Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CASO 4: MÁRCIA
Identificação:
Anamnese:
Queixa principal: paciente vai a UPA com queixa de dor pélvica há uma semana.
História clínica:
Sintomas associados: inicialmente, sentiu a temperatura corporal mais alta, mas sem
aferição da temperatura; no momento, calafrios, náuseas e vômitos.
Características da dor: tipo: cólica constante; sem Irradiação, intensidade leve a moderada
(escala: 3 e 4); intensificação abrupta da dor nas últimas 4h (escala: 9 e 10). Localização:
pelve; dor em baixo-ventre; piora: atividade sexual e movimentos bruscos; Melhora: início,
melhora com ibuprofeno 400 mg (8h/8h).
Métodos contraceptivos: nunca usou DIU; ACO (uso sistemático); uso de camisinha
(esporádico).
Dores semelhantes: não teve dor pélvica semelhante no passado; teve anteriormente uma
tricomoníase, tratada há 6 anos.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CATALÃO
UNIDADE DE BIOTECNOLOGIA
CURSO DE MEDICINA
CIÊNCIA, TECNOLOGIAS EM SAÚDE, ADOECIMENTO E CUIDADO
Hábitos de vida: sedentária, 3 refeições ao dia (café da manhã, almoço, jantar); dieta com
muito carboidrato, carne vermelha, poucas frutas; tabagista (½ maço/dia, desde os 18
anos); bebe socialmente (FDS).
Exame físico:
Exames complementares:
Exames de imagem:
● USG portátil (beira leito): visualiza uma massa cística com conteúdo espesso em
topografia de anexos direito, medindo no maior diâmetro 6 cm.
Diagnóstico:
Plano de cuidado:
Conduta expectante:
● Reposição volêmica;
● Monitoração, Oxigenação, acesso Venoso (MOV);
● Tramal;
● Antibiótico (Gram negativo, anaeróbios) – Cefalosporina de 3ª geração, Quinolona;
● Na sala de Emergência para estabilização;
● Transporte para hospital de alta complexidade, quando estabilizada.
CONTEXTUALIZAÇÃO
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CATALÃO
UNIDADE DE BIOTECNOLOGIA
CURSO DE MEDICINA
CIÊNCIA, TECNOLOGIAS EM SAÚDE, ADOECIMENTO E CUIDADO
Dentre os fatores de risco gerais para a DIP, podem ser citados: ser solteira, uso abusivo
de substâncias, duchas, múltiplos parceiros sexuais, situação socioeconômica desfavorável,
juventude, outras infecções sexualmente transmissíveis, diagnóstico anterior de DIP, relação
sexual desprotegida e teste endocervical positivo para N. gonorrhoeae ou C. trachomatis. Em
relação aos fatores de risco presentes no caso, a paciente é tabagista, tem idade menor que 25
anos e possui múltiplos parceiros sexuais.
A DIP começa com a ascensão de micro-organismos pelo trato genital, mais precisamente
pela passagem destes pelo orifício interno (OI) do colo uterino. O sintoma básico é a descarga
vaginal purulenta, que é quase sempre acompanhada de dor abdominal infraumbilical, em
topografia anexial e à mobilização do colo uterino. Pode ocorrer febre e também sintomas
atípicos, como sangramento uterino anormal (hipermenorreia ou metrorragia), dispareunia e
sintomas urinários. A dor pélvica aguda se exacerba quando são realizadas manobras de
palpação do hipogástrio e/ou das fossas ilíacas. Ao toque vaginal, a mobilização do colo uterino é
altamente dolorosa. Com a progressão da doença, podem surgir sinais de irritação peritoneal, com
exacerbação da dor e ocorrência de náuseas e vômitos.
Dentre as complicações da DIP, há o abdome agudo infeccioso ginecológico que pode ser
definido como uma manifestação clínica cuja principal característica é a dor abdominal aguda e
cuja natureza determinante é infecciosa.
SEPSE
Sepse: surgimento de uma ou mais disfunções orgânicas, secundárias a uma resposta
desregulada do hospedeiro a uma infecção
- - Disfunção orgânica*: será definida como uma variação de dois ou mais pontos no escore
SOFA (tabela 2);
A sepse tem sido classicamente descrita em duas fases – uma predominante fase
pró‑inflamatória, caracterizada pela produção de citocinas para mobilizar a resposta imune do
hospedeiro a fim de combater a infecção, seguida por uma resposta anti‑inflamatória marcada
pela incapacidade do corpo em responder à ameaça infecciosa. A modulação no tratamento
avançou nas últimas décadas para combater a segunda fase da sepse.
SIRS (síndrome da resposta inflamatória sistêmica): presença de duas ou mais das alterações
descritas na tabela 1
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CATALÃO
UNIDADE DE BIOTECNOLOGIA
CURSO DE MEDICINA
CIÊNCIA, TECNOLOGIAS EM SAÚDE, ADOECIMENTO E CUIDADO
Choque séptico: pacientes que preenchem os critérios para sepse e que requerem vasopressores
para manter a PAM ≥ 65 mmHg apesar da reposição adequada de fluidos, e que possuem lactato
arterial ≥ 2 mmol/L.
Classificam-se de forma básica 4 tipos de choque segundo seu perfil hemodinâmico:
hipovolêmico, obstrutivo, cardiogênico e distributivo. O choque séptico é classificado como
distributivo pois acarreta uma demanda maior em um foco infeccioso levando a um aumento do
débito cardíaco e uma diminuição da resistência periférica.
O choque séptico é o exemplo clássico, mais importante e mais prevalente do choque distributivo,
levando a altas taxas de mortalidade, que variam entre 20-50%.
Quik-SOFA: utilizado em beira leito para atendimento inicial antes de sair os resultados de exames
(triagem) - no mínimo dois critérios:
● Glasgow < 15
● FR>=22
● PAS<=100
- Se qSOFA positivo: maior gravidade - ser mais agressivo na conduta
- Se qSOFA negativo + alta suspeita + outros critérios SIRS - pesquisar sepse
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CATALÃO
UNIDADE DE BIOTECNOLOGIA
CURSO DE MEDICINA
CIÊNCIA, TECNOLOGIAS EM SAÚDE, ADOECIMENTO E CUIDADO
PLANO DE CUIDADOS
DRENAGEM
- Realizar culdocentese
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CATALÃO
UNIDADE DE BIOTECNOLOGIA
CURSO DE MEDICINA
CIÊNCIA, TECNOLOGIAS EM SAÚDE, ADOECIMENTO E CUIDADO
REFERÊNCIAS