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– Evita a duplicação de informações entre vários temas. Como tal, cada tópico
aparece apenas num manual, mesmo que faça parte do conteúdo de várias
especialidades, integrando a perspetiva geral de todas elas.
– Unifica os tópicos relacionados em títulos mais extensos para facilitar o estudo e
reduzir o tempo dedicado a cada um deles. Por esse motivo, alguns assuntos da
lista oficial podem aparecer com diferentes títulos nos manuais.
– União de cadeiras médicas e cirúrgicas, favorecendo um estudo mais rápido e
integrativo de diversas patologias.
– O conteúdo é realizado e desenvolvido proporcionalmente à importância do
assunto no exame, garantindo uma maior profundidade e dedicação aos tópicos
mais importantes.
– Inúmeras imagens que facilitam a memória visual e treino na resposta a casos
clínicos com imagens.
MANUAL DE DERMATOLOGIA
(Primeira Edição – Prova Nacional de Acesso 2020)
ISBN
978-84-17567-49-1
DEPÓSITO LEGAL
M-26690-2019
IMPRESSÃO
Impressão concluída em setembro de 2019
AUTORES SOFIA ANTUNES DUARTE (35) JOÃO PAULO BAPTISTA GODINHO (16)
JOANA FERNANDEZ ALVEZ BARBOSA (18) JOSÉ PEDRO MORAIS MACEDO (17)
LEANDRO FILIPE SANTOS SILVA (19) LUÍSA PANADÉS DE OLIVEIRA (20)
MARGARIDA BRÍZIDO (21)
AIDA SUÁREZ BARRIENTOS (1) MARGARIDA GONZÁLEZ (22)
ANA DA CUNHA FONSECA (2) MARIA ELENA MAGGIORE (23)
ANA MARTINS (3) MARIANA GAMITO (24)
ANA RITA CONSTANTE (4) MARISA ROSÁRIO (25)
ANA SOFIA VILARDOURO (5) MARTA PLANCHA (26)
ANTONIO MANCINI (6) MARTA SEQUEIRA (27)
BORJA RUIZ MATEOS (7) MIGUEL LOBATO (28)
CATARINA SOARES (8) MIGUEL MIRANDA (29)
DIOGO LACERDA (9) MIGUEL SARAIVA (30)
EDUARDO FRANCO DÍEZ (10) RAPHAEL CURVO (31)
EMILIANO RÍOS (11) RAQUEL BARBOSA (32)
FILIPA SILVA FERREIRA (12) RENATO MEDAS (33)
GONÇALO CUNHA (13) RICARDO S. ALVES (34)
GONÇALO VALE (14) SOFIA LEANDRO (36)
INÊS GRÁCIO DE ALMEIDA (15) TIAGO ANTUNES DUARTE (37)
(1) Clinica Universitaria de Navarra. Madrid (ES) (21) Hospital Beatriz Ângelo (PT)
(2) Centro Hospital Vila Nova de Gaia e Espinho (PT) (22) Hospital de Cascais (PT)
(3) Centro Hospitalar de Lisboa Central (PT) (23) Hospital San Paolo, Bari (IT)
(4) Centro Hospitalar Oeste, Hospital de Caldas da Rainha (PT) (24) Hospital Beatriz Ângelo (PT)
(5) Hospital de Santa Maria (25) Centro Hospitalar Lisboa Central (PT)
Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte, EPE (PT) (26) C
entro Hospitalar Universitário Lisboa Central
(6) Hospital Regional F. Miulli, Acquaviva delle Fonti, Bari (IT) Maternidade Dr. Alfredo da Costa (PT)
(7) Hospital Central de la Cruz Roja. Madrid (ES) (27) Centro Hospitalar Central Universitário de Lisboa (PT)
(8) Hospital Sao Francisco (PT) (28) Centro Hospitalar Universitário do Porto (PT)
(9) Hospital Sant’Ana (PT) (29) H
ospital de Santa Maria
(10) Hospital Universitario Ramón y Cajal. Madrid (ES) Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, EPE (PT)
(11) Universidade John F. Kennedy. Buenos Aires (ARG). Direção APNA (PT) (30) Centro Hospitalar e Universitário do Porto, Hospital de Santo António (PT)
(12) Centro Hospitalar de São João, Porto (PT) (31) Hospital Universitário Gregorio Marañón. Madrid (ES)
(13) Hospital Santa Cruz - Centro Hospitalar Lisboa Ocidental (PT) (32) Instituto Português de Oncologia de Coimbra (PT)
(14) Centro Hospitalar Barreiro-Montijo (PT) (33) Centro Hospitalar de São João, Porto (PT)
(15) Hospital Nossa Senhora do Rosário, C.H. Barreiro-Montijo (PT) (34) Hospital de Cascais (PT)
(16) Hospital Beatriz Ângelo (PT) ospital de Santa Maria
(35) H
Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, EPE (PT)
(17) Centro Hospitalar Universitário Santiago de Compostela (ES)
(36) Hospital do Espírito Santo de Évora (PT)
(18) Hospital de Santo António dos Capuchos
Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central (PT) (37) H
ospital de Santa Maria
Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, EPE (PT)
(19) Hospital de Egas Moniz, Centro Hospitalar Lisboa Ocidental (PT)
(20) Hospital Universitario Clínico San Carlos. Madrid (ES)
BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................................................................63
Camada córnea
1.1. Estrutura geral da pele
Camada lúcida
Epiderme
Camada granulosa
Epitélio plano multiestratificado e avascular que recebe nu-
trientes e oxigénio por difusão a partir da epiderme.
Células de Langerhans
Células
São células dendríticas móveis do sistema fagocitário mono-
• Fibroblastos.
nuclear (sistema reticuloendotelial). Distribuem-se entre os
queratinócitos (camada espinhosa). Contêm os grânulos intra- • Histiócitos.
citoplasmáticos de Birbeck que se observam ao microscópio • Mastócitos.
eletrónico. Reconhecem, processam e apresentam antigénios
aos linfócitos CD4+. São S-100 positivos.
Rede vascular
Células de Merkel • Hemática.
Encontram-se na camada basal. São células de origem neu- Plexo superficial ou subpapilar, plexo profundo ou dermo-hi-
roectodérmica. Não se conhece a sua função, mas são im- podérmico e glomo (shunts arteriovenosos em zonas distais)
portantes em relação ao tumor de Merkel, caracterizado pela • Linfática.
11
12
• Tumor.
Neoformação não inflamatória que tende a crescer e a per-
sistir indefinidamente como resultado de um mecanismo de
proliferação celular. Pode ser maligna ou benigna.
• Tubérculo.
Neoformação inflamatória >1 cm, que evolui deixando cica-
triz. É um elemento específico de muitas infeções crónicas
(por exemplo, tuberculose).
• Goma.
Nódulo que se liquefaz na porção central, podendo ulcerar e
eleminar material necrótico.
Secundárias
Figura 3. Púrpura palpável: vasculite. Representam a evolução de uma lesão primária ou são a
consequência da ação de um agente externo.
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Outras lesões
1.4. Exame físico
• Poiquilodermia.
Lesão que combina atrofia, esclerose, discromias e telangiec- • Sinal de Darier.
tasias.
A fricção da lesão provoca prurido, eritema e edema. Este
• Intertrigo. sinal é patognomónico de mastocitose.
Distribuição das lesões pelas grandes pregas, independente- • Pseudo-Darier.
mente da etiologia (ineciosa, psoríase inversa, eczema...).
A fricção da lesão provoca a ereção do pelo que a cobre.
Aparece no hamartoma do músculo liso.
1.3. Lesões elementares microscópicas
• Sinal de Nikolsky.
Epidérmicas A fricção da pele provoca descamação das camadas epidér-
micas. É positivo no pênfigo, na necrólise epidérmica tóxica e
• Hiperplasia. na síndrome da pele escaldada estafilocócia.
Aumento total da espessura da epiderme, ao contrário da • Fenómeno de Koebner.
atrofia que indica a sua diminuição global.
Aparecimento das lesões cutâneas típicas da doença no local
• Hiperqueratose. de trauma, ocorrido cerca de 15 dias antes. É positivo nas
Aumento da camada córnea. Pode ser ortoqueratótica (de aparên- doenças eritemato-descamativas (psoríase, líquen plano, pi-
cia normal) ou paraqueratótica (persistem núcleos e organelos). tiríase rubra pilar), nas infeções (verrugas planas, molusco
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• Fenómeno da patergia.
SUPERFÍCIES FLEXORAS
SUPERFÍCIES EXTENSORAS Aparecimento de uma pústula nas 24 horas após a injeção
E/OU PREGAS
intra-epidérmica de soro fisiológico, no ponto da própria in-
Psoríase vulgar Psoríase inversa jeção. O fenómeno da patergia é positivo no pioderma gan-
Pitiríase rubra pilar Intertrico por cândida grenoso, na síndrome de Behçet e na síndrome de Sweet.
Dermatite herpetiforme Eczema disidrótico
Xantomas Sarna
Eritema elevatum diutinum Tinea cruris 1.5. Terapêutica tópica
Dermatite atópica infantil
Hiperqueratose epidermolítica Os veículos usados em terapêutica dermatológica classificam-se
em 3 tipos principais: líquidos, gorduras e pós.
Tabela 1. Local das lesões em dermatologia. A combinação destes veículos origina as principais formas
farmacêuticas tópicas mais frequentemente utilizadas.
Pós
contagioso), na doença de Darier, na síndrome de Sweet, no
líquen escleroatrófico, no vitiligo e nos xenomas (também nos
xantomas planos, ligados a estados de hiperlipidemia). Pastas Suspensões
• Curetagem metódica de Brocq.
Aparece na psoríase caso se elimine uma escama com uma
cureta. O atrito da lesão produs: 1º - sinal de vela (escama); Emulsões
Gorduras (Cremes/Pomadas Líquidos
2º, membrana de Duncan-Buckley (lâmina folha fina) e 3º,
sinal de Auspitz (psioserase) (hemorragia puntiforme).
Figura 5. Terapêutica tópica dermatológica.
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Porfírias
Grupo de doenças hereditárias ou adquiridas provocadas por Ácido δ-aminolevulínico
defeitos da via metabólica do grupo heme da hemoglobina.
Podem existir manifestações cutâneas e/ou manifestações
extracutâneas.
ALA desidratase
( Porfíria por
défice de ALA
sintase )
Porfobilinogénio
Manifestações cutâneas
As porfirinas são metabolitos intermédios da via metabóli-
Porfobilinogénio desaminase
( Porfíria aguda
intermitente )
ca do grupo heme que possuem propriedades fototóxicas.
Quando se acumulam, causam fotossensibilidade e lesões Hidroximetilbilano
Porfíria
( )
cutâneas. O termo “porfíria bolhosa” utiliza-se para todas as eritropoiética
Uroporfirinogénio III sintase congénita ou
porfírias cutâneas, com exceção da protoporfíria eritropoiética
Doença de
(erythropoietic protoporphyria, EPP), que se manifestam com Günther
fragilidade e bolhas nas zonas fotoexpostas. Ao contrário das Uroporfirinogénio III Uroporfirinogénio I
outras porfírias cutâneas, a EPP apresenta uma evolução com
dor imediatamente após a exposição solar. Normalmente, o
único sinal físico que aparece é o edema e pode ser ligeiro. A
presença de eritema é menos frequente.
Uroporfinogénio descarboxilase
( ou porfíria
hepatoeritro
poiética )
Coproporfirinogénio III Coproporfirinogénio I
Manifestações extracutâneas
Crise aguda de porfíria: a porfíria aguda intermitente (acute
Coproporfirinogénio oxidase
(Coproporfíria
hereditária )
intermittent porphyria, AIP) é um exemplo típico. Também a Protoporfirinogénio IX
( )
porfíria por défice de ALA desidratase, extremamente rara,
pode apresentar esta manifestação clínica. Os fatores desenca- Porfíria
Protoporfirinogénio oxidase variegata
deantes mais frequentes são os medicamentos (por exemplo,
as benzodiazepinas, o aumento da síntese de ALA sintetase) e a
menstruação. Outros fatores desencadeantes possíveis, menos Protoporfirina IX
frequentes, são o jejum, o stress, o álcool, os canabinóides, as
infeções e a intoxicação pelo chumbo (porfíria por chumbo).
Manifesta-se com dor abdominal, obstipação, alterações neu-
Fe2+ Ferroquelatase
( Protoporfíria
eritropoiética )
rológicas (neuropatia periférica sobretudo motora) e alterações
psiquiátricas com quadros psicóticos. Hemo
Lembre-se...
Porfíria com manifestações cutâneas e crises porfirínicas, presumir
porfíria variegata ou coproporfíria hereditária.
Figura 2. Porfíria cutânea tardia.
16
PORFÓRIA ERTITROPOIÉTICA
PORFÍRIA CUTÂNEA TARDIA PROTOPORFÍRIA
CONGÉNITA OU DOENÇA DE
(A MAIS FREQUENTE) ERITROPOIÉTICA
GÜNTHER
Hereditária (20%): AD
Adquirida (80%): alcoolismo,
ETIOLOGIA VHB, VHC, hemocromatose, etc. AR hereditárias AD
↓ ↓
Meia-idade Infância
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• Dermopatia diabética.
• Eritema erisepelóide.
• Contratura de Dupuytren.
• Neuropatia periférica.
18
Xantomas eruptivos
Pápulas com 0,5 cm de diâmetro nos glúteos e cotovelos com
halo eritematoso. Na sequência de hiperquilomicronemia,
hipertrigliceridemia primária ou derivado de diabetes mellitus.
Xantoma plano
Mácula amarelada, localizada em:
• Região palmar.
Xantoma estriado palmar, associado à disbetalipoproteine-
mia familiar de tipo III.
• Pálpebras.
Figura 5. Necrobiose lipóidica.
Xantelasma, é o tipo de xantoma mais frequente e associa-
se a alterações do metabolismo lipídico, em 50% dos casos.
Xantoma tuberoso
Nódulos amarelados nos cotovelos e joelhos que não são
específicos de uma dislipoproteinemia específica.
Xantoma do tendão
Nódulos duros com pele sobrejacente saudável, localizados
no tendão de Aquiles e no tendão rotuleano. Deslocam-se
facilmente. Associados à hipercolesterolemia tipo IIa.
Podem surgir nos diabéticos com hiperlipidemia. Quando a Sinal de Cullen (hematoma periumbilical) e sinal de Gray-
diabetes está controlada, as lesões desaparecem lentamente. Turner (equimose nos flancos).
Está descrita no parágrafo relativo às doenças paraneoplásicas. Nódulos ou placas eritematosos, profundos, podendo ter ou
não ulceração.
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• Icterícia.
• Prurido.
• ”Cloasma hepaticum”.
Consiste na hiperpigmentação das zonas fotoexpostas. A
causa mais frequente é o uso de contracetivos, mas também
ocorre em mulheres grávidas, dado o importante papel dos
estrogénios.
• “Aranhas” vasculares na face e no tronco.
• Eritema palmar.
• Circulação colateral abdominal.
• Porfíria cutânea tardia.
Figura 8. Pioderma gangrenoso. • Líquen plano, que aparece em combinação com cirrose biliar
primária e VHC.
Hemorragia intestinal
Poliposes intestinais
(Estuda-se no Aparelho Digestivo e Cirurgia Geral) Figura 9. Doença de Rendu-Osler-Weber.
20
Doenças cutâneas associadas a patologia renal (Adreno Corticotropic Hormon, ACTH), no cancro do pul-
mão de pequenas células, neoplasia do pâncreas, neoplsia da
tiróide e neuroblastmoas. Os doentes apresentam hiperpig-
• Prurido generalizado. mentação das gengivas e região palmar.
• Equimoses e petéquias.
• Síndrome carcinoide.
• Pigmentação amarelada.
• Dermatoses perfurantes. (Estuda-se em Endocrinologia)
• Geada urémica. • Melanose acinzentada dérmica com melanúria.
• Dermatoses bolhosas por medicamentos fotossensibilizantes. Metástase de melanoma.
• Pseudoporfíria. • Síndrome de Raynaud.
Apresentam as lesões típicas da porfíria nas mãos, devido a
fragilidade cutânea, com doeseamento de porfirinas normal. Aparece frequentemente na presença de hiperviscosidade
O tratamento consiste em flebotomias. sanguínea; por exemplo, no mieloma múltiplo. Contudo, nem
sempre se trata de uma manifestação paraneoplásica, pode
• Unhas meio brancas meio rosa. ser idiopática ou fazer parte da esclerodermia sistémica ou da
As unhas apresentam uma banda proximal branca e uma rosa síndrome CREST.
distal. Aparecem num terço dos doentes com urémia.
• Hirsutismo e virilização.
• Calcifilaxia.
Desenvolvimento de úlceras necróticas de forma aguda nas Em alguns tumores do ovário, das glândulas suparrenais e do
extremidades inferiores na insuficiência renal crónica. É pro- pulmão.
vocada pela calcificação dos vasos de pequeno e médio cali- • Eritema necrolítico migratório.
bre. Aparece também em doentes com diabetes avançada e
no hiperparatiroidismo. O tratamento consiste no desbrida- No glucagonoma. Lesões eritematosas com bordos circulares
mento das úlceras, sendo, por vezes, necessário paratiroidec- localizadas em zonas periorificiais e no abdómen. Apresen-
tomia e corticoterapia oral. tam também perda de peso, “glossite e estomatite”, em as-
sociação com hiperglicémia.
Sarcoidose
Alterações cutâneas frequentemente associadas a
neoplasias
Manifestações não específicas
• Acantose nigricans maligna.
• Eritema nodoso, o mais frequente.
Pele castanha aveludada nas axilas e região posterior do pes-
Manifestações específicas coço. Dois fatores tornam possível distinguir entre a forma
benigna e a maligna: o envolvimento da membrana mucosa e
• Infiltração de cicatrizes. a queratodermia palmoplantar são indícios de malignidade. É
É uma manifestação muito típica. Num doente com lesões típica do adenocarcinoma gástrico. As formas benignas são a
em cicatrizes pregressas deve ser equacionada a presença de hereditária e a pseudoacantose (doentes com resistência à insu-
sarcoidose. lina) em obesos, diabéticos, acromegalia, síndrome de Cushing,
• Lúpus pérnio. síndrome do ovário poliquístico e doentes tratados com ácido
nicotínico ou estrogénios.
É a manifestação mais característica; trata-se de uma placa
dura violácea crónica no nariz. Aparece com maior frequên- • Acroqueratose paraneoplásica de Bazex.
cia em mulheres com sarcoidose persistente e envolvimento
Nos carcinomas pavimentocelulares do trato. Caracteriza-
pulmonar, uveíte crónica e lesões ósseas.
se pelo aparecimento de placas eritematosas com escamas
• Pápulas e placas detetadas na face e no tronco, de cor ama- muito aderentes nas polpas dos dedos, nariz e orelhas.
relada, semelhante a “geléia de maçã” à vitropressão.
21
Acrodermatite enteropática
Pelagra
Figura 11. Queratose seborreica (imagem macroscópica). (Estuda-se em Neurologia e Neurocirurgia)
22
Lembre-se...
• Lúpus cutâneo subagudo: lesões em áreas fotoexpostas
(ombros, braços e região escapular), eritemato-edematosas com
bordo sobrelevado e regressão central em mulheres jovens.
• Lúpus crónico discoide: lesões em áreas fotoexpostas (afeta
principalmente a face) eritemato-descamativas com centro atrófi-
co cicatricial. É causa de alopecia cicatricial.
• Tratamento do lúpus cutâneo: proteção solar, corticóides tópi-
cos e sistémicos, antimaláricos (hidroxicloroquina), retinoides,
imunossupressores, talidomida e terapêutica biológica.
23
3.1. Psoríase
Epidemiologia
Etiopatogenia
Fatores desencadeantes
• Infeções
Faringoamigdalite estreptocócica (psoríase gutata).
• Traumas.
Fenómeno de Koebner.
• Medicamentos.
Sais de lítio, propanolol, antimaláricos, interrupção de trata-
mento crónico com corticóides potentes sistémicos ou tópicos Figura 2. Psoríase gutata.
sobre grandes extensões, AINE.
• Clima. Psoríase gutata
Frio, alterações sazonais. São benéficos a humidade, o calor Forma inicial em 30% dos casos de psoríase com manifestação
e o sol. súbita. Tem um prognóstico favorável. Mais frequente em
• Psicológicos. crianças e adultos jovens, por vezes precedida por amigdalite
O stress é o fator que mais frequentemente desencadeia epi- estreptocócica.
sódios de psoríase.
• Obesidade Psoríase pustulosa
Aumenta o risco de psoríase grave.
• Tabagismo. • Generalizada.
Associado a manifestação precoce e maior risco de psoríase Os fatores desencadeantes são, irritantes tópicos, gravidez,
grave. salicilatos, fenilbutazona, iodo, lítio e resistência aos corticos-
teroides. Existem várias formas clínicas:
Sinais clínicos
Formas típicas
Psoríase vulgar ou em placas
A mais frequente, caracterizada por manchas e placas eritemo-
escamosas nos locais típicos. Figura 3. Psoríase pustulosa localizada: pustulose palmar.
24
(Ver figura 5)
Artrite psoriática
(Estuda-se em Reumatologia)
Histologia
Psoríase inversa
Placas eritematosas bem delimitadas, geralmente sem a com- Epiderme
ponente descamativa. Localiza-se a nível das dobras e deve ser A hiperqueratose paraqueratótica é característica, acompanha-
diagnosticada por desvio com intertrigem de etiologia micótica. da por acantose e redução ou ausência da camada granulosa.
Existe alongamento das cristas interpapilares e diminuição da
Psoríase ungueal epiderme a nível sobrepapilar. Existem acumulações focais
de neutrófilos: na camada espinhosa (pústula espongiforme
• Corrosão alveolar (pitting).
de Kogoj) e na camada córnea (microabcessos de Munro).
A unha tem a aparência de latão martelado que faz lembrar
os dedais de alfaiate. Trata-se do envolvimento ungueal mais
frequente mas não patognomónico. Derme
• Descoloração em mancha de óleo, também chamada de Proliferação e tortuosidade dos vasos papilares com um infiltra-
mancha salmão. do misto perivascular predominantemente linfocitário.
Unha de cor amarela.
Tratamento
25
• PASI >10 (Psoriasis Area and Severity Index [índice de gravi- • Agravamento rápido.
dade e extensão da psoríase]). O índice de PASI é dado por • Localização em locais específicos, o que determinem um im-
um cálculo que conta com a percentagem de superfície cor- portante impacto na qualidade de vida e na funcionalidade
poral envolvida, eritema, descamação e infiltração das lesões. do indivíduo afetado (face, área genital, área palmoplantar).
• Impacto da patologia na qualidade de vida do doente, que • Psoríase pustulosa extensa.
tem em conta a carga psicológica do indivíduo afetado (Der-
• Eritrodermia.
matology Life Quality Index [DLQI] >10).
• Artrite psoriática.
• Não controlável com tratamento tópico.
INDICAÇÕES E
MEDICAMENTO MECANISMO DE AÇÃO EFEITOS SECUNDÁRIOS / CI
PSORÍASE LIGEIRA:
BSA, PASI, DLQI >10 Corticóides + vitamina D: A combinação é mais eficaz e tem ação mais rápida
TRATAMENTO TÓPICO calcipotriol + betametasona em comparação com a monoterapia.
• Carcinogénese cutânea
Induzem imunossupressão (UVB < PUVA)
Fototerapia: UVB, PUVA
a nível cutâneo • Dermatoses fotossensíveis (LE)
(psoraleno + UVA)
• PUVA: hepatopatias (psoraleno),
catarata, gravidez e crianças
• Xerose mucocutânea
• Hepatotoxicidade
• Alteração do perfil metabólico
Retinoides: ação antiproliferativa (colesterol e TG)
Retinoides sistémicos: e promoção da diferenciação • Teratogenicidade (até 2 anos
acitretina queratinocítica após o fim do tratamento) → con-
traindicado em mulheres grávidas
• Calcificações tendinosas e
PSORÍASE ligamentosas → contraindica-
MODERADA A GRAVE: dos em crianças
BSA, PASI, DLQI >10
TRATAMENTO • Imunodepressão
Análogo do ácido fólico, inibidor competitivo
SISTÉMICO • Hepatotoxicidade
da enzima diidrofolato redutase que deter-
• Teratogenicidade (seja homens
mina a inibição da síntese de timidilato e
ou mulheres)
Metotrexato purinas → redução de síntese de RNA e DNA
• Fibrose pulmonar
por parte dos queratinócitos e das células T
• Supressão medular
ativadas, com efeito final antiproliferatvo e
• Redução da função renal
imunomodulador.
• Nefrotoxicidade
• Hipertensão arterial
• Imunossupressão
Ciclosporina A • Sem teratogenicidade
• Hipertricose
• Hiperplasia gengival
• Maior risco de CEC
BSA = Body Surface Area [percentagem da superfície corporal afetada]. PASI = Psoriasis Area and Severity Index [índice de gravidade e extensão da psoríase]. DLQI =
Dermatology Life Quality Index [índice dermatológico da qualidade de vida].
Tabela 1. Tratamento da psoríase.
26
Infliximab Comuns:
• Ac monoclonal quimérico • Reações locais
• Intravenoso • Infeções fúngicas e bacterianas (especial-
mente das respiratórias superiores)
Adalimumab • Agravamento ICC
• Ac monoclonal humano • Doenças desmielinizantes
• Subcutâneo Anti-TNF
Etanercept Infliximab:
• Proteína de fusão humana entre • Reações à infusão
o recetor TNF II e a região Fc do • Alteração do perfil hepático
IgG1 • Formação ANA
• Subcutâneo • Cefaleia, astenia, etc.
• Reações locais
Ustekinumab • Infeções (especialmente das respirató-
• Ac monoclonal humano Anti IL-12 e IL-23 rias superiores)
• Subcutâneo • Cefaleia, astenia, etc.
• Infeções fúngicas
Lembre-se...
Os retinóides "que começam por vogal dão-se à boca". Quer di-
zer, a acitretina, o etretinato e a isotretinoína administram-se por
via oral, ao passo que o tazaroteno e a tretinoína são aplicados
por via tópica. Embora também exista a isotretinoína,
utiliza-se sobretudo a via oral.
27
Lembre-se...
A pitiríase rósea de Gibert é a única dermatose eritemato-
descamativa aguda, com medalhão heráldico e resolução
espontânea em cerca de 1 mês.
Epidemiologia
28
HSV-7
Sinais clínicos
O HSV-7 foi recentemente identificado como possível agente
patogénico desta doença.
Manifesta-se pelo aparecimento de placas eritemato-desca-
mativas, semelhantes às lesões de psoríase, com as seguintes
Sinais clínicos características distintivas:
Clínico. Tratamento
29
Conceito
M/O M/E
Desmosoma. Desmogleina Pênfigo Vulgar, P. foliáceo, P. endémico
Célula Basal
Junção
Dermoepidérmi-
ca (JDE)
Placa hemidesmossomal Penfigoide Bolhoso, HG, IgA lineares
Figura 2. Esquema da junção dermo-epidérmica e a sua relação com as dermatoses bolhosas adquiridas.
30
4.2. Doenças bolhosas adquiridas (imunológicas) Sennear-Usher e o fogo salvagem endémico no Brasil (ver a
tabela 1 na próxima página).
Pênfigo • Iatrogénico.
• Paraneoplásico: nesta variante o envolvimento mucoso é par-
Perda de coesão entre os queratinócitos após lesão imunome- ticularmente acentuado.
diada das junções intercelulares (desmossomas) determinada
• Pênfigo com IgA.
por autoanticorpos IgG circulantes contra a desmogleína 1 e 3.
A lesão elementar é uma bolha flácida, não inflamada, que surge Diagnóstico
na pele saudável. As bolhas rebentam facilmente, portanto, no
exame objetivo, observam-se, frequentemente, frequentemente, Exame histológico + IFD (ver a tabela 1 na próxima página)
erosões. As áreas mais afetadas são o tronco e membros. Afeta e dosagem dos anticorpos circulantes anti-desmogleína 1 e 3
frequentemente as mucosas (sobretudo oral). Idade média de por ELISA. Os níveis de autoanticorpos anti-desmogleína 1 e 3
manifestação: 60 anos, mas pode ocorrer em todas as idades. correlacionam-se com a atividade e gravidade da doença.
Tratamento
Histologia
Coritcoides e imunossupressores sistémicos.
Acantólise na camada malpighiana (espinhosa) com bolha
intra-epidérmica.
Penfigoide bolhoso
Variantes clínicas
Autoanticorpos IgG circulantes contra os hemidesmossomas
• Pênfigo vegetante: áreas intertriginosas, bolhas flácidas e (anti-BP 180 e anti-BP 230), portanto, ao nível da junção
erosões sobre as quais se desenvolvem lesões de aspeto ve- dermo-epidérmica. O resultado são bolhas subepidérmicas
rrucoso. com teto esticado e conteúdo transparente ou hemorrágico.
Lesões fortemente pruriginosas. Idade média de manifes-
• Pênfigo foliáceo: bolhas flácidas em áreas seborreicas.
tação: 70-80 anos.
Raro envolvimento das mucosas. Alguns autores conside-
ram variantes deste subtipo: o pênfigo eritematoso ou de
Figura 4. Pênfigo vulgar. Figura 5. Penfigoide bolhoso com bolhas tensas com conteúdo límpido na peleç
31
32
Brunsting-Perry:
lesões localizadas no
VARIANTES couro cabeludo e face
CLÍNICAS que deixam cicatrizes
Podem causar
alopécia permanente
• Intolerância ao glúten • Associação com
(manifestação clínica in- doença inflamatória
NOTA: testinal da doença celíaca)
a erupção cutânea mais intestinal, amiloidose,
em 30% dos doentes que
frequente na gravidez é apresentam evolução com linfoma, mieloma
ETIOLOGIA ? ? denominada de "pápu- DE • Pode ser induzido por
las e placas de urticari- • Biópsia intestinal medicamentos
positiva para doença ce-
formes da gravidez", a líaca em 90% dos doentes
imunidade é negativa • HLA B8 e DR3 positivo em
80%
Idêntico ao penfigoide,
IgG e/o C3 linear C3 na lâmina lúcida, IgA granular e C3 nas IgG linear com/sem C3
IFD na membrana basal
mas muitas vezes nega-
IgG papilas dérmicas na membrana basal
tivo
• Não foram detetados
anticorpos contra a
membrana basal circu-
lante, não se Anticorpos contra o
IgG no hemidesmos- Fator HG + IgG
conhece o antigénio, colagénio VII das
soma IgG na lâmina lúcida, antimembrana basal.
IFI mas encontram-se na fibrilas de ancoragem
-Positivo em 75% dos Nem sempre positiva Antigénio parte superior da derme da membrana basal, na
doentes no hemidesmossoma (papilas)
lâmina densa (50%)
• Anticorpos anti-gliadina,
anti-endomísio e
anti-reticulina positivos
Corticóides • Dapsona
Corticóides Corticóides
Corticóides tópicos/sistémicos • Dieta isenta de glúten,
tópicos/sistémicos sistémicos
TRATAMENTO tópicos/sistémicos Anti-histamínicos sistémicos trata o quadro cutâneo
Imunossupressores Sulfonas
Imunossupressores Autolimitado e intestinal, permite a
Cirurgia Imunossupressores
Regressão após o parto redução da dapsona
• 5% dos recém-nascidos
com lesões
PROGNÓSTICO Autolimitado Cegueira Bom Bom
• Novos episódios em
gestações subsequentes
33
Diagnóstico
Exame histológico + IFD + dosagem dos anticorpos ligados à
doença celíaca.
• Os anticorpos antiendomísio.
São da classe IgA. Estão relacionados com a exposição ao
glúten. São marcadores da alteração intestinal na doença
celíaca e na dermatite herpetiforme. A quantidade de anti-
corpos é proporcional à resposta à dieta isenta de glúten.
Aparecem em 75% dos casos, atingindo os 100%, em ambas
as doenças, se o envolvimento foi intenso.
• Anticorpos antireticulina.
Aparecem em 20-40% dos casos. São da classe IgM. O seu sig-
nificado é desconhecido. Não são responsáveis pela lesão cutâ-
nea. Estão relacionados com a intensidade da doença celíaca.
Figura 6. Dermatite herpetiforme.
Anatomia patológica
Diagnóstico
• M/O.
Exame histológico + IFD. A dosagem sérica dos anticorpos é Bolha subepidérmica.
útil tanto para o diagnóstico como para o seguimento (o título
• IFD.
por ELISA dos anti-BP180 correlaciona-se com a gravidade da
doença). Depósito linear de IgA na zona da membrana basal.
• IFI.
Anticorpos anti-membrana basal IgA (80% em crianças, 30%
Tratamento
em adultos).
Corticoides e imunossupressores sistémicos
Tratamento
Sulfonas e/ou prednisona.
Dermatite herpetiforme (DH) de Duhring-Brocq
Histologia
Bolha subepidérmica, com presença de neutrófilos. IFD: de-
posição de IgA com distribuição granular ao nível das papilas
dérmicas. Figura 7. Herpes gestacional.
34
35
É a forma de paniculite mais frequente. Trata-se de uma Associado à tuberculose, mas o bacilo da TB não se reproduz nas
paniculite septal sem vasculite. lesões, mesmo se o Mantoux for positivo. É mediado por imu-
nocomplexos. Trata-se de uma paniculite lobular com vasculite.
Etiologia
Sinais clínicos
• Idiopático.
São características as lesões na face posterior das pernas,
É o mais frequente. bem como a ulceração e as cicatrizes das lesões. É típico em
mulheres com idades compreendidas entre os 30 e 50 anos.
• Agentes microbianos.
Infeções por estreptococos β-hemolítico das vias respiratórias
superiores, infeção primária por tuberculose (sobretudo em ERITEMA NODOSO VASCULITE NODULAR
crianças).
-Anterior -Posterior
• Doenças sistémicas. -Agudo -Crónica
Sarcoidose (síndrome de Löfgren = eritema nodoso, febre -Mulher com menos de 30 anos -Mulher entre 30-50 anos
e adenopatias hilares), doença inflamatória intestinal (DII), -Sem cicatriz -Cicatriz
Behçet. -Septal sem vasculite -Lobular com vasculite
-Não ulcera -Pode ulcerar
• Medicamentos. -Idiopático; infeção -Idiopática
Contracetivos. estreptocócica
Tratamento
5.3. Necrose gorda pancreática
Repouso, AINE.
Associada à pancreatite ou tumor do pâncreas.
O seu dado mais característico é o aumento da lipase.
Histologia: necrose gorda extensa e células-fantasma.
Lembre-se...
A paniculite histiocitária citofágica é uma paniculite lobular sem
vasculite que apresenta uma histologia característica:
células “em saco de feijão”
Figura 1. Eritema nodoso.
36
Sinais clínicos
COM VASCULITE SEM VASCULITE
Surgimento de nódulos subcutâneos de cor vermelho vivo que
SEPTAL seguem o trajeto das artérias afetadas. São principalmente
(AFETA SEPTOS PAN (Poliarterite nodosa) EN (Eritema nodoso) afetados os membros inferiores. Quando estes nódulos desa-
DO TECIDO Tromboflebite migratória Necrobiose lipoidica parecem, permanecem as úlceras.
CELULAR Esclerodermia aguda Esclerodermia crónica
SUBCUTÂNEO) Aparece também livedo reticular (o livedo reticular de explosão
estrelar é patognomónico).
LOBULAR
(AFETA
LÓBULOS Eritema induratum
O resto
DO TECIDO de Bazin
CELULAR
SUBCUTÂNEO)
37
Dermatófitos
38
PLACAS
Tinea capitis LÂMPADA Sistémico
TINHA DOS ESPOROS ALOPÉCICAS
ANEXOS PARASITAS CABELO DE WOOD
QUEBRADIÇO
b1 MICRO- Pequenas
Grande, única Positiva
ESPORÍDICA Ectotrix
b2 Grandes Pequenas,
Negativa
TRICOFÍTICA Endotrix múltiplas
Tabela 1. Tinhas.
Sinais clínicos
Aparecem máculas de cor variável (acastanhadas, rosadas,
hipocrómicas) no tronco que dão origem a escamas finas
sensíveis à fricção, o chamado sinal de unhada. Recidiva com
frequência. As pregas são poupadas.
Diagnóstico
• Fluorescência LW positiva.
• Exame direto com KOH, mostra a aparência característica se-
melhante a esparguete e almôndegas.
Tratamento
Antifúngicos tópicos ou sulfato de selénio.
Nos doentes imunocomprometidos, é necessário o tratamento Figura 2. Imagem de "esparguete e almôndegas" da pitiríase versicolor.
oral devido ao risco de septicemia.
Formas clínicas
39
Tratamento
Sinais clínicos
As lesões de ambas as formas são crostas(crostas melicéricas)
que se localizam ao redor dos orifícios naturais da face. Não
existe uma sintomatologia sistémica. Nos humanos, a reserva
Figura 4. Intertrigo por Cândida. do estafilococus é o nariz.
40
Lembre-se...
O estafilococo aureus e o estreptococo do grupo A produzem
toxinas capazes de atuarem contra a desmogleína que liga os que-
ratinócitos na camada granulosa. Estas toxinas estão envolvidas
no desenvolvimento de diversos quadros cutâneos (síndrome por
choque tóxico, escarlatina e SSSS).
CELULITE ERISIPELA Síndrome por choque tóxico (toxic shock syndrome, TSS)
AGENTE Estreptococo grupo A Estreptococo grupo A É provocada pela toxina TSST-I ou pela toxina exotoxina C
produzida por S. aureus. Também este quadro pode ser causa-
TECIDO Tecido celular
Derme do, em casos excecionais, pelo estreptococo do grupo A. Está
ENVOLVIDO subcutâneo
associada ao uso de tampões e à menstruação.
Placa eritematosa dolorosa nas pernas ou face
SINAIS Febre e leucocitose Sinais clínicos
CLÍNICOS
Indefinidos Bem definidos Início rápido.
41
Cloxacilina i.v.
Foliculite
Pústula centrada por um pêlo (causada por estafilococo).
Antraz ou Favo
Infeções cutâneas por Pseudomonas
Aparece pela coalescência de vários furúnculos. Observa-se
uma placa eritemato-edematosa com diferentes aberturas • Unhas verdes.
que libertam um material purulento. Não deve ser confundido
• Ectima gangrenoso.
com o carbúnculo ou pústula maligna, cujo agente desen-
cadeador é o Bacillus anthracis (transmitido pelo gado, sem Úlcera necrótica em doentes imunocomprometidos.
contágio inter-humano), que apresenta evolução com uma • Foliculite das piscinas.
úlcera necrótica indolor na face ou AASS e que é tratada Pápulas eritematosas e pústulas no tronco típicas das pessoas
com penicilina. que frequentam piscinas, saunas ou banhos turcos, etc.
• Infeção periumbilical no recém-nascido.
Erisipeloide • Celulite após trauma por prego.
Tratamento
Lepra. Doença de Hansen
Penicilina.
(Estuda-se em Doenças Infecciosas e Microbiologia)
Molusco contagioso
42
a área genital e a área genital. Possível contágio direto e o beludo, principalmente nas zonas occipital e temporal, onde
auto-contacto com auto-inoculação. podem identificar-se os parasitas e os seus ovos (lêndeas),
aderentes aos folículos capilares.
6.6. Zoonoses e parasitoses A pediculosis pubis (por Phyrius Pubis) apresenta uma evolução
com máculas azuladas (escuras) na zona genital, pápulas erite-
Sarna matosas no abdómen e coxas e linfadenopatia generalizada.
O diagnóstico da pediculose baseia-se na observação clínica de
grande ampliação.
Produzida pelo ácaro Sarcoptes scabiei. Caracterizada por
prurido generalizado preferencialmente noturno familiar. As O tratamento consiste na utilização de tópicos à base de
lesões localizam-se principalmente nas mãos, pés e genitais. O permetrina, devendo-se aplicar novamente 24 horas e uma
couro cabeludo é poupado. A manifestação clínica típica é o semana após a primeira aplicação. Recomenda-se também
túnel, sulco produzido pelo ácaro, dentro do qual se encontra a desinfeção das roupa da cama e das roupa interior e o
o parasita. No VIH e noutros estados de imunocomprometi- tratamento dos eventuais parceiros sexuais.
mento pode surgir a sarna norueguesa, pouco pruriginosa e
muito contagiosa, pelo elevado número de parasitas cutâneos.
O diagnóstico é feito pela procura do ácaro. A sarna é tratada 6.7. Doenças sexualmente transmissíveis
com permetrina a 5% em creme ou com lindano tópico a 1%
(este último não deve ser usado em mulheres grávidas nem em (Estuda-se em Doenças Infecciosas e Microbiologia)
recém-nascidos). Na sarna norueguesa utiliza-se a ivermectina
oral.
Pediculose
Capítulo 7
Manifestações cutâneas da SIDA
43
Queratose seborreica
Leucoplasia oral
Queratoacantoma
44
• Síndrome de Gorlin
• Tumor fibroepitelial premaligno de Pinkus
45
A ssimetria
Assimétrico
B ordo
Bordo irregular
8.4. Melanoma C or
Cor não-homogénea
O melanoma é o mais temido dos tumores cutâneos pela
sua agressividade. Trata-se de um tumor maligno que tem
D
origem nos melanócitos, sobretudo os localizados na pele. As
principais características deste tumor são a elevada capacidade diâmetro
de metastatização e a falta de reação aos tratamentos onco-
lógicos quando está disseminado. Não obstante, se removido Superior a 6 mm
precocemente, a sobrevida é muito alta.
O melanoma é ligeiramente mais comum em mulheres,
E
com exceção do melanoma nodular, que é mais comum em
homens. O prognóstico é mais grave nos homens. volução
A seguir, são enumerados fatores de risco para o desenvolvi-
mento do melanoma: Evolução
• Radiação ultravioleta.
• Fototipo I e II. Figura 8. Características clínicas ABCDE do melanoma.
46
Trata-se do tumor maligno mais frequente Mais frequente nas zonas mais expostas ao sol:
LOCAL Face, o mais frequente face, mãos, lábio inferior, pavilhão auricular
Na pele saudável Na pele com queratose actínica
SINAIS Pápula friável ou úlcera com serocrosta superficial
Placa ou nódulo perolado e telangiectasias na superfície
CLÍNICOS que sangra episodicamente
• Superficial, Mais frequente no tronco. Pápula ou placa pouco • Carcinoma epidermoide in situ: as células NÃO invadem a derme
elevada. • Doença de Bowen: envolvimento da pele e membranas mu-
VARIANTES • Ulcus rodens. Muito destrutivo, cresce em profundidade cosas
CLÍNICAS • Ulcus perforans. Casos avançados de ulcus rodens • Eritroplasia de Queyrat: envolvimento da membrana mucosa do
• Esclerodermiforme. Resposta inadequada à radioterapia. pénis
Cirurgia eletiva
Nas pálpebras e face afetadas por recidiva → Cirurgia de Mohs Cirurgia eletiva
Vismodegib (inibidor da via de transdução do sinal de Nas pálpebras e face afetadas por recidiva → Cirurgia de Mohs
TRATAMENTO Hedgehog): indicado nos casos localmente avançados, não can- Nos lábios de doentes idosos → Radioterapia
didatos a cirurgia ou com metástases
A epiluminescência, ou dermatoscopia, é um exame diagnóstico Por vezes, um melanoma pode ser amelanótico, o que pode
não invasivo que permite a observação de estruturas morfoló- dificultar e atrasar o diagnóstico e, por conseguinte, piorar
gicas localizadas na epiderme, na junção dermo-epidérmica e o prognóstico. O melanoma desmoplásico é uma variante
na derme superficial. Utiliza-se na avaliação clínica das lesões histopatológica rara (<5%) caracterizada por melanócitos de
pigmentadas, em particular as lesões melanocíticas, e permite a aspeto fusiforme dispersos numa densa matriz de colagénio.
diferenciação do melanoma, mesmo nas fases iniciais, das lesões Na classificação de Breslow, as formas “desmoplásticas puras”
benignas. A presença do retículo pigmentado é característica têm um prognóstico melhor do que as outras variantes de
das lesões melanocíticas. O retículo pigmentado atípico, pontos/ melanoma. Infelizmente, muitas vezes o diagnóstico é estabe-
glóbulos/manchas irregulares, projeções radiais, pseudópodes, lecido quando o Breslow já está elevado.
véu azul-esbranquiçado, estruturas de regressão e vascularização O melanoma pode metastatizar por via linfática ou hemática. A
irregular são critérios dermatoscópicos associados ao melanoma. disseminação linfática pode produzir satelitose (lesões dérmicas ou
Deve-se suspeitar clinicamente que uma lesão pigmentada subcutâneas ao redor da cicatriz do melanoma primário), lesões
corresponda a um melanoma quando satisfaz os seguintes em trânsito (na direção da drenagem linfática da zona cutânea
critérios: onde o melanoma se encontrava) e adenopatias nos gânglios
regionais. A disseminação hemática, associada ao prognóstico
A: Assimetria.
mais grave, pode produzir metástases não viscerais (cutâneas e
B: Bordos irregulares. subcutâneas em qualquer ponto e ganglionares à distância), bem
C: Várias cores e/ou mudança de cor. como metástases viscerais (estas últimas com pior prognóstico).
D: Diâmetro superior a 0,6 cm. As metástases mais frequentes nos órgãos internos envolvem
pulmões, fígado, cérebro, ossos e aparelho gastrointestinal.
E: Evolução.
Diagnóstico
Formas clínicas
O diagnóstico é confirmado pelo exame histológico. Se
possível, é preferível uma biopsia excisional (excisão do tumor
O melanoma apresenta duas fases de crescimento, uma radial completo). Os três dados histológicos mais relevantes, para
ou horizontal (limitada à epiderme ou focalmente na derme efeitos do prognóstico, são o índice de Breslow, o número
papilar) e uma outra vertical ou profunda, que é a associada à de mitoses/mm2 (que substituiu o nível de Clark como fator
capacidade de produzir metástases. A exceção é o melanoma prognóstico) e a presença de ulceração. Os níveis de Clark
nodular, que cresce verticalmente desde o início. representam, atualmente, um fator prognóstico de menor im-
O melanoma cutâneo primário classifica-se em quatro grupos portância, mesmo que possuam um valor agregado do ponto
histológicos principais (ver a tabela 3 na próxima página). de vista prognóstico, nos melanomas com espessura <1 mm.
47
LENTIGO MELANOMA
MELANOMA MELANOMA
MALIGNO DE CRESCIMENTO
NODULAR ACRAL
MELANOMA SUPERFICIAL
+ frequente nas raças
Prognóstico menos grave + frequente na raça branca Prognóstico mais grave oriental e negra
- frequente na raça branca
Lentigo maligna:
crescimento radial (10 anos) Crescimento radial (4-5 anos)
EVOLUÇÃO Crescimento vertical desde o
↓ ↓
início (sem fase de crescimento
Lentigo maligna melanoma: Crescimento vertical
radial)
crescimento vertical
Tabela 3. Melanomas.
São níveis anatómicos de invasão (fator prognóstico já obso- As principais novidades da última edição dizem respeito ao
leto). aumento da sobrevida dos doentes devido a um melhor
estabelecimento do estadio, graças à difusão da técnica do
1. Tumor in situintraepidérmico. gânglio linfático sentinela. É também eliminado do T1 o
2. Invasão mínima e descontínua da derme papilar. número de mitoses/mm2 e a espessura segundo Breslow deve
3. Invasão contínua da derme papilar sem chegar à reticular. ser arredondada para o décimo de milímetro (0,1 mm) mais
próximo. Também altera o T1 com um T1a com Breslow <0,8
4. Invasão da derme reticular.
mm sem ulceração e um T1b com Breslow <0,8 com ulceração
5. Invasão da hipoderme. ou entre 0,8-1 mm com ou sem ulceração.
Índice de Breslow
Imunoterapia adjuvante com Interferão alfa
Medir o tamanho, em milímetros, do tumor, começando a me- Aumenta o tempo livre de doença, mas não a sobrevida dos
dir a partir da camada granulosa até à última célula tumoral doentes. É um tratamento que pode ser oferecido no estadio II
em profundidade. A sobrevida é inversamente proporcional às ou III com elevado risco de recidiva.
dimensões do tumor. É o índice que melhor corresponde ao
prognóstico do tumor, desde que os vasos linfáticos não sejam
afetados e não existam metástases à distância. Tratamento
O ponto crítico encontra-se entre os níveis II e IV de Clark e
entre 0,75-1 mm e 3-4 mm segundo o índice de Breslow, de Na presença de uma lesão cutânea com suspeita de melanoma,
modo que um nível ≤III ou dimensões inferiores a 0,75-1 mm é realizada uma biopsia excisional que permite o diagnóstico.
têm um prognóstico favorável, ao passo que um nível superior Além disso, o único tratamento curativo do melanoma é a
a III ou dimensões acima de 3-4 mm indicam um prognóstico cirurgia, ampliando a biopsia excisional realizada com mar-
mais grave. gens de segurança (exérese do tecido saudável peritumoral)
proporcionais à espessura do melanoma ou índice de Breslow.
Devido à elevada agressividade do melanoma, recomenda-se a
Estabelecimento do estágio AJCC (American Joint avaliação de metástases ganglionares utilizando a técnica do
Committee on Cancer, 8ª edição 2017) gânglio linfático sentinela nos melanomas com Breslow
>1 mm. Esta técnica também pode ser recomendada com
• Estágio IA (tumor primário “de baixo risco”), <0,8 mm de Breslow >0,75 mm ou <0,75 mm e sinais de regressão
espessura sem ulceração; >75%. Analogamente à neoplasia da de mama, é realizada
uma biopsia excisional do primeiro gânglio linfático, que
• Estágio IB-II (tumor primário “de elevado risco intermédio”), recebe a drenagem da região em que o melanoma está
<0,8 mm de espessura com ulceração; ou 0,8-1 mm com ou localizado, e avalia-se a eventual presença de metástases. Não
sem características adicionais associadas e gânglios linfáticos foi demonstrado que esta técnica melhora o prognóstico, mas
clinicamente/histologicamente não afetados; melhora o estabelecimento do estadio do tumor.
• Estágio III, com gânglios linfáticos sentinela positivo ou gân- No caso em que o gânglio linfático sentinela é positivo ou se
glios linfáticos clinicamente positivos e/ou metástases em existem adenopatias clinicamente palpáveis, realiza-se esvazia-
trânsito ou satélites; mento ganglionar.
48
Melanoma
Melanoma in situ Adenopatias palpáveis? Melanoma < 2mm Melanoma > 2mm
Alargamento Alargamento
Alargamento margens de 1cm margens de 2cm
margens de 5 mm Sim Não
Breslow>0,75mm
ou regressão >75%?
Adenopatias Sim
palpáveis?
Positivo Negativo
O melanoma maligno não é um tumor radiossensível, por temente associados aos inibidores MEK (Trametinib e Cobi-
conseguinte, a radioterapia não faz parte do seu arsenal tera- metinib), com diminuição dos fenómenos de resistência. Esta
pêutico (embora seja utilizada em caso de metástases cerebrais combinação representa atualmente o tratamento de primeira
para melhorar o controlo da doença encefálica). linha em indivíduos com mutação BRAF.
• Anticorpos anti-CTLA-4 (Ipilimumab) e Inibidores do
Tratamento do melanoma localmente avançado ou PD-1 (Nivolumab e Pembrolizumab)
metastático (estágio III inoperável ou estágio IV) Os anticorpos anti-CTLA-4 inibem os mecanismos de imu-
Esta é uma área em contínua evolução, que permitiu, nos notolerância. Os inibidores do PD-1 (Nivolumab e Pembro-
últimos anos, observar vantagens em termos de sobrevida nos lizumab) em monoterapia ou associados aos anticorpos
doentes num estágio avançado. anti-CTLA-4, são utilizados como tratamento de primeira
linha em indivíduos sem mutação BRAF e de segunda linha
em indivíduos com mutação BRAF com melanoma metastá-
Quimioterapia no melanoma tico cirurgicamente irressecável .
Os estágios avançados do melanoma beneficiam com o trata- Nas formas indolentes com baixa carga tumoral, é possível
mento com quimioterapia: utilizar a imunoterapia também na presença da mutação
BRAF.
• Dacarbazina.
• Inibidores da tirosina quinase de C-kit (imatinib, etc.), úteis
No estágio IV (metástase à distância). Permite obter uma per-
em melanomas com mutações deste gene.
centagem de resposta objetiva de 10 a 20% e uma resposta
completa de <5%.
Prognóstico
Dada a escassa eficácia da quimioterapia convencional, atual-
mente prefere-se utilizar novos medicamentos que inibam As metástases cerebrais são a principal causa de morte em
seletivamente moléculas de cuja expressão ou sobre-expressão doentes com melanoma.
depende o crescimento da neoplasia (targeted therapy [terapia
direcionada]) e medicamentos que visam moléculas específicas O local mais frequente das metástases é a pele adjacente ao
que estimulam as células do sistema imunitário na luta contra tumor (satelitose) e aos gânglios linfáticos.
a neoplasia. De todas os medicamentos, os que tornaram O prognóstico é mais grave em caso de (em ordem decrescente
possível obter os melhores resultados são os seguintes. de importância):
• Metástase à distância.
Terapia direcionada • Metástases ganglionares (incluindo as satélites).
• Inibidores de BRAF e inibidores MEK • Índice de Breslow.
Os inibidores de BRAF (Vemurafenib e Dabrafenib) podem ser Nos melanomas cutâneos localizados (sem metástases à dis-
utilizados na presença da mutação V600E do gene BRAF. Útil tantes nem linfáticas: estágio I e II), o fator prognóstico mais
em melanomas portadores desta mutação: O BRAF é o gene importante é o índice de Breslow.
mais frequentemente mutado no melanoma (30-70%) e em
mais de 90% dos casos é a mutação V600E. Estão frequen- • Número de mitoses.
49
Nos melanomas cutâneos localizados <1 mm de Breslow (T1), da junção dermo-epidérmica, para depois ocupar a derme em
o número de mitoses tornou-se o segundo fator prognóstico fases avançadas. Podem até formar ninhos chamados microab-
mais importante após o índice de Breslow. cessos de Pautrier. A perda de epidermotropismo (propriedade
de infiltrar a epiderme) é um sinal de prognóstico mais grave.
• Ulceração.
Em geral, as lesões passam pelas três fases, embora, às vezes,
• LDH (Lactate dehydrogenase [lactato desidrogenase]). se desenvolve diretamente a fase tumoral.
Útil nos melanomas com metástases sistémicas (estágio IV).
• Outros fatores prognósticos negativos. Tratamento
Localização (membranas mucosas, região palmoplantar e
• Fase mancha/placas localizadas: corticóides, mostarda de
zona BANS: back, arms, neck, scalp [dorso, braços, pescoço,
azoto, carmustina, radioterapia local
couro cabeludo]), sexo masculino, idade avançada, regressão,
invasão vascular e / ou neural. • Fase infiltrativa/placa alargada e formas tumorais: PUVA, TSET
(total skin electron therapy), terapias sistémicas (interferon
alfa, retinoides, metotrexato, doxorrubicina)
8.5. Linfomas cutâneos
• Formas eritrodérmicas: terapias sistémicas, anticorpos mono-
clonais, fotoferese extracorporal, transplante alogénico.
Os linfomas cutâneos primários são mais frequentemente
provocada pelos linfócitos T do que os linfomas B primários.
Nos linfomas B aparecem nódulos eritematosos-violáceos na Síndrome de Sézary
pele, de crescimento progressivo.
(Estuda-se em Hematologia)
Lembre-se...
Os linfomas cutâneos de células B, ou linfomas cutâneos primários
de células B, derivam dos linfócitos B em diferentes estágios de 8.7. Mastocitose
diferenciação e afetam principalmente a pele. O envolvimento cutâ-
neo também pode ocorrer na forma secundária por um linfoma de São processos linfoproliferativos do sistema reticuloendote-
células B extracutâneo. A maioria dos linfomas cutâneos de células lial, com acumulação de mastócitos principalmente na pele,
B é de baixo grau, mostra comportamento indolente e apresenta um embora também possam ser encontrados noutras áreas do
prognóstico favorável. organismo. Existem formas puramente cutâneas e formas com
envolvimento sistémico que poderão desenvolver leucemias.
A leucemia que apresenta mais frequentemente manifestação clínica
aguda é a leucemia mielocítica aguda, a segunda é a leucemia
mielocítica crónica, na forma de cloromas. Sinais clínicos
Histopatologia
Proliferação clonal de células T atípicas CD4 e CD3 positivas
com núcleo cerebriforme, localizadas a nível da epiderme e Figura 10. Micose fungoide.
50
Classificação
I. Mastocitose indolente.
A. Cutânea.
1. Urticária pigmentosa.
Forma mais frequente de mastocitose cutânea.
Mais frequente na infância, desaparece em metade dos
casos na adolescência. Localiza-se preferencialmente no
tronco e coxas. Darier (+).
2. Mastocitoma.
Nódulo ou placa rosa-amarelada, geralmente única,
que aparece na infância. Darier (+). Geralmente desa-
parece na infância.
3. Telangiectasia macularis eruptiva perstans.
Máculas vermelhas telangiectásicas, sobretudo no
tronco. Darier (−). Geralmente, afeta os adultos. Sem
resposta ao tratamento. Muito persistente.
4. Mastocitose cutânea difusa (eritrodérmica).
Figura 11. Mastocitoma.
B. Sistémica (mastocitose extracutânea em pelo menos 1
órgão).
de eritema, edema e prurido poucos minutos após a fricção.
Esta reação é conhecida como sinal de Darier e é caracterís- II. Mastocitose com um transtorno hematológico asso-
tica das mastocitoses cutâneas, mesmo que não apareça em ciado.
todas as formas. A maioria das mastocitose apresenta evolução A. Doenças mieloproliferativas.
assintomática, mas por vezes a desgranulação dos mastócitos,
B. Doenças mielodisplásicas.
com a libertação maciça de histamina, pode causar choque
anafilático. III. Mastocitose agressiva com linfadenopatia e eosinofilia.
Entre os fatores desencadeantes desta desgranulação, des-
tacamos a ingestão de medicamentos como codeína e anti- IV. Leucemia por mastócitos.
inflamatórios não esteroides, alguns anestésicos sistémicos,
álcool, picadas de insetos e estímulos físicos (temperaturas
extremas, pressão, fricção).
Tratamento
Nas formas sistémicas é possível o aparecimento de náuseas,
vómitos, diarreia, dor abdominal, rubor, palpitações, hipoten- Evitar os fatores desencadeantes da desgranulação mas-
são, síncope, broncoconstrição e cefaleia. A triptase no sangue tocitária (exercício físico, codeína, etc.), anti-histamínicos,
e a metil-histamina na urina podem ser bons marcadores do cromogliconato sódico, PUVA. Nas formas localizadas, cirurgia
envolvimento da medula óssea. e / ou corticóides tópicos potentes.
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Trata-se de uma doença inflamatória do folículo pilossebáceo. A etiologia é desconhecida. Tem sido relacionado com o ácaro
Demodex folliculorum, fatores que influenciam a labilidade
vasomotora (dieta, café, chá, álcool, alimentos picantes, sol,
Etiopatogenia mudança calor-frio), fatores endócrinos e dismicrobismo in-
testinal.
A etiologia está diretamente relacionada com a presença de
androgénios. A patogénese parece ser multifatorial:
Sinais clínicos
• Alteração na resposta das glândulas sebáceas aos androgé-
nios (sobretudo 5-alfa-DHT).
Eritema facial persistente com telangiectasias. Posteriormente,
Este é o fator mais importante. aparecem pápulas e pústulas, sem comedões, nas regiões
• Hereditariedade. genianas, nasal, frontal e mentoniana. No homem é frequente
• Obstrução do ducto pilossebáceo por hipercornificação ductal. o rinofima (hiperplasia dos tecidos moles do nariz). Por vezes
apresenta evolução com blefarite e conjuntivite.
• Aumento da secreção sebácea com alteração nos lípidos de
superfície.
• Microrganismos. Tratamento
Cutibacterium acnes, Staphylococcus epidermidis e Malas-
sezia furfur.
• Evitar estímulos e irritantes locais.
• Fotoproteção.
Sinais clínicos • Os coticóides tópicos estão contraindicados.
• Tratamento tópico com antibióticos (metronidazol) ou ácido
É característico o polimorfismo. Podem observar-se, simulta- azelaico.
neamente ou num segundo momento, lesões não inflamatórias • Tratamento sistémico com antibióticos (tetraciclina, de
(comedões), lesões inflamatórias (pápulas, pústulas, granulo- eleição, metronidazol) e isotretinoína nos casos graves.
mas, nódulos, quistos, fístulas) ou lesões residuais (máculas
hiperpigmentadas, cicatrizes). • Para o rinofima, tratamento cirúrgico.
Lembre-se...
A lesão elementar que distingue o acne da rosácea é
o comedão, que está presente na acne, mas não na rosácea.
Tratamento
9.2. Rosácea
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• Os mais usados
• Eritromicina
BACTERIOS- • Clindamicina
• Combinações (eritromicina + zinco, eritromicina + isotretinoína, clindamicina + zinco, Acne ligeiro ou ligeiro-
TÁTICOS
moderado
TÓPICO
• Etinilestradiol Mulher
HORMONAS • Acetato de ciproterona Acne moderada-grave
• Queratolítico • No início do tratamento, pode verificar-se um fenómeno de
• Anti-inflamatório exarcebação
• Bacteriostático • Securas das mucosas importante devido ao tratamento
SISTÉMICA
posteriormente formam-se fístulas e cicatrizes, que perpetuam Na fase crónica, utilizam-se retinóides orais e cirurgia. Por
o processo. Na fase aguda, o tratamento inclui antibióticos vezes, está associada ao acne noduloquístico grave e a sinus
orais, corticosteroides intralesionais e drenagem dos abcessos. pilonidalis, que dão lugar à síndrome de oclusão glandular.
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Eflúvio telogénico
Figura 1. Alopécia areata.
Perda maciça e abrupta de um grande número de cabelos no
espaço de poucos meses da ação de um fator desencadeante: • PUVA.
parto, febre alta, intervenção cirúrgica, stresse, suspensão de con- Apenas em casos graves.
tracetivos orais, dietas, etc. A repopulação é total em 6-8 meses. • Minoxidil a 2% ou a 5%.
O tratamento consiste na suspensão da causa desencadeante.
Tinha do couro cabeludo não inflamatória
Alopécia areata
Processos cutâneos secundários
A sua etiologia é desconhecida. Caracteriza-se pelo apa-
recimento repentino de uma ou mais placas de alopécia, Provocados por doenças sistémicas
arredondadas com cabelos em ponto de exclamação nos
bordos de progressão e pode afetar qualquer zona com Hipopituitarismo, hipo/hipertiroidismo, hipoparatiroidismo, doenças
folículos pilossebáceos. Em 33% dos casos, observa-se distrofia com excesso de androgénios, lúpus eritematoso sistémico, sífilis
ungueal. É frequentemente associada a doenças autoimunes. secundária, défices nutricionais (proteínas, ferro, biotina, zinco).
Aparece em crianças, mas pode ocorrer em qualquer idade.
Por medicamentos
Para o tratamento foram utilizados:
Citostáticos, hormonas, metais, hipocolesterolemiantes, anti-
• Corticóides.
convulsivos, anticoagulantes, vitamina A e derivados, agentes
Sistémicos, intralesionais ou tópicos (estes últimos são pouc tirostáticos.
eficazes).
• Irritantes tópicos: antralina. 10.2. Alopécia cicatricial
• Produção de um eczema alérgico de contato pela aplicação
subsequente do produto nas placas: DNCB, difenciprona,... (Ver figura 2)
Alopécia cicatricial
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55
Histologia
Na epiderme, existem espongiose e acantose. Na derme, existe
um infiltrado inflamatório, geralmente linfocitário.
Eczema exógeno
Irritativo de contacto
Por ação direta de uma substância na epiderme, repetida e
prolongada (de fralda, da dona de casa). Figura 1. Eczema alérgico de contacto.
Alérgico de contacto
Por mecanismo de hipersensibilidade de tipo IV: metais
(crómio, mais frequentemente associado ao cimento; níquel,
de objetos de bijuteria; mercúrio, e antisséticos tópicos), Eczema endógeno
antibióticos, antisséticos, anestésicos locais, anti-histamínicos,
antimicóticos, corticóides. A causa mais frequente de dermatite
Dermatite atópica
alérgica de contacto é o níquel.
Trata-se de um quadro crónico associado a outras manifes-
Fototóxico tações de atopia: asma, rinoconjuntivite, etc. Está presente
aumento de IgE.
É mais frequente que o fotoalérgico.
Além do agente externo, intervém a luz. Frequentemente causado • Etiologia.
pelos medicamentos. As tetraciclinas são disso um exemplo típico. Hereditariedade poligénica, fatores imunológicos (IgE, IgG4,
linfócitos T no organismo e sensibilização aos antigénios em
Fotoalérgico 80%) e fatores não imunológicos (diminuição do limiar do
prurido, da secreção sebácea, etc.).
Patogénese imunológica. Requer sensibilização prévia e expo-
sição solar. As sulfonamidas são o exemplo típico. • Sinais clínicos.
Aparecem prurido e lesões cutâneas por eczema, erosões por
Micótico (dermatofíticos) coceira e placas de liquenificação.
– Lactente.
Entre dois meses e dois anos. O eczema afeta a face (res-
ECZEMA ALÉRGICO ECZEMA IRRITATIVO
DE CONTACTO DE CONTACTO peita o triângulo nasogeniano). A área da fralda geral-
mente é poupada.
Hipersensibilidade de tipo IV Mecanismo não imunológico – Criança.
Mais agudo Menos agudo As manifestações mais frequentemente associadas são: sinal de
Hertoghe (adelgaçamento da cauda das sobrancelhas), sinal de
À distância No ponto de contacto Dennie-Morgan (prega dupla da pálpebra inferior), pele seca
ictiosiforme.
Testes epicutâneos positivos Testes epicutâneos negativos A dermatite atópica é frequentemente associada à alopecia
areata, vitiligo, urticária alérgica e infeção por vírus herpes
Tabela 1. Eczema de contacto. (erupção variceliforme de Kaposi).
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• Hidratação.
• Anti-histamínicos (devem-se evitar os anti-histamínicos tópicos).
• Nas lesões agudas, compressas e corticóides tópicos.
• Nas lesões crónicas, corticóides tópicos.
• Eventualmente antibióticos.
• Inibidores tópicos da calcineurina.
São medicamentos cujo mecanismo de ação consiste na li-
gação à proteína de fixação FK506, que forma complexos
que inibem a calcineurina fosfatase, o que impede a trans-
crição de numerosas citocinas. A única indicação aprovada é
a dermatite atópica para evitar episódios em doentes onde
estes ocorrem com alta frequência (≥4 por ano). Não podem
ser utilizados em doentes com idade inferior a 2 anos ou em
Figura 2. Dermatite atópica.
membranas mucosas.
– Tacrolímus.
Dermatite seborreica
Dermatite atópica moderada-severa. Pomada. Existem duas
São lesões eritemato-descamativas “amareladas” localizadas concentrações: 0,03% em crianças dos 2 aos 16 anos e
no couro cabeludo, sobrancelhas, sulcos nasogenianos e linha 0,1% em crianças maiores de 16 anos.
mediana torácica. Está associada a cabelos oleosos. Foi suge-
rida uma relação etiológica com a Malassezia furfur. Nos lac- – Pimecrolimus.
tentes, aparece antes do terceiro mês (ao contrário do eczema Dermatite atópica leve-moderada. Creme. Existe apenas
da dermatite atópica) na área da fralda. Existe, também, uma uma concentração a 1%.
forma de dermatite seborreica infantil generalizada conhecida
como eritrodermia de Leiner. Os efeitos secundários mais frequentes são locais (prurido,
eritema, ardor). Ao contrário dos corticosteroides, não pro-
É mais comum na SIDA e na Parkinson.
duzem atrofia cutânea, pelo que são muito úteis na face
e nas pregas. Em geral, não ficou demonstrado o apare-
Outros tipos de eczema cimento de imunossupressão através da aplicação tópica
nem a relação com uma maior incidência de tumores. No
• Eczema disidrótico.
entanto, como precaução, as vacinas deverão ser adminis-
Manifesta-se com vesículas a nível palmoplantar e superfícies tradas durante os intervalos sem tratamento e, em caso de
laterais dos dedos. Está associado a antecedentes de atopia e sobreinfeção bacteriana ou viral, é necessário interromper
presença de micoses. o tratamento.
• Eczema asteatótico (eczema craquelé).
• Nas lesões graves, corticóides sistémicos.
Aparece nas pernas dos idosos com pele seca.
• PUVA e ciclosporina nas dermatites atópicas que não res-
ponde a outros tratamentos.
Tratamento do eczema
• Na dermatite seborreica, utilizam-se derivados imidazólicos
• Evitar fatores desencadeantes. tópicos.
57
Trata-se do aparecimento súbito de uma erupção com pápulas, neamente ou por stresse, trauma, transgressões dietéticas ou
fugazes e pruriginosas. Pode ser aguda ou crónica (< ou >6 após extrações dentárias.
semanas). Falamos de angioedema quando existe edema e
vasodilatação do tecido celular subcutâneo, mais persistente. • Tratamento nas crises agudas e na profilaxia de curto prazo:
A patogénese da urticária- angioedema baseia-se na inter- Plasma fresco, C1INH.
venção dos mastócitos e dos basófilos que libertam histamina • Tratamento de manutenção:
e outros mediadores pró-inflamatórios e vasoativos. Existem 3 Andrógenios (danazol, estanozolol).
mecanismos que conduzem à libertação destes mediadores:
tipo I ou IgE mediado, o tipo II mediado por linfócitos T citotó-
xicos e tipo III mediado por imunocomplexos.
Classificação
Adquiridas
• Alérgicas.
Medicamentos, alimentos, aditivos, conservantes, corantes,
insetos.
• Físicas.
Mecânica, colinérgica (típico dos jovens, aparece após um
aumento da temperatura corporal), solar, aquagénica.
• Secundárias.
Infeções por fungos, parasitas, vírus, conectivites, endocrino- Figura 1. Urticária.
patias, neoplasias.
• Idiopáticas.
A mais frequente (80%).
Tratamento
Hereditárias Hidroxizina.
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• Mancha mongólica ou melanocitose dérmica congénita. • Nevo de Sutton ou nevo com halo.
Coloração azulada devido à presença de melanócitos na É circundado por um halo acrómico, como se fosse um alvo.
derme, localizada na região lombossacral ou glútea. É mais Não é maligno.
frequente em crianças asiáticas.
• Nevo de Ota.
Melanocitose oculodérmica no território de 1º e 2º ramo tri-
geminal, unilateral. Aparece em indivíduos com idade inferior
a 1 ano ou na puberdade.
• Nevo de Ito.
Semelhante ao de Ota, mas na região supraclavicular poste-
rior ou braquial lateral.
• Nevo azul.
Pápula pequena ou tumor azul escuro ou enegrecido, mais
frequente no dorso das mãos e dos pés. O tipo celular, menos
frequente e de maiores dimensões, aparece sobretudo nos
glúteos e na região sacro-coccígea. A degeneração em me-
lanoma é rara e ocorre mais frequentemente no nevo azul
celular.
• Síndrome de Peutz-Jeghers.
Na mucosa oral, lábios, zona perioral. Associada à polipose
intestinal.
• Síndrome de LEOPARD.
Efélides, alterações no ECG, anomalias oculares, estenose
pulmonar, anomalias genitais, atraso no crescimento e surdez
Figura 1. Nevo melanocítico congénito gigante.
(deafness).
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13.2. Hipomelanose
Albinismo
Piebaldismo
Figura 3. Vitiligo.
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ERITRODERMIA
I. RECESSIVA I. LAMELAR ICTIOSIFORME BOLHOSA
I. VULGAR
LIGADA A X (ARCI) (HIPERQUERATOSE
EPIDERMOLÍTICA)
PREGAS
Não Sim Sim Sim
AFETADAS
ENVOLVI-
MENTO
Hiperlinearidade Não Sim Sim
PALMO-
PLANTAR
Médio-grandes, poligonais, Grandes, castanho escuro ou
ESCAMAS Pequenas brancas Céreas, amarelo-castanho
aderentes, castanho claro-escuro cinzento, muito aderentes
Ectrópion, alopecia cicatricial,
Défice de esteroide sulfatase, Infeções cutâneas, mau cheiro,
FATORES alterações ungueais, hipoplasia
Atopia opacidade corneana puntifor- alterações posturais
ASSOCIADOS da cartilagem auricular e nasal,
me, criptorquídia e da marcha
limitações articulares
Tabela 1. Ictiose.
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Capítulo 16
Toxicodermia
ENVOLVIMENTO
Sem envolvimento extracutâneo Possível envolvimento extracutâneo
EXTRACUTÂNEO
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