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Joatã, Michelle, Nathao, Rafa F.

, Pfinha

Infecção do trato urinário


Introdução
● A importância do diagnóstico precoce é prevenir e minimizar a formação
● A infecção do trato urinário é a segunda causa de infecção bacteriana mais prevalente na faixa
etária pediátrica.
● Tem picos de incidência em lactentes, pré-escolares e adolescentes.
● Alguns fatores predispõem a maiores chances de desenvolver tal infecção, como anomalias
estruturais do trato urinário e refluxo vesicoureteral.
● A importância do diagnóstico precoce da ITU é prevenir e minimizar a formação e progressão da
cicatriz renal.

Definição
● A ITU compreende a fixação e a multiplicação bacteriana no trato urinário.
● A infecção pode ser localizada ou acometer todo o trato urinário.
● Infecção urinária baixa: o acometimento está localizado apenas na bexiga.
● Pielonefrite: quando há fixação bacteriana no parênquima renal.

Epidemiologia
● É umas das doenças bacterianas de maior morbidade, especialmente em lactentes.
● Nos primeiros 11 anos de vida ocorre pelo menos 1 episódio sintomático em 3% das meninas e 1,1%
dos meninos.
● Atomete principalmente o sexo feminino podendo chegar a 20:1 casos, embora, do período
neonatal até os seis meses de idade pode haver predominância no sexo masculino
● A taxa de recorrência é elevada.
● Aproximadamente 30% das meninas apresentam um novo episódio dentro do 1º ano após o
diagnóstico inicial.
● Nos meninos, as recidivas variam de 15 a 20%, sendo raras após o 1° ano de vida

Fisiopatologia:
● A urina e o trato urinário são normalmente estéreis. O períneo e a zona uretral de neonatos e
lactentes estão colonizados por: Escherichia coli, Enterobacteriaceae e Enterococcus sp.
● O prepúcio de meninos não circuncidados é um reservatório para várias espécies de Proteus.
● A ITU ocorre quando estas bactérias ascendem à zona periuretral.
● A maioria dos episódios de ITU é causada por bacilos Gram-negativos aeróbicos (enterobactérias)
- Escherichia
- Klebsiella
- Enterobacter
- nitrobacter
- Proteus
- Serratia
● 80 a 90% dos casos no primeiro surto de ITU são causadas pela E. coli uropatogênica (UPEC)
Joatã, Michelle, Nathao, Rafa F., Pfinha

Quadro clínico
● A apresentação clínica varia de acordo com o grupo etário e a localização da infecção.
● Pode variar de febre isolada ou alterações do hábito miccional até pielonefrite aguda.
● Em recém-nascidos geralmente apresenta-se com um quadro séptico, com manifestações
inespecíficas como ganho de peso inadequado, vômitos, anorexia, dificuldade de sucção,
irritabilidade, hipoatividade, hipotermia, convulsões. Ou um quadro menos agudo, com recusa
alimentar, vômitos ocasionais, icterícia, palidez cutânea.
● Há alta probabilidade de bacteremia, com alta mortalidade, devido à rapidez de disseminação da
infecção.
● Nos lactentes, a principal manifestação é a febre.
● Raramente há sinais e sintomas ligados ao trato urinário.
● Em pré-escolares a febre também é um sinal frequente, porém, associada aos sinais e sintomas
relacionados ao trato urinário, como polaciúria, gotejamento urinário, disúria, dor lombar ou
abdominal e urina fétida.
● Os quadros com maior acometimento do estado geral são sugestivos de pielonefrite.
● A presença de disúria nem sempre significa que há ITU, podendo ser causada por balanopostite ou
vulvovaginites.
● Nos adolescentes a sintomatologia é mais parecida com o adulto, sendo comum a ocorrência de
dor à micção, polaciúria, disúria, urgência miccional, febre e hematúria.

Diagnóstico
● A investigação clínica é importante, e o exame físico deve ser realizado detalhadamente.
● Para o diagnóstico laboratorial o exame mais utilizado é o parcial de urina, sendo a urocultura o
exame padrão-ouro!
● A coleta adequada é fundamental para evitar resultados falsos-positivos e deve ser feita após a
limpeza da genitália com água e sabão
- Saco coletor
- Jato médio
- Cateterismo vesical
- Punção suprapúbica
● Outros exames laboratoriais como hemograma e PCR podem estar normais ou com alterações
indicativas de uma infecção bacteriana aguda.

Interpretação
● O parcial de urina é sugestivo de ITU quando:
- Nitrito positivo (gram-negativos)
- Leucócitos › 10.000 / ml
- Piúria (> 10.000 / ml)
- Uma ou mais bactérias em gota de urina não centrifugada corada pelo Gram.
● A cultura é considerada positiva quando:
- 50.000 UFC/ml em amostra colhida por jato médico
- Entre 1.000 e 50.000 UFC/ml em amostra colhida por cateterismo vesical
- Qualquer contagem de colônia em amor colhida por PSP.
Joatã, Michelle, Nathao, Rafa F., Pfinha

→ Outros exames laboratoriais como hemograma e PCR podem estar normais ou com alterações
indicativas de uma infecção bacteriana aguda.

Bacteriúria Assintomática
● É uma situação especial, e seu achado geralmente é ocasional ou em controle de crianças com
história prévia de ITU
● É definida por três uroculturas consecutivas com bacteriúria significativa em um período de 3 dias
a 2 semanas pode ser transitória ou persistente.

Tratamento
● A abordagem dos quadros de TU envolve dois aspectos:
- Erradicação do agente infeccioso
- Estudo morfofuncional do trato urinário
● Alívio dos sintomas:
- Dor e febre são tratadas com analgésicos e antitérmicos
- Disúria intensa pode ser tratada com antiespasmódico
- Reidratação oral ou parenteral
● Antibioticoterapia:
- Deve ser iniciada imediatamente após a coleta de urina
- Inicialmente, a antibioticoterapia empregada deve ser empírica e de menor espectro
- A internação ou tratamento ambulatorial depende da idade da criança e da gravidade da infecção.
● Crianças > 3 meses, sem sinais de toxemia e com estado geral preservado podem receber
tratamento ambulatorial.
● Crianças < de 3 meses sempre devem receber tratamento hospitalar.
● A escolha da antibioticoterapia inicial deve levar em consideração o germe mais prevalente: E. coli
- Cefalosporinas de 1º geração: cefadroxila (30 a 50 mg/kg/dia), cefalexina (50 a 100 mg/kg/dia)
- Sulfametoxazol + trimetoprim: 40 + 8 mg/kg/dia
- Amoxicilina + clavulanato: 40 mg/kg/dia
● Antibioticoterapia parenteral:
- Cefalosporinas de 3º geração: ceftriaxona ( 50 a 100 mg/kg/dia) ou ceftazidima (100 a 150 mg/kg)
- Aminoglicosídeos: gentamicina (7,5 mg/kg/dia), amicacina (15 mg/kg/dia)
● Em recém-nascidos a abordagem é diferente, devendo ser iniciado o tratamento empírico para
sepse precoce, com a associação de penicilina ou ampicilina com aminoglicosídeo.
● A melhora do estado geral e desaparecimento da febre em 48 a 72 horas indica uma boa resposta
ao tratamento.
● O tempo médio de duração deve ser de 10 dias.

Investigação Morfofuncional
● O objetivo dessa investigação é: detectar condições predisponentes da infecção e das recidivas,
avaliar a presença de lesão renal.
● Toda criança, entre 2 meses e 2 anos, que tenha diagnóstico de certeza de ITU merece uma
investigação por imagem
- Ultrassonografia do aparelho urinário
- Cintilografia renal com DMSA
Joatã, Michelle, Nathao, Rafa F., Pfinha

- Uretrocistografia miccional

Profilaxia
● Em crianças com trato urinário normal, a profilaxia deve ser avaliada com cautela devido à
possibilidade de aparecimento de cepas mais resistentes aumentando o risco de infecção.
● Crianças que têm infecção urinária de repetição com trato urinário normal e disfunção miccional
são candidatas à quimioprofilaxia, por período de 3 a 6 meses, até que estas disfunções sejam
corrigidas.

Prognóstico
● Está relacionado a uma série de fatores como: idade de apresentação, presença ou não de
cicatrizes renais, malformações e atraso no diagnóstico e na instituição de terapêutica.

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