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Síndromes hemorrágicas

na gestação
Prof. Gilmar Júnior
Definição

Grupo de patologias ou agravos obstétricos, que cursam


com hemorragias de variados níveis, incluindo diáteses
hemorrágicas ou com causas perfeitamente definidas e
identificadas.
O comprometimento hemodinâmico é determinante na
incidência de mortalidade materna.
1. ectociese
Definição

Gravidez que se desenvolve fora da cavidade uterina (1,5 à


2% de todas as gestações), causando dor e/ou sangramento,
em geral no primeiro trimestre da gravidez.
Responsável por elevado número de casos de óbitos
maternos.
Localização

Trompas: 98%

Cornual/ Intersticial – 2%

Istmo – 12%

Ampola – 80%

Infundíbulo – 5%

Abdominal – 1,4%

Ovariana – 0,2%

Cervical – 0,2%
Fatores de Risco

Infecções da Cavidade Uterina

Cirurgia Tubária Prévia

Uso do DIU

Gravidez Ectópica Anterior

Malformações Tubárias

Hipertransmigrações

Fertilização in vitro
Diagnóstico
Anamnese
Atraso menstrual (68% dos casos)
Dor abdominal (99% dos casos)
Sangramento vaginal (75% dos casos)

Exame Físico
Dor a palpação abdominal e pélvica
Útero menor que o esperado para a idade gestacional
Mucosa hipocorada
Abdome agudo
Sinais de choque hipovolêmico
.
Tratamento
TRATAMENTO
CLÍNICO

Indicado para pacientes hemodinamicamente estáveis e com gravidez


ectópica íntegra.
Metrotexato – antagonista do ácido fólico que interfere na multiplicação das
células

CIRÚRGICO

Laparoscopia
Laparotomia – ectópica rota ou paciente instável
.
Sinais de Rotura de Trompa

Geralmente ocorre de forma espontânea.


Geralmente está associada a abundante hemorragia intraperitoneal, dor
aguda e intensa na fossa ilíaca ou no hipogástrico e choque.

Sinal de Faffon: Devido a irritação no nervo frênico, aparece uma dor no


ombro e/ou clavícula. O abdome se torna doloroso a palpação.
Sinal de Cullen: Equimose periumbilical.
2. abortamento
Definição
Conforme a OMS-1997, abortamento é a expulsão ou
extração de um embrião ou feto com peso de até 500
gramas, com idade gestacional inferior a 20/22 semanas
completas.
Segundo Silva e Surita (2000), em alguns países da
Europa, o limite de peso é considerado menos de 1Kg.
Caso não se tenha balança disponível e não se conheça
a idade gestacional, utilizar comprimento CC . (15cm)
(CISAM, 2004).
Epidemiologia

 Acomete 15 a 20% de todas as Gestações;


 20% dos Internamentos na Maternidade da
Encruzilhada;
17% dos Internamentos do IMIP;
 Mais frequente em primigestas, com extremos de idade
reprodutiva, mal passado obstétrico, nível
socioeconômico desfavorecido, em países da Europa,
América Central e Oceania.
Causas Principais

Fatores Embrionários
Gametas Anormais Miomas

Emocional Medicamentos

Traumas Endocrinopatias

Infecções Maternas
Exemplo (Miomatose Uterina)
Sintomatologia
Dor em Baixo Ventre

Febre

Sangramento Genital

Dilatação do Colo do Útero

Perdas de Partes Fetais

Expulsão Fetal
Classificação
 Espontâneo;
 Induzido;
 Legal;
 Terapêutico;
 Habitual ou de Repetição;
 Completo;
 Incompleto;
 Retido;
 Séptico ou Infectado;
 Ameaça de Abortamento.
Espontâneos

Antes da 12ª Semana

Precoces Depois da 12ª Semana

Tardios
Abortamento Inevitável
Critérios, Neme (2000)

Sangramento ativo, com dilatação cervical.

Inferior a 12 semanas: Vácuo-aspiração ou Curetagem

Acima de 12 semanas: Ocitocina até expulsão.


Ameaça de Aborto
Critérios, Neme (2000)

Sangramento ou Cólica sem modificação cervical.

Não confundir com o Sinal de Hartmann

Geralmente ocorre algum descolamento do ovo de seu sítio de implantação

Na dúvida diagnóstica recomenda-se a USG transabdominal ou transvaginal.

Pode ou não haver hematoma intra-uterino

Repouso, Antiespasmódicos, Progesterona natural(S/N)

Não usa-se mais os progestágenos


Assistência de Enfermagem
Na Triagem Obstétrica:
 Pesquisar gravidez;
 Pesquisar causas;
 Tocar a paciente e buscar Mov. Fetal e BCF.
 Solicitar USG (Se há sangramento);
 Prescrever medicamento pra dor;
 SSVV e CCGG;
 Orientar e tranqüilizar a paciente e a família;
 Internamento S/N.
Assistência de Enfermagem
Na UTI Obstétrica (hemorragia)

 Providenciar acesso venoso;


 Sinais Vitais;
 Avaliar perdas vaginais;
 Providenciar exames solicitados;
 Ministrar medicamentos prescritos;
 Atentar para sinais de choque hipovolêmico;
 Tranqüilizar a paciente e a família;
3. DPPNI
DPPNI

CONCEITO
Separação intempestiva e imatura da placenta implantada no corpo
uterino e após a 20ª semana.

INCIDÊNCIA
6,5 para cada 1000 partos.
Raça negra
DPPNI

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ETIOLOGIA
Traumática ou Mecânica
•Externa
 Acidentes e Traumas
 Versão cefálica externa
•Interna
 Cordão curto
 Escoamento de líquido amniótico
 Movimentos fetais excessivos
 Parto gemelar
 Hipertonia uterina
NÃO TRAUMÁTICA
 Hipertensão arterial(75%)
 Multiparidade
 História prévia de DPP
 Cesárea prévia
 Corioamnionite
 Gemelaridade
 Mioma
 Tabagismo
classificaçã
GRAU I (leve): Não há sintomatologia e o diagnostico é
confirmado pelo exame da placenta que revelam hematoma;

GRAU II (intermediário): O diagnostico e baseado nos sinais


clássicos do DPP, com hipertonia uterina e sofrimento fetal.
Neste estagio o feto ainda esta vivo.

GRAU III (grave): Caracteriza-se pela morte fetal. Pode ser


dividido em: IIIA (sem coagulopatia) IIIB (com coagulopatia).
Necessita de UTI Obstétrica.
diagnóstic
EXAME FÍSICO:
 Dor repentina e intensa em fundo uterino;
 Início do trabalho de parto e Perda sanguínea (80%);
 Predileção por decúbito do mesmo lado da implantação placentária
(SINAL DE HASTINGS DE MELO E IVAN FIGUEIREDO);
 Sinais de hipovolemia e Sufusões Hemorrágicas;
 Hipertonia uterina e Foco ausente;
 Bolsa das águas tensa;
 Aumento da AFU (Hematoma retroplacentário).
DIAGNÓSTICO
USG
•Imagem heterogênea retroplacentária, irregular e com áreas
líquidas
diagnóstic
COMPLEMENTAR:
LABORATORIAL
 Hemograma – Hb/Ht e plaquetas;
 CS;
 Coagulograma ;
 Função Renal;
 USG;
 CARDIOTOCOGRAFIA.
prognóstic
Fetal:
 Área de descolamento;
 Prematuridade;
 Anóxia.

Materno:
 Hipovolemia;
 Distúrbios de coagulação;
 Hiperconsumo de fibrinogênio e fatores de coagulação para
formação do hematoma;
 CIVD.
tratamen
CURATIVO
 Manutenção do estado volêmico: ACESSO VENOSO CALIBROSO e
Oxigênioterapia;
 Correção de coagulopatias e Analgesia;
 Monitorização de condições clinicas maternas – PA, FC e DIURESE
e Avaliação da condição fetal.
 AMNIOTOMIA
 Parto IMEDIATO vaginal ou cesárea de URGÊNCIA se FETO VIVO e
VIÁVEL(26s)
 Parto Induzido com ocitócicos se não houver hipertonia se FETO
MORTO OU INVIÁVEL
tratamen
PÓS PARTO

 Cuidados com atonia e hemorragia pós-parto;


 Histerectomia;
 Tratamento da anemia;
 Controle RIGOROSO da diurese.
4. Rotura uterina
Conceito
Rotura completa ou incompleta da parede uterina. Ocorre
geralmente após 28 semanas de gestaçao durante o trabalho de
parto, sendo precedida de quadro clínico de iminência de rotura
uterina.

Importância
 Grande Emergência Obstétrica;
 Causa importante de morte materna - 20-30% dos casos;
 No geral decorre de assistência inadequada;
 Acidente quase sempre prevenível;
 Mortalidade fetal em 40%-80% dos casos.

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Causas
 Multiparidade;
 Cirurgias uterinas anteriores;
 Rotura uterina prévia;
 Acretismo de placenta;
 Macrossomia fetal;
 Desproporção cefalopélvica;
 Gestação gemelar;
 Aumento de líquido amniótico (polidrâmnio);
 Aumento das contrações uterinas -> Uso indiscriminado
de OCITOCINA ou MISOSPROTOL.
FATORES DE RISCO:

 Cesárea anterior
 Iteratividade
 Traumas (ACIDENTES, MANOBRA DE KRISTELLER)
 Manobras de versão em caso de feto pélvico

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Diagnóstico
Sinais de iminência de rotura uterina
Contraçoes intensas, com maior frequência e muito
dolorosas;
Sensibilidade à palpação uterina;
Síndrome da distenção segmentar.
(Sinal de Bandl-Frommel)

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Diagnóstico
Sinais de rotura uterina

 Dor suprapúbica, intensa e de início abrupto;


 Desaparecimento dos sinais de distensão;
 Sinais de hemorragia interna ou externa;
 Desaparecimento dos BCF’s;
 Choque hemorrágico;
 Sinais de irritação peritoneal;
 Paralização do trabalho de parto – desaparecimento das
contrações;
 Deformidades abdominais: Feto dentro da cavidade
abdominal.
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Tratamento

Síndrome da Distensão Segmentar

 Suspender ocitocina;
 Posicionar a gestante em DLE;
 Infusão de líquidos;
 Encaminhar para local onde possa ser realizada cesárea
de urgência.

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Tratamento
Rotura Uterina

 Instalar venóclise com jelco calibroso;


 Infusão de SF0,9% ou SRL;
 Encaminhar para local onde haja equipe para realização
de cirurgia de emergência e banco de sangue;
 Cirúrgico: Sutura uterina, Histerectomia e Drenagem de
hematoma de ligamento largo.
*Em parto vaginal, deve-se revisar, após a saída da placenta, se não
houve rotura uterina.

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drgilmarjr@gmail.com

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