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U R O C U LT U R A
ASPECTOS GERAIS
ü Como os rins e a bexiga são locais estéreis, a
identificação de uma bactéria na urina costuma
ser um forte indicador de uma infecção
urinária.
Bacteriúria: A investigação microbiológica de suspeita da infecção urinária pela urocultura, permite identificar
dois grupos de pacientes com bacteriúria ≥ 100.000 bactérias por mL de urina:
Sintomáticos Assintomáticos
Quanto à evolução as ITUs podem limitar-se a episódio único ou isolado, a recidiva, a reinfecção e a infecção urinária
crônica:
ü Episódio único ou isolado: ocorre uma única vez e resolve habitualmente pelo uso de antibioticoterapia.
ü Recidiva ou recaída de ITU – em consequência a falha no tratamento o mesmo microrganismo isolado previamente
persiste no trato urinário, causando infecção ou bacteriúria assintomática.
ü Reinfecção - é a ocorrência de um novo episódio de ITU, sem relação com o evento anterior, causado por outro
microrganismo, exceto que pela origem e frequência do agente etiológico que coloniza a região perineal, pode ser
atribuída à mesma espécie bacteriana (ex: E.coli).
ü ITU crônica representa a persistência do mesmo microrganismo por meses ou anos com recidivas após tratamento, no
caso de pielonefrite crônica, há associação com comprometimento da pelve e parênquima renal.
Patogênese
Neonatos e crianças até dois anos de idade com ITU(s) podem ser
totalmente assintomáticos ou apresentarem sintomas inespecíficos como:
irritabilidade; diminuição da amamentação; menor desenvolvimento
pondero-estatural; diarréia e vômitos; febre e apatia. Cerca de 7% dos
casos podem estar acompanhados de icterícia e de hepatoesplenomegalia.
A flora normal da região periuretral é definida de acordo com a faixa etária e condições do paciente e, raramente, causam
ITUs apresentando em geral contagem de colônias menor que 1000 UFC/ml
Streptococcus viridans, Corynebacterium spp. (difteróides), Staphylococcus spp. (exceto Staphylococcus aureus e S. saprophyticus),
Lactobacillus spp.
INFORMAÇÕES SOBRE O PACIENTE
Nome
Sexo
Idade
Informações clinicas
Anomalias anatômicas
Doença crônica
Antibioticoterapia
Horário da coleta
1. exame
Como foi obtida a amostra
Resultado do EAS
Sintomático ou assintomático
Descrição da amostra
Jato médio
Punção suprapulbica
Sonda de alivio
Saco coletor
Sonda vesical de demora
COLETA DA AMOSTRA BIOLÓGICA
Bacterioscopia de urina:
Bacteriúria - a pesquisa de bacteriúria poderá ser realizada através da bacterioscopia da urina, testes bioquímicos e cultura
de urina.
DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO
Lamino-cultivo
Semeadura das urinas somente com a alça calibrada 0,01µl (10 µL), procurando detectar-se contagem de colônias a partir de
100 UFC/ml
Técnica: Em sua execução a alça bacteriológica é introduzida em uma amostra de urina bem homogeneizada, fazendo-se
movimentos para baixo e para cima no sentido vertical. A alça carregada é então utilizada para inocular cada meio de
cultura, fazendo-se, inicialmente, uma linha reta no centro da placa e completando-se o espalhamento com uma série de
passagens em um ângulo de 90º, através da linha original.
DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO
Meios de cultura:
As placas com meio seletivo (Mac Conkey ou EMB) e outro meio não seletivo (Ágar Sangue de Carneiro a 5%) deverão ser
incubadas 24 horas à 35-37ºC, devendo este período ser prolongado quando as condições clínicas justificarem ou quando
houver suspeita de infecção por Gram positivos (Enterococos e Streptococcus agalactiae ou leveduras).
Atualmente utiliza-se muito o meio CLED, que permite crescimento das enterobacterias, impedindo o espalhamento dos
Proteus, a maioria dos gram positivos e leveduras.
Leitura em 48-72 horas quando a contagem de leucócitos ou a bacterioscopia sugerirem infecção urinária e não for
verificado crescimento bacteriano em 24 horas.
DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO
ü A identidade da bactéria infectante isolada na cultura de urina é um dos fatores indicativos de infecção, porém
não podemos esquecer que existem microrganismos que colonizam frequentemente a uretra distal de
pacientes, e que raramente causam ITUs.
ü Cerca de 10 a 20% das pacientes apresentam colonização da mucosa vaginal e da região periuretral por
enterobactérias
ü Avaliação do número de unidades formadoras de colônias UFC por ml tornou-se um critério importante na
interpretação da urocultura, já que os microrganismos colonizantes geralmente apresentam-se em contagens
baixas.
ü O critério de diagnóstico tradicional de Kass (1956), determina a contagem ≥ 105 UFC/ml como limite
indicativo de infecção urinária.
DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO
ü O resultado da urocultura deverá ser avaliado juntamente com os outros dados laboratoriais (pesquisa de bacteriúria e/ou
piúria) e clínicos (presença ou ausência de sintomas, fatores predisponentes, população de risco, etc.).
ü Considerando-se que as amostras de urina submetidas a cultura são provenientes de pacientes com sintomas de ITU e de
pacientes assintomáticos com alto risco de Infecção.
Hematúria
Proteinúria
Hemocultura positiva
LAUDO PARA UROCULTURA
Gestante, Idade/sexo.
Tipo de coleta: jato médio, coletor, punção de sonda vesical em sistema fechado, punção suprapúbica, etc.
Contagens de colônias < 105 UFC/mL possam também causar infecção, somente se um único micro-organismo e potencial
patógeno for isolado.
Prováveis contaminantes são: difteróides, Streptococcus viridans, Lactobacilos, estafilococos coagulase negativa e outros que não
sejam classificados como Staphylococcus saprophyticus.
Um provável patógeno
Definitivamente identificar ao nível de espécie e realizar o teste de sensibilidade (antibiograma).
No caso de paciente assintomático solicitar nova amostra, pois se trata de provável bacteriúria assintomática.
No caso da presença de outras espécies em contagens < 104 UFC/mL, relatar número de micro-organismo(s) presente(s).
Um provável contaminante (difteróides, S. viridans, lactobacilos, estafilococos coagulase negativa e outros que não sejam
Staphylococcus saprophyticus.)
Realizar uma identificação limitada: por exemplo distinguir entre S. saprophyticus de outros estafilococos coagulase negativa, ou
Streptococcus agalactiae (grupo B) de Streptococcus viridans. Não fazer antibiograma e sugerir nova coleta.
Dois prováveis patógenos (com um diagnóstico de infecção do trato urinário crônica ou recorrente) • Definitivamente
identificar ao nível de espécie. • Realizar o teste de sensibilidade (antibiograma).
LAUDO PARA UROCULTURA
Um provável patógeno
Para pacientes sob antibioticoterapia, grávidas, recém-nascidos, com infecção urinária de repetição, realizar identificação e
teste de sensibilidade.
Um potencial patógeno presente em >102 UFC/mL em mulheres sintomáticas e >103 UFC/mL em homens
sintomáticos, fazer identificação e antibiograma.
Um provável contaminante
Leucócitos normais: descritivamente identifique o isolado.
Leucócitos aumentados: solicite nova amostra.
LAUDO PARA UROCULTURA
Sem crescimento:
– Critério de positividade pode ser aplicado sempre que isolar ≥ 105 UFC/mL de um só agente, devendo a presença de
sintomas caracterizar a infecção do trato urinário e a ausência como bacteriúria assintomática.
– Não realize de rotina o teste de sensibilidade diretamente da amostra de urina, embora em situações de urgência da
disponibilidade do antibiograma isso possa ser feito.
– Em caso de dúvida na interpretação da urocultura, se possível, entre em contato com o paciente e/ou médico para
maiores informações, conferindo as condições de coleta. Isso não sendo possível, relate o número de diferentes micro-
organismos encontrados e sua contagem e solicite nova amostra.