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PEDIATRIA | NEONATOLOGIA | Infecções congênitas 1

INFECÇÕES CONGÊNITAS
INTRODUÇÃO

● Infecções adquiridas intraútero ou durante o trabalho de parto

● Significativa morbidade e mortalidade

● São elas:

○ SToRCHZ
§ Sífilis
§ Toxoplasmose
§ Rubéola
§ CMV
§ Herpes Simples
§ Zika

● Algumas delas possuem o rastreio sorológico pelo pré-natal (sífilis,


toxoplasmose, HIV, hepatite B e C)

● Lembrar:

○ IgG atravessa a placenta – G de gestação

○ IgM fetal/neonatal!

○ As infecções congênitas são mais graves quando adquiridas no primeiro


trimestre da gestação

● Há algumas alterações suspeitas que nos fazem pensar em


infecções congênitas:

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○ Hidropsia fetal, microcefalia, convulsões, catarata, perda auditiva,


cardiopatia congênita, hepatoesplenomegalia, icterícia, alterações
cutâneas, trombocitopenia.

● Aproximadamente 90% são assintomáticas ao nascimento

● Avaliação inicial através de anamnese, exame físico e laboratoriais. (em casos


de direcionamentos seguir o fluxograma específico daquela doença)

○ História materna; exame físico e neurológico do RN; hemograma;


AST/ALT; punção lombar; radiografia de ossos longos; neuroimagem;
fundoscopia; avaliação auditiva.

SÍFILIS CONGENITA

● Etiologia: Treponema pallidum – espiroqueta

● Transmissão:

○ Transplacentária ou contato direto – lesão canal de parto

○ Qualquer IG e qualquer estágio de doença materna

● Lembrar dos dois tipos de testes:

○ Testes treponêmicos: (FTA-ABS, TR, TPHA)


§ Reagente/não reagente. Normalmente se mantém positivo mesmo após
o tratamento

○ Não treponêmicos (VDRL):


Título que decai, controle de tratamento
§

● Apresentação clínica

○ Precoce < 2 anos

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Mucocutâneo – Rinite sifilítica, rash maculopapular, pênfigo
§
palmoplantar, condiloma
LEMBRAR: LESÕES RICAS EM TREPONEMA – PRECAUÇÃO
§
DE CONTATO!
Musculoesquelético – pseudoparalisia de Parrot,
§
osteocondrite, periostite

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○ Tardia > 2 anos – evolução das manifestações precoces


Fronte olímpica, nariz em sela, dentes de Hutchinson, perfuração do
§
palato duro
Tíbia em sabre, articulações de Clutton
§
Outros: Atraso do DNPM, convulsão, surdez
§

● Avaliação inicial: Todo RN de mãe com sífilis (inclusive cicatriz sorológica),


necessita de 3 avaliações:

○ Tratamento Materno
§ Completo de acordo com estágio
§ Penicilina benzatina
● Sífilis recente: P benzatina 2,4 milhões IM, DU.
● Sífilis tardia: P, benzatina 2,4 milhões, IM, 1x/sem, 3 sem.
§ Iniciado até 30 dias antes do parto
§ Esperado: VDRL – diminuir 2 diluições em 3 meses ou 4 diluições em
6 meses.

○ Clínica RN
§ Sífilis Precoce

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○ VDRL pareado
VDRL RN (sangue periférico) e mãe
§
Pode ser até 1 diluição maior que o materno (exemplo: mãe 1:2 e RN
§
1:4)

○ Com essas 3 avaliações acima consegue diferenciar o bebê em duas


situações:
§ Criança exposta a sífilis – ter os 3 = não tratar, seguimento
ambulatorial
● Mãe adequadamente tratada
● RN assintomático
● RN – Teste não treponêmico até 1 diluição maior que o materno
§ Sífilis congênita quando 1 ou mais dos anteriores alterado (notificar,
coletar todos os exames)
● Mãe inadequadamente tratada e/ou
● RN sintomático e/ou
● RN – Teste não treponêmico > que o materno em 2 diluições

○ Quando 1 ou mais dos anteriores = SÍFILIS CONGÊNITA


Solicita exames ao nascimento: HMG (anemia hemolítica,
§
plaquetopenia), glicemia, LCR (VDRL reagente, pleocitose, proteína
aumentada), radiografia de ossos longos
● Exames alterados ou VDRL reagente ou sintomas = notificar
○ LCR alterado (>25 cels, >150 proteínas ou VDRL reagente no
líquor) = SC com neurossífilis: Benzilpenicilina cristalina 10dias
○ LCR normal: SC sem neurossífilis = Benzilpenicilina procaína/
cristalina 10 dias
● Exames normais e VDRL não reagente e assintomático
○ Benzilpenicilina benzatina DU IM – acompanhar na rede básica

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● Tratamento

○ Benzilpenicilina potássica/cristalina: 50.000 UI/kg/dose, EV 12/12h na


1ª sem, 8/8h após 1ª sem, por 10 dias.

○ Benzilpenicilina procaína: 50.000 UI/kg/dose, IM, 1x/dia, 10 dias.

○ Benzilpenicilina Benzatina: 50.000 UI/kg IM DU

○ Obs: reiniciar o tratamento se atraso > 24 horas na dose


Se criança diagnosticada após o primeiro mês de vida:
§
penicilina cristalina.

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● Seguimento – puericultura (atenção básica)

○ Todos (expostos e com SC)

Frequência

Consulta - 1ª sem, 1, 2, 4, 6, Avaliar sinais de SC


AB 9, 12 e 18 meses
VDRL 1, 3, 6, 12 e 18 Interromper após 2 testes não reagen-
meses tes consecutivos ou ↓ em 2 títulos
↓ 3 meses, não reagente com 6 meses
Se ↑ ou não ↓: investigar SC

Não fazer teste treponêmico


§

○ Se teve sífilis congênita e foi tratado, além das consultas em atenção


básica e do controle de VDRL ele precisa de:

Frequência

Consulta oftalmo, audio- Semestral, por 2 anos


lógica e neurológica
Líquor 6/6 meses, até normalização
(se neurossífilis)

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TOXOPLASMOSE CONGÊNITA

● Etiologia: Toxoplasma gondii – Protozoário intracelular

● Transmissão:

○ Transplacentária (infecção materna 1ª, reativação)

○ Qualquer fase gestacional

○ Quanto mais perto do termo = menos gravidade e maior a transmissão

● Quadro clínico

○ Ao nascimento, primeiros meses: 10-30%


§ Tríade: coriorretinite + hidrocefalia + calcificações cerebrais difusas
(pode levar a cegueira)

Outras: alteração LCR (proteinorraquia >1g), convulsões


§

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○ Subclínica: 70-90%
§ Diagnóstico mais tardio, quando ocorre as sequelas neurológicas e
oculares: coriorretinite, perda de visão, microcefalia, atraso do DNPM,
convulsões

○ Toxoplasmose é incluída na Triagem neonatal – teste do pezinho


ampliado (IgM)

● Infecção aguda na Gestante: Soroconversão

○ <16 sem: IgG + e IgM +, com avidez baixa (IgG)

○ >16 sem: IgG+ e IgM+


Avidez: marca anticorpo “velho”. Quanto mais velho, mais
experiente, mais alto, deve ser coletado até 16 semanas. Se
até 16 semanas com alta avidez: infecção prévia à gestação,
sem risco de Toxo congênita

● Investigar:

○ USG pré-natal: hidrocefalia, calcificações cerebrais e hepáticas, ascite,


cardiomegalia

○ Amniocentese em > 18 semanas: PCR líquido amniótico

○ Tratamento Materno
§ Com infecção fetal
● Esquema tríplice até o parto
● Sulfadiazina + Pirimetamina + Ácido Folínico
§ Sem infecção fetal
● Espiramicina até o parto

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● Investigação do RN: avaliar sintomas da infecção

○ Investigar o teste do pezinho ampliado: IgM para Toxoplasmose

○ IgM ou IgA: marcam infecção congênita (produzidos pelo RN)

○ IgG pareado da mãe e do RN

○ USTF para avaliar calcificações

○ Fundoscopia: coriorretinite

○ Outros
Líquor: Aumento de proteína
§
Hemograma
§
Audiometria (PEATE e EOA)
§
AST/ALT
§
Creatinina/ureia
§

○ Assintomático  IgM por captura, IgA RN, IgG RN-mãe pareado, AP


da placenta, USTF/TC, fundoscopia e HMG
§ Alterados = LCR, função hepática e renal, audiometria, TC crânio
● Tratar
§ Normal = controle sorológico

○ Sintomático: Todos os exames e Tratamento por 1 ano

○ Infecção confirmada RN – tratar por 1 ano


§ DNA T. gondii em LA, placenta
§ IgG reagente e IgM ou IgA
§ IgG em ascensão em 2 amostras ou IgG mantém reagente
com 12 meses
§ Ou RN sintomático e IgG reagente, de mãe com toxoplasmose
confirmada

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● Tratamento do RN

○ Sulfadiazina (S) + primetamina (P) + ácido folínico(AF): por 12 meses


§ 6 meses: S+P diário, AF 3x/semana
§ No segundo semestre do tratamento realiza-se a S diária,
P + AF 3x/semana.
§ HMG semanal, depois mensal. Pirimetamina – supressão medular. Se
neutropenia, aumentar AF

○ Prednisona: por 4 semanas. Se comprometimento SNC ou ocular

● Seguimento do RN

○ IgG deve cair até 12 meses de vida  se se mantém ou aumenta =


iniciar o tratamento

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○ Oftalmologista e Neuro: trimestral no 1º ano, semestral até 6 anos

○ Infectologista pediátrico, fonoaudiologia, fisioterapia

CITOMEGALOVIROSE CONGÊNITA

● Citomegalovírus: Infecção congênita mais comum (70-90% da população


adulta com infecção prévia)

● Transmissão: reativação ou pela reinfecção materna

○ Congênita: pré-natal (intrauterina)

○ Perinatal: periparto, pós-natal precoce (via LM)

○ Sequelas mais graves se infecção no primeiro trimestre

● Quadro clínico:

○ 90% são assintomáticos ao nascimento

○ 10% demonstram CALCIFICAÇÕES PERIVENTRICULARES,


microcefalia, PIG, surdez neurossensorial, petéquias/trombocitopenia,
hepatoesplenomegalia.

○ RNPT: sepse viral

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○ Avaliação do RN
§ Fundoscopia, avaliação auditiva, HMG, bilirrubinas, transaminases,
neuroimagem (TC), LCR

○ Diagnóstico
PCR ou isolamento viral na saliva ou urina até 3ª semana
§

○ Tratamento: se sintomático
§ Ganciclovir: EV 6 semanas, quadros graves
§ Valganciclovir: VO 6 meses, estável

SINDROME DA RUBÉOLA CONGÊNITA

● Etiologia: Vírus RNA do gênero Rubivirus e família Togaviridae

● Transmissão: maior no 1º trimestre, cursa com mais malformações

● Quadro clínico:

○ Perda auditiva neurossensorial uni/bilateral

○ Cardiopatia congênita: mais comum – PCA e Estenose Pulmonar

○ Alterações oculares: catarata, glaucoma

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● Avaliação: HMG, função hepática, radiografia de ossos longos, fundoscopia,


audiometria, neuroimagem, LCR, ecocardiograma

● Diagnóstico: IgM, PCR ou isolamento viral

● Tratamento: não tem tratamento específico – seguimento com especialistas


(ORL, oftalmo, cardio)

● Prevenção: vacinação materna (tríplice viral)

HERPES SIMPLES CONGÊNITO

● Etiologia: HSV 1 e HSV 2

● Transmissão intrauterina: viremia ou ascendente

○ Lesões de pele (vesículas, ulcerações ou cicatrizes), lesões oculares e


anomalias SNC (microcefalia, hidranencefalia)

○ Normalmente óbito

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● Transmissão perinatal – mais comum: lesões em canal de parto

○ Doença muco cutânea: Lesões cutâneas, orais vesiculares, conjuntivite

○ SNC: convulsões, letargia, irritabilidade, má sucção

○ Doença disseminada: sepse, acometimento visceral, meningoencefalite


Mãe com lesão ativa por herpes genital, coletar do RN entre 12-24
horas de vida
Swab de conjuntiva, nasofaringe e ânus (PCR e cultura viral)
§
PCR viral sangue
§
LCR
§

● Tratamento: Aciclovir se perinatal

SINDROME CONGÊNITA PELO ZIKA VIRUS

● Etiologia: Zika Vírus

● Transmissão materna: picada A. aegypti ou sexual

● Transmissão transplacentária, mais sequelas no 1º trimestre

● Quadro clínico

○ Microcefalia, desproporção facial

○ Artrogripose - articulações rígidas, não móveis

○ Hipertonia, hiperreflexia

○ Calcificações intracranianas difusas, ventriculomegalia

○ Alteração ocular e perda auditiva

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● Avaliação do RN:

○ Controle de perímetro cefálico (PC) em até 48 horas de vida:


microcefalia se PC < -2 DP (curvas da Intergrowth, OMS)

○ Exame neurológico completo

○ Notificar a suspeita

● Exames gerais:

○ Imagem: USTF 1ª opção, TC se > 6 meses

○ Fundoscopia

○ HMG, AST, ALT, bilirrubinas, ureia, creatinina, DHL, PCR, ferritina

● Diagnóstico: RN até 8º dia

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○ Coletar sangue e urina

○ Teste rápido, sorologia, ELISA IgM e IgG e RT-qPCR (padrão ouro)

RESUMO

● Sífilis

○ Osteocondrite, periostite

○ Pseudoparalisia

○ Rinite

○ Rash maculopapular

● Toxoplasmose

○ Calcificação intracraniana

○ Hidrocefalia

○ Coriorretinite

● Citomegalovírus

○ Calcificação periventricular

○ Microcefalia

○ Hepatoesplenomegalia + trombocitopenia

○ Surdez

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● Rubéola

○ Ocular: catarata, glaucoma

○ Cardiopatia congênita

○ Surdez

● Herpes

○ Vesículas ou cicatrizes muco cutâneas

○ LCR com aumento de células

○ Trombocitopenia

● Zika

○ Microcefalia

○ Calcificação intracraniana

○ Artrogripose

○ Hipertonia, surdez

EXPOSIÇÃO VERTICAL AO HIV

● Ao nascer:

○ Clampeamento imediato do cordão

○ Banho em sala de parto

○ Aspirar VA se necessário e com cautela

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○ Vacinas (hep B e BCG) e demais condutas

○ Contraindica AM

○ Notificar exposição vertical ao HIV

○ Coletar CV-HIV sangue periférico

● Profilaxia: Avaliar risco

○ Iniciar nas primeiras 4 horas

○ Baixo Risco: Mãe iniciou TARV na 1ª metade E CV indetectável 3º


trimestre E sem falha de adesão – se houver os 3 critérios o tratamento é
apenas com:
§ Zidovudina (AZT) 28 dias

○ Alto Risco: qualquer um dos critérios não preenchidos.


§ >37 semanas: AZT +3TC (lamivudina) + RAL (raltegravir) 28 dias
§ >34 - <37 semanas: AZT + 3TC (28d) + NVP (nevirapina) (14d)
§ <34 semanas: AZT 28 diasEXPOSIÇÃO VERTICAL AS HEPATITES:

● Ao nascer:

○ Banho em sala de parto

○ Aspirar secreção gástrica

● Hepatite B:

○ Vacina (até 12 horas de vida) + imunoglobulina (IGHAHB até 24h)


membros diferentes

● Hepatite C:

○ Cuidado com fissuras – suspender temporariamente o AM

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20 PEDIATRIA | NEONATOLOGIA | Infecções congênitas

QUESTÕES

1) (EINSTEIN-2023) Lactente do sexo masculino de 3 meses de idade chega


para consulta de rotina na Unidade Básica de Saúde. A mãe realizou pré-
natal adequado, sendo diagnosticada com sífilis primária no 6o mês de
gestação; foi medicada com benzilpenicilina benzatina 2,4 milhões UI,
intramuscular, dose única. A criança nasceu a termo, de parto vaginal,
com peso de 3.050 g, comprimento de 50 cm e exame clínico normal.
Na maternidade, o VDRL materno foi de 1:4 e do recém-nascido foi
de 1:2. Hemograma, TGO, TGP, radiografia de ossos longos e torácica
e análise liquórica da criança não apresentaram alterações. Recebeu alta
hospitalar sem nenhum tratamento medicamentoso dirigido à sífilis. Na
consulta ambulatorial realizada no 1o mês de vida, foi solicitado VDRL
cujo resultado foi de 1:1. De acordo com o Protocolo Clínico para Sífilis
Congênita do Ministério da Saúde, nesta consulta, o médico deverá 
A) encerrar seguimento laboratorial. 
B) solicitar exame de VDRL. 
C) prescrever penicilina benzatina. 
D) pedir Teste Treponêmico

2) (USP—SP-2023) Recém-nascido a termo, adequado para idade gestacional,


filho de mãe hígida com pré-natal adequado, ultrassom morfológico normal.
Sorologia de toxoplasmose com 7 semanas de gestação: IgM (método
elisa) positivo, IgG positivo, com alta avidez. Exame clínico normal ao
nascimento. A conduta recomendada é:
A) realizar avaliação de fundo de olho, ultrassonografia transfontanela e
abdominal, hemograma, punção lombar e sorologias do recém-nascido,
antes de indicar o tratamento. 
B) coletar sorologia para toxoplasmose do sangue do cordão e indicar o
tratamento dependendo do resultado. 
C) iniciar tratamento com sulfadiazina, pirimetamina e ácido folínico por
um ano, independentemente do resultado de exames. 
D) realizar cuidados de rotina, não havendo necessidade de investigação
diagnóstica ou de tratamento do recém-nascido

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3) (EINSTEIN-2023) Primigesta, 15 anos, com pré-natal tardio, dá à luz um


recém-nascido com 38 semanas e peso de 1.894 g. Ao exame na sala de parto
observou-se hepatoesplenomegalia, petéquias e púrpuras por todo corpo. A
criança evoluiu com icterícia precoce e o ultrassom transfontanela indicou
calcificações periventriculares. Entre as seguintes hipóteses diagnósticas, a
mais provável para este recém-nascido é
A) infecção pelo vírus Zika. 
B) infecção pelo citomegalovírus.
C) toxoplasmose congênita.
D) sífilis congênita.

4) (USP-SP-2023) Recém-nascido de parto normal, a termo, após uma


gestação sem intercorrências. Mãe de 25 anos, G2, saudável, com
acompanhamento pré-natal adequado. As sorologias maternas foram
negativas com 10 semanas de gestação e no momento do parto (HIV,
VDRL, toxoplasmose IgG/IgM, hepatites B e C). Ao nascimento, foi
observado que o recém-nascido apresentava peso no percentil 4 para a
idade gestacional, petéquias em face e tronco, hepatoesplenomegalia e
microcefalia. Exames realizados: Hemograma com Hb/Ht normais, séria
branca normal, plaquetas 87.000/ µL; TGO 92 U/L (VR até 32 U/L); TGP
normal; fundoscopia ocular: sem alterações; ultrassom transfontanelar:
presença de calcificações periventriculares; triagem auditiva: ausência de
respostas bilateralmente; análise de líquido cefalorraquidiano normal; qual é
o tratamento indicado para a causa mais provável deste quadro?
A) Aciclovir. 
B) Penicilina cristalina. 
C) Ganciclovir.
D) Sulfadiazina e pirimetamina. 

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22 PEDIATRIA | NEONATOLOGIA | Infecções congênitas

5) (SCMSP-2023) Trata-se de recém-nascida, do sexo feminino, de 38+4/7


semanas de gestação, com peso ao nascer de 2.900 g, filha de mãe com
HIV. No pré-natal, a mãe, de 31 anos de idade, teve diagnóstico de HIV no
primeiro trimestre da gestação e, desde então, iniciou tratamento, com boa
adesão. Na 30.ª semana de gestação, o resultado da carga viral de HIV havia
sido “não detectado”. No caso clínico acima, em relação à recém-nascida, a
melhor conduta é iniciar quimioprofilaxia com:
A) zidovudina, por 28 dias, e coletar, imediatamente, a carga viral de HIV. 
B) zidovudina, por 28 dias, e coletar a carga viral de HIV após 72 horas. 
C) zidovudina, por 42 dias, e coletar, imediatamente, a carga viral de HIV. 
D) zidovudina e nevirapina, por 28 dias, e coletar a carga viral de HIV após
72 horas. 
E) zidovudina, lamivudina e raltegravir, por 28 dias, e coletar,
imediatamente, a carga viral de HIV.

GABARITO

1) B
2) D
3) B
4) C
5) A

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