Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Gestação
Ddos. Felipe Roham, Marianny Teixeira e Vinícius Jales
Dra. Ana Cristina
Você está na UBS e atende Maria que tem 15 anos, G0P0, solteira, e que está muito preocupada por
estar com sonolência e vem apresentando lipotímias, e náuseas diárias. Ao ser perguntada refere que
# Ao exame:
- IMC 35
- PA 100 X 80 mmHg
# Hipóteses diagnósticas:
- Gravidez?
- Obesidade grau 2
Faz-se necessário, inicialmente, a solicitação de exames de rotina pré-natal (1º Tri). São eles:
- Hemograma
- Glicemia de Jejum
- Sorologias: VDRL, Anti- HIV, HbsAg, Anti-HCV, CMV, Rubéola, Toxoplasmose (IgM e IgG)
- Tipagem Sanguínea e Fator Rh
- EAS e Urocultura
A USF deve ser informada para que faça o acompanhamento e a vigilância da paciente corretamente.
No entanto, a paciente tem história familiar de HAC, pré-eclâmpsia, é obesa e muito jovem…
Fatores predisponentes para Pré Eclâmpsia, DM gestacional e Trabalho de parto prematuro.
Poucos fatores de risco e todos relacionados a dados maternos demográficos…
Fatores de risco importantes e que devem ser levados em consideração…
Maria realizou apenas 02 consultas (não trouxe os exames para avaliação, porém fez 2 USG, com 8 sem e
30 sem). Chega para avaliação por apresentar cefaléia forte e vômitos na 32ª semana de gestação
(corrigida pelo USG) com TA- 140 x 100 mmHg, e ganho de 10 Kg, desde o início da gravidez. No momento,
sem contrações uterina Ultrassonografia compatível com 30 sem, peso fetal abaixo do percentil 10, ILA 12,
Obs!! Aqui o grupo faz uma observação importante: a medição do tamanho do colo uterino é um exame que apresenta elevada taxa de falso positivo, devendo, portanto, ser
usado em pacientes com alto risco de trabalho de parto prematuro e idealmente realizado entre a 18º e 24º sem de gestação. Portanto, esse dado sonográfico não alteraria nossa
conduta.
O que fazer?
Iniciar tratamento farmacológico para HAG ->
Metildopa 250mg VO 2-3x/dia + AAS 100mg/dia? (> 16
sem).
Quais as orientações?
Ao exame:
IG: 33 semanas, peso fetal previsto de 1800g (abaixo do percentil 10, ILA 6).
TA: 160 x 110 mmHg, depois do DLE: 140 x 90 mmHg.
DU- 3/40”/10’.
TV: Colo pérvio para 6 cm, esvaecido 75%.
Exames no internamento:
Hb 9,0; LDH 1207 ; TGO 1325; TGP 768 ; BT 2,0 (BI 1,6); Plaquetas 90.000; Uréia 44 e Creatinina 2,5
Qual o diagnóstico sindrômico dessa paciente?
Dx Sindrômico
Presença de hipertensão reportada pela gestante ou identificada
Hipertensão arterial crônica antes de 20 semanas de gestação;
Fonte: Uptodate
De acordo com o que foi exposto, podemos elaborar os seguintes diagnósticos para a paciente:
1) Pré-eclâmpsia com sinais de gravidade (Critério pressórico, sinais de iminência de eclâmpsia, aumento de
escórias nitrogenadas e Síndrome HELLP completa);
2) Sofrimento fetal crônico + CIUR tipo 2 (assimétrico): peso fetal abaixo do percentil 10 por provável insuficiência
placentária + ILA reduzido (centralização);
3) Trabalho de parto prematuro moderado (fase ativa) - Estágio IV de Hobel .
Fisiopatologia - Pré-eclâmpsia
Pré-eclâmpsia nos seus diversos aspectos. -- São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO),
2017. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/media/k2/attachments/12-PRE_ECLAyMPSIA.pdf
Depois de elaborada as hipóteses diagnósticas, qual seria a melhor conduta para essa
paciente?
Conduta clínica
“Monitoring blood pressure and treatment of hypertension: Blood pressure should be measured twice daily at home in
patients being managed expectantly with preeclampsia without severe features, and at least twice weekly in the office
when the patient comes in for laboratory and fetal evaluation. There was no evidence of a systematic difference
between self-monitored blood pressure readings and clinic readings in a meta-analysis of individual patient data.”
Fonte: Uptodate
“A sustained elevation of systolic blood pressure ≥160 mmHg and/or diastolic blood pressure ≥110 mmHg for ≥15 minutes
should prompt immediate hospitalization for further evaluation and management. Antihypertensive therapy should be
initiated as soon as reasonably possible, ideally within 30 to 60 minutes, with the goal of preventing stroke and possibly
placental abruption.”
Fonte: Uptodate
Conduta obstétrica
Exemplo de prescrição para paciente do caso:
1) Dieta livre VO;
2) DLE;
3) Monitorização + AVP
4) Sulfato de Magnésio 50%- 8 ml + 12 ml ABD, EV, bolus lento (15-20 min);
5) Sulfato de Magnésio 50% - 10 ml + 490 ml SF 0.9%, EV, em BIC a 100 ml/h;
6) Hidralazina 20 mg/ml- 01 AMP + 9 ml de ABD, Fazer 2,5 ml, EV, de até 20/20 min (máx 10 ml) se PAS> 160 Ou PAD > 110
mmHg a despeito do DLE;
7) Anotar rigorosamente a diurese;
8) Reflexos patelares e FR- reavaliação contínua;
9) CTG após estabilização materna;
Após adequada estabilização materna, CTG evidenciava linha de base de 140, com variabilidade de 15,
presença de várias acelerações transitórias e sem DIP…
É fundamental orientar o seguimento dessa paciente na APS para controle de IMC, acompanhamento
pressórico e planejamento familiar futuro.
Referências
Todas as referências utilizadas já foram citadas.