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Sinop - MT
2019
RELATÓRIO INTERNATO DE GINECOLOGIA E
OBSTETRÍCIA
Sinop – MT
2019
INTRODUÇÃO
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DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA
Definição
Etiopatogenia
Fisiopatologia
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pelviperitonite com abscesso no fundo de saco de Douglas ou no tubo
ovariano.
- Síndrome de Fitz-Hugh-Curtis: infecção atinge goteiras parietocólicas
e cápsula de Glisson (peri-hepatite), levando a dor e desconforto que simulam
colecistite aguda.
Fatores de risco
Quadro clínico
Critérios maiores
- Dor à palpação anexial;
- Dor à mobilização do colo uterino;
- Dor pélvica infrapúbica.
Critérios menores
- Febre: temp. axilar >37,5°C;
- Secreção vaginal/endocervical purulenta;
- Massa pélvica;
- Leucocitose ao hemograma;
- Proteína C reativa elevada;
- > 5 leucócitos/campo secreção de endocérvice;
- Comprovação laboratorial de infecção cervical por gonococo, Chlamydia ou
Mycoplasma.
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Critérios específicos
- Evidência histopatológica de endometrite;
- Presença de abscesso túbulo-ovariano ou no fundo de saco de Douglas aos
exames de imagem;
- Laparoscopia evidenciando doença inflamatória pélvica
Diagnósticos diferenciais
Conduta
Tratamento ambulatorial:
7
14 dias
Abscesso tubo-ovariano;
Gravidez;
Ausência de resposta após 72 horas de antibioticoterapia oral;
Intolerância a antibióticos orais
Dificuldade para seguimento ambulatorial;
Estado geral grave, com vômitos e febre;
Dificuldade em exclusão de emergências cirúrgicas (exemplos: apendicite,
gravidez ectópica);
AIDS;
Tratamento hospitalar:
Complicações
Abscesso tubo-ovariano
VULVOVAGINITES
VAGINOSE BACATERIANA
Epidemiologia
Fatores de risco
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Multiplicidade de parceiros, novo parceiro, ducha vaginal, coito sem uso
de preservativo e escassez de lactobacilos.
Fatores protetores
Patogênese
Quadro clínico
Diagnóstico
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Critérios de Amsel ou pela microscopia com Gram (padrão ouro). Três dos
quatro critérios de Amsel (acurácia > 90%) ou apenas os dois últimos
Corrimento
Abundante, homogêneo, branco-acinzentado, cremoso, pouco bolhoso,
aderente à vagina.
2 - Microscopia (Bacterioscopia)
Células-chave, (células indicadoras ou “cluecells”), é o Sinal de Gardner.
Positivo quando houver “clue-cells” em mais de 20% das células epiteliais, e
ausência de lactobacilos à microscopia.*
3 - pH vaginal
Maior que 4,5. Determinando com papel de pH no fluido vaginal.
4 - Teste das aminas (“Teste do cheiro”)
Positivo quando houver odor fétido antes ou após a adição de KOH (“Whiff-
test” positivo)*
- Elevação do Ph: critério mais sensível, porém menos específico. Feita por fita
de papel indicador de pH em contato com a parede vaginal (secreção na
parede) por um minuto Há interferências de sangue, duchas vaginais, coito
recente, muco cervical.
- Teste das aminas: conteúdo vaginal + duas gotas de hidróxido de potássio
(KOH) a 10%.
Tratamento
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dias
Clindamicina Creme a 2% 5g vaginal, 1x/dia, 7
Creme dias
Regimes de Clindamicina Compr. 300mg 300mg, VO, 2x/dia,
tratamento 7 dias
alternativos
Clindamicina Óvulos 100mg Vaginal, 3 dias
Tinidazol Drágeas 500mg 2g, VO, 1 x/dia, 2
dias
Tinidazol Drágeas 500mg 1g, VO, 1 x/dia, 5
dias
Gestantes
Complicações
TRICOMONÍASE
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protozoário flagelado Trichomonas vaginalis (T. vaginalis), agente etiológico
não viral mais prevalente em ISTs no mundo, que coloniza a vagina, as
mucosas glandulares (mucosa endocervical, glândulas de Skene e de
Bartholin), e uretra.
Maioria (70%-85%) é oligo ou assintomática e pode durar meses ou
anos.
Pacientes com tricomoniase têm duas a três vezes mais chances de
adquirir HIV, maior probabilidade de piores desfechos obstétricos, doença
inflamatória pélvica (DIP) e redução da fertilidade.
Transmissão primariamente sexual. Após contato 70% dos parceiros
adquirem infecção em até 48 horas. Na mulher causa vulvovaginite,
cervicovaginite e uretrite não gonocócica. No homem, causa uretrite não
gonocócica, epididimite e prostatite.
Prevalência estimada em 5% da população geral.
Sinais e sintomas
Diagnóstico
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- Microscopia de preparação a fresco: uma gota do conteúdo vaginal e soro
fisiológico, observa-se o movimento do parasita ao microscópio. Baixo custo,
fácil realização, tem baixa sensibilidade (51%–65%).
O T. vaginalis pode alterar a classe da citologia (sugere lesão
intraepitelial de baixo grau) - realizar o tratamento e repetir a citologia após 2 a
3 meses.
Tratamento
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Tratamento da tricomoníase vaginal recorrente em não gestantes:
- Metronidazol 500mg, VO, 12/12h, 7 dias ou 2g VO, 1x por dia, 7 dias
- Tinidazol 2g VO, 1x por dia, 7 dias;
CANDIDÍASE
Sinais e sintomas
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Diagnóstico laboratorial
Via vaginal
- Clotrimazol: creme 2%, 5g, 3 dias
- Nistatina: Creme 100.000 UI por 14 dias
- Miconazol: creme 2%, 5g, 7 dias Creme 4%, 5g, 3 dias
óvulo vaginal 100mg, diariamente, 7 dias
Via oral
- Fluconazol 150mg: Dose única
- Cetoconazol 200mg: 1x ao dia, 14 dias;
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Clotrimazol 200mg, 2x/ semana por 6 meses.
Caso clínico
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P: Internação para cesariana eletiva
Solicitado exames de rotina (Hemograma, TGO, TGP, Ureia, Creatinina, EAS,
TAP, TTPA).
Revisão literatura
Hipertensão
Proteinúria
Pré-eclâmpsia
Eclâmpsia
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causas, antes, no parto ou pós parto.
Hipertensão Gestacional
Pré-eclâmpsia sobreposta
Fatores de risco
Sinais de gravidade
- PA >160x110mmHg (2 medidas);
- Proteinúria > 2g/24 horas (ou 3+ na fita);
- Oligúria (<400mL/d ou 25 ml/h);
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- Creatinina sérica >1,2mg/dL;
- Cianose e/ou edema pulmonar;
- Cefaleia, epigastralgia, alterações visuais;
- Dor no hipocôndrio direito (dor em barra de Chaussier);
- Crescimento intrauterino restrito;
- Síndrome HEllP Hemólise (anemia hemolítica microangiopática)
Fragmentação eritrocitária (esquizócitos)
Bilirrubina total ≥ 1,2 mg/dl (às custas de bilirrubina indireta)
LDH > 600 UI/l Enzimas hepáticas elevadas (TGO ≥ 70 UI/l)
Trombocitopenia < 100.000/mm³
- Iminência de Eclâmpsia
Distúrbios cerebrais: cefaleia frontoccipital, torpor e obnubilação
Distúrbios visuais: turvação da visão, escotomas, diplopia e amaurose
Dor epigástrica (dor em barra de Chaussier).
Reflexos tendinosos profundos exaltados
Tratamento
Metildopa
Betabloqueadores
Antagonistas de cálcio
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Amlodipina 5 a 20 mg/dia via oral ou verapamil 80 mg/dia, máxima de
240 mg/dia (Categoria C).
Emergência hipertensiva
Hidralazina: 05 mg IV de 20/20 minutos até atingir 90-100 mmHg de PAD e
140-155 mmHg de PAS. Dose máxima de 20 mg.
Eclâmpsia
Sulfato de magnésio
Esquemas
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Efeitos colaterais
Avaliar
DIABETES GESTACIONAL
Caso clínico
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O: BEG, corada, hidratada, acianótica, eupneica.
PA: 130x80 mmHg
AC: BNFR 2T s/S
AR: MV + s/RA
MMII: sem edema, livres
AU: 38,5 cm MF: + BCF: 138 bpm
Colo: médio, dilatação 2 cm, Bolsa rota há 6 horas
Feto: cefálico, dorso a esquerda.
A: Diabetes gestacional
Doença hipertensiva da gravidez / Hipertensão gestacional
P: Internação
Solicitado exames de rotina (Hemograma, TGO, TGP, Ureia, Creatinina, EAS,
TAP, TTPA).
Cardiotocografia.
Revisão literatura
1º Metade gestação
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2º Metade da gestação
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Rastreio Diabetes Gestacional:
Complicações
Seguimento
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Controle Glicêmico na Gravidez e avaliação:
- Medições de glicemia capilar diárias manhã em jejum, antes do
almoço, antes do jantar, uma ou duas horas após o almoço e uma ou duas
horas após o jantar em diabéticas em uso de insulina;
- Glicemia capilar de jejum e pós-prandiais a critério médico;
- Glicemia de jejum e pós-prandial semanal para as gestantes com
diagnóstico de diabetes gestacional;
- Função renal trimestral: uréia, creatinina, proteinúria em diabéticas
prévias;
- Fundo de olho trimestral nas diabéticas prévias.
Hipoglicemiante
Insulina
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Acompanhamento Obstétrico:
Parto
ABORTAMENTO
Caso clínico
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AC: BNFR 2T s/S
AR: MV + s/RA
MMII: sem edema, livres
Colo: grosso, sem dilatação, presença de sangue em dedo de luva
A: Abortamento incompleto
P: Internação
Solicitado exames de rotina (Hemograma, EAS, Toxoplasmose).
USG
Revisão literatura
Classificação
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Abortamento habitual: ≥ 3 episódios consecutivos de abortamento.
Abortamento esporádico: não preenche os requisitos do abortamento habitual.
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fechado. Volume uterino se estabiliza ou regride. USG mostra irregularidade do
saco gestacional, alterações da vesícula vitelínica e ausência de atividade
cardíaca fetal.
Recomendado repetir exame 15 dias após a realização do primeiro, para
confirmação, caso idade gestacional < 7 semanas.
Gestação anembrionada: um tipo de abortamento retido, na ausência de
embrião no saco gestacional íntegro com > 6 semanas.
Conduta
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Expulsão espontânea pode ser considerada gestações de 6 a 8
semanas, com estabilidade hemodinâmica, por até 72 horas. Se falha, realizar
o esvaziamento uterino.
Abortamento infectado.
PREMATURIDADE
Caso clínico
P: Internação
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Solicitado exames (Hemograma, PCR, EAS).
USG
Revisão literatura
Fatores de risco
- Infecção amniótica;
- Rotura prematura de membranas (infecções, placenta prévia, gemelaridade,
polidrâmnio principais causas);
- Alterações hormonais;
- Sangramentos vaginais de Iº e 2º trimestres;
- Descolamento prematuro de placenta, inserção baixa de placenta;
- Incompetência istmocervical, amputação de colo uterino;
- Gemelaridade/polidrâmnio (ocorre em 50% gemelar e 90% nas trigemelares);
- Malformações fetais e placentárias;
- Partos prematuros anteriores (história de 1 parto prematuro espontâneo
anterior = probabilidade de 37%; 2 ou mais = risco de repetição de 70%);
- Malformações uterinas (30% relacionados ao útero didelfo, 25% ao bicorno e
10% ao septado);
- Baixo nível socioeconômico;
- Assistência pré-natal inadequada;
- Fumo, drogas.
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- Doenças maternas;
- Procedimentos cirúrgicos na gravidez;
Condutas
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- Hiperfreoidismo;
- Anemia falciforme.
Uterolíticos
Inibidores de prostaglandinas
Sulfato de magnésio
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clínicas em que beta-agonista não pode ser utilizado.
Dose de ataque de 4g diluídos em soro glicosado a 10%, infundido por
via intravenosa em 20 minutos, seguido de 2 a 3g/h até cessarem as
contrações.
Diurese, frequência respiratória, reflexos patelares deve ser
monitorados.
Agentes betamiméticos
Corticoterapia
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período antenatal.
Betametasona e dexametasona são os corticosteroides preferidos,
preconizados entre a 26º e 34º semanas de gestação. Evitar a corticoterapia na
vigência de tocólise com beta-agonista.
- Betametasona 12 mg IM, de 24/24 horas, total 2 aplicações ou
- Dexametasona 6 mg IM, de 12/12h, total 4 aplicações.
,
Via de parto
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CONCLUSÃO
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aprimorar a relação médico com paciente, proporcional melhor adesão ao
tratamento e proporcionando um atendimento com qualidade.
Chegando no final do estágio, gera sensação de permanecer mais um
pouco realizando as atividades em ginecologia e obstetrícia, mas tem se a
nescessidade de continuar a aprender sobre outras áreas, praticar e ter novas
experiências.
Posso concluir, então, que o estágio foi uma grande oportunidade de
complementar e aperfeiçoar a formação acadêmica, profissional e pessoal. Foi
um momento de aprendizagem que permitiu estar a frente com a realidade de
um serviço de obstetrícia e em parte serviço de ginecologia, o que
proporcionou colocar em pratica boa parte do que foi trabalhado durante o
curso.
REFERÊNCIAS
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Ginecologia da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia de Brasília 2º Edição
Brasília: Editora Luan Comunicação , 2017.
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