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03/06/2020
REFLUXO VESICOURETERAL
● Imediatamente após o tratamento da ITU é importante fazer a profilaxia até os 6 anos.
● Introdução:
○ Ocorre em 30-50% das crianças com ITU.
○ 15-20% irão ter insuficiência renal.
○ Caráter familiar (30% dos irmãos).
○ Apresenta vários graus.
○ Tratamento:
■ Médico com antibioticoterapia e vigilância.
■ Cirúrgico: graus IV e V.
● Uretrocistografia miccional: constata o refluxo e o seu grau.
○ Graus I, II e III: antibioticoterapia e antibioticoprofilaxia.
○ Graus IV e V: cirúrgico.
● Insuficiência do mecanismo valvular na junção ureterovesical:
○ Malformação:
■ Túnel intramural curto: é a causa mais comum de RVU.
■ Divertículos.
■ Ureterocele.
○ Aumento da pressão intravesical:
■ Bexiga neurogênica.
■ Obstrução na saída da bexiga.
○ Processos inflamatórios: cistites, cálculos.
○ Pós-cirurgia na junção uretero-vesical.
● Classificação de refluxo:
○ I: refluxo para ureter não dilatado. Apenas é constatado refluxo no ureter.
○ II: refluxo até sistema coletor proximal, sem dilatação. É constatado refluxo em ureter e pelve, sem dilatação.
○ III: refluxo para ureter dilatado. É constatado refluxo em ureter e pelve, com leve dilatação de ureter.
○ IV: refluxo para ureter muito dilatado.
○ V: refluxo maciço com dilatação e tortuosidade ureterais e o desaparecimento dos detalhes caliciais.
Paolla Dixini Coelho- 4º ano Medicina
03/06/2020
○ Graus I, II e III: tratamento clínico. Se não melhorar com a profilaxia (até os 6 anos), indicação cirúrgica.
○ Graus IV e V: tratamento cirúrgico.
● Fisiopatologia:
○ Urina sobe para os rins → infecção (pielonefrite).
○ Esvaziamento vesical incompleto por subida de urina para ureteres.
○ Pressão da bexiga para urinar pode lesar o rim.
■ Pressão em martelo d’água: a todo tempo a urina reflui pelos ureteres e “bate” nos rins. Isso se
intensifica quando o paciente vai urinar, com a contração vesical.
○ Infecção → cicatriz → secreção de renina → hipertensão arterial.
○ 10% dos casos de RVU resolvem espontaneamente a cada ano.
● Tratamento/profilaxia:
○ Antibioticoterapia até haver o desaparecimento da febre.
■ Se pielonefrite = ATB EV.
○ ITU não febril (exceto no RN) tratadas em ambulatório.
○ Perante sumário de urina com nitritos iniciar o tratamento sem aguardar pela urocultura.
■ Quando o resultado da urocultura chegar, verificar se o ATB utilizado está adequado para aquela cepa
bacteriana ou não, realizando as adequações necessárias.
○ Iniciar profilaxia no último dia de tratamento (10º dia):
■ Criança que necessite de realizar cistografia.
■ Existência de uropatia significativa.
■ Infecção prévia há menos de 6 meses.
○ A dose do fármaco utilizado na profilaxia deve ser duplicado (2 tomadas) no dia da CUM (cistografia
uretromiccional) e nos 4 dias imediatos.
○ Manter profilaxia perante:
■ Uropatia obstrutiva.
■ RVU.
■ Outras uropatias que condicionem re-infecções.
■ ITU prévia há menos de 6 meses ou nos primeiros 6 meses de vida.
○ Tratamento (antibioticoterapia): durante 10 dias.
■ Amoxicilina: 50 mg/kg/dia, 8-8h.
■ Sulfametoxazol: 40 mg/kg/dia , 12-12h.
■ Trimetoprima: 8mg/kg/dia, 12-12h.
■ Amoxicilina + clavulanato.
■ Gentamicina.
■ Cefalosporinas.
■ Imidazólicos (levofloxacino, ciprofloxacino, norfloxacino): contraindicados em crianças, pois são
tóxicos e afetam o desenvolvimento ósseo.
● Só são utilizados se a cepa bacteriana é resistente a todos os outros antibióticos.
Paolla Dixini Coelho- 4º ano Medicina
03/06/2020
○ Profilaxia:
■ Medicamentosa:
● Nitrofurantoína: 1-2 mg/kg/dia.
○ Se for feita como tratamento: 7mg/kg/dia.
● Trimetoprima - sulfametoxazol: 2-10 mg/kg/dia.
● Trimetoprima: 2 mg/kg/dia, se criança < 6 meses.
● Cefalexina: 25 mg/kg/dia até 1 ano.
○ Acima de 1 ano não é mais efetiva, utilizando-se preferencialmente nitrofurantoína ou
trimetoprima + sulfametoxazol.
■ É feita profilaxia até 6 anos.
■ Medidas gerais:
● Micções frequentes e completas.
● Micção dupla ao deitar: antes e depois de escovar os dentes.
● Evitar obstipação.
● Ingestão hídrica adequada: 35-50 mL/kg/dia.
● Tratamento de parasitoses intestinais.
● Higiene perineal.
● Mudar de cuecas diariamente.
● Investigação: RVU ou outras situações obstrutivas.
○ Obrigatório:
■ ECO abdominal/ECO renal: avalia a morfologia do TGU.
● Exceto se realizada previamente.
■ Cistouretrografia (CUM): sempre feita após o tratamento e cura do quadro infeccioso. Avalia RVU,
obstruções.
● Exceto se 1ª ITU baixa - cistites - em meninas > 3 anos.
■ Cintigrafia funcional: avalia função renal, cicatrizes, fluxo sanguíneo, RVU, obstruções.
● 2 marcadores: DMSA, que avalia função renal e cicatrizes; DTPA, que avalia fluxo, refluxo e
obstruções.
■ RX abdomen: cálculos, anormalidades vertebrais.
● Evolução:
○ Após um tratamento, 75% das crianças fazem uma recidiva.
○ A maioria das recidivas aparecem nos primeiros 6 meses.
○ As crianças com ITU devem ser seguidas pelo menos 12 meses.
○ O risco de futuras cicatrizes renais é de 5-10% (quando diagnosticada e tratada a ITU no 1º ano de vida).
○ Diagnóstico depois do 1º ano, 25% já apresenta cicatrizes renais.
○ Aparecimento de novas cicatrizes depois do 1º ano é pequeno, exceto nas meninas até os 3-4 anos.
● Prognóstico:
○ Geralmente bom se for diagnosticada e tratada corretamente e sabida a causa
○ ITU associada a RVU, obstrução urinária (estenose pieloureteral, vesicoureteral, etc), a criança pode evoluir
com complicações:
■ Pielonefrite.
■ Abscesso renal.
■ Sepse.
■ Necrose papilar.
■ Hipertensão arterial.
■ Insuficiência renal.