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ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DO PORTO

Curso de Mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica

Ano letivo 2019/2020

UC: Projeto em Enfermagem Médico-cirúrgica

AVALIAÇÃO E CONTROLO DA DOR NO DOENTE CRÍTICO

Joana Raquel Nogueira Miranda ep2270

Porto, 2020
ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DO PORTO

Mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica

AVALIAÇÃO E CONTROLO DA DOR NO DOENTE CRÍTICO

Trabalho desenvolvido no âmbito da Unidade


Curricular Projeto em Enfermagem Médico-
cirúrgica

Documento elaborado no âmbito do Curso de


Mestrado em Médico-Cirúrgica, para obtenção da
Classificação na Unidade Curricular Projeto em
Enfermagem Médico-cirúrgica, orientada pelo
Professor Paulo Parente

Autor(es): Joana Raquel Nogueira Miranda ep2270

Porto, 2020

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................ 5

1. PLANEAMENTO DO PROJETO .................................................................... 7

1.1. Objetivos e Atividades ..................................................................... 7

1.2. Desenvolvimento das atividades .........................................................10

1.3. Recursos e requisitos ......................................................................12

1.4. Monitorização ..............................................................................13

BIBLIOGRAFIA ...........................................................................................15

ANEXOS

Anexo I - Análise dos contextos

Anexo II - Análise da gestão do tempo

Anexo III - Análise SWOT

Anexo IV - Diagrama de Gantt

Anexo V - Guião de observação da avaliação da dor por parte do Enf. Tutor do cliente em
estado crítico sem capacidade comunicacional

Anexo VI - Guião de observação da avaliação da dor por parte do Enf. Tutor do cliente em
estado crítico com capacidade comunicacional

Anexo VII - Controlo da dor na NIC

Anexo VIII - Estratégias não farmacológicas para o controlo da dor

Anexo IX - Guião de Recolha de dados para avaliação do efeito das intervenções não
farmacológicas realizadas no cliente com capacidade de comunicação verbal

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INTRODUÇÃO

No âmbito da Unidade Curricular de Projeto de Enfermagem Médico-Cirúrgica integrada no


Curso de Mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica da Escola Superior de Enfermagem do
Porto, no ano letivo 2019/2020, sob a orientação do Professor Paulo Parente, foi proposto a
realização de um projeto de estágio de desenvolvimento de competências profissionais na
área da Enfermagem Médico-cirúrgica.

A Ordem dos Enfermeiros identifica como critério de avaliação das competências específicas
do Enfermeiro Especialista em Enfermagem Médico-cirúrgica – Enfermagem à pessoa em
situação crítica, entre outras, a capacidade do Enfermeiro de: “Garante a gestão de medidas
farmacológicas de combate à dor; Demonstra conhecimentos e habilidades na gestão de
situações de sedo-analgesia.” (Diário da República, 2018, p. 19363).

Como ponto de partida na elaboração do presente projeto, centrei-me no desenvolvimento


de competências de intervenção diferenciada no domínio da avaliação e controlo da dor no
doente em estado crítico, uma vez que profissionalmente desempenho funções de
Enfermeira de Anestesia num Bloco Operatório diferenciado, julgando ser pertinente para o
meu projeto profissional na área na qual desempenho funções a aquisição de competências
no âmbito da avaliação e controlo da dor no doente crítico. Este projeto deverá ser realizado
na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital Trofa Saúde Senhor do Bonfim (local de
estágio que ainda se encontra à espera da confirmação formal por parte da administração
do Hospital).

O ICN (2019) define a dor como “Perceção comprometida: aumento de sensação corporal
desconfortável, referência subjetiva de sofrimento, expressão facial característica,
alteração do tónus muscular, comportamento de autoproteção, limitação do foco de
atenção, alteração da perceção do tempo, fuga do contacto social, processo de pensamento
comprometido, comportamento de distração, inquietação e perda de apetite”. Esta
definição releva para uma natureza subjetiva da dor e que se torna possível de ser detetada
quando reportada pelo cliente.

A Direção Geral de Saúde (DGS) em 2008 elaborou o Programa Nacional de Controlo da Dor
que se baseia nos seguintes princípios orientadores: a subjetividade da dor, a dor enquanto
5º sinal vital, o direito ao controlo da dor, o dever do controlo da dor e o tratamento
diferenciado da dor. Através do princípio da subjetividade da dor, a DGS preconiza que a
dor é aquela que o doente refere, sendo importante dar especial atenção ao controlo da dor
no cliente com dificuldade ou incapacidade comunicacional. O princípio da dor como 5º sinal

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vital aponta a dor como um sinal de alarme vital, sendo a sua avaliação e registo regular
uma boa prática clínica. O princípio do direito ao controlo da dor diz-nos que todos os
indivíduos têm direito a um controlo da dor enquanto que o princípio do dever do controlo
da dor indica que todos os profissionais de saúde devem trabalhar no sentido do controlo e
tratamento da dor dos clientes ao seu cuidado. O princípio do tratamento diferenciado da
dor indica que o controlo da dor deve ser a todos os níveis da rede de prestação de cuidados.

A deteção, avaliação e tratamento da dor no doente crítico é uma preocupação no cuidado


dos profissionais de saúde que trabalham em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI). De
facto, cerca de 75% dos doentes em unidades desta natureza reportam dor severa durante
o seu internamento, enquanto que 80% dos seus familiares cuidadores consideram que o
tratamento da dor foi adequado (Chanques, et al., 2007). Dada a dificuldade de avaliar e
controlar a dor no doente crítico, esta pode ser negligenciada, comprometendo o bem-estar
e a recuperação do cliente (Arbour, Gélinas, & Michaud, 2011). Assim, o alívio da dor e a
promoção do conforto torna-se um aspeto essencial quando se presta cuidados ao cliente
em situação crítica.

A maioria dos clientes internados em unidades de cuidados intensivos são incapazes de


comunicar o seu sofrimento, devido a compromisso da consciência, presença de delírio, a
danos cerebrais ocorridos, a presença de problemas cognitivos anteriores, como demência
e devido à ventilação mecânica invasiva. Deste modo, a situação crítica cria o risco de a dor
ser indevidamente identificada o que pode resultar numa prescrição e administração de
analgésicos e sedativos não adaptada às reais necessidades do cliente (Choi, et al., 2017).

Assim, quando os clientes não conseguem expressar devidamente a sua dor, os profissionais
de saúde podem recorrer ao uso de escalas validadas de avaliação da dor, como a Behavioral
Pain Scale (BPS) que avalia a expressão facial, os movimentos dos membros superiores e a
compliance do cliente com a ventilação mecânica invasiva (Batalha L. , Figueiredo, Marques,
& Bizarro, 2012).

Numa fase inicial de pensamento do projeto, realizou-se uma análise de contextos (Anexo
I) tendo em atenção as dimensões pessoais e profissionais, o local de estágio e as suas
características e os objetivos do mesmo. Em seguida procedeu-se a uma análise da gestão
do tempo (Anexo II) na qual se verificou que o projeto seria exequível de ser realizado no
tempo disponível. Foi ainda realizada uma análise SWOT (Anexo III) na qual se determinou
que os fatores favoráveis à realização do projeto tinham uma ponderação superior aos
fatores desfavoráveis, podendo-se prever sucesso na implementação do mesmo.

O presente trabalho explana o planeamento do projeto de desenvolvimento de competências


de intervenção diferenciada, sendo apresentados primeiramente os objetivos deste projeto
e as atividades que concretizam cada um destes. Para o desenvolvimento de algumas
atividades foram desenvolvidas algumas ferramentas colocadas em Anexo que servirão como
guia na fase de concretização do projeto no decorrer do ensino clínico. Seguidamente é

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apresentado o desenvolvimento das atividades, onde é explicada a planificação das mesmas
no decorrer do tempo do ensino clínico. Nesta fase de planeamento recorreu-se à elaboração
de um diagrama de Gantt (Anexo IV). Por último são apresentados os recursos e requisitos
necessários à concretização deste projeto assim como a sua monitorização.

1. PLANEAMENTO DO PROJETO

1.1. Objetivos e Atividades

De forma a iniciar o planeamento e realização deste projeto, com o intuito de


desenvolver competências no âmbito de atuação do Enfermeiro Especialista em
Enfermagem Médico-Cirúrgica, foram definidos os seguintes objetivos e respetivas
atividades que os concretizam:

1. Desenvolver competências de diagnóstico e intervenção diferenciada no


domínio da dor no doente crítico

1.1. Melhorar capacidade de avaliação da dor no doente crítico

1.1.1. Aprofundar conhecimento sobre o reconhecimento e avaliação da dor no


doente crítico

Atividades:
• Pesquisar evidência científica em diferentes bases de dados através
do agregador de conteúdos EBSCOhost, sobre a avaliação da dor em
contexto de cuidados intensivos no cliente sem capacidade
comunicacional e no cliente com capacidade comunicacional;
• Consultar protocolos no serviço para a avaliação da dor e
instrumentos de avaliação utilizados;
1.1.2. Desenvolver habilidade para avaliar a dor no doente crítico

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Atividades:
• Observar a avaliação da dor por parte do Enf. Tutor do cliente em
estado critico sem capacidade comunicacional (Anexo V);
• Observar a avaliação da dor por parte do Enf. Tutor do cliente em
estado crítico com capacidade comunicacional, incluindo o paciente
com comunicação verbal comprometida (Anexo VI);
• Realizar um guião de avaliação da dor para o cliente sem capacidade
comunicacional e outro para o cliente com capacidade
comunicacional;
• Realizar sob a supervisão do Enf. Tutor a avaliação da dor do cliente
em estado crítico sem capacidade comunicacional e do cliente com
capacidade comunicacional, usando os guiões elaborados, cinco
vezes;
• Treinar a avaliação da dor do cliente em estado crítico sem
capacidade comunicacional e do cliente com capacidade
comunicacional o maior número de vezes possível.

1.1.3 Melhorar a habilidade de documentação da avaliação da dor no


doente crítico

Atividades:
• Elaborar a partir dos guiões de avaliação da dor elaborados um guia
para a documentação da avaliação da dor no doente crítico;
• Realizar sob supervisão do Enf. Tutor a documentação da avaliação
da dor a partir do guião elaborado cinco vezes;
• Treinar a documentação das avaliações da dor efetuadas o maior
número de vezes possível.

1.2. Desenvolver competências na realização da intervenção no doente


crítico: controlo da dor (NIC – Anexo VII)

1.2.1. Aprofundar conhecimento sobre o controlo da dor no doente crítico

Atividades:
• Pesquisar evidência científica em diferentes bases de dados através
do agregador de conteúdos EBSCOhost, sobre o controlo da dor
farmacológico no cliente em estado crítico e sobre estratégias de
controlo da dor não farmacológicas no cliente em estado crítico;

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• Realizar uma lista com os principais fármacos analgésicos utilizados
no serviço;
• Pesquisar informação na base de dados do Infarmed sobre os
principais fármacos analgésicos usados no controlo da dor no Serviço;
1.2.2. Desenvolver capacidade para o uso de estratégias não farmacológicas
(Anexo VIII)

Atividades:
• Selecionar junto do Enf. Tutor as estratégias não farmacológicas de
controlo da dor possíveis de serem utilizadas no serviço (Anexo VIII);
• Projetar a implementação em conjunto com o Enf. Tutor de duas
estratégias de controlo da dor não farmacológicas selecionadas;
• Realizar sob supervisão do enfermeiro Tutor a aplicação das duas
estratégias não farmacológicas selecionadas cinco vezes;
• Treinar a aplicação das estratégias não farmacológicas selecionadas
de controlo da dor em conjunto com o Enf. Tutor o maior número de
vezes possível.

Tabela 1 – Objetivos e Atividades

1.2. Desenvolvimento das atividades

O desenvolvimento e implementação deste projeto decorrerá durante a Unidade


Curricular Enfermagem Médico-cirúrgica II – Área de Projeto, que está planeada ocorrer
entre o dia 4 de Julho de 2020 até ser suspensa no dia 31 de Julho para iniciar
novamente a 9 de Setembro até 2 de Outubro do mesmo ano. Neste ensino clínico estão
previstas 270 horas de estágio, cerca de 45 horas semanais, que irão ser desenvolvidas
na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital Trofa Saúde Senhor do Bonfim. Para o
desenvolvimento das atividades que concretizam este projeto deverão ser despendidas
metade das horas totais de estágio, sendo assim previsto que este seja desenvolvido
em 135 horas de estágio.
Antes de se ter realizado a calendarização das atividades que concretizam este projeto,
realizou-se uma análise de gestão de tempo (Anexo II). Nesta análise dividiu-se as horas
totais de uma semana entre todas as tarefas necessárias de serem realizadas, de forma
a perceber quais seriam as mais importantes e gerir desta forma melhor o tempo
disponível para a realização do projeto. Passou-se de seguida para o planeamento e
calendarização das diversas atividades planeadas, tendo-se recorrido ao Diagrama de
Gantt (Anexo IV) uma vez que se trata de uma ferramenta facilitadora para este efeito.

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Assim, no primeiro dia de estágio irei conhecer o serviço, a sua estrutura e dinâmica, o
Enfermeiro Tutor atribuído e o Enfermeiro chefe do Serviço. A apresentação do projeto
será realizada na segunda semana de estágio. De seguida, começando a implementar o
projeto, planeio consultar os protocolos existentes no serviço para a avaliação da dor
no doente crítico e os instrumentos de avaliação utilizados para a mesma. Depois de
averiguar quais os instrumentos de avaliação usados para o efeito passarei ao estudo da
aplicação destes. Ainda na segunda semana de estagio planeei iniciar a pesquisa
bibliográfica sobre a avaliação da dor no cliente crítico e as estratégias comunicacionais
para o cliente sem capacidade de comunicação verbal e realizar uma síntese do
material obtido, de forma a responder ao objetivo 1.1.1. - Aprofundar conhecimento
sobre o reconhecimento e avaliação da dor no doente crítico.
Na terceira semana de estágio planeio iniciar as atividades que respondem ao objetivo
1.1.2, tendo projetado para esta semana a observação durante os turnos da avaliação
da dor por parte do Enfermeiro tutor, utilizando os guias de observação elaborados e
posteriormente na semana irei elaborar um guião para me auxiliar na avaliação da dor
no cliente em contexto de cuidados intensivos com e sem capacidade comunicacional.
Na quarta semana de estágio tenho o objetivo de realizar sob a supervisão do
Enfermeiro Tutor a avaliação da dor dos clientes com e sem capacidade comunicacional
cinco vezes, de forma a validar os guiões de avaliação da dor anteriormente elaborados.
Ainda no início da terceira semana de estágio planeio iniciar as atividades que
concretizam o objetivo 1.1.3, sendo que nos primeiros dias irei elaborar um guião para
a documentação da avaliação da dor para o cliente com capacidade comunicacional e
outro para o cliente sem capacidade comunicacional. A quarta semana de estágio
encontra-se com as atividades desenvolvidas planeadas apenas para os primeiros dias
dado ser uma semana de férias laborais, sendo que planeio também aproveitar as férias
de verão que disponho, sem afetar a concretização do presente projeto.
Na quinta semana de estágio, já em Setembro, após a pausa letiva, planeio iniciar o
treino da avaliação da dor do cliente critico com e sem capacidade comunicacional que
se irá estender até à última semana de estágio. Ainda durante esta semana também
projetei a realização sob supervisão do Enfermeiro Tutor da documentação da avaliação
da dor a partir do guião elaborado pelo menos cinco meses, de forma a validar o guião
anteriormente elaborado. Ainda durante a quinta semana deverei realizar as atividades
que respondem ao objetivo 1.2.1.
Na sexta semana de estágio prevejo iniciar o treino da documentação da avaliação da
dor do cliente em estado crítico, atividade que se prolongará até à última semana de
estágio. Durante esta semana também irei iniciar as atividades que concretizam o
objetivo 1.2.2, sendo o meu plano durante esta semana escolher em conjunto com o
Enfermeiro Tutor as duas estratégias não farmacológicas para o alívio da dor que
poderíamos utilizar no serviço e projetar em conjunto a sua implementação. Ainda
nesta semana passaríamos para a realização das duas atividades farmacológicas

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seleccionadas pelo menos cinco vezes, de forma a validar a forma como as intervenções
foram planeadas e implementadas.
Na sétima semana de estágio planeio treinar o máximo de vezes que for possível a
implementação das duas estratégias não farmacológicas para o alívio da dor no cliente
em estado crítico. Por fim, no último dia de estágio prevejo a realização da avaliação
do ensino clínico, juntamente com o Enfermeiro Tutor e o Professor Orientador.

1.3. Recursos e requisitos

Para a implementação deste projeto é essencial balancear-se os recursos necessários


para o mesmo e os recursos disponíveis, entre os quais os humanos, os temporais, os
financeiros e os materiais. Nos recursos humanos englobam-se os diferentes
intervenientes para a sua concretização, incluindo o responsável do projeto, os clientes
recetores dos cuidados, o Enfermeiro Tutor, o Enfermeiro Chefe do Serviço, o Professor
Orientador e o Professor Coordenador da unidade curricular. O recurso temporal será
de 10 semanas. Os recursos financeiros necessários serão o custo associado com as
deslocações para o local de estágio e os recursos materiais necessários são o
computador, ligação de internet e acesso para aceder às bases de dados para a pesquisa
bibliográfica.
Os requisitos necessários para a implementação do projeto foram analisados e
encontram-se na análise SWOT realizada (Anexo III), na qual foi realizada uma
ponderação entre os requisitos favoráveis e os desfavoráveis, sendo que é possível
afirmar-se que o presente projeto reúne condições para ser viável, uma vez que a
atribuição média atribuída aos fatores favoráveis é superior à dos fatores desfavoráveis.

1.4. Monitorização

Durante a implementação do projeto no decorrer do tempo do ensino clínico é importante


monitorizar, controlar e avaliar posteriormente o mesmo. O diagrama de Gantt (Anexo IV)
é uma ferramenta que se revela bastante útil para se monitorizar a execução do projeto,
ajudando a que seja cumprido o previamente planeado. No final de cada semana irei fazer
uma reflexão sobre as atividades desenvolvidas do projeto e realizarei o seu confronto com

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o pré-estabelecido no diagrama, de forma a conseguir ir percebendo se a implementação do
projeto está a decorrer conforme o planeado. Também considero importante ir reunindo
frequentemente com o Enfermeiro Tutor de forma a obter o seu feedback sobre as atividades
desenvolvidas, assim como obter sugestões de melhoria. Com este objetivo de
monitorização, pretendo realizar uma vez por semana uma conversa informal com o mesmo.

Outra estratégia de monitorização e avaliação da implementação do projeto que planeio


concretizar é a realização de dois relatórios de progresso, um no final do mês de Julho e
outro na segunda semana de Setembro. O objetivo da realização destes dois relatórios
assenta na reflexão sobre o decorrer da implementação do projeto. Estes dois relatórios
serão enviados e discutidos em reunião a agendar com o Professor Orientador e o Professor
Coordenador, de forma a obter orientação e sugestões de melhoria que poderão ajudar a
melhorar a execução deste projeto.

Também será realizado o relatório final crítico-reflexivo com data de entrega ainda por
agendar, no qual será realizada uma reflexão e análise sobre a implementação do projeto e
os resultados obtidos, assim como também serão exploradas as limitações e dificuldades
encontradas durante a execução deste.

A avaliação da execução do presente projeto irá culminar na reunião de avaliação final do


estágio com o Enfermeiro Tutor e o Professor Orientador, planeada para o final do estágio,
conforme consta no diagrama de Gantt (Anexo IV).

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BIBLIOGRAFIA

Arbour, C., Gélinas, C., & Michaud, C. (2011). Impact of the Implementation of the Critical-
Care Pain Observation Tool (CPOT) on Pain Management and Clinical Outcomes in
Mechanically Ventilated Trauma Intensive Care Unit Patients: a pilot study. J
Trauma Nurs, 18(1), 52-60.

Barros, A., Lopes, J., & Morais, S. (2019). Procedimentos de Enfermagem para a Prática
Clínica. Porto Alegre: Artmed.

Batalha, L., Figueiredo, A., Marques, M., & Bizarro, V. (2012). Adaptação cultural e
propriedades psicométricas da versão portuguesa da escala Pain Assessment in
Advanced Dementia. Revista de Enfermagem Referência, III(8), 7-16.

Chanques, G., Sebbane, M., Barbotte, E., Viel, E., Eledjam, J., & Jaber, S. (2007). A
prospective study of pain at rest: incidence and characteristics of an unrecognized
symptom in surgical and trauma versus medical intensive care unit patients.
Anesthesiology, 107, 858-860.

Choi, J., Campbell, M., Gelinas, C., Happ, M., Tate, J., & Chian, L. (2017). Symptom
assessment in non-vocal or cognitively impaired ICU patients: Implications for
practice and future research. Heart and Lung: Journal of Acute and Critical Care,
46(4), 239-245.

Diário da República. (16 de Julho de 2018). 2ª série(135).

Direção Geral da Saúde. (2008). Programa Nacional de Controlo da Dor. Ministério da Saúde,
Lisboa.

International Council Of Nurses. Browser CIPE. [Em linha]. 2019 [consult. 25 março 2019].
Disponível em: https://www.icn.ch/what-we-do/projects/ehealth/icnp-browser

Ordem dos Enfermeiros. (2008). DOR - Guia orientador de boa prática. Ordem dos
Enfermeiros.

Rigotti, M., & Ferreira, A. (2005). Intervenções de Enfermagem ao Paciente com Dor.
Arquivo Ciências Saúde, 12(1), 50-4.

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ANEXO I - Análise dos Contextos

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ANEXO I - Análise dos Contextos

Projetos e circunstâncias • Interesse pela área do doente crítico


pessoais
• Empenho e motivação para a conclusão do
curso

• Bom suporte familiar e social

• Reformulação do horário e da estrutura do


serviço onde desempenho funções, com
elevada carga horária semanal devido ao
contexto epidemiológico atual

Projetos profissionais • Conclusão do curso de Mestrado em


Enfermagem Médico-cirúrgica

• Adquirir novos conhecimentos e capacidades


no âmbito do doente crítico de forma a
complementar o desempenho das minhas
funções enquanto Enfermeira num Bloco
Operatório onde desempenho, entre outras,
funções de Enfermeira de Anestesia

• Progressão na carreira de Enfermagem

Objetivos do Ensino Clínico • Desenvolvimento de competências de


reconhecimento de situações de falência ou
grave compromisso das funções vitais

• Desenvolvimento de competências de
intervenção diferenciada, no sentido da
manutenção e/ou recuperação das funções
vitais, no contexto de equipas
multidisciplinares

Local do Ensino Clínico Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital Senhor


do Bonfim

• Hospital onde desempenho funções no Bloco


Operatório

• Serviço localizado ao lado do Bloco


Operatório, do qual conheço a estrutura e a
equipa

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• Presença de clientes em situação crítica nos
quais a gestão e controlo da dor é um foco de
atenção da prática de Enfermagem

• Existência de Enfermeiros Especialistas em


Enfermagem Médico-cirúrgica no serviço.

Tabela 2 – Análise dos contextos

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ANEXO II – Análise de Gestão de Tempo

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ANEXO II - Análise de Gestão de Tempo

ATIVIDADES Nº DE HORAS GASTAS NA


ATIVIDADE POR SEMANA

Dormir 42 horas

Higiene e Arranjo Pessoal 7 horas

Alimentação 9 horas

Atividade profissional 40 horas (sendo frequentemente


mais)

Ensino clínico 45 horas

Trabalho/estudo individual 7 horas

Deslocações 10 horas

Lazer 0 horas

Compras 2 horas

Atividades domésticas 2 horas

Tabela 3 – Análise do tempo

Tendo em conta o número de horas existentes numa semana (168h) elaborei o planeamento
de gestão de horas semanal acima descrito. Das horas contabilizadas sobram 4 horas que
deixei de reserva visto frequentemente o meu horário de trabalho ultrapassar as 40 horas
semanais. Nas semanas em que o aumento do horário de trabalho for superior a mais quatro
horas semanais, terei que retirar tempo às atividades planeadas.

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ANEXO III – Análise SWOT

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ANEXO III - Análise SWOT

Fatores Favoráveis

Forças (S) Oportunidades (O)

Interesse e motivação na 19 Serviço vocacionado para a 16


área de estudo prestação de cuidados ao
doente em estado crítico do
Bom apoio familiar 18 foro médico e cirúrgico

Boa capacidade de Serviço com uma boa 18


adaptação 18 receção de colegas
estagiários
Volição para a conclusão do
16
mestrado em Enfermagem
Médico-cirúrgica

Dimensão Externa
Dimensão Interna

Média de Forças 17,8 Média de Oportunidades 17

Fraquezas (W) Ameaças (T)

Reformulação do serviço e 18 Possibilidade de não 17


do horário de trabalho existirem no período de
devido ao contexto estágio clientes submetidos
epidemiológico atual, a ventilação mecânica
limitando o tempo e invasiva
disponibilidade
14 Tempo de estágio reduzido 15
Inexperiência em cuidados
intensivos

Média de Fraquezas 16 Média de Ameaças 16


Fatores Desfavoráveis

Tabela 4 – Análise SWOT

Realizando uma análise comparativa das médias das ponderações dos fatores favoráveis
(17,8 e 17) e as médias dos fatores desfavoráveis (16) compreende-se que as médias dos
fatores favoráveis são superiores às dos fatores desfavoráveis, relevando a viabilidade da
implementação do presente projeto.

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ANEXO IV – Diagrama de Gantt

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ANEXO IV - Diagrama de Gantt

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ANEXO V – Guião de observação da avaliação da dor por parte do Enf.
Tutor do cliente em estado crítico sem capacidade comunicacional

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ANEXO V – Guião de observação da avaliação da dor por parte do Enf.
Tutor do cliente em estado crítico sem capacidade comunicacional

1. Observar a colheita de dados por parte do Enf. Tutor aquando a avaliação da dor do
cliente em estado crítico sem capacidade comunicacional, incluíndo os seguintes
aspetos:

• Exame físico;

• Sinais e sintomas de dor (Barros, Lopes, & Morais, 2019):

- Comportamentais – Expressão facial de dor, gemido, choro, agitação, movimentos


dos membros, diminuição da compliance ventilatória;

- Fisiológicos – Taquicardia, Hipertensão arterial, aumento da frequência


respiratória, dessaturação, arritmia;

2. Observar a aplicação da escala de avaliação da dor no cliente sem capacidade


comunicacional por parte do Enf. Tutor instituída no serviço (possibilidade de
utilização da Escala Behavioral Pain Scale):

Indicador Item Pontuação

Relaxada 1

Parcialmente contraída = sobrancelhas 2


franzidas
Expressão facial
Completamente contraída = pálpebras 3
fechadas

Careta = esgar facial 4

Movimentos dos Sem movimento 1


membros
superiores (em Parcialmente fletidos 2
repouso: verifique
o tónus
Muito fletidos com flexão dos dedos 3
mobilizando o
membro)
Retraído, resistência aos cuidados 4

Tolera a ventilação 1

Tosse mas tolera a ventilação a maior 2


parte do tempo

25
Adaptação ao Luta contra o ventilador mas a 3
ventilador ventilação ainda é possível algumas
vezes

Incapaz de controlar a ventilação 4

Tabela 6 - Behavioral Pain Scale traduzida para português (Batalha L. , Figueiredo, Marques, &
Bizarro, 2013, pp. 11-12)

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ANEXO VI – Guião de observação da avaliação da dor por parte do Enf.
Tutor do cliente em estado crítico com capacidade comunicacional

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ANEXO VI – Guião de observação da avaliação da dor por parte do Enf.
Tutor do cliente em estado crítico com capacidade comunicacional

1. Observar a colheita de dados por parte do Enf. Tutor aquando a avaliação da dor do
cliente em estado crítico com capacidade comunicacional, incluindo os seguintes
aspetos (Ordem dos Enfermeiros, 2008):

• Exame físico;

• Descrição das características da dor: localização, intensidade, qualidade,


duração, frequência;

• Maneiras de comunicar a dor, expressões de dor;

• Fatores de agravamento e alívio da dor;

• Estratégias de coping;

• Implicação da dor nas atividades de vida diária;

• Conhecimento e consciencialização sobre a doença;

• Impacto emocional, social e espiritual da dor;

• Sintomas de dor;

• Avaliação do efeito das medidas de controlo da dor farmacológicas e não


farmacológicas.

2. Escolha do instrumento de avaliação da dor conforme a situação e contexto do


cliente: Escala Visual Analógica (EVA), Escala Numérica (EN), Escala de Faces (EF),
Escala Qualitativa (EQ) (Ordem dos Enfermeiros, 2008);

3. Seleção e uso de estratégias comunicacionais para a avaliação da dor nos clientes


com comunicação verbal comprometida;

4. Aplicação do instrumento de avaliação da dor selecionado.

28
ANEXO VII – Controlo da dor na NIC

29
ANEXO VII – Controlo da dor na NIC (Rigotti & Ferreira, 2005, p. 53)

30
ANEXO VIII – Estratégias não farmacológicas para o controlo da dor

31
ANEXO VIII – Estratégias não farmacológicas para o controlo da dor

Intervenção Definição Objetivos

Terapia Combinação de técnicas Ajudar a pessoa a alterar


cognitiva/Comportamental terapêuticas cognitivas as suas percepções ou
(TTC) (ex: diversão, atenção) padrões de dor (ex:
com técnicas diminuição de
comportamentais (ex: pensamentos negativos,
relaxamento, treino da emoções, e crenças), a
assertividade), aumentar a sensação de
reestruturação cognitiva controlo e diminuir
e o treino de estratégias comportamentos não
de coping. adaptativos.

Reestruturação cognitiva Tipo de TCC na qual a Gerar pensamentos


COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS

pessoa é instruída a adaptativos.


monitorizar e avaliar
pensamentos negativos.

Treino de habilidades de Tipo de TCC que ajuda a Ajudar a pessoa no


coping pessoa a desenvolver desenvolvimento de
estratégias de coping, habilidades para
que incluem relaxamento controlar/ gerir a dor e o
e técnicas de imaginação, stress.
auto-estadiamento de
coping adaptativo e
psicoterapia de grupo.

Relaxamento com Diminuição da tensão Aumentar o foco nas


imaginação muscular através da sensações de bem-estar,
imaginação, visualização assim como na
e meditação. diminuição da tensão,
ansiedade, depressão e
dor relacionada com a
inactividade.

Distração Estratégias para desviar a Diminuir a atenção


atenção da dor. prestada à dor.

Aplicação de frio e Aplicação de frio; Diminuir a inflamação.


aplicação de calor aplicação de calor. Promover o relaxamento
muscular.

Exercício Movimentos que Promover a recuperação


promovem o alongamento muscular e o
FÍSICAS

e a resistência, o combate alongamento dos


à rigidez e à debilidade tendões, a amplitude de
associada com a dor e movimentos, a
inactividade. resistência, o conforto e
a função. Minimizar a
atrofia,
desmineralização. Alívio
da dor com
restabelecimento da

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postura e profilaxia de
futuras dores.

Imobilização Restrição e limitação de Manter o alinhamento


movimentos; apropriado para a
reparação pós-lesão.

Massagem Acto de massajar e Facilitar o relaxamento e


pressionar partes do diminuir a tensão
corpo. muscular.
FÍSICAS

Estimulação elétrica Aplicação de corrente de Libertar substâncias


transcutânea - TENS baixa-intensidade através analgésicas endógenas
da colocação de de alívio da dor.
eléctrodos na pele, Promover a mobilidade
provocando estimulação física, pela interferência
selectiva dos receptores na transmissão de
sensitivos cutâneos a um impulsos nociceptivos
estímulo mecânico. das fibras nervosas.

Toque terapêutico Processo intencional de Promover o apoio e a


repadronização do campo segurança através do
SUPORTE EMOCIONAL

energético durante o qual contacto pele a pele.


o terapeuta usa as mãos Promover relaxamento,
para dirigir ou modular o reduzir a ansiedade e
campo energético com controlar a dor, entre
fins terapêuticos. outros sintomas que
trazem desconforto.
Conforto Sensação de
tranquilidade física e
bem-‑estar corporal.

Tabela 7 – Estratégias não farmacológicas para o controlo da dor (Ordem dos Enfermeiros, 2008, pp. 49-
50)

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