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Afecções do Sistema Urinário

Prof. Ana Carolina Trindade


ITU Superior e Inferior
• A infecção do trato urinário
(ITU) é uma das causas mais
comuns de infecção na
população
geral. Particularmente as
mulheres são mais vulneráveis.
• A ITU afeta mais de 10% das
mulheres e aproximadamente
50% apresentam pelo menos
um episódio durante a vida. A
infecção urinária de repetição
ocorre entre 10% e 15% das
mulheres com mais de 60 anos
de idade.
ITU Superior e Inferior
• O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos
(CDC), Sociedade de Doenças Infecciosas da América (IDSA) e
Sociedade Europeia de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas
(ESCMID) classificam as ITU’s em:
1. ITU não complicada: quadro agudo, esporádico ou recorrente, no trato
urinário inferior, cistite ou superior, a pielonefrite, limitado a mulheres não
grávidas, sem anormalidades anatômicas e funcionais no trato urinário ou
comorbidades.
2. ITU complicada: cistite ou pielonefrite, ocorre em pacientes com chance
aumentada de evolução desfavorável, ou seja, grávidas, pacientes com
anormalidades anatômicas ou funcionais do trato urinário, presença de
cateteres urinários de demora, doenças renais ou concomitantes, como
diabetes mellitus, imunossupressão ou transplante renal.
Etiologia
A causa infecciosa na maior parte das vezes é bacteriana,
podendo porém, ser causada por fungos.
• Quando adquirida na comunidade, a ITU é geralmente
causada pela bactéria Escherichia coli (70% a 85% dos
casos), seguido por outros tipos como o Staphylococcus
saprophyticus, espécies de Proteus e de Klebsiella e
o Enterococcus faecalis.
• Já quando adquirida em ambiente hospitalar, os agentes
são bastante diversificados, predominando as
enterobactérias, embora a E. coli também seja uma das
mais frequentes.
Sintomas
Os sintomas clássicos da cistite • Calafrios.
incluem: • Febre.
• Disúria. • Dor na lombar.
• Aumento da frequência urinária.
• Nictúria.
• Dor supra púbica.
• Hematúria.
Diagnóstico
• No caso da cistite, geralmente são
necessários (1) Urina rotina, (2) Urocultura
(Exame definidor do diagnóstico), e (3)
Antibiograma.
• No caso da pielonefrite, além destes exames
já citados, podem ser necessários outros
exames: Hemocultura e exames de imagem
(Ultrassonografia, Tomografia
computadorizada ou Ressonância Magnética).
Tratamento
Medicamentoso:
• Os medicamentos mais comuns incluem trimetoprim-sulfametoxazol,
nitrofurantoína e ciprofloxacino. O tratamento geralmente dura de
três a sete dias, dependendo do tipo de antibiótico prescrito.
• Alívio dos sintomas: Além dos antibióticos, o tratamento da cistite
também pode incluir medicamentos para aliviar os sintomas, como
analgésicos e anti-inflamatórios. Beber bastante água e urinar com
frequência também pode ajudar a reduzir a dor e a inflamação na
bexiga.
Complicações e Riscos
• Caso a infecção seja disseminada pela via
sanguínea, a bactéria pode se espalhar para
outros órgãos, iniciando o processo de sepse.
• ITU hospitalar.
Lavagem das mãos
Gestantes
• As grávidas possuem um maior
risco de desenvolverem ITU,
apesar de urinar com mais
frequência elas não conseguem
esvaziar a bexiga totalmente.
Essa urina residual pode
favorecer um crescimento de
bactérias, aumentando o risco de
cistite. A cistite não tratada na
gravidez, pode trazer
complicações, tanto para a mãe,
quanto para o feto, podendo
desencadear um parto
prematuro se não tratada.
Cistite
• A cistite, também chamada
de ITU inferior, é uma
doença inflamatória ou
infecciosa da bexiga urinária.
A cistite, geralmente, é
desencadeada pela
colonização da bexiga por
bactérias presentes em
nosso intestino, sendo a
principal delas a Escherichia
coli.
Pielonefrite
• A pielonefrite é a resposta
inflamatória à infecção nas
vias urinárias.
• Ao alcançar a uretra, a E.
coli ascende pela bexiga,
ureteres alcançando a pelve
renal e os rins. Com isso, o
quadro resultante dessa
infecção nas vias urinárias
superiores é o que
conhecemos
como pielonefrite.
Sinal de Giordano
• Chamamos atenção para o
sinal do exame físico
sugestivo de
pielonefrite: sinal de
Giordano positivo. Nele,
ao ser realizada a
percussão em flanco
direito e esquerdo, o
paciente refere uma dor
intensa. Através desse sinal
positivo, reconhecemos a
infecção renal ou uma
possível litíase renal.
Prevenção
• Ingira bastante líquido, de preferência água;
• Não demore para urinar, caso tenha vontade;
• Urine e faça higiene prontamente após a relação sexual;
• Lave as mãos antes e após urinar e/ou evacuar;
• Redobre os cuidados com a higiene pessoal.
• Sempre passe o papel higiênico de frente para trás e, sempre
que possível, lave-se com água e sabão.
• Evite roupas íntimas muito justas ou que retenham calor e
umidade;
• Suspenda o consumo de fumo, álcool, temperos fortes e cafeína;
• Troque os absorventes higiênicos com frequência.
Incontinência Urinária
• Incontinência urinária (IU) é definida
como qualquer perda involuntária de urina.
Essa perda involuntária de urina pode estar
associada com a urgência ou também
com esforço, incluindo atividades esportivas,
ou em espirros ou tosse. A IU é uma condição
que afeta dramaticamente a qualidade de
vida, comprometendo o bem-estar físico,
emocional, psicológico e social.
Classificação
Incontinência urinária de esforço: o sintoma inicial é a perda
de urina quando a pessoa tosse, ri, faz exercício, movimenta-
se;
Incontinência urinaria de urgência: mais grave do que a de
esforço, caracteriza-se pela vontade súbita de urinar que
ocorre em meio as atividades diárias e a pessoa perde urina
antes de chegar ao banheiro;
Incontinência mista: associa os dois tipos de incontinência
acima citados e o sintoma mais importante é a
impossibilidade de controlar a perda de urina pela uretra;
Enurese noturna: é a incontinência que ocorre durante o
sono.
Classificação
Incontinência hiperfluxo ou transbordamento:
ocorre em homem idosos, decorre da
hiperdistensão vesical, geralmente secundaria a
obstrução prostática ou hipocontratilidade
detrusora. Transbordamento. Bexigoma.
Incontinência funcional: A incontinência urinária
funcional relaciona-se a fatores externos ao trato
urinário, como comprometimento cognitivo,
fatores ambientais, limitações físicas e psíquicas.
Causas
• Comprometimento da musculatura dos
esfíncteres ou do assoalho pélvico;
• Gravidez e parto;
• Tumores malignos e benignos;
• Doenças que comprimem a bexiga;
• Obesidade;
• Tosse crônica dos fumantes;
• Quadros pulmonares obstrutivos que
geram pressão abdominal;
• Bexigas hiperativas que contraem
independentemente da vontade do
portador;
• Procedimentos cirúrgicos ou irradiação que
lesem os nervos do esfíncter masculino.
Tratamento
• Para homens e mulheres recomendam-se
mudanças de estilo de vida (dieta, atividade física e
adequação da ingestão de líquidos), cessação
tabagismo e cafeína, tratamento da constipação,
orientação, treinamento dos músculos do assoalho
pélvico (TMAP).
• O tratamento farmacológico será de acordo com a
classificação da incontinência urinária do paciente.
• Já na incontinência por transbordamento, o
tratamento mais efetivo é a cirurgia.
Retenção Urinária
• Retenção urinária é o esvaziamento incompleto da bexiga ou
a cessação da micção.
• A retenção urinária pode ser:
• Aguda
• Crônica

• A retenção urinária pode ser assintomática ou


causar frequência urinária, uma sensação de esvaziamento
incompleto, e incontinência de urgência ou
transbordamento. Pode causar distensão abdominal e dor.
Quando a retenção se desenvolve de modo lento, pode não
haver dor.
• A retenção de longa duração predispõe a uma infecção do
trato urinário e pode aumentar a pressão na bexiga,
causando uropatia obstrutiva.
Causas
• Alteração da contratilidade vesical,
• Obstrução do colo vesical,
• Falta de coordenação entre a contração da bexiga e o
relaxamento do esfíncter,
• Anormalidades da próstata e estreitamento uretral .
• Fármacos,
• Impactação fecal grave (Fecaloma)
• Bexiga neurogênica em pacientes com diabetes,
• Esclerose múltipla,
• Doença de parkinson,
• Cirurgia pélvica anterior resultando em desnervação da bexiga.

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