Você está na página 1de 25

DISCIPLINA DE SAÚDE DA MULHER

Prof. Dra. Daniella Gatás

GRADUANDOS EM MEDICINA:

JUANITO RUBENITO FLORENTINO DA SILVA - 01187694 PATRÍCIA RODRIGUES ARAÚJO NEVES - 01187695

MARIA LIANA BARRETO BANDEIRA – 01186866 RAISSA NERY FARIAS DE MELLO - 01186818

MATEUS PEREIRA RODRIGUES DE LIMA – 01191063 RENATA PEIXOTO ANGELIM – 01186824

MILENA BORBA VILARIM – 01186853


Definição
• Gravidez Ectópica:
• Ektos = fora de
• Topos = lugar

• Implantação do ovo fecundado (blastocisto) fora


da superfície endometrial da cavidade uterina.
• Uma das complicações mais comuns do primeiro
trimestre.
• Taxa de Mortalidade: 9 a 20%.
Epidemiologia
• 2% das gestações;
• Classificada de acordo com a localização do saco
gestacional;
• Tubária: 95% - ampular (70%), ístmica (12%) e fimbrial
(11,1%);
• Restantes localizações: 5% (cervical, abdominal,
ovariana).
Etiologia e Etiopatogenia
• Sempre que o caminhar do ovo fecundado for
dificultado ou que o leito de implantação se
mostre não receptivo, haverá a possibilidade de
implantação em local anterior (gravidez tubária)
ou posterior ao corpo uterino;

• Alterações na pelve (tumores), na anatomia das


trompas (obstrução, estenoses), na fisiologia do
epitélio ciliar (infecções) ou na estrutura do
endométrio, predispõem a gravidez ectópica.
CAUSAS
Extraovulares
Ovulares Dificultam no trânsito do oócito
Principais ou zigoto

•Salpingite
• Genéticas •Divertículos
• Imunológicas •Septos
• Oócitos anômalos •Hipoplasia
• Refluxo mentrual •Mesosalpinge estreita
• Fertilização in vitro •Tumores
•Endometriose
• Deficiência da fase •Espasmo
lútea •Cílios tubários imóveis
•DIU
Fatores de risco
 Alto risco: Salpingites por clamídia ou gonorréia,
alterações anatômicas na trompa, DIU, prenhez
ectópica anterior, endometriose, procedimentos
cirúrgicos anteriores como laqueadura e plástica
tubária;

 Moderado: Infertilidade tratada com indutores da


ovulação, múltiplos parceiros sexuais, infecção
ginecológica antiga;

 Pequeno risco: cirurgias abdominais prévias como


apendicite, uso de duchas vaginais, tabagismo, início
da atividade sexual com menos de 18 anos.
LOCAIS

• Ovário

•Tuba uterina

•Interstício

•Ligamentos

•Colo Uterino
Gravidez Tubária
• Em trompa íntegra cursa sem sintomatologia, embora
raramente evolua para além das 12 semanas de
gestação;

• Sintomas: variam desde simples e discreta dor


abdominal, por vezes irradiada para o ombro;

• Quando inicia-se o processo de abortamento tal


sintoma é acompanhado por pequeno sangramento e
palidez cutânea, o qual pode tornar-se exuberante,
caracterizado por abdome agudo, alterações
hemodinâmicas e choque, no caso de rotura tubária;
Gravidez Tubária

• Exame físico: útero menor que o esperado


para a idade gestacional, dor á mobilização do
colo uterino, que se encontra amolecido,
abaulamento e dor à inspeção digital do fundo
de saco posterior de Douglas;
Gravidez Cervical

• Caracterizada por hemorragia incontrolável do colo


do útero;

• É rara, porém com o incremento da fertilização


assistida tende a aumentar;

• O diagnóstico se faz pela visualização do colo


uterino, aumentado e congesto, ou pelo toque
vaginal, que poderá detectar tumoração cervical
dolorosa e de sangramento fácil.
Gravidez Abdominal
• Pode ser primária, de difícil comprovação, ou
secundária à implantação do ovo na trompa, ampola
ou fímbria, seguida de abortamento para a cavidade
abdominal e posterior reimplantação do saco
gestacional;

• Na grande maioria das vezes o diagnóstico é difícil,


podendo ser suspeitada pela queixa de dor
abdominal induzida por movimentos fetais;

• O contorno uterino mostra-se impreciso ao exame


físico, com as partes fetais e facilmente palpáveis e
superficiais.
Manisfestações Clínicas
As manifestações clínicas dependem ter havido ou não ruptura;
Com frequência os SINAIS E SINTOMAS são ausentes e sutis, entre
eles:

 Menstruação variavelmente retardada ou ligeiro sangramento


vaginal ou manchas sanguinolentas na roupa íntima;

 Havendo ruptura, ocorre dor abdominal baixa ou pélvica


intensa, descrita como lancinante, penetrante ou violenta; pode
haver ainda hipertensão ou resposta vaso-vagal com
bradicardia e hipotensão;

 Podem surgir distúrbios vasomotores que variam de vertigem à


síncope.
Manisfestações Clínicas
AO EXAME FÍSICO:

 Hipersensibilidade abdominal;
 Ao exame pélvico manual, especialmente com
movimentação cervical, causa dor intensa;
 O Fórnix posterior da vagina pode ficar proeminente, em
virtude do sangue acumulado no fundo de saco
retouterino;
 Pode ser percebida massa sensível e tumefeita em um dos
lados do útero;
 Sintomas de irritação diafragmática, caracterizada por dor
no pescoço ou ombro, principalmente na inspiração,
causada em 50% das pacientes com hemorragia
peritoneal significativa.
Diagnóstico
• Diagnóstico precoce da gravidez ectópica;

• Indicadores de risco para gravidez ectópica:


 Vigência de atraso menstrual;
 Sangramento genital;
 E/ou dor abdominal.

• Exames utilizados para diagnóstico:


 USG;
 USTV;
 Beta-HCG;
 Curetagem uterina.
Diagnóstico

• USTV:
 Visualizar o saco gestacional intrauterino com 5 a 6
semanas de atraso menstrual;

• Beta-HCG:
 Valor discriminatório é de 1.500 a 2.000 mUI/mL;

• A curetagem uterina e o exame anatomopatológico:


 Gravidez ectópica X aborto;
Diagnóstico
Tratamento
CONDUTA EXPECTANTE:
 Pouca dor ou sangramento;

 Confiabilidade na gestante para seguimento;

 Nenhuma evidência de rotura tubária;

 Nível de βHCG <1.000 mUI/ml e em queda;

 Massa ectópica ou anexial <3 cm;

 Ausência de BCF;

 Estabilidade hemodinâmica.
Tratamento

TRATAMENTO CLÍNICO:
 Ausência de contraindicação médica para a terapia
(enzimas hepáticas, hemograma e plaquetas normais);
 Gravidez ectópica íntegra;
 Ausência de atividade cardíaca fetal;
 Massa ectópica medindo 4cm ou menos;
 Níveis séricos de β-hCG <5.000mUI/ml;
 Ausência de dúvida diagnóstica.

Methotrexate IM – 1mg/kg de peso – dose única.


Entre 4º e 7º dia espera-se um declínio de 15% nos valores
séricos do β-hCG ou 15% por semana seguinte.
Tratamento

TRATAMENTO CIRÚRGICO:
 Gestante com sinais vitais instáveis ou sinais de
hemoperitôneo;
 Diagnóstico inconclusivo;
 Gravidez ectópica avançada (βHCG
>5.000mUI/ml, massa anexial > 4cm, atividade
cardíaca embrionária);
 Seguimento difícil;
 Contraindicação ao tratamento clinico.

Laparoscopia ou Laparotomia.
Tratamento

Vantagens da laparoscopia:
 Diminuição da dor pós-operatória;
 Redução do tempo de internamento;
 Menor perda sanguínea;
 Recuperação mais rápida;
 Menores custos e melhor resultado estético.

Contraindicações da laparoscopia:
 Instabilidade hemodinâmica;
 Obesidade;
 Condições anatômicas desfavoráveis.
Tratamento

Salpingectomia:
 Pacientes que não desejam engravidar, com
recidiva de gravidez ectópica ou nos casos de
lesão tubária rota.

Salpingostomia linear ou Salpingectomia parcial:


 Tentativa de preservar a fertilidade.

A Salpingectomia está associada a menores taxas de


trofoblasto persistente e de gravidez ectópica
subsequente.
Complicações

• Possível ruptura da tuba uterina


• Hemorragia:
 Para evitar essas complicações físicas, é
necessário que a gravidez ectópica seja
diagnosticada precocemente;
 Quanto mais tarde na gestação ocorra o
diagnóstico, mais provável que a trompa se
rompa e que aumentem os riscos de uma
próxima gravidez ectópica.
Complicações
• Impacto emocional de perder uma gravidez

LUTO:
 Cansaço;
 Falta de apetite;
 Dificuldade de concentração;
 Insônia.
 Culpa;
 Choque;
 Raiva, algumas vezes direcionadas ao parceiro ou a
amigos e familiares que passaram por gestações
bem sucedidas;
 Tristeza.
Prevenção
Reduzir os fatores de risco:
• Doenças sexualmente transmissíveis;
• Tratamento imediato;
• Parar de fumar;
• Realizar exames antes de engravidar para detectar
anormalidades estruturais nas trompas de Falópio;
• Não engravidar durante o uso de um DIU;
• Redução de aderências por cirurgias prévias.
Não existem medidas que evitem, comprovadamente, a
gravidez ectópica, a não ser aquelas que evitem também a
gravidez convencional. Contudo, há pacientes que possuam
maior risco de ter este tipo de gestação. Sendo sabedor de
tais características, o médico pode atentar-se para a
realização de exames que possam esclarecer a hipótese de
gravidez ectópica.
Referências Bibliográficas
-LEVENO et al. Obstetrícia de Williams, 23 ed, Artmed.

-Manual Técnico ; Gestação de Alto Risco, Brasília –DF/ 2010

-Rotinas Assistenciais da Maternidade-Escola da Universidade Federal do Rio


de Janeiro

-SILVEIRA, G.G. Ginecologia baseada em evidências. 2ªed. Ed. Atheneu.

-FRÓIS,A.C.; PEDERSOLI, B.A.; GUIMARÃES, M.H., et all. Tratamento da


gravidez ectópica: revisão de literatura. Rev Med Minas Gerais 2010; 20(4
Supl 2): S11-S14.

-Febronio EM, Rosas GQ, Cardia PP, D’Ippolito G. Gravidez ectópica: ensaio
iconográfico com enfoque em achados de tomografia computadorizada e
ressonância magnética. Radiol Bras. 2012 Set/Out;45(5):279–282.

Você também pode gostar