Você está na página 1de 39

ARANHAS

Profª Drª Juliana Cristina Castro


Angelina Veloso de Godoi Pereira – Ra 126501
Gabriella Rayana Pagnan de Campos – Ra 126516
Lorenzo Yuri Fiorese Gritzenco – Ra 126503
• Acidentes por aranhas são comuns. Os gêneros de
importância em saúde pública no Brasil são três:

- Loxosceles (aranha – marrom)

- Phoneutria (aranha armadeira)

- Latrodectus (viúva – negra)

• O quadro de envenenamento depende da atividade dos


diferentes tipos de veneno.
CURIOSIDADES
ARANHAS - CURIOSIDADES

• Animais invertebrados, pertencentes ao Filo Artropoda;

• Aracnofobia, medo irracional de aranhas;

• A maioria das aranhas tem cerca de 8 olhos;

• Produzem a fibra natural mais resistente do mundo;

• A picada da aranha armadeira pode causar uma dor insuportável além de uma reação um pouco
inusitada;

• Na América do Norte, a viúva negra é a aranha mais venenosa já encontrada;

• Os fósseis mais antigos de aranhas datam de 318 milhões de anos;

• A maior aranha do mundo mede 30 cm


ARANHAS - CURIOSIDADES
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS
PHONEUTRIA SP.
PHONEUTRIA SP.

• As aranhas do gênero Phoneutria são popularmente conhecidas como aranhas armadeiras.

• Muito agressivas, porém raramente os acidentes levam a um quadro grave;

• As pernas apresentam muitos espinhos fortes;

• Aranhas alimentam-se preferencialmente de insetos;

• Os acidentes ocorrem frequentemente no manuseio de cachos de bananas e também dentro de casa ao vestir
roupas e calçados.

Phoneutria fera Phoneutria boliviensis Phoneutria reidyi Phoneutria nigriventer


PHONEUTRIA SP. – TOXICINÉTICA E TOXICODINÂMICA

• Muitos organismos produzem polipeptídeos com atividade tóxica sobre outros organismos, no caso das
aranhas do tipo phoneutria, elas produzem a toxina PhTx2;

• Essa toxina atua sobre os canais de sódio, induzindo a despolarização das fibras musculares e
terminações nervosas sensitivas, motoras e do sistema nervoso autônomo. Há liberação de
neurotransmissores, principalmente catecolaminas;

• Podem induzir tanto a contração da musculatura lisa vascular quanto o aumento da permeabilidade
vascular, por ativação do sistema calicreína-cininas e de óxido nítrico, independentemente da ação dos
canais de sódio.
PHONEUTRIA SP. – DIAGNÓSTICO

• O diagnóstico é normalmente clínico, com base na história do paciente ao receber uma picada; essa
identificação é melhor realizada se a aranha é capturada; na maioria dos casos, a identificação é
realizada pelo próprio paciente, sem capturar o inseto.

• Em casos graves é descrita leucocitose com neutrofilia, hiperglicemia e acidose metabólica.


PHONEUTRIA SP. – QUADRO CLÍNICO

• Predominam as manifestações locais. A dor imediata é o sintoma mais frequente, em apenas 1% dos casos os
pacientes se apresentam assintomáticos após a picada;

• Sua intensidade é variável;

• O quadro clínico são classificados em:

- Leves – são os mais frequentes, cerca de 91% dos casos

- Moderados – acontece em aproximadamente 7,5% dos casos

- Graves – são raros, em torno de 0,5% dos casos


PHONEUTRIA SP. – TRATAMENTO

• Sintomático:

- A dor local deve ser tratada com infiltração anestésica local ou troncular á base de lidocaína a 2% sem

vasoconstrutor (3ml – 4ml em adultos e de 1ml – 2ml em crianças);

- Se tiver recorrência de dor, pode ser necessário nova infiltração, em geral em intervalos de 60 a 90 minutos;

- Se for necessário mais de duas infiltrações, e desde que não existam sintomas de depressão do SNC,

recomenda-se o uso cuidadoso de meperidina (em crianças 1,0 mg/kg via intramuscular e adultos 50mg -

100mg via intramuscular).

- A dor local pode ser tratada com um analgésico sistêmico, tipo dipirona;

- Outro procedimento útil no controle da dor, é a imersão do local em água morna ou o uso de compressas

quentes.
PHONEUTRIA SP. – TRATAMENTO

• Específico:

- A soroterapia é indicada nos casos com manifestações sistêmicas em crianças e em todos os


acidentes graves e moderados;

- Nestes casos o paciente deve ser internado para melhor controle dos dados vitais, parâmetros
hemodinâmicos e tratamento de suporte das complicações associadas;
PHONEUTRIA SP. – TRATAMENTO
PHONEUTRIA SP. – TRATAMENTO
LOXOSCELES SP.
LOXOSCELES SP.

• O Loxoscelismo passou a ser reconhecido no Brasil a partir de 1954;

• As aranhas do gênero LOXOSCELES são conhecidas como aranhas marrons;

• Não são agressivas

Loxosceles similis Loxosceles refescens Loxosceles gaucho


LOXOSCELES SP.- TOXICINÉTICA E TOXIDINÃMICA

• Enzima esfingomielinase-D;

• Atua sobre os constituintes das membranas das células, principalmente do endotélio vascula e hemácias.

• São ativadas as cascatas do sistema complemento, da coagulação e das plaquetas, desencadeando


intenso processo inflamatório no local da picada, acompanhado de obstrução de pequenos vasos, edema,
hemorragia e necrose focal;

• A ativação desses sistemas participa da patogênese da hemólise intravascular observada nas formas mais
graves de envenenamento;

• Evidências experimentais indicam diferença de atividade dos venenos das várias espécies de Loxosceles
de importância médica no Brasil. Assim, o veneno de L. laeta tem-se mostrado mais ativo no
desencadeamento de hemólise experimental quando comparado aos venenos de L. gaucho ou L.
intermedia.
LOXOSCELES SP.- DIAGNÓSTICO

• Não existe exame diagnóstico específico. Alterações laboratoriais dependem da forma clínica do

envenenamento, podendo ser observados:

-Na forma cutânea - hemograma com leucocitose e neutrofilia

- Na forma cutâneo-visceral - anemia aguda, plaquetopenia, reticulocitose, hiperbilirrubinemia indireta,

queda dos níveis séricos de haptoglobina, elevação dos séricos de potássio, creatinina e ureia e coagulograma

alterado.

• No exame anatomopatológico observa-se intensa vasculite no local da picada, seguida de obstrução de

pequenos vasos, infiltração de polimorfonucleares e agregação plaquetária com o desencadeamento de

edema, hemorragia e necrose focal. Nos casos de hemólise, há lesão de membranas eritrocitárias por ativação

do sistema complemento e provavelmente por ação direta do veneno, não sendo afastada a interferência de

fatores genéticos do paciente (déficit de G-6-P-D).


LOXOSCELES SP.- QUADRO CLÍNICO

Forma cutânea:
-Varia de 87% a 98% dos casos, conforme a região geográfica.

- Os sintomas locais se acentuam nas primeiras 24 a 72 horas após o acidente, podendo variar sua apresentação desde:

a)Lesão incaracterísticas
b)Lesão sugestiva
c)Lesão característica

- A lesão cutânea pode evoluir para necrose seca (escara), em cerca de 7 a 12 dias , que, ao se destacar em 3 a 4 semanas,
deixa uma úlcera de difícil cicatrização.
LOXOSCELES SP.- QUADRO CLÍNICO

Forma cutâneo-visceral:
- Além do comprometimento cutâneo, observam-se manifestações clínicas em virtude de hemólise intravascular como
anemia, icterícia e hemoglobinúria que se instalam geralmente nas primeiras 24 horas;

- Esta forma é descrita com frequência variável de 1% a 13% dos casos;

- Os casos graves podem evoluir para insuficiência renal aguda, de etiologia multifatorial (diminuição da perfusão renal,
hemoglobinúria e CIVD), principal causa de óbito no loxoscelismo.
LOXOSCELES SP.- QUADRO CLÍNICO

• Com base nas alterações clínico-laboratorais e identificação do agente causal, o acidente loxoscélico
pode ser classificado em:

a) Leve: observa-se lesão incaracterística sem alterações clínicas ou laboratoriais e com a


identificação da aranha causadora do acidente

b) Moderado: o critério fundamental baseia-se na presença de lesão sugestiva ou característica

c) Grave: caracteriza-se pela presença de lesão característica e alterações clínico-laboratoriais de


hemólise intravascular.
LOXOSCELES SP.- QUADRO CLÍNICO
LOXOSCELES SP.- TRATAMENTO

• A abordagem terapêutica definitiva para loxoscelismo ainda não é estabelecida. Várias


intervenções são propostas na literatura médica, dentre elas:

• Medidas Gerais (aplicação de gelo, uso de antibiótico),

• Dapsona (reduz a inflamação do tecido),

• Debridamento cirúrgico(com enxerto de pele),

• Corticosteroides(usados em casos de doenças sistêmica),

• Soroterapia (antiaracnídico),
LOXOSCELES SP.- TRATAMENTO

• TRATAMENTO PARA MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS:

- Para as manifestações sistêmicas graves deve ser realizado transfusão de sangue ou concentrado de hemácias
nos casos de anemia intensa e manejo da insuficiência renal aguda, se necessário.
LOXOSCELES SP.- TRATAMENTO
COMO EVITAR ACIDENTES?
O QUE FAZER EM CASOS DE
ACIDENTES
O QUE NÃO FAZER EM
CASOS DE ACIDENTES
REFERÊNCIAS

1. NASCIMENTO, Samantha; MACÊDO, Erinaldo. Panorama dos acidentes causados por aranhas no Brasil, de 2017 a
2021. Gov, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/
epidemiologicos/edicoes/2022/boletim-epidemiologico-vol-53-no31. Acesso em 06 de Fevereiro de 2023;
2. ACIDENTES por aranhas. Secretaria da Saúde Paraná, 2021. Disponível em:
https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Acidentes-por-Aranhas. Acesso em 06 de Fevereiro de 2023;
3. FILHO, Adebal; CAMPOLINA, Délio; DIAS, Mariana. Toxicologia na prática clínica. 2ªed. Belo Horizonte, MG:
Folium, 2013.
4. BARIONI, Éric; PROFETA, Guilherme. O Livro das Intoxicações: Educação para prevenção de acidentes. 1ªed.
Sorocaba, SP: Eduniso, 2021.
5. MANUAL de diagnóstico e tratamento de acidentes por animais peçonhentos. 2ªed. - Brasília: Fundação Nacional de
Saúde, 2001.
6. CARVALHO, Patricia. Soro antiaracnídico. Instituto Butantan, 2022. Disponível em:
https://butantan.gov.br/assets/arquivos/soros-e-vacinas/soros/Soro%20antiaracn%C3%ADdico.pdf

Você também pode gostar