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Porto, 2020
ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DO PORTO
Porto, 2020
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................ 5
BIBLIOGRAFIA ...........................................................................................15
ANEXOS
Anexo V - Guião de observação da avaliação da dor por parte do Enf. Tutor do cliente em
estado crítico sem capacidade comunicacional
Anexo VI - Guião de observação da avaliação da dor por parte do Enf. Tutor do cliente em
estado crítico com capacidade comunicacional
Anexo IX - Guião de Recolha de dados para avaliação do efeito das intervenções não
farmacológicas realizadas no cliente com capacidade de comunicação verbal
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INTRODUÇÃO
A Ordem dos Enfermeiros identifica como critério de avaliação das competências específicas
do Enfermeiro Especialista em Enfermagem Médico-cirúrgica – Enfermagem à pessoa em
situação crítica, entre outras, a capacidade do Enfermeiro de: “Garante a gestão de medidas
farmacológicas de combate à dor; Demonstra conhecimentos e habilidades na gestão de
situações de sedo-analgesia.” (Diário da República, 2018, p. 19363).
O ICN (2019) define a dor como “Perceção comprometida: aumento de sensação corporal
desconfortável, referência subjetiva de sofrimento, expressão facial característica,
alteração do tónus muscular, comportamento de autoproteção, limitação do foco de
atenção, alteração da perceção do tempo, fuga do contacto social, processo de pensamento
comprometido, comportamento de distração, inquietação e perda de apetite”. Esta
definição releva para uma natureza subjetiva da dor e que se torna possível de ser detetada
quando reportada pelo cliente.
A Direção Geral de Saúde (DGS) em 2008 elaborou o Programa Nacional de Controlo da Dor
que se baseia nos seguintes princípios orientadores: a subjetividade da dor, a dor enquanto
5º sinal vital, o direito ao controlo da dor, o dever do controlo da dor e o tratamento
diferenciado da dor. Através do princípio da subjetividade da dor, a DGS preconiza que a
dor é aquela que o doente refere, sendo importante dar especial atenção ao controlo da dor
no cliente com dificuldade ou incapacidade comunicacional. O princípio da dor como 5º sinal
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vital aponta a dor como um sinal de alarme vital, sendo a sua avaliação e registo regular
uma boa prática clínica. O princípio do direito ao controlo da dor diz-nos que todos os
indivíduos têm direito a um controlo da dor enquanto que o princípio do dever do controlo
da dor indica que todos os profissionais de saúde devem trabalhar no sentido do controlo e
tratamento da dor dos clientes ao seu cuidado. O princípio do tratamento diferenciado da
dor indica que o controlo da dor deve ser a todos os níveis da rede de prestação de cuidados.
Assim, quando os clientes não conseguem expressar devidamente a sua dor, os profissionais
de saúde podem recorrer ao uso de escalas validadas de avaliação da dor, como a Behavioral
Pain Scale (BPS) que avalia a expressão facial, os movimentos dos membros superiores e a
compliance do cliente com a ventilação mecânica invasiva (Batalha L. , Figueiredo, Marques,
& Bizarro, 2012).
Numa fase inicial de pensamento do projeto, realizou-se uma análise de contextos (Anexo
I) tendo em atenção as dimensões pessoais e profissionais, o local de estágio e as suas
características e os objetivos do mesmo. Em seguida procedeu-se a uma análise da gestão
do tempo (Anexo II) na qual se verificou que o projeto seria exequível de ser realizado no
tempo disponível. Foi ainda realizada uma análise SWOT (Anexo III) na qual se determinou
que os fatores favoráveis à realização do projeto tinham uma ponderação superior aos
fatores desfavoráveis, podendo-se prever sucesso na implementação do mesmo.
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apresentado o desenvolvimento das atividades, onde é explicada a planificação das mesmas
no decorrer do tempo do ensino clínico. Nesta fase de planeamento recorreu-se à elaboração
de um diagrama de Gantt (Anexo IV). Por último são apresentados os recursos e requisitos
necessários à concretização deste projeto assim como a sua monitorização.
1. PLANEAMENTO DO PROJETO
Atividades:
• Pesquisar evidência científica em diferentes bases de dados através
do agregador de conteúdos EBSCOhost, sobre a avaliação da dor em
contexto de cuidados intensivos no cliente sem capacidade
comunicacional e no cliente com capacidade comunicacional;
• Consultar protocolos no serviço para a avaliação da dor e
instrumentos de avaliação utilizados;
1.1.2. Desenvolver habilidade para avaliar a dor no doente crítico
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Atividades:
• Observar a avaliação da dor por parte do Enf. Tutor do cliente em
estado critico sem capacidade comunicacional (Anexo V);
• Observar a avaliação da dor por parte do Enf. Tutor do cliente em
estado crítico com capacidade comunicacional, incluindo o paciente
com comunicação verbal comprometida (Anexo VI);
• Realizar um guião de avaliação da dor para o cliente sem capacidade
comunicacional e outro para o cliente com capacidade
comunicacional;
• Realizar sob a supervisão do Enf. Tutor a avaliação da dor do cliente
em estado crítico sem capacidade comunicacional e do cliente com
capacidade comunicacional, usando os guiões elaborados, cinco
vezes;
• Treinar a avaliação da dor do cliente em estado crítico sem
capacidade comunicacional e do cliente com capacidade
comunicacional o maior número de vezes possível.
Atividades:
• Elaborar a partir dos guiões de avaliação da dor elaborados um guia
para a documentação da avaliação da dor no doente crítico;
• Realizar sob supervisão do Enf. Tutor a documentação da avaliação
da dor a partir do guião elaborado cinco vezes;
• Treinar a documentação das avaliações da dor efetuadas o maior
número de vezes possível.
Atividades:
• Pesquisar evidência científica em diferentes bases de dados através
do agregador de conteúdos EBSCOhost, sobre o controlo da dor
farmacológico no cliente em estado crítico e sobre estratégias de
controlo da dor não farmacológicas no cliente em estado crítico;
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• Realizar uma lista com os principais fármacos analgésicos utilizados
no serviço;
• Pesquisar informação na base de dados do Infarmed sobre os
principais fármacos analgésicos usados no controlo da dor no Serviço;
1.2.2. Desenvolver capacidade para o uso de estratégias não farmacológicas
(Anexo VIII)
Atividades:
• Selecionar junto do Enf. Tutor as estratégias não farmacológicas de
controlo da dor possíveis de serem utilizadas no serviço (Anexo VIII);
• Projetar a implementação em conjunto com o Enf. Tutor de duas
estratégias de controlo da dor não farmacológicas selecionadas;
• Realizar sob supervisão do enfermeiro Tutor a aplicação das duas
estratégias não farmacológicas selecionadas cinco vezes;
• Treinar a aplicação das estratégias não farmacológicas selecionadas
de controlo da dor em conjunto com o Enf. Tutor o maior número de
vezes possível.
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Assim, no primeiro dia de estágio irei conhecer o serviço, a sua estrutura e dinâmica, o
Enfermeiro Tutor atribuído e o Enfermeiro chefe do Serviço. A apresentação do projeto
será realizada na segunda semana de estágio. De seguida, começando a implementar o
projeto, planeio consultar os protocolos existentes no serviço para a avaliação da dor
no doente crítico e os instrumentos de avaliação utilizados para a mesma. Depois de
averiguar quais os instrumentos de avaliação usados para o efeito passarei ao estudo da
aplicação destes. Ainda na segunda semana de estagio planeei iniciar a pesquisa
bibliográfica sobre a avaliação da dor no cliente crítico e as estratégias comunicacionais
para o cliente sem capacidade de comunicação verbal e realizar uma síntese do
material obtido, de forma a responder ao objetivo 1.1.1. - Aprofundar conhecimento
sobre o reconhecimento e avaliação da dor no doente crítico.
Na terceira semana de estágio planeio iniciar as atividades que respondem ao objetivo
1.1.2, tendo projetado para esta semana a observação durante os turnos da avaliação
da dor por parte do Enfermeiro tutor, utilizando os guias de observação elaborados e
posteriormente na semana irei elaborar um guião para me auxiliar na avaliação da dor
no cliente em contexto de cuidados intensivos com e sem capacidade comunicacional.
Na quarta semana de estágio tenho o objetivo de realizar sob a supervisão do
Enfermeiro Tutor a avaliação da dor dos clientes com e sem capacidade comunicacional
cinco vezes, de forma a validar os guiões de avaliação da dor anteriormente elaborados.
Ainda no início da terceira semana de estágio planeio iniciar as atividades que
concretizam o objetivo 1.1.3, sendo que nos primeiros dias irei elaborar um guião para
a documentação da avaliação da dor para o cliente com capacidade comunicacional e
outro para o cliente sem capacidade comunicacional. A quarta semana de estágio
encontra-se com as atividades desenvolvidas planeadas apenas para os primeiros dias
dado ser uma semana de férias laborais, sendo que planeio também aproveitar as férias
de verão que disponho, sem afetar a concretização do presente projeto.
Na quinta semana de estágio, já em Setembro, após a pausa letiva, planeio iniciar o
treino da avaliação da dor do cliente critico com e sem capacidade comunicacional que
se irá estender até à última semana de estágio. Ainda durante esta semana também
projetei a realização sob supervisão do Enfermeiro Tutor da documentação da avaliação
da dor a partir do guião elaborado pelo menos cinco meses, de forma a validar o guião
anteriormente elaborado. Ainda durante a quinta semana deverei realizar as atividades
que respondem ao objetivo 1.2.1.
Na sexta semana de estágio prevejo iniciar o treino da documentação da avaliação da
dor do cliente em estado crítico, atividade que se prolongará até à última semana de
estágio. Durante esta semana também irei iniciar as atividades que concretizam o
objetivo 1.2.2, sendo o meu plano durante esta semana escolher em conjunto com o
Enfermeiro Tutor as duas estratégias não farmacológicas para o alívio da dor que
poderíamos utilizar no serviço e projetar em conjunto a sua implementação. Ainda
nesta semana passaríamos para a realização das duas atividades farmacológicas
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seleccionadas pelo menos cinco vezes, de forma a validar a forma como as intervenções
foram planeadas e implementadas.
Na sétima semana de estágio planeio treinar o máximo de vezes que for possível a
implementação das duas estratégias não farmacológicas para o alívio da dor no cliente
em estado crítico. Por fim, no último dia de estágio prevejo a realização da avaliação
do ensino clínico, juntamente com o Enfermeiro Tutor e o Professor Orientador.
1.4. Monitorização
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o pré-estabelecido no diagrama, de forma a conseguir ir percebendo se a implementação do
projeto está a decorrer conforme o planeado. Também considero importante ir reunindo
frequentemente com o Enfermeiro Tutor de forma a obter o seu feedback sobre as atividades
desenvolvidas, assim como obter sugestões de melhoria. Com este objetivo de
monitorização, pretendo realizar uma vez por semana uma conversa informal com o mesmo.
Também será realizado o relatório final crítico-reflexivo com data de entrega ainda por
agendar, no qual será realizada uma reflexão e análise sobre a implementação do projeto e
os resultados obtidos, assim como também serão exploradas as limitações e dificuldades
encontradas durante a execução deste.
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BIBLIOGRAFIA
Arbour, C., Gélinas, C., & Michaud, C. (2011). Impact of the Implementation of the Critical-
Care Pain Observation Tool (CPOT) on Pain Management and Clinical Outcomes in
Mechanically Ventilated Trauma Intensive Care Unit Patients: a pilot study. J
Trauma Nurs, 18(1), 52-60.
Barros, A., Lopes, J., & Morais, S. (2019). Procedimentos de Enfermagem para a Prática
Clínica. Porto Alegre: Artmed.
Batalha, L., Figueiredo, A., Marques, M., & Bizarro, V. (2012). Adaptação cultural e
propriedades psicométricas da versão portuguesa da escala Pain Assessment in
Advanced Dementia. Revista de Enfermagem Referência, III(8), 7-16.
Chanques, G., Sebbane, M., Barbotte, E., Viel, E., Eledjam, J., & Jaber, S. (2007). A
prospective study of pain at rest: incidence and characteristics of an unrecognized
symptom in surgical and trauma versus medical intensive care unit patients.
Anesthesiology, 107, 858-860.
Choi, J., Campbell, M., Gelinas, C., Happ, M., Tate, J., & Chian, L. (2017). Symptom
assessment in non-vocal or cognitively impaired ICU patients: Implications for
practice and future research. Heart and Lung: Journal of Acute and Critical Care,
46(4), 239-245.
Direção Geral da Saúde. (2008). Programa Nacional de Controlo da Dor. Ministério da Saúde,
Lisboa.
International Council Of Nurses. Browser CIPE. [Em linha]. 2019 [consult. 25 março 2019].
Disponível em: https://www.icn.ch/what-we-do/projects/ehealth/icnp-browser
Ordem dos Enfermeiros. (2008). DOR - Guia orientador de boa prática. Ordem dos
Enfermeiros.
Rigotti, M., & Ferreira, A. (2005). Intervenções de Enfermagem ao Paciente com Dor.
Arquivo Ciências Saúde, 12(1), 50-4.
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ANEXO I - Análise dos Contextos
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ANEXO I - Análise dos Contextos
• Desenvolvimento de competências de
intervenção diferenciada, no sentido da
manutenção e/ou recuperação das funções
vitais, no contexto de equipas
multidisciplinares
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• Presença de clientes em situação crítica nos
quais a gestão e controlo da dor é um foco de
atenção da prática de Enfermagem
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ANEXO II – Análise de Gestão de Tempo
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ANEXO II - Análise de Gestão de Tempo
Dormir 42 horas
Alimentação 9 horas
Deslocações 10 horas
Lazer 0 horas
Compras 2 horas
Tendo em conta o número de horas existentes numa semana (168h) elaborei o planeamento
de gestão de horas semanal acima descrito. Das horas contabilizadas sobram 4 horas que
deixei de reserva visto frequentemente o meu horário de trabalho ultrapassar as 40 horas
semanais. Nas semanas em que o aumento do horário de trabalho for superior a mais quatro
horas semanais, terei que retirar tempo às atividades planeadas.
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ANEXO III – Análise SWOT
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ANEXO III - Análise SWOT
Fatores Favoráveis
Dimensão Externa
Dimensão Interna
Realizando uma análise comparativa das médias das ponderações dos fatores favoráveis
(17,8 e 17) e as médias dos fatores desfavoráveis (16) compreende-se que as médias dos
fatores favoráveis são superiores às dos fatores desfavoráveis, relevando a viabilidade da
implementação do presente projeto.
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ANEXO IV – Diagrama de Gantt
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ANEXO IV - Diagrama de Gantt
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ANEXO V – Guião de observação da avaliação da dor por parte do Enf.
Tutor do cliente em estado crítico sem capacidade comunicacional
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ANEXO V – Guião de observação da avaliação da dor por parte do Enf.
Tutor do cliente em estado crítico sem capacidade comunicacional
1. Observar a colheita de dados por parte do Enf. Tutor aquando a avaliação da dor do
cliente em estado crítico sem capacidade comunicacional, incluíndo os seguintes
aspetos:
• Exame físico;
Relaxada 1
Tolera a ventilação 1
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Adaptação ao Luta contra o ventilador mas a 3
ventilador ventilação ainda é possível algumas
vezes
Tabela 6 - Behavioral Pain Scale traduzida para português (Batalha L. , Figueiredo, Marques, &
Bizarro, 2013, pp. 11-12)
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ANEXO VI – Guião de observação da avaliação da dor por parte do Enf.
Tutor do cliente em estado crítico com capacidade comunicacional
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ANEXO VI – Guião de observação da avaliação da dor por parte do Enf.
Tutor do cliente em estado crítico com capacidade comunicacional
1. Observar a colheita de dados por parte do Enf. Tutor aquando a avaliação da dor do
cliente em estado crítico com capacidade comunicacional, incluindo os seguintes
aspetos (Ordem dos Enfermeiros, 2008):
• Exame físico;
• Estratégias de coping;
• Sintomas de dor;
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ANEXO VII – Controlo da dor na NIC
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ANEXO VII – Controlo da dor na NIC (Rigotti & Ferreira, 2005, p. 53)
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ANEXO VIII – Estratégias não farmacológicas para o controlo da dor
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ANEXO VIII – Estratégias não farmacológicas para o controlo da dor
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postura e profilaxia de
futuras dores.
Tabela 7 – Estratégias não farmacológicas para o controlo da dor (Ordem dos Enfermeiros, 2008, pp. 49-
50)
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