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Dra. Ana Cristina C.

Camargo
Endócrinopediatra
1)Córtex renal: Camada mais externa de aproximadamente 1
cm de espessura. Presença de glomérulos, túbulos contorcidos
proximais, túbulos contorcidos distais e ductos coletores
proximais;

2)Medula renal; Porção mais interna, formada pelos


segmentos retos dos túbulos proximais e distais, alça de
Henle, vasa recta e ductos coletores distais; na medula
encontram-se as pirâmides renais de Malpighi, estruturas
cônicas cujos ápices são denominados papilas, estando cada
uma relacionada a um cálice.
“Presença de um germe patogênico no sistema urinário, associada a processo
inflamatório.

As ITU são comuns na infância e tendem a ser recorrentes.

A pielonefrite aguda na infância pode acarretar na formação de cicatrizes renais com


perda de função renal. Pode indicar a presença de anomalia anatômica ou funcional
subjacente.
2 anos -> Controle esfincteriano
3 anos -> Possui controle durante o dia
5 anos -> Possui controle durante o dia e durante a noite

A família deve ser questionada sobre o funcionamento intestinal e


urinário detalhadamente.
Comportamentos retentores são comuns e não valorizados pelos
Segunda infecção bacteriana mais prevalente em pediatria, (8,4% das
meninas e 1,7% meninos menores de 7 anos de idade)

Os picos de incidência ocorrem no lactente, na segunda infância e na


adolescência.

Fatores predisponentes em lactentes incluem refluxo vesicoureteral (RVU)


e outras anomalias estruturais; por outro lado, em crianças que já
adquiriram ou estão adquirindo controle esfincteriano, as alterações
funcionais do trato urinário são os principais fatores
Geral são ascendentes, porém pode ser hematogênica
Meninas: Entre 75–90% Escherichia coli, outros Klebsiella e por Proteus.
Meninos: <1 anos: E. coli >1 ano: E. coli e Proteus
Outros: Gram + são Enterococos e o Staphylococcus saprophyticus (associadas à
atividade sexual no sexo feminino)
Imunodeprimidos e pacientes submetidos à manipulação do trato urinário:
Pseudomonas sp.
Vírus também podem ser causa principalmente de cistite. Alguns sorotipos de
adenovírus podem estar tipicamente associados a um quadro de cistite
hemorrágica (muito embora esse quadro também seja causado pela E. coli)
Infecções hospitalares são frequentes: Klebsiella pneumoniae, Enterobacter spp.,
Enterococcus spp., Pseudomonas spp. e Candida spp.
< 1 ano de idade > 1 ano de idade
não anatomia propícia
circunscrito
Micção e o esvaziamento vesical regular
pH urinário ácido
Presença de substâncias que inibem a adesão bacteriana
Descamação celular mucosa.
Sitio da infecção
Trato urinário inferior (Cistite): inflamação da mucosa da bexiga
urinária, com sinais e sintomas gerais, incluindo infecção, disúria,
frequência, urgência, urina malcheirosa, enurese, hematúria e dor
suprapúbica.
Trato urinário superior (Pielonefrite): infecção piogênica difusa da pelve
e do parênquima renal. O início da pielonefrite é geralmente abrupto. Os
sinais e sintomas clínicos incluem febre (> 38 ° C), calafrios, ângulo
costovertebral ou dor nos flancos e sensibilidade.
A suspeita diagnóstica deve ser realizada em todo lactente com febre sem foco
aparente há mais de 24 horas.
Nos menores de 2 anos, deve-se descartar malformações do trato urinário, sendo
importante o questionamento sobre alterações na ecografia antenatal. Recém-
nascidos e lactentes podem apresentar febre sem foco aparente, vômitos, diarreia,
icterícia persistente, recusa alimentar, irritabilidade ou quadro de septicemia.
Em pacientes pré-escolares, a clínica pode ser de urina fétida, dor abdominal,
disúria, polaciúria, incontinência, urgência, febre, enquanto nos escolares pode
ocorrer ainda enurese secundária e dor lombar
Se controle esfincteriano, as disfunções intestinais e vesicais devem ser
abordadas, bem como quadro anterior de ITU e história familiar de doenças
renais.
Deve-se atentar para o início da atividade sexual.
Disfunção vesical e intestinal: Presente em 30% a 50% das crianças na apresentação
do primeiro episódio de ITU e é fator de risco relevante para ITU de repetição.
A partir dos 4 anos, os sintomas miccionais e intestinais tornam-se mais
relevantes.
A anamnese deve incluir perguntas sobre sintomas de incontinência diurna,
aumento ou diminuição da frequência miccional, manobras de retenção, dor e
hesitação.
Urocultura ainda é o padrão ouro, mas necessita de 24h a 48h para o resultado.

Sedimento urinário sugestivo se piúria (acima de 5-10 leucócitos por campo de


grande aumento), nitrito positivo, esterase leucocitária positiva ou presença de
bactérias.

Contagem de colônias bacterianas considerada para o diagnóstico na cultura de


urina depende do método de coleta.
1.Punção suprapúbica qualquer contagem de colônias é positivo.
2.Cateterismo vesical, será considerada a contagem acima de 50.000 UFC/ml,
3.Jato intermediário, se acima de 100 mil UFC/ml.
Crianças sem controle esfincteriano: cateterismo vesical ou “clean catch” após 25 minutos de ingestão
de líquidos (25ml/kg) o lactente é seguro pelas axilas e recebe estímulos na região sacral e
suprapúbica para estimular a micção e coletar o jato intermediário.

A coleta por saco coletor só tem utilidade para descartar diagnóstico (se negativa), devido à alta taxa
de falsos positivos, mas pode ser usada como estratégia de triagem, se positivo precisa ser repetido
por método invasivo.

O teste rápido com fita reagente urinária (dip stick), pesquisando esterase leucocitária e nitritos,
pode ser útil como triagem inicial na suspeita clínica de ITU.

Em crianças com controle esfincteriano, pode-se utilizar o jato intermediário, se alta suspeita clínica
prosseguir com avaliação do sedimento urinário (exame físico e químico), bacterioscópico (Gram) e
urocultura para a confirmação diagnóstica.
Vulvovaginit
e
Balanopostit
e Uretrite
Litiase renal
Doenca inflamatoria (apendicite, DIP, glomerulonefrite)
NEM TODA LEUCOCITÚRIA É IGUAL A ITU
É mais comum no sexo feminino

Urinocultura positiva sem a presença de manifestações clínicas associadas e EAS normal

Três urinoculturas consecutivas com bacteriúria significativa em um período de três dias a


duas semanas, e pode ser transitório ou persistente.
Transitório -> Resolve-se espontaneamente em alguns meses
Persistente -> Crianças portadoras de algumas condições, como mielomeningocele; essas
crianças podem tornar-se sintomáticas se forem submetidas ao uso de antibióticos
Inicio empírico com medicamento de menor espectro antimicrobiano possível.

Priorizar cobertura para Escherichia coli, conforme o padrão de sensibilidade


bacteriana local (resistência inferior a 20%).

Cistite: Ambulatorial / ATB 3-5 dias

Pielonefrito: Ambulatorial ou Internação / ATB 7-14 dias


Critérios de internação:
Pielonefrite aguda com sinais de sepse;
Idade menor que um mês /Alguns autores recomendam a internação dos menores de três meses;
Presença de desidratação, vômitos e incapacidade de ingerir líquidos.

Reavaliacao em 48 a 72h, para checar antibiograma, avaliando a possibilidade de descalonamento


antibiótico.

Sem melhora em 48h: descartar anormalidades do trato urinário e ampliar a cobertura antibiótica.
Havendo resposta terapêutica e confir1mação de sensibilidade no antibiograma
Recomendações para evitar problemas urinários:
1.Ir ao banheiro a cada 3 horas, mesmo sem vontade
2.Sentar-se bem no vaso, com acento redutor, sem pressa, com os pés apoiados. Se não
alcançar os pés no chão, colocar um banquinho
3.Não segurar a urina quando der vontade de urinar. Afastar bem as pernas para urinar
4.Tomar água a cada 3 horas (pelo menos 1 litro por dia). A ingestão adequada de água faz
com que os rins funcionem adequadamente e a bexiga possa eliminar o que não é
utilizado
5.Alimentar-se com frutas e legumes diariamente, para ter evacuações normais
6. Ter um horário para evacuar (sentar-se no vaso 10 minutos após uma das refeições);
7.Urinar antes de dormir
8. Não tomar líquidos 2 horas antes de dormir (isto inclui mamadeiras)
Não há evidência científica que suporte um
protocolo de investigação específico. A
maioria das diretrizes concorda na
indicação da US como avaliação inicial em
pacientes menores de 2 anos que
apresentem pielonefrite.

Descartar malformações do trato urinário

Mais frequentes ultrassonografia dos rins e


da bexiga (US), uretrocistografia miccional
(UCM) e cintilografia renal com ácido
dimercaptosuccínico-tecnécio-99 (DMSA).

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