ITU Superior e Inferior • A infecção do trato urinário (ITU) é uma das causas mais comuns de infecção na população geral. Particularmente as mulheres são mais vulneráveis. • A ITU afeta mais de 10% das mulheres e aproximadamente 50% apresentam pelo menos um episódio durante a vida. A infecção urinária de repetição ocorre entre 10% e 15% das mulheres com mais de 60 anos de idade. ITU Superior e Inferior • O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), Sociedade de Doenças Infecciosas da América (IDSA) e Sociedade Europeia de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas (ESCMID) classificam as ITU’s em: 1. ITU não complicada: quadro agudo, esporádico ou recorrente, no trato urinário inferior, cistite ou superior, a pielonefrite, limitado a mulheres não grávidas, sem anormalidades anatômicas e funcionais no trato urinário ou comorbidades. 2. ITU complicada: cistite ou pielonefrite, ocorre em pacientes com chance aumentada de evolução desfavorável, ou seja, grávidas, pacientes com anormalidades anatômicas ou funcionais do trato urinário, presença de cateteres urinários de demora, doenças renais ou concomitantes, como diabetes mellitus, imunossupressão ou transplante renal. Etiologia A causa infecciosa na maior parte das vezes é bacteriana, podendo porém, ser causada por fungos. • Quando adquirida na comunidade, a ITU é geralmente causada pela bactéria Escherichia coli (70% a 85% dos casos), seguido por outros tipos como o Staphylococcus saprophyticus, espécies de Proteus e de Klebsiella e o Enterococcus faecalis. • Já quando adquirida em ambiente hospitalar, os agentes são bastante diversificados, predominando as enterobactérias, embora a E. coli também seja uma das mais frequentes. Sintomas Os sintomas clássicos da cistite • Calafrios. incluem: • Febre. • Disúria. • Dor na lombar. • Aumento da frequência urinária. • Nictúria. • Dor supra púbica. • Hematúria. Diagnóstico • No caso da cistite, geralmente são necessários (1) Urina rotina, (2) Urocultura (Exame definidor do diagnóstico), e (3) Antibiograma. • No caso da pielonefrite, além destes exames já citados, podem ser necessários outros exames: Hemocultura e exames de imagem (Ultrassonografia, Tomografia computadorizada ou Ressonância Magnética). Tratamento Medicamentoso: • Os medicamentos mais comuns incluem trimetoprim-sulfametoxazol, nitrofurantoína e ciprofloxacino. O tratamento geralmente dura de três a sete dias, dependendo do tipo de antibiótico prescrito. • Alívio dos sintomas: Além dos antibióticos, o tratamento da cistite também pode incluir medicamentos para aliviar os sintomas, como analgésicos e anti-inflamatórios. Beber bastante água e urinar com frequência também pode ajudar a reduzir a dor e a inflamação na bexiga. Complicações e Riscos • Caso a infecção seja disseminada pela via sanguínea, a bactéria pode se espalhar para outros órgãos, iniciando o processo de sepse. • ITU hospitalar. Lavagem das mãos Gestantes • As grávidas possuem um maior risco de desenvolverem ITU, apesar de urinar com mais frequência elas não conseguem esvaziar a bexiga totalmente. Essa urina residual pode favorecer um crescimento de bactérias, aumentando o risco de cistite. A cistite não tratada na gravidez, pode trazer complicações, tanto para a mãe, quanto para o feto, podendo desencadear um parto prematuro se não tratada. Cistite • A cistite, também chamada de ITU inferior, é uma doença inflamatória ou infecciosa da bexiga urinária. A cistite, geralmente, é desencadeada pela colonização da bexiga por bactérias presentes em nosso intestino, sendo a principal delas a Escherichia coli. Pielonefrite • A pielonefrite é a resposta inflamatória à infecção nas vias urinárias. • Ao alcançar a uretra, a E. coli ascende pela bexiga, ureteres alcançando a pelve renal e os rins. Com isso, o quadro resultante dessa infecção nas vias urinárias superiores é o que conhecemos como pielonefrite. Sinal de Giordano • Chamamos atenção para o sinal do exame físico sugestivo de pielonefrite: sinal de Giordano positivo. Nele, ao ser realizada a percussão em flanco direito e esquerdo, o paciente refere uma dor intensa. Através desse sinal positivo, reconhecemos a infecção renal ou uma possível litíase renal. Prevenção • Ingira bastante líquido, de preferência água; • Não demore para urinar, caso tenha vontade; • Urine e faça higiene prontamente após a relação sexual; • Lave as mãos antes e após urinar e/ou evacuar; • Redobre os cuidados com a higiene pessoal. • Sempre passe o papel higiênico de frente para trás e, sempre que possível, lave-se com água e sabão. • Evite roupas íntimas muito justas ou que retenham calor e umidade; • Suspenda o consumo de fumo, álcool, temperos fortes e cafeína; • Troque os absorventes higiênicos com frequência. Incontinência Urinária • Incontinência urinária (IU) é definida como qualquer perda involuntária de urina. Essa perda involuntária de urina pode estar associada com a urgência ou também com esforço, incluindo atividades esportivas, ou em espirros ou tosse. A IU é uma condição que afeta dramaticamente a qualidade de vida, comprometendo o bem-estar físico, emocional, psicológico e social. Classificação Incontinência urinária de esforço: o sintoma inicial é a perda de urina quando a pessoa tosse, ri, faz exercício, movimenta- se; Incontinência urinaria de urgência: mais grave do que a de esforço, caracteriza-se pela vontade súbita de urinar que ocorre em meio as atividades diárias e a pessoa perde urina antes de chegar ao banheiro; Incontinência mista: associa os dois tipos de incontinência acima citados e o sintoma mais importante é a impossibilidade de controlar a perda de urina pela uretra; Enurese noturna: é a incontinência que ocorre durante o sono. Classificação Incontinência hiperfluxo ou transbordamento: ocorre em homem idosos, decorre da hiperdistensão vesical, geralmente secundaria a obstrução prostática ou hipocontratilidade detrusora. Transbordamento. Bexigoma. Incontinência funcional: A incontinência urinária funcional relaciona-se a fatores externos ao trato urinário, como comprometimento cognitivo, fatores ambientais, limitações físicas e psíquicas. Causas • Comprometimento da musculatura dos esfíncteres ou do assoalho pélvico; • Gravidez e parto; • Tumores malignos e benignos; • Doenças que comprimem a bexiga; • Obesidade; • Tosse crônica dos fumantes; • Quadros pulmonares obstrutivos que geram pressão abdominal; • Bexigas hiperativas que contraem independentemente da vontade do portador; • Procedimentos cirúrgicos ou irradiação que lesem os nervos do esfíncter masculino. Tratamento • Para homens e mulheres recomendam-se mudanças de estilo de vida (dieta, atividade física e adequação da ingestão de líquidos), cessação tabagismo e cafeína, tratamento da constipação, orientação, treinamento dos músculos do assoalho pélvico (TMAP). • O tratamento farmacológico será de acordo com a classificação da incontinência urinária do paciente. • Já na incontinência por transbordamento, o tratamento mais efetivo é a cirurgia. Retenção Urinária • Retenção urinária é o esvaziamento incompleto da bexiga ou a cessação da micção. • A retenção urinária pode ser: • Aguda • Crônica
• A retenção urinária pode ser assintomática ou
causar frequência urinária, uma sensação de esvaziamento incompleto, e incontinência de urgência ou transbordamento. Pode causar distensão abdominal e dor. Quando a retenção se desenvolve de modo lento, pode não haver dor. • A retenção de longa duração predispõe a uma infecção do trato urinário e pode aumentar a pressão na bexiga, causando uropatia obstrutiva. Causas • Alteração da contratilidade vesical, • Obstrução do colo vesical, • Falta de coordenação entre a contração da bexiga e o relaxamento do esfíncter, • Anormalidades da próstata e estreitamento uretral . • Fármacos, • Impactação fecal grave (Fecaloma) • Bexiga neurogênica em pacientes com diabetes, • Esclerose múltipla, • Doença de parkinson, • Cirurgia pélvica anterior resultando em desnervação da bexiga.