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Doença Inflamatória

Pélvica
Camila Oenning
Henrique Knoll
Conceito
A doença inflamatória pélvica (DIP) é uma condição que
descreve a inflamação do trato genital superior feminino e
suas estruturas adjacentes.

Pode apresentar-se como endometrite, salpingite, peritonite,


ooforite ou abscesso tubo-ovariano (ATO).
Prevalência
● 2 e 12%

● Doença infecciosa mais comum em mulheres nos países


desenvolvidos

● Quinta causa de hospitalização entre as mulheres.

● O diagnóstico de DIP é feito em 1 a cada 45 consultas.


Fisiopatologia
01 03

Mudança no Ascensão de
Vaginose bactérias para o
Cervicite microambiente
bacteriana trato genital
cervicovaginal
superior

02 04
Etiologia
● Infecção é polimicrobiana
● Cerca de 30% das pacientes têm infecção por clamídia ou
gonorreia.
● Outros: mycoplasma, estreptococo β -hemolítico do grupo
A e anaeróbios, também estão implicados.
● Cerca de 50% dos casos, não se identifica um agente
causador.
Fatores de risco
01 02
Doenças sexualmente Quebra da barreira
transmissíveis cervical

03
USO DE DUCHAS VAGINAIS
DIU NÃO DEMONSTROU SER UM
Nas primeiras 3 semanas após FATOR DE RISCO
colocação
Quadro Clínico
ASSINTOMÁTICA
● 60% das DIPs são silenciosas → Sintomas vagos → dispareunia,
sangramento irregular, disúria ou sintomas gastrintestinais.
○ A clamídia está implicada nos casos de DIP assintomática e
leva ao dano tubário e à infertilidade.
Quadro Clínico
SINTOMÁTICA
● Dor pélvica recente associada ou não à dispareunia, ao
corrimento vaginal e ao sangramento pós-coital ou
intermenstrual.
● Casos mais graves de DIP apresentam febre, mal-estar, náuseas,
vômitos, dor no hipocôndrio superior direito (síndrome de Fitz-
Hugh-Curtis, que ocorre em 5% dos casos).
Diagnóstico
Na ausência de outro diagnóstico diferencial, o diagnóstico de DIP
deve ser considerado em mulheres com dor pélvica recente (menos de
30 dias) que apresenta um ou mais dos seguintes critérios:
● Dor à mobilização do colo uterino;
● Dor uterina;
● Dor anexial.
● Diagnóstico clássico de DIP: dor abdominal importante, com
retração da perna, ou o “sinal de Chandelier (dor ao movimentar
o colo do útero)”,
Diagnóstico
Achados que aumentam a probabilidade mas não são necessários para
confirmar diagnóstico:
● febre > 38,3 º
● corrimento vaginal ou cervical mucopurulento
● presença de vários leucócitos no exame direto a fresco da
secreção vaginal
● aumento da velocidade de sedimentação globular (VSG) ou da
proteína C-reativa
● exame positivo para gonococo ou clamídia por exame direto,
Outros exames
● A laparoscopia não é mais indicada para diagnóstico da DIP.
● A biópsia de endométrio, swab para clamídia, gonorreia e
micoplasma não são exames de rotina.
● A US pode ajudar a detectar outras causas de dor ou para
identificar a presença de ATO.
● O β-HCG é obrigatório para pacientes em idade reprodutiva
com dor pélvica ou sangramento uterino anormal.
ATO na USG TV

Abscesso Tubo-Ovariano
Diagnósticos Diferenciais
● Gravidez ectópica ● Dor relacionada à ovulação
● Cisto ovariano ou torção ● Nefrolitíase
● Endometriose ● Cólica renal
● Adenomiose ● Infecção do trato urinário (ITU)
● Cólicas menstruais ● Tensão musculoesquelética
● Vaginose bacteriana ou contusão
● Cervicite ● Apendicite em adultos
● Síndrome do intestino ● Gastroenterite
irritável ● Abscesso diverticular
● Miomas ● Colecistite
Tratamento
● O tratamento ambulatorial com ceftriaxona e azitromicina tem
uma taxa de cura elevada (90,3%) e pode ser utilizado em casos
de DIP leve a moderada.
Tratamento
Critérios para IH:
● Diagnóstico incerto ou possível emergência cirúrgica (incapaz de
descartar apendicite, abscesso ou gravidez ectópica);
● Suspeita de ATO;
● Grávida;
● Doença grave, náuseas e vômitos ou febre alta;
● Incapaz de seguir ou tolerar regime ambulatorial;
● Falha terapeutica do tratamento ambulatorial em 72 horas.
Tratamento
● Lembrar de iniciar o ATB logo após a coleta das culturas.
Complicações
● A incidência de oclusão tubária total aumenta com o número de
episódios de DIP.
● As sequelas em longo prazo mais comuns são dor pélvica crônica
(mais comum), seguida por infertilidade, gravidez ectópica e
ATO.
● O uso imediato de antimicrobianos adequados em um episódio de
DIP leve a moderada não afeta as taxas de fertilidade.
1.
Referências
PASSOS, Eduardo P. Rotinas em ginecologia. 7. ed. Artmed: Grupo A,
2017. E-book. ISBN 9788582714089. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582714089/.
Acesso em: 14 set. 2023.
2. PASSOS, Eduardo P. Rotinas em Ginecologia (Rotinas). 8. ed. Artmed:
Grupo A, 2023. E-book. ISBN 9786558821144. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786558821144/.
Acesso em: 17 set. 2023.
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