Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
OBJETIVOS:
ESTUDAR ITU: definição+localização, etiologia, epidemiologia + fatores de risco,
fisiopatologia, quadro clínico, diagnóstico, tratamento + principais classes de
antibióticos;
DESCREVER TODAS COMPLICAÇÕES DA ITU(detalhar);
ESTUDAR AS CONSEQUENCIAS DA PROGRESSÃO DOS SINAIS E SINTOMAS;
***********************************************************************
1 – ESTUDAR ITU:
DEFINIÇÃO:
Mais de 50% de todas as mulheres saudáveis apresentam pelo menos uma ITU
sintomática durante a vida;
A ITU também constitui uma das infecções hospitalares mais comuns; cerca de
80% dessas infecções resultam do uso de cateter vesical de demora. Entretanto,
muitas dessas ITU associadas ao uso de cateter consistem em bacteriúria
assintomática detectada por culturas de urina desnecessárias.
A bacteriúria assintomática é comum. A prevalência aumenta de 1 a 2% em
meninas em idade escolar para 3 a 5% em mulheres pré-menopáusicas
sexualmente ativas, para 10 a 20% nas mulheres saudáveis na pós-menopausa e
até 40 a 50% em mulheres idosas em casas de repouso.
FATORES DE RISCO:
Sexo. Em mulheres, a uretra é mais curta e mais calibrosa e fica próxima de
estruturas contaminadas.
Gravidez. IU na gravidez associa-se a bacteriúria assintomática, que resulta de
estase urinária por dilatação fisiológica do ureter e da pelve e de redução do seu
peristaltismo. Progesterona reduz a contratilidade da musculatura vesical.
Diabetes melito. Diabéticos têm maior risco de infecção urinária, provavelmente
por neuropatia vesical, lesões vasculares e o próprio distúrbio metabólico.
Necrose de papilas é mais comum em diabéticos com pielonefrite grave.
Instrumentação urológica. Mesmo com a mais cuidadosa técnica e rigorosa
assepsia, instrumentação urológica (cateterismo, cistoscopia etc.) aumenta a
frequência de infecção no trato urinário e é um dos seus principais fatores de
risco.
4 - FISIOPATOLOGIA
A capacidade da Escherichia coli, de colonizar e de permanecer no trato urinário
depende de uma variedade de fatores de virulência que incluem adesinas, toxinas e
proteínas removedoras de ferro.
Normalmente, as cepas que causam infecção não complicada expressam a adesina
FimH, porém, essa adesina não é específica de ITU. As E. coli isoladas da pielonefrite não
complicada caracterizam-se pela presença da adesina da fímbria P.
A aderência dos microrganismos na bexiga ou no rim ativa a resposta imune inata,
levando à liberação de citocinas, particularmente interleucina-6 e interleucina-8, e
mobiliza os leucócitos.
Esse processo resulta em piúria(dez ou mais células brancas por ml³ de uma amostra de
urina) e em sintomas locais ou sistêmicos, incluindo febre em pacientes com
pielonefrite.
A ocorrência de ITU aguda não complicada em mulheres saudáveis na pré-menopausa é
determinada por fatores tanto genéticos quanto comportamentais. Os fatores
comportamentais mais fortes associados à ITU não complicada incluem relações sexuais
e uso de espermicida.
Nas mulheres sexualmente ativas na pré-menopausa, 75 a 90% dos episódios são
atribuídos a relações sexuais. Isso está principalmente relacionado com a ascensão de
microrganismos periuretrais na bexiga com a relação sexual; paralelamente, foi também
observado que o sexo vaginal não protegido resulta em redução da atividade anti-E.
coli endógena.
A flora normal de lactobacilos da vagina mantém um ambiente ácido que impede a
colonização por possíveis uropatógenos e o uso de espermicidas suprime esses
microrganismos.
O risco de ITU complicada é determinado pela anormalidade subjacente. As
anormalidades geniturinárias facilitam a infecção por meio da entrada aumentada de
microrganismos na bexiga, como ocorre no cateterismo intermitente ou em
procedimentos urológicos, e persistência dos microrganismos no trato urinário
decorrente da micção incompleta ou à presença de biofilme em dispositivos
urológicos.
A aquisição de bacteriúria em indivíduos com dispositivos urinários de demora,
incluindo cateteres, stents e tubos de nefrostomia, é atribuída principalmente ao
desenvolvimento de biofilmes ao longo do dispositivo. O biofilme é composto de
material polissacarídico extracelular produzido pelos microrganismos, que incorpora
componentes da urina, incluindo proteína de Tamm-Horsfall e íons de magnésio ou de
cálcio. Após a inserção do dispositivo, ele é imediatamente recoberto por uma camada
composta de proteínas e outros componentes do hospedeiro. Os microrganismos
aderem a essa camada condicionante e iniciam a formação do biofilme. Em geral, a
colonização começa no óstio externo da uretra ou na bolsa coletora de urina e, em
seguida, o biofilme ascende pelo cateter. Os microrganismos que crescem no biofilme
permanecem em um ambiente relativamente protegido dos antibióticos ou das defesas
do hospedeiro. Em pacientes com cateter de demora, ocorre bacteriúria em uma taxa
de 3 a 7% por dia.
7 – TRATAMENTO
GRAVIDEZ
A infecção urinária durante a gestação pode aumentar o risco de parto prematuro. A
fisiopatologia envolvida nessa complicação é multifatorial e pode envolver fatores como
a resposta inflamatória do organismo da gestante e as alterações no colo do útero.
A infecção urinária pode desencadear uma resposta inflamatória no organismo da
gestante, que pode levar à liberação de substâncias que dilatam o colo do útero, como
as prostaglandinas. A dilatação precoce do colo do útero aumenta o risco de parto
prematuro, uma vez que o colo do útero é responsável por manter o feto dentro do
útero até o momento adequado para o parto.
Além disso, a infecção urinária pode afetar o controle da contração uterina,
aumentando o risco de trabalho de parto prematuro. A presença da infecção pode
causar contrações uterinas precoces e aumentar o risco de rompimento prematuro das
membranas, que é a ruptura da bolsa de líquido amniótico que envolve o feto.
Por fim, a infecção urinária pode aumentar o risco de inflamação do saco gestacional,
da placenta e do líquido amniótico, que são importantes para manter o ambiente
adequado para o crescimento e desenvolvimento do feto. Essas inflamações podem
aumentar o risco de parto prematuro.
Em resumo, a infecção urinária durante a gestação pode desencadear uma série de
eventos que aumentam o risco de parto prematuro, incluindo a dilatação precoce do
colo do útero, o aumento das contrações uterinas e a inflamação do saco gestacional,
da placenta e do líquido amniótico. Por isso, é importante que a infecção urinária seja
identificada e tratada adequadamente durante a gestação, a fim de prevenir
complicações para a mãe e o feto.