batista de Morais (SP) Magda Lahorgue Nunes (RS)
Giselia Alves Pontes da Silva (PE) Alex Pinheiro Gordia (BA) SOCIEDADE CATARINENSE DE PEDIATRIA:
Kerstin Tanigushi Abagge (PR) Isabel Guimarães (BA)
Ana Alice Ibiapina Amaral Parente (RJ) Dirceu Solé (SP) Rosamaria Medeiros e Silva
Antonio Jose Ledo Alves da Cunha (RJ) Jorge Mota (Portugal)
COORDENAÇÃO DO CEXTEP Mauro Virgílio Gomes de Barros (PE) SOCIEDADE SERGIPANA DE PEDIATRIA:
(COMISSÃO EXECUTIVA DO TÍTULO DE EDITORES REVISTA RESIDÊNCIA PEDIÁTRICA Dirceu Solé (SP) Ana Jovina Barreto Bispo
ESPECIALISTA EM PEDIATRIA) EDITORES CIENTÍFICOS: SOCIEDADE DE PEDIATRIA DE SÃO PAULO:
Clémax Couto Sant’Anna (RJ) METODOLOGIA CIENTÍFICA
COORDENAÇÃO: COORDENAÇÃO: Sulim Abramovici
Hélcio Villaça Simões (RJ) Marilene Augusta Rocha Crispino Santos (RJ) SOCIEDADE TOCANTINENSE DE PEDIATRIA:
Marilene Augusta Rocha Crispino Santos (RJ)
MEMBROS: EDITORA ADJUNTA: Elaine Carneiro Lobo
Márcia Garcia Alves Galvão (RJ) MEMBROS:
Ricardo do Rego Barros (RJ) Gisélia Alves Pontes da Silva (PE) DIRETORIA DE PATRIMÔNIO
Clovis Francisco Constantino (SP) CONSELHO EDITORIAL EXECUTIVO: Cláudio Leone (SP) COORDENAÇÃO:
Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) Sidnei Ferreira (RJ) Fernando Antônio Castro Barreiro (BA)
Carla Príncipe Pires C. Vianna Braga (RJ) Isabel Rey Madeira (RJ) PEDIATRIA E HUMANIDADE
COORDENAÇÃO: Cláudio Barsanti (SP)
Flavia Nardes dos Santos (RJ) Sandra Mara Moreira Amaral (RJ) Edson Ferreira Liberal (RJ)
Cristina Ortiz Sobrinho Valete (RJ) Maria de Fátima Bazhuni Pombo March (RJ) Álvaro Jorge Madeiro Leite (CE)
Luciana Rodrigues Silva (BA) Sergio Antônio Bastos Sarrubo (SP)
Grant Wall Barbosa de Carvalho Filho (RJ) Silvio da Rocha Carvalho (RJ) Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ)
Sidnei Ferreira (RJ) Rafaela Baroni Aurílio (RJ) Clóvis Francisco Constantino (SP)
João de Melo Régis Filho (PE) ACADEMIA BRASILEIRA DE PEDIATRIA
Silvio Rocha Carvalho (RJ) Leonardo Rodrigues Campos (RJ) PRESIDENTE:
Álvaro Jorge Madeiro Leite (CE) Dilza Teresinha Ambros Ribeiro (AC)
COMISSÃO EXECUTIVA DO EXAME PARA Aníbal Augusto Gaudêncio de Melo (PE) Mario Santoro Júnior (SP)
OBTENÇÃO DO TÍTULO DE ESPECIALISTA EM Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE)
Marcia C. Bellotti de Oliveira (RJ) Crésio de Aragão Dantas Alves (BA) VICE-PRESIDENTE:
PEDIATRIA AVALIAÇÃO SERIADA Luiz Eduardo Vaz Miranda (RJ)
COORDENAÇÃO: CONSULTORIA EDITORIAL: CRIANÇA, ADOLESCENTE E NATUREZA
Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE) Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) COORDENAÇÃO: SECRETÁRIO GERAL:
Victor Horácio de Souza Costa Junior (PR) Fábio Ancona Lopez (SP) Laís Fleury (RJ) Jefferson Pedro Piva (RS)

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