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SALA DE SITUAÇÃO
SAÚDE MATERNA
ESPECÍFICOS
ATIVIDADE
O Brasil é um país muito grande e, certamente, apresenta grandes diferenças regionais. Vamos conhecer
alguns indicadores de saúde e entender que responsabilidades nós, médicos, temos na situação de saúde
do nosso país/estado.
Cada grupo deverá realizar uma atividade (GRUPO 1, GRUPO 2, GRUPO 3 e GRUPO 4).
Grupo 1
Vocês aceitaram o cargo de médico da Estratégia Saúde da Família de um
município no Ceará e durante uma reunião de equipe se depararam com diversos
problemas no território como desmame precoce do bebê. Vocês então decidiram
iniciar grupos de gestantes para melhor orientá-las acerca da importância do
aleitamento materno. Para isso, resolveram conhecer o perfil das gestantes do
município, e montaram uma sala de situação materna.
Vocês vão pesquisar e compartilhar com os colegas a relação entre a escolaridade materna e a adequação
do pré-natal. Este parâmetro varia entre inadequado, intermediário, adequado e mais que adequado,
considerando o início do pré-natal no primeiro trimestre e um mínimo de seis consultas de pré-natal.
Será que o nível escolar da mãe influencia no número de consultas de pré-natal? Procurem artigos ou
dados que mostrem essa evidência e comparem com o gráfico que vocês vão construir aqui.
A adequação do pré-natal pode sofrer outras influências ligadas à mãe? E ligadas ao serviço?
Tenham sempre em mente as perguntas: “O que podemos fazer, no serviço de saúde e na prática clínica,
para melhorar a situação no nosso município?”
Nunes, J. T., Gomes, K. R. O., Rodrigues, M. T. P., & Mascarenhas, M. D. M. (2016). Qualidade da
assistência pré-natal no Brasil: revisão de artigos publicados de 2005 a 2015. Cadernos Saúde Coletiva,
24, 252-261. Disponível em
https://www.scielo.br/j/cadsc/a/tJwFM7zS4kvLGSXX4CQrKHG/abstract/?lang=pt
Nemer, C. R. B., Santos, I. S. R., Ferreira, L. D., da Silva, E. V., de Souza Filho, Z. A., de Lima, E. Q., ... &
Teixeira, E. (2021). Fatores associados à inadequação do início do pré-natal. Enfermagem em Foco,
12(4). Disponível em http://revista.cofen.gov.br/index.php/enfermagem/article/view/4488
Luz, L. A. D., Aquino, R., & Medina, M. G. (2018). Avaliação da qualidade da Atenção Pré-natal no Brasil.
Saúde em Debate, 42, 111-126. Disponível em
https://www.scielo.br/j/sdeb/a/zHzj6yt4vdjwNCJWfqBrXzK/?format=pdf&lang=pt
1. O que é morte materna? Essa é uma definição crucial para a confiabilidade do Indicador “Taxa de
Mortalidade Materna”
2. Calculem a Taxa de Mortalidade Materna (TMM) em São Paulo e no Ceará nos anos de 2015, 2016,
2017, 2018 e 2019
3. Identifiquem o percentual de óbitos maternos por causas obstétricas diretas, indiretas e não
especificadas no Ceará e em São Paulo, nos mesmos anos. Pesquisem o que são óbitos maternos
por causas obstétricas diretas e indiretas, para enriquecer a discussão.
4. Que ações podem ser realizadas para a redução das TMM?
Simão, S. C. R., Xavier, P. C. N., de Araújo Appel, K. L., Neto, J. X. M., & Ramos, I. B. “Mortalidade
materna no Brasil: fatores associados e ações para sua redução. Enfermagem: Inovação,
Tecnologia e Educação em Saúde, 2017. Disponível em
https://downloads.editoracientifica.org/articles/200901548.pdf
“A cada ano, mais de meio milhão de mulheres morrem devido a complicações na gravidez e no parto, e
cerca de quatro milhões de recém-nascidos morrem antes de completar 28 dias de vida. Outros milhões
de crianças enfrentam sofrimentos causados por deficiência, doenças, infecções e lesões. Já estão
disponíveis soluções com boa relação custo/benefício que melhorariam rapidamente essa situação, mas é
preciso que haja um sentido de urgência e compromisso para implementá-las e para que sejam
alcançados os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) relacionados à saúde materna e infantil.”
“O risco de morrer por complicações relacionadas à gravidez e ao parto no caso de uma mulher que vive
em um país menos desenvolvido é, em média, mais de 300 vezes maior do que no caso de uma mulher
que vive em um país industrializado.”
Mortalidade Materna
Com relação à estimativa de mortalidade materna, um aspecto está acima de qualquer discussão: a ampla
maioria de mortes maternas – mais de 99%, segundo as estimativas do grupo interagências da ONU para
2005 – ocorreu em países em desenvolvimento. Desse total, 50% (265 mil) foram verificadas na África ao
sul do Saara, e um terço (187 mil), na Ásia Meridional. Juntas, essas duas regiões respondem por 84% das
mortes decorrentes de complicações na gestação que foram registradas em 2005 em todas as partes do
mundo. A Índia sozinha responde por 22% do total.
Causas diretas
O momento em que ocorrem e as causas das mortes maternas são bem conhecidos. Em sua maioria, as
mortes maternas ocorrem entre o terceiro trimestre de gravidez e a primeira semana após o parto (com
exceção das mortes devidas a complicações relacionadas a abortos). Os estudos mostram que os riscos de
morte para as mães são particularmente elevados nos dois dias que se seguem ao parto. A maioria das
mortes maternas está relacionada a complicações obstétricas – entre as quais hemorragia pós-parto,
infecções, eclâmpsia e trabalho de parto prolongado ou obstruído – e complicações decorrentes de
aborto. Na maior parte, as causas diretas de mortalidade materna podem ser prontamente enfrentadas se
houver atendimento por pessoal de saúde capacitado, que tenha à sua disposição medicamentos,
equipamentos e instalações de referência essenciais.
Causas indiretas
Muitos dos fatores que contribuem para o risco de morte materna não são exclusivos da gestação, mas
podem ser exacerbados pela gravidez e pelo parto. É difícil atribuir essas causas à gravidez devido à
precária capacidade de diagnóstico dos sistemas de informação sobre saúde em muitos países. Mesmo
assim, avaliar as causas indiretas de mortes maternas ajuda a determinar as estratégias de intervenção
mais adequadas para a saúde da mãe e da criança. Frequentemente, a colaboração entre programas
voltados a condições específicas – tais como programas para a malária e a aids – e iniciativas voltadas à
saúde materna pode ser a maneira mais eficaz para enfrentar algumas das causas indiretas, inclusive
aquelas altamente evitáveis ou tratáveis, como a anemia.
A anemia afeta cerca de 50% de todas as mulheres grávidas. Adolescentes grávidas são mais propensas a
desenvolver anemia do que mulheres mais velhas, e normalmente recebem menos cuidados. Doenças
infecciosas – como a malária, que afeta anualmente 50 milhões de gestantes que vivem em países nos
quais essa doença é endêmica – e parasitas intestinais podem agravar a anemia. Todas as dietas de baixa
qualidade também podem exacerbar a anemia, aumentando a vulnerabilidade à morte materna. A
anemia grave contribui para o risco de morte em casos de hemorragia.
anemia pode ser tratada com bastante eficiência por meio de suplementação de ferro, oferecida em
programas de saúde materna. No entanto, em alguns países em desenvolvimento, essa intervenção ainda
é insuficiente com relação tanto à cobertura quanto à eficácia, principalmente porque o acesso a cuidados
básicos de saúde é limitado e, mais especificamente, devido à baixa qualidade dos cuidados e do apoio no
período pré-natal. Indícios animadores revelam que os esforços empreendidos para enfrentar a anemia
por meio do enriquecimento de alimentos básicos, tais como a farinha, vêm-se acelerando em nível
nacional em diversos países em desenvolvimento.