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CONHECIMENTO DA COMUNIDADE SOBRE O AGENTE DE

COMBATE ÀS ENDEMIAS

Larissa Cruz de Souza¹,João Filipe Cavalcante Uchôa Furtado¹,Lígia Maria


Rocha Rodrigues¹,Lucas Pinto Amaral de Carvalho¹,João Pedro Cavalcante
Pimenta¹,Maria Arrais Landim¹,Kilvia Maria Albuquerque²

¹Aluno do curso de Medicina da UNIFOR ²Professor do curso de Medicina da


UNIFOR

Palavras-chave:Atenção à Saúde (Saúde Pública).Unidade Básica de Saúde. Agente de


Combate às Endemias.

RESUMO

Com o conhecimento acerca do Agente de Combate às Endemias e das suas


responsabilidades de acordo com a Política Nacional de Atenção Básica,esse
relatório tem como objetivo avaliar a população sobre a sua capacidade de
identificação do respectivo agente e de seu trabalho.Utilizou-se de um
questionário formado por 6 perguntas abordando o assunto,o qual foi respondido
por 84% dos indivíduos,que auxiliou na detecção do reconhecimento do ACE por
90% dos entrevistados,porém a maioria conseguiu identificá-lo apenas com uma
explicação por parte dos membros da equipe,aduzindo um desconhecimento por
parte da população com o referido nome ou sigla do agente.Todo esse processo
foi reunido com o entendimento da população acerca dos meios de combate às
endemias,como dengue e zika, e quem auxilia na promoção desse processo.

INTRODUÇÃO
As doenças relacionadas a fatores ambientais, tais como dengue,febre amarela,
entre outras endemias fazem parte da história da saúde pública no Brasil. Nessa
perspectiva,o Agente de Combate às Endemias(ACEs) vem desenvolvendo um
papel primordial na prevenção e no combate das arboviroses e de outras patologias.
Em suma, tais profissionais atuam por meio do contato direto com a população
realizando ações educativas relacionadas à prevenção e ao controle dessas
doenças, bem como fazendo visitas domiciliares ,inspeções cuidadosas de
depósitos,de caixas d'água, com o intuito de identificar e eliminar, por meio do
manejo químico e biológico, possíveis focos de transmissão. Nesse contexto,
observa-se que tais atividades contribuem significativamente para controle e
minimizar as endemias (TORRES,2009; BRASIL,2019).
Ressalta-se ainda que, a atuação do Agente de Combate às Endemias, é
essencial para atender as necessidades reais da comunidade, especialmente no
que diz respeito à prevenção, identificação e intervenção nos problemas de saúde-
doença. Dessa forma, o ACE contribui para promover ambientes favoráveis à saúde
do indivíduo e da comunidade (BRASIL, 2019).
Entretanto,os ACEs ainda enfrentam muitos desafios na promoção de saúde
pública, como a desvalorização do seu trabalho, que parece ser acarretada, em
muitos casos, devido à uma falta de reconhecimento de grande parte da população
sobre as atribuições intrínsecas a esse agente, bem como a importância da
intervenção por ele realizada.
Logo,esse trabalho torna-se relevante, pois tem como objetivos, entender quais
são as percepções que a população estudada tem sobre o papel do ACE na
comunidade, de que forma ele auxilia para promover saúde na sua área de atuação
e qual a compreensão que a população tem acerca do combate às arboviroses.
Além disso, este trabalho também buscou, a partir das respostas obtidas durante a
intervenção, ressaltar a importância do ACE para a comunidade, bem como informar
corretamente, aos participantes, sobre o trabalho que ele desenvolve.

METODOLOGIA
O projeto de intervenção objetivou conhecer as percepções que os usuários
do Sistema Único de Saúde tinham sobre o Agente de Combate às Endemias (ACE).
Para atingir tal finalidade, utilizou-se um questionário, que está em anexo no final
deste trabalho, com perguntas abertas e fechadas, que foram elaboradas
previamente pelos autores do trabalho com base nos conhecimentos adquiridos na
leitura da Política Nacional de Atenção Básica (BRASIL,2017). A intervenção
aconteceu no dia 28 de Março, na sala de espera Posto de Saúde Alarico Leite.
Cada membro da equipe ficou responsável por abordar e aplicar o instrumento
em duas pessoas diferentes. A aplicação do questionário durou entre 30 e 50
minutos. No total, 12 pessoas foram abordadas, entretanto, 10 aceitaram responder
ao questionário. Antes da aplicação, os participantes foram esclarecidos acerca do
projeto e, em seguida, convidados a participarem dele.
Devido ao pequeno número de participantes do projeto de intervenção, optou-
se por apresentar e analisar os resultados encontrados de forma descritiva sem a
utilização de tabelas. Além disso, a discussão ocorreu concomitantemente com a
apresentação dos achados. Ressalta-se ainda que, a escolha dos participantes
levou em consideração certos aspectos de comportamento, incluindo pessoas que
estivessem visivelmente tranquilas, sem pressa de serem atendidas ou debilitadas
por algum processo de adoecimento.
RESULTADOS E DISCUSSÃO

Ao todo, 12 (doze) pessoas foram abordadas na UAPS Alarico Leite, 10 (dez)


responderam ao questionário proposto,representando 84%. Dentre as 10 (dez) que
responderam, 9 (nove) afirmaram conhecer o trabalho do Agente de Combate às
Endemias (ACE),calculando 90% dos entrevistados, e 1 (uma) afirmou que não
conhecia. Dentre as 9 (nove) que afirmaram conhecer, 2(duas) pessoas
reconheceram o nome da profissão, 7 (sete) afirmaram conhecer após a explicação
que os entrevistadores deram sobre as funções cumpridas pelo ACE. Dentre as 9
(nove) pessoas que responderam ao questionário, 8 (oito) já foram visitados pelo
ACE. A pessoa que não conhecia o trabalho afirmou que não queria conhecer e não
achava necessário.
Os resultados dos questionários do projeto de intervenção mostram que a
maioria dos participantes tinha conhecimento da existência da profissão ACE,
embora de forma parcial e sem entendimento completo da função ou dos deveres
desse profissional, como mostra a desassociação entre Agente de Combate
Endemias e sua sigla (ACE) pelos participantes. Isso parece estar relacionado a
uma questão de identidade profissional não tão bem estabelecida para o
reconhecimento populacional para com os ACEs, o que também é observado em
um estudo publicado pela autora (EVANGELISTA, 2019) ao evidenciar que as
funções da profissão não são bem compreendidas pela população, que, de
maneira generalizada, entende a profissão como um “mata-mosquitos”. Sabe-se
que a profissão dos ACEs envolve muito além disso, com o principal foco na
prevenção, no combate e na educação em saúde.
A maioria das pessoas já foram visitadas pelo ACE, embora tenha sido
relatado por alguns participantes que a última visita tenha acontecido há mais de 6
(seis) meses.
Observou-se na maioria dos questionários que os participantes tinham
conhecimento de alguma forma de combate a arboviroses, com prevalência de
respostas variando entre “emborcar os potes” e “não deixar água parada”.
Apenas 1(um) participante alegou não saber como combater arboviroses. Esse
resultado evidencia a importância do papel do ACE na promoção,na prevenção
e na educação em saúde,ações que são potencializadas com a integração do
ACE na Estratégia de Saúde da Família(ESF),conforme o exposto pelo
autor(PESSOA,2016),auxiliando,assim, os indivíduos a se protegerem
e,também,colaborando para a redução do número de casos e de óbitos
provocados pelas arboviroses.
CONCLUSÃO

Diante dos fatores supracitados, mediante os questionários aplicados na


UAPS Alarico Leite em relação ao conhecimento do ACE(Agente de Combate à
Endemias) e as suas devidas atribuições, percebe-se que grande parte das
pessoas conheciam após os integrantes do grupo falarem as suas devidas
atribuições e, ainda assim, não reconheciam que ele era, de fato, o ACE.
Portanto, concluímos que o ACE é conhecido pelos pacientes da UAPS
AlaricoLeite não pelo seu nome e pelo seu fardamento, mas sim, pelo o que ele
faz dentro das casas, seguido de alguma instrução acerca de meios profiláticos
na região, além disso, o tema e a importância do conhecimento de quem seja o
ACE não evidenciada de uma forma muito clara pelos responsáveis do posto
para moradores da região que o usufruem.

ANEXO

Questionário:

1.Você conhece o Agente de Combate às Endemias?

2.Sabe o que ele faz?

3.Ele já visitou sua casa?

-Se a resposta for sim, perguntar: E o que ele fez?

4.Gostaria de conhecer? (pergunta feita para as pessoas que não o


conheciam)

5.Você segue as orientações que ele passa?


6.Como você acha que acontece o combate à dengue, zika e
chikungunya?
REFERÊNCIAS

BRASIL. MInistério da Saúde . Portaria no. 2.436 de 21 de setembro de 2017.


Brasília: Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, 2017.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Saúde Ambiental, do Trabalhador e Vigilância das Emergências em Saúde Pública.
Manual sobre Medidas de Proteção à Saúde dos Agentes de Combate às
Endemias. Volume 1: Arboviroses Transmitidas pelo Aedes aegypti. [recurso
eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento
de Saúde Ambiental, do Trabalhador e Vigilância das Emergências em Saúde
Pública. – Brasília: Ministério da Saúde, 2019

EVANGELISTA, J.G. et.al. AGENTES DE COMBATE ÀS ENDEMIAS:


CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES PROFISSIONAIS NO CONTROLE DA
DENGUE. Trab. Educ. Saúde, Rio de Janeiro, 2019; 17(1):e0017303. Disponível
em: SciELO - Brasil - AGENTES DE COMBATE ÀS ENDEMIAS: CONSTRUÇÃO
DE IDENTIDADES PROFISSIONAIS NO CONTROLE DA DENGUE AGENTES DE
COMBATE ÀS ENDEMIAS: CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES PROFISSIONAIS
NO CONTROLE DA DENGUE. Acesso em: 08 de abril de 2022.

PESSOA, João Paulo de Morais et al. Controle da dengue: os consensos


produzidos por Agentes de Combate às Endemias e Agentes Comunitários de
Saúde sobre as ações integradas. Ciência & Saúde Coletiva [online]. 2016, v. 21, n.
8 [Acessado 10 Abril 2022] , pp. 2329-2338. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/1413-81232015218.05462016>. ISSN 1678-4561.
https://doi.org/10.1590/1413-81232015218.05462016.

TORRES, Raquel. Agente de combate a endemias: a construção de uma


identidade sólida e a formação ampla em vigilância são desafios dessa categoria.
Poli – Saúde, Educação e Trabalho, Rio de Janeiro, v. 1, n. 3, p. 16-17, jan./fev.
2009. Disponível em: Agente de Combate a Endemias | Escola Politécnica de
Saúde Joaquim Venâncio (fiocruz.br). Acesso em:07 de abril de 2022.

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