Você está na página 1de 10

CIERP – Centro Integrado de Ensino Regular e Profissionalizante

Curso: Técnico em Enfermagem


Disciplina: Clínica médica I
Professor: Paulo Roberto
Alunas: Erica Raquel; Laiane Ribeiro; Maria dos Reis; Erica Raquel

SEMINÁRIO: AFECÇÕES DO SISTEMA URINÁRIO

ELESBÃO VELOSO
2023
AFECÇÕES DO SISTEMA URINÁRIO

1 Definições
A infecção sintomática do trato
urinário (ITU) situa-se entre as mais
freqüentes infecções bacterianas do ser
humano), figurando como a segunda infecção
mais comum na população em geral,
predominando entre os adultos em pacientes
do sexo feminino. Nas crianças,
particularmente no primeiro ano de vida, a
infecção urinária também é muito comum,
predominando igualmente no sexo feminino;
nesta população de pacientes pediátricos,
predomina a pielonefrite, recorrente na
maioria dos casos devido à presença de refluxo
vésico-ureteral, uni ou bilateral.
A infecção urinária pode comprometer somente o trato urinário baixo, o que
especifica o diagnóstico de cistite, ou afetar simultaneamente o trato urinário inferior e o
superior; neste caso, utiliza-se a terminologia infecção urinária alta, também denominada
pielonefrite. A infecção urinária baixa ou cistite pode ser sintomática ou não. As infecções do
trato urinário podem ser complicadas ou não complicadas, as primeiras tendo maior risco de
falha terapêutica e sendo associadas a fatores que favorecem a ocorrência da infecção. A
infecção urinária é complicada quando ocorre em um aparelho urinário com alterações
estruturais ou funcionais.

2 Causas

As infecções do trato urinário (ITUs) são quase sempre causadas por bactérias, embora
alguns vírus, fungos e parasitas também possam infectar o trato urinário. Mais de 85% das
ITUs são causadas por bactérias do intestino ou da vagina. Contudo, as bactérias que
penetram no trato urinário são geralmente expulsas por meio da ação de limpeza da bexiga ao
se esvaziar.
Bactérias: infecções bacterianas do trato urinário inferior – geralmente a bexiga – são muito
comuns, especialmente em mulheres jovens e sexualmente ativas. Também é frequente que
mulheres jovens tenham infecções renais bacterianas, mas são menos comuns do que as
infecções da bexiga.
Vírus: o vírus do herpes simples pode infectar a uretra, tornando a micção dolorosa e
dificultando o esvaziamento da bexiga.
Fungos: certos fungos ou leveduras podem infectar o trato urinário. Este tipo de infecção é
frequentemente chamado de infecção por levedura (as leveduras também podem causar
inflamação da vagina [vaginite]). O fungo Candida é o micro-organismo mais provável de
causar infecções por levedura no trato urinário (candidíase).
Parasitas: Alguns parasitas, incluindo determinados tipos de vermes, podem infectar o trato
urinário.

3 Principais classificações de doenças causadas por Afecções Do Sistema Urinário

3.1 Uretrite

A uretrite é outro tipo de infecção urinária,


mas que afeta a uretra, que é o canal por onde
a urina é eliminada. Esse tipo de doença do
sistema urinário normalmente é causado por
infecções sexualmente transmissíveis, como
clamídia, gonorreia, tricomoníase ou herpes,
por exemplo, mas também pode surgir devido
a traumas ou irritações na uretra.

Sintomas: podendo gerar inflamações, dores ao urinar, queimação e ida frequente ao


banheiro, além de corrimentos de cor amarela.
Prevenção: Como a maior parte das uretrites é causada pelo contato sexual, a forma de
prevenção mais eficaz é a utilização de preservativo.

Tratamento: O tratamento depende da causa da infecção. Entretanto, a identificação do


micro-organismo que causa uretrite pode levar dias. Dessa forma, os médicos normalmente
começam o tratamento com antibióticos que curam as causas mais comuns. Para homens
sexualmente ativos, o tratamento é normalmente realizado com uma injeção de ceftriaxona
para a gonorreia mais azitromicina oral ou doxiciclina oral para a clamídia. Se os exames
excluírem a possibilidade de gonorreia e clamídia, o homem deve ser testado para outros
distúrbios, como tricomoníase. As mulheres podem ser tratadas como se tivessem cistite. Para
o tratamento de uma infecção por herpes simples, pode ser necessário um medicamento
antiviral, como o aciclovir. Se a suspeita for de uma IST, os parceiros ou parceiras sexuais
devem ser avaliados(as) para determinar a necessidade de tratamento. Homens
diagnosticados com uretrite devem ser testados para HIV e sífilis.

No tratamento da uretrite não-gonocócica, normalmente é utilizado:


Azitromicina: 1g, por via oral em dose única ou;
Doxiciclina: 100 mg, por via oral, 2 vezes ao dia, por 7 dias.
Já para tratar a uretrite gonocócica, geralmente é indicado o uso de:
Ceftriaxona: 250 mg, por injeção intramuscular em dose única e;
Azitromicina: 1g, por via oral em dose única.

3.2 Cistite
A cistite é o tipo mais comum da infecção
urinária, que acontece assim que algum
microrganismo, fungo ou bactéria chega até a
bexiga, fazendo com que sintomas como dores
no abdômen, urina turva, queimação e até
febre apareçam.

Sintomas: urgência miccional; aumento da frequência urinária; queimação e dor à micção;


pode ocorrer piúria, bacteriúria, hematúria e forte dor na região suprapúbica.
Prevenção: Do ponto de vista preventivo, as cistites podem ser evitadas pelas mulheres por
meio de higiene íntima adequada, uso correto do papel higiênico após urinar, esvaziamento
vesical frequente, inclusive após as relações sexuais por diminuírem a quantidade de
microrganismos nos genitais femininos, e visitas periódicas ao ginecologista.

Tratamento: Deve-se fazer o tratamento orientado pelo clínico geral, urologista ou


ginecologista que podem indicar o uso de antibióticos, como fosfomicina, ciprofloxacino ou
amoxicilina, por exemplo, para eliminar as bactérias e aliviar os sintomas. De uma maneira
geral, as situações clínicas clínicas não representam que indiquem internação hospitalar,
sendo geralmente tratadas em nível ambulatorial.
Os antibióticos correspondem à primeira linha de tratamento para cistite, devendo ser
indicados pelo médico de acordo com a bactéria responsável pela infecção. Esses
medicamentos devem ser usados de acordo com a orientação médica, sendo os mais comuns:

Fosfomicina (Monuril), cuja posologia geralmente recomendada é de 1 sachê, em dose única


ou a cada 24 horas, durante 2 dias, que deve ser tomada preferencialmente à noite, antes de
deitar e com o estômago e a bexiga vazia;
Nitrofurantoína (Macrodantina), cuja posologia geralmente recomendada é de 1 cápsula de
100 mg, a cada 6 horas, durante 7 a 10 dias;
Sulfametoxazol + trimetoprima (Bactrim ou Bactrim F), cuja posologia que normalmente é
recomendada é de 1 comprimido de Bactrim F ou 2 comprimidos de Bactrim, a cada 12
horas, no mínimo 5 dias, conforme orientação médica;
Fluoroquinolonas, como ciprofloxacino ou levofloxacino, cuja posologia depende do
remédio que o médico receitar;
Penicilina ou derivados, como é o caso das cefalosporinas, como a cefalexina ou
ceftriaxona, cuja posologia também varia de acordo com o medicamento prescrito.
3.3 Nefrite

A nefrite é um tipo de infecção urinária


mais grave e acontece quando o agente
infeccioso chega aos rins, causando
inflamação dos glomérulos renais.
Acontece quando o microrganismo,
fungo ou bactéria atinge os rins.

Sintomas: Inchaços nas pernas, aumento da pressão arterial, sangue na urina, febre, dores
abdominais e vontade urgente para urinar, mas em pequena quantidade, urina turva e com
cheiro turva.

Prevenção: Existem algumas medidas que são voltadas para a prevenção da inflamação,
sendo de extrema importância especialmente para quem tem histórico da doença, hipertensão
arterial ou outras questões como diabetes e obesidade. Os cuidados mais relevantes são:
realizar um exame de creatinina uma vez ao ano; ter atenção à hipertensão e manter uma boa
alimentação; evitar o uso de cigarros e a automedicação; reduzir o estresse no dia a dia.

Tratamento: O tratamento será definido pelo nefrologista conforme a causa da inflamação e


a região afetada nos rins. Uma inflamação aguda costuma ser tratada com a redução da
ingestão de sal, o controle da pressão arterial, o repouso e o uso de antibióticos – quando a
causa for uma infecção. No caso de nefrites crônicas, por sua vez, essas medidas podem ser
somadas ao uso de diuréticos, anti-inflamatórios e imunossupressores, de acordo com as
necessidades de cada paciente.

3.4 Cálculos renais

Essa é mais uma das principais doenças do


sistema urinário. Os cálculos renais também
são conhecidos como pedra nos rins e podem
ser eliminados tanto na urina ou ficarem
presos na uretra.
Sintomas: Em poucos casos, os pacientes podem não apresentar sintomas ou sentir pouca dor
durante a passagem da pedra pelo canal que leva a urina do rim para a bexiga (ureter). Porém,
a maioria apresenta os sintomas a seguir:
– dor muito forte, quase insuportável, que
começa nas costas e se irradia para o abdômen
em direção à virilha. É uma dor que se
manifesta em cólicas, isto é, com um pico de
dor intensa seguido de certo alívio;
– náuseas e vômitos;
– sangue na urina;
– suspensão ou diminuição do fluxo urinário;
– necessidade de urinar com mais frequência;
Prevenção: A prevenção da formação dos cálculos urinários baseia-se, principalmente, em
uma mudança nos hábitos de vida, especialmente:

– aumento da ingestão de água e de sucos naturais (preferencialmente os sucos cítricos, como


de limão);
– diminuição do consumo de sal e de alimentos ricos em proteína animal;
– prática de atividade física regular;
– perda de peso.

Tratamento: O tratamento pode ser clínico, com medicamentos para o controle da dor e para
auxiliar na eliminação espontânea do cálculo.
Alguns anti-inflamatórios que podem ser usados para a pedra nos rins são:
Diclofenaco; Ibuprofeno; Naproxeno; Cetorolaco.
Quando o cálculo não é expelido espontaneamente, podem ser necessários outros
procedimentos, tais como: bombardeamento das pedras por ondas de choque visando à
fragmentação do cálculo, o que torna sua eliminação pela urina mais fácil (litotripsia);
– cirurgia para retirar o cálculo dos rins ou do ureter após sua fragmentação (cirurgia
endoscópica ou ureteroscopia).
3. 5 Câncer nos rins ou bexiga
Existem alguns tipos de cânceres que podem afetar os órgãos do sistema urinário, como a
bexiga ou rins. Isso acontece quando as células malignas encontram um ambiente perfeito
para se proliferarem, gerando o câncer.

Sintomas: Nesses dois órgãos que podem ser acometidos de câncer, os sintomas são
praticamente os mesmos: queimação na hora de urinar, dor, perda do apetite, sangue na urina,
cansaço e aumento da frequência ao banheiro.

Prevenção: Hábitos de vida saudável, com uma dieta equilibrada, atividade física regular,
controle do peso e principalmente não fumar são fundamentais para uma vida longa e
saudável. Exames periódicos, embora não possam evitar o câncer, colaboram para um
diagnóstico precoce da doença, no momento em que o tratamento pode oferecer taxas de cura
acima de 90%, sem comprometimento da qualidade de vida.

Tratamento: O câncer de rim é o mais letal


dentre os tumores urológicos. Não responde à
quimioterapia convencional, nem mesmo à
radioterapia. A cirurgia continua sendo o único
tratamento curativo para o câncer renal
localizado, diagnosticado precocemente. Esta
pode ser nefrectomia radical (retirada de todo
rim) ou nefrectomia parcial (retirada da parte do
rim afetada pelo tumor) a depender da extensão
e localização do tumor.

O tratamento do câncer de bexiga está relacionado


ao grau de invasão do tumor (músculo invasivo x
não músculo invasivo) e à disseminação da doença.
Nos casos dos tumores superficiais, não músculo
invasivos, a principal forma de tratamento é a
ressecção endoscópica da lesão vesical. Este
procedimento tanto permite o diagnóstico definitivo
quanto o tratamento da doença.
3.6 DRC – Doença Renal Crônica

Também conhecida como Insuficiência Renal


Crônica, é a perda progressiva da função do
rim que não leva ao aparecimento de sintomas
que indiquem a perda de função, sendo apenas
percebida quando o rim já encontra-se quase
sem função. Trata-se de um problema que,
geralmente, atinge pessoas de mais idade que
têm diabetes ou hipertensão.

Sintomas: os sintomas de DRC surgem quando a doença já encontra-se em fase mais


avançada, podendo causar inchaço nos pés, fraqueza, urina com espuma, coceira no corpo,
cãibras e perda do apetite sem causa aparente, por exemplo.

Tratamento: o tratamento da DRC é feito, nos casos mais graves, através da hemodiálise
para remover as substâncias que encontram-se em excesso no sangue e que não foram
devidamente removidas pelos rins. Além disso, pode ser recomendado pelo nefrologista o uso
de alguns medicamentos e a mudança na dieta para evitar a sobrecarga renal.

3.7 Incontinência Urinária

Esta é uma doença que tem como principal


característica a perda da urina de forma
involuntária. Pode acometer tanto mulheres
quanto homens, independente da idade. Essa
incontinência pode acontecer por conta de
alterações nos músculos dessa região e durante
a gravidez, onde o aumento da pressão na
bexiga é frequente.
Sintomas:
Incontinência urinária de esforço: Liberação involuntária de urina, especialmente ao tossir,
espirrar ou rir; Vazamento de uma pequena a moderada quantidade de urina.
Incontinência urinária de urgência: Frequente e incontrolável necessidade súbita de urinar;
Pode vazar uma quantidade de urina moderada a grave, apesar de uma pequena quantidade
ser possível.
Incontinência urinária por transbordamento: Vazamento de uma pequena quantidade de
urina; Jato urinário fraco; Necessidade de se esforçar ao urinar e uma sensação de que a
bexiga não está vazia; Necessidade urgente de urinar muitas vezes durante a noite;
Vazamento de urina durante o sono.
Incontinência urinária funcional: A deficiência física ou intelectual impede a pessoa de ir
até o banheiro urinar a tempo. Por exemplo, se você tem artrite severa, você pode não ser
capaz de desabotoar sua calça com rapidez suficiente.

Prevenção: É possível adicionar à rotina do dia a dia uma série de hábitos que evitam a
incontinência urinária: Controle a ingestão de líquidos à noite; Evite bebidas alcoólicas e com
cafeína; Controle o diabetes e o peso corporal; Abandone o tabagismo; Regule os intervalos
entre as micções. Não espere apenas a vontade de urinar para ir ao banheiro; Mantenha uma
alimentação saudável, com bastante fibras; Realize atividades físicas regularmente;

Tratamento: nesses casos, a recomendação é que sejam feitos exercícios para fortalecer a
musculatura pélvica e evitar a perda involuntária da urina. Além disso, pode ser indicado o
uso de remédios (Bloqueadores alfa-adrenérgicos: Alfuzosina; Doxazosina; Prazosina;
Silodosina; Tansulosina; Terazosina.) ou cirurgia, nos casos mais graves.

Você também pode gostar